A Máscara escrita por OllySwan


Capítulo 5
Frieza


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, tudo bem? *-* Boa Leitura!



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“Não sabemos da alma senão da nossa;

As dos outros são olhares, são gestos, são palavras,

com a suposição de qualquer semelhança no fundo.”

Fernando Pessoa

            Com a raiva que sentia pegou um de seus vasos e o jogou na porta, sua vida realmente estava cada vez mais sem sentido algum.


            Isabella não conseguia disfarçar como sentia-se incomodada ao ouvir o nome de certo Conde. Palavras eram desnecessárias para soletrar que ficava em puros nervos e sentia seu sangue ferver.

            Ainda estava raivosa com o acontecido de dias atrás, onde o Conde a rejeitara e fora embora sem explicações.

            Havia passado por todos os outros senhores que estavam lhe oferecendo jóias e tostões para ir ao encontro daquele homem, simplesmente para depois rejeitá-la e fugir como um ladrão foge da polícia.

            — Isabella, estás me ouvindo? – Perguntou Marcus enquanto observava sua senhora com o olhar distante.

            A Baronesa apoiou sua xícara de chá na mesinha ao lado e encontrou o olhar de seu marido examinando-a.

            — Perdoe-me, estava com os pensamentos distantes.

            O homem soltou um riso baixo.

 — Percebi.

            — Mas então, o que dizia?

            — Estava pensando em prepararmos um jantar especial esta noite. – O Barão suspirou — O que achas?

            — Ótima idéia, mas qual seria a ocasião?

            — Um jantar de comemoração, afinal as negociações com o Conde estão melhor do que eu esperava.

            Isabella desviou seu olhar para a janela, onde tinha a vista de seu grande jardim.

            — E está pensando em convidar o Conde e sua mulher? – perguntou com desinteresse.

            — Sim, é claro. Seu irmão e Rosalie também.

O Barão juntou suas mãos e sorriu para sua mulher.

            — Certo, prepararei o jantar. – Isabella disse com certa tensão em sua voz.

            Sua preocupação era se conseguiria olhar nos olhos do Conde mais uma vez? Ele a reconheceria? Perguntas e mais perguntas inundavam sua mente, sabia que arriscava aproximando-se tanto daquele homem.

            — Com licença – levantou-se — Irei até a residência de meu irmão convidá-los pessoalmente.

~

            — Jasper, meu querido primo – O Conde o cumprimentou batendo em seus ombros — Não o vi esta manhã, onde esteve?

            — Estava andando um pouco pela cidade – Jasper respondeu — Paris é divina.

            O Conde sorriu.

            — Estás certo meu primo – Eles sentaram-se nas poltronas da grande sala de Emmett — Viu o Barão Swan por hoje?

            — Estava com sua senhora na cidade – sorriu — Creio que fazia compras.

            Edward balançou a cabeça afirmativamente e então retirou do bolso seu cachimbo.

            — Primo, aconteceu algo com o senhor? – Jasper perguntou — Notei que desde que veio da Grande Casa estás diferente.

            Edward tragou o cachimbo, sabia que a Grande Casa que Jasper se referia era o Moulin Rouge.

            — Nada demais, fique tranquilo.

            Os dois conversaram por mais algum tempo e então Jasper retirou-se para banhar-se e descansar. O Conde continuou fumando seu cachimbo enquanto os pensamentos novamente inundavam sua mente.

            Em momento algum conseguia esquecer aqueles olhos cor de esmeraldas, aqueles lábios vermelhos sangue e aquele corpo fino e sinuoso. Maldição! Essas coisas não costumavam acontecer quando usava alguma cortesã de Londres ou alguma outra mulher fútil da sociedade.

            Porque acontecera justo agora?

            Não podia deixar de pensar nas semelhanças entre Mademoiselle Lestrange e Baronesa Windsor.

            Balançou a cabeça e quis por um momento esquecer-se de tudo aquilo e concentrar-se nos negócios que estavam tão bem.

            Sentou-se ao piano e resolveu tocar algumas notas, antes que aqueles pensamentos ou aquela mulher o levassem a loucura.

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My Immortal - Evanescence

            Deslizou seus dedos pelas teclas do piano lentamente e deixou-se levar pela lenta melodia.

Desde criança tocava e também cantava. Tivera a oportunidade de tocar em alguns concertos em Londres, mas a vida militar falara mais alto e então abandonara seus estudos de música.

De fato se arrependera, mas a essa altura não poderia mudar a escolhera que fizera quando beirava seus dezoito anos.

            Seus pensamentos estavam tão longe que não notara passos lentos aproximando-se. Isabella estagnou-se na porta e se pôs a observar como o Conde tocava tão maravilhosamente bem.

            O criado lhe fez sinal para que se sentasse, porém, deu outro sinal com as mãos dizendo que estava tudo bem e ali continuou encantada com a linda melodia.

            Ao encerrar, respirou fundo e abaixou sua cabeça, encostando-a na madeira do piano e continuou brincando com algumas notas.

            — Boas tardes –

A voz melodiosa ecoou pelo cômodo e o Conde no mesmo instante virou sua cabeça para a direção de onde vinha aquela voz.

            Ele não respondeu, ficou totalmente perdido e sem palavras principalmente depois que a viu. Ela estava linda, absurdamente linda.

            Usava um vestido acetinado na cor azul do mar, um chapéu e uma sombrinha delicada.

            Diferente das outras vezes que a vira, vestindo-se como uma mulher que demonstrava ser dona de si, agora, apresentava-se com uma aparência angelical.

            Isabella tratou de segurar suas emoções e respirou fundo. Caminhou até a poltrona e sentou-se.

            — Poderia informar ao meu irmão ou a minha cunhada que estou aqui? – disse a Baronesa em tom autoritário, o que fez com que o Conde acordasse para a realidade.

            — Não sou seu criado, Mademoiselle.

            O rosto ingênuo de Isabella se desfez e uma careta se formou.

            — És assim que falas com a irmã de seu amigo? – perguntou, fuzilando-o com o olhar.

            O Conde sorriu torto e levantou-se do piano, caminhou até uma mesa onde tinha alguns tipos de bebidas servidas em uma bandeja.

            — A senhora me entendeu de forma errada – suspirou, colocando um pouco de bebida em cada taça — Disse que não sou seu criado, mas não sou um mal educado – sorriu e se virou para a Baronesa — E aqui está a prova de como recebo bem as visitas de Emmett quando o mesmo não se encontra.

            Isabella arqueou a sobrancelha e pegou a taça que o Conde lhe estendia. Com desconfiança cheirou a bebida e encarou novamente Edward, que já entornava sua bebida.

            — Desconfiada de algo, Baronesa? – ele perguntou em tom de sarcasmo. — Por que eu lhe faria mal?

            A Baronesa bebeu um gole.

            — Aprendi a não confiar nem em minha própria sombra, meu caro.

            Edward se surpreendeu com a resposta da mulher e sentou-se frente a ela.

            — Bem pensado, porém, às vezes devemos confiar em alguém. – Disse o Conde.

            — Até o momento em que essa pessoa lhe trai – a Baronesa desviou seu olhar — Mas eu não me importo com isso, tirando o fato do que eu perderia.

            O Conde a encarou os olhos.

            — Então a senhora confia algum segredo a alguém? – perguntou.

            Isabella percebeu que havia dito demais e resolveu cortar o assunto pela raiz.

            — Monsieur, se meus familiares não se encontram devo retornar em outra hora.

            A Baronesa se levantou e virou-se para ir embora, porém, Edward foi mais rápido e a segurou pelo braço, puxando-a para si, fazendo com que os dois corpos ficassem frente a frente.

            Face a Face, porém havia coisas que não sabiam explicar sobre o que sentiam quando se olhavam daquela maneira.

            Isabella estava trêmula, sua vontade era fugir daquele lugar e se trancar em seu aposento. Edward sentia a vontade de provar dos lábios daquela mulher, sentia vontade de colar seu corpo no dela, de todas as maneiras possíveis.

            Com uma mão a segurou pela cintura e com a outra segurou seu queixo, analisando cada pedaço do rosto daquela mulher.

            Então aproximou sua face lentamente e os corações ficaram mais ainda acelerados e as respirações descoordenadas.

            — Soube que tenho visitas!

            A voz ecoou pela entrada da residência e antes que pudessem vê-los, Edward soltou Isabella e rapidamente sentou-se na poltrona e voltou a fumar seu cachimbo, enquanto ela se dirigiu ao piano tentando fazer sua respiração voltar ao normal.

            Emmett entrou acompanhado por Rosalie e sorriu ao ver sua irmã brincando com algumas teclas do piano e seu amigo Conde sentado na poltrona analisando a paisagem pela janela enquanto fumava seu cachimbo.

            — Emmett! – Isabella abriu um sorriso e correu até ele, enchendo seu irmão de abraços e beijos.

            Isabella e Emmett se tratavam desta maneira, apesar do que ele fizera a ela, no final ela o perdoou. Ele era seu único refúgio quando nada mais a satisfazia, quando nem as diversões lhe faziam mais sentido, buscava refúgio nos braços de seu irmão, que sabia muito bem entendê-la, mesmo desconfiando que sua irmã lhe escondia segredos terríveis.

            — Emmett – Edward o cumprimentou.

            — Rose!

            Isabella abraçou sua cunhada e passou a mão em seu ventre. — Nosso pequeno Emmett está bem?

            Rosalie sorriu.

            — Está ótimo.

            O Conde levantou-se e caminhou até a Baronesa.

            — Mademoiselle, foi um prazer revê-la, mas irei me retirar para deixá-los a vontade.

            Isabella o encarou, como é fingido, pensou.

— Não se retire Lorde Cullen – sorriu — Vim aqui exatamente para convidá-los para um jantar esta noite em minha residência.

            O Conde sorriu. — É claro que iremos.

            — Oh de fato – Rosalie pronunciou-se, sua voz parecia um pouco cansada, mas não perdia o humor. — Eu estava mesmo querendo visitá-la, cunhada.

            Isabella retribuiu com mais um sorriso.

            — Uma ótima oportunidade. Ao anoitecer, em minha residência, estarei esperando-os.

            Jasper então entrou na sala e os pegou no meio da conversa.

            — Boas tardes Mademoiselle, que bom vê-la novamente – ele a cumprimentou, beijando-lhe a mão.

            — Digo o mesmo. – suspirou — Bom, vim convidá-los para um jantar em minha casa esta noite.

            Os olhos de Jasper brilharam.

            — Eu poderei ir também? – perguntou.

            — Claro – A Baronesa respondeu — És primo de Lorde Cullen, então certamente és bem vindo.

            Isabella não pode deixar de reparar nos trajes de Jasper. Não se vestia formalmente, mas era um jovem muito bonito, alguns traços eram parecidos com os de Edward e certamente parecia ser muito mais cabeça do que seu primo.

            Jasper sorriu e observou a maneira que seu primo direcionada seu olhar à Baronesa. Conhecia aquele olhar, a luxúria e a curiosidade misturados, porém, havia algo mais e ele iria descobrir o que era.

            Isabella despediu-se com a desculpa de ter muito trabalho a fazer, mas no fundo o que queria era se ver livre dos olhos verdes do Conde, aqueles olhos que tanto a irritavam e pareciam querer lhe controlar.

            Caminhou até sua carruagem e assim seguiu de volta para sua residência, onde iria preparar tudo para que saísse na mais perfeita ordem.

            Edward observava lentamente aquela mulher e memorizava seus passos, gestos, as palavras que saíam de sua boca e a cada minuto que se passava sentia mais ainda vontade de estar ao seu lado e conhecê-la. Algo dentro de si gritava dizendo que ela era diferente, porém, não conseguia decifrar o que ela tinha de tão diferente.

            Isabella era um mistério que ele solucionaria.

~

            As horas se passaram rapidamente, na mansão Windsor era uma correria para lá e para cá. A Baronesa nunca estava satisfeita com o que seus criados faziam, parecia que não sabiam seus gostos.

            — Não Kate! – disse em tom mais alto — Este vaso é naquele lugar, não vê que é um vaso raríssimo? Precisa estar na vista de todos!

            E assim era com os outros criados, se faziam algo errado já se ouviam os gritos da Baronesa, estavam até acostumados com aquela loucura.

            Esme era a criada mais antiga daquela mansão, servia a Marcus desde antes de ter absorvido a louca idéia de se casar com a jovem Isabella. Ela lembrava-se bem do dia em que Isabella chegou aquela mansão, acompanhada de seu irmão e apenas alguns trajes velhos.

            — Esme, esta é Isabella Swan, que dentro de alguns dias se tornará a Baronesa Windsor – Marcus disse controlando seus sorrisos que queriam espalhar-se por todo seu rosto.

            Esme aproximou-se da jovem e abaixou-se, em sinal de servidão.

            — Estarei aqui para o que precisar, Milady.

            — Obrigado – disse a jovem timidamente.

            Na realidade, Esme conhecia a pequena Isabella desde quando ainda era uma recém nascida, viu com seus próprios olhos o crescimento da menina. Mesmo seu pai, Charlie ter feito tudo o que fez, não errou em dar uma boa educação à Isabella e fazer dela uma jovem prendada, que até sabia ler e escrever. Ele a preparou tão bem que qualquer Lorde de boa família teria se interessado por ela, se não fossem pelos escândalos que seu pai causara.

            Lembrava-se da dor que vira no dia em que a jovem perdeu sua inocência, as lágrimas que corriam de seus olhos...

            Esme caminhava entre os quartos trocando os lençóis, foi quando ouviu um ruído estranho em um dos quartos.

            Pareceu-lhe estranho, na mansão, os criados faziam seus serviços e seus senhores deveriam estar em seu aposento descansando após a longa festa do casamento de seu senhor.

            Abriu a porta do aposento para averiguar o que acontecia e chocou-se com a imagem que vira.

            A Jovem Isabella estava sentada no chão frio com somente um robe negro e as lágrimas rolavam soltas pelo rosto da jovem.

            — Milady! – disse exasperada e aproximou-se da jovem que não conseguia controlar suas lágrimas.

            — Eu não queria! – Isabella disse com dificuldade — Não queria me casar, não queria que ele me tocasse...

            Esme acariciou os cabelos castanhos da jovem.

            — Lorde Windsor é seu marido, tem os direitos concedidos pelos homens e por Deus.

            Isabella mudou sua expressão facial no mesmo instante e encarou sua criada.

            — Deus? Quem é Deus? Se Deus existisse não teria me deixado desta maneira.

            Após dizer isto, Isabella abriu suas finas pernas e Esme pôde ver a o liquido vermelho que escorria de sua intimidade.

            — Deus não existe... e se algum dia existiu para mim, a partir de hoje não existe mais.

            Esme surpreendeu-se com a mudança na expressão de Isabella e temeu pela maneira que seus olhos se escureceram e algo pareceu apossar-se do coração da jovem.

            — Esme! Temos um jantar dentro de algumas horas, mexa-se! – A Baronesa parou a frente da mulher que estava perdida em suas lembranças.

            Para Esme, o que mais lhe doía era ver quem Isabella havia se tornado. Uma mulher fria e arrogante, cheia de si, que feria a todos, assim como haviam ferido-a.

            Suspirou e continuou seus serviços, rezava a Deus para que um dia pudesse abrir a boca e revelar coisas que ninguém imaginaria.

            A Baronesa respirou fundo e vendo que tudo já estava pronto tratou de ir para seu aposento arrumar-se. Deveria estar bela, queria impressionar o Conde ao ponto de fazê-lo querê-la ainda mais.

            Ainda não estava recuperada do que acontecera mais cedo na casa de seu irmão. Estavam tão próximos que ela podia sentir sua respiração e se Emmett não chegasse talvez teriam trocado beijos.

            Era loucura, ela o queria, porém, não queria se arriscar.

            Corresponder aos desejos do Conde como Isabella era muito arriscado, afinal, tinha um nome de Baronesa a zelar. Se o correspondesse como Sophie e ele a reconhecesse, sua vida também iria ser destruída.

            O que fazer?

~

            Emmett, Edward e Jasper estavam sentados na sala esperando Rosalie terminar de ajudar Tanya a descer as escadas, afinal, estava com um vestido tão cheio que mal conseguia andar.

            — Não sei aonde foi arrumar uma mulher destas Edward – Emmett disse inconformado — Ela não conhece as tendências do século XIX? – O Barão comentou segurando suas gargalhadas.

            Edward o encarou e suspirou.

            — Não segure seus risos meu caro, pois nem eu agüento segurar os meus – Ambos caíram nos risos.

            A Condessa finalmente conseguiu descer as escadas e nem agradeceu Rosalie por tê-la ajudado.

            — Vamos? – perguntou enquanto encarava os dois senhores.

            — Vamos. – Respondeu Edward.

            Rosalie segurou o braço de seu marido e seguiram para a carruagem, logo atrás foram o Conde e sua esposa e o jovem Jasper.

            A viagem não fora longa, a mansão dos Windsor não era distante. Jasper olhava a tudo fascinado, era um tagarela de mão cheia então fazia perguntas atrás de perguntas.

            — Chegamos – disse o Barão.

            Edward suspirou, arrumou sua cartola e pegou sua bengala. Usava um fraque escuro, com um contraste do colete cinza claro, usava luvas escuras também.

            Emmett não estava muito diferente, somente mudava a cor do colete que era em tom bege claro. Ambos estavam charmosos.

            Rosalie usava um vestido em tom de azul escuro sem muitas armações, seu cabelo estava preso em um coque com algumas mechas soltas em torno de seu rosto.

            O Barão tocou o sino da mansão e logo uma das criadas atendeu-os.

            — Boas noites senhores. – Esme os cumprimentou, logo os deu passagem para entrarem.

            Eles entraram na mansão, que agora estava um pouco diferente.

            — Vejo que minha irmã lhes deu muito trabalho – brincou Emmett ao visualizar todas as mudanças.

            Esme sorriu.

            — Mas que prazer vê-los! – A voz ecoou do alto da escada.

            — Marcus! Que bom revê-lo – O Conde o cumprimentou enquanto observava o homem descendo as escadas e uma criada atrás de si.

            Marcus os cumprimentou com um aperto de mão e ficaram a conversar. Tanya observava cada detalhe e não conseguia se controlar de tanta inveja que sentia de Isabella. Só havia visto a Baronesa uma vez, mas já possuía inveja do que ela conseguia fazer e como conseguia impressionar as pessoas.

            — Onde está sua esposa, Barão? – Tanya perguntou, com sarcasmo em sua voz.

            — Aqui estou, Condessa. – Isabella respondeu enquanto a observava do alto da escada. Desceu lentamente e procurou não encarar os olhos do Conde.

            Edward não conseguia desviar os olhos de Isabella, por Deus! Ela é linda!, pensou.  

            — Rose – Isabella a abraçou forte, amava tanto sua cunhada.

            Logo depois cumprimentou a Condessa sem a menor vontade. Cumprimentou também seu irmão e então a pessoa que menos queria cumprimentar...

            — Boas noites, Conde Edward Cullen...

            Aquele momento na mente de Edward foi como se existissem somente os dois. Os lábios vermelhos da Baronesa se moviam de uma maneira que o deixava sem fôlego. Encarou seus olhos verdes e se perdeu totalmente neles, era como se fosse um rio e nadasse nele sem destino.

            Isabella estremeceu ao perceber como o Conde a olhava, parecia querer lhe devorar a alma. Não podia negar que ele estava perfeitamente bonito, tão perfeito como jamais vira homem algum em sua vida.

            — Boas noites, mademoiselle. – O Conde disse por fim.

            Os outros conversavam tão alegremente que não perceberam a maneira que se olhavam, se percebessem, certamente Isabella teria problemas com certa Condessa.

            — Jasper, foi ótimo ter vindo. – disfarçou e cumprimentou o jovem.

            — Mademoiselle

            Isabella seguiu em direção a sala de jantar e os outros a seguiram. Abriu as grandes portas e lá estava a mesa preparada, os criados em volta esperando-os para servi-los.

            — Ótimo trabalho, Belle. – disse Emmett, fazendo com que Isabella o olha-se carinhosamente.

            — Belle? – perguntou o Conde.

            — Meu irmão me trata por Belle, um apelido carinhoso. – disse a Baronesa.

            Eles sentaram-se a mesa e foi servido o jantar. O Conde não conseguia tirar os olhos da Baronesa um minuto sequer, e ela fingia não perceber seus olhares.

            Isabella és perfeitamente linda, pensou o Conde enquanto deslizava seu olhar pelo corpo da mulher.

            Dentro de si as semelhanças chamavam sua atenção.

            Lembrou-se da mascarada do Bordel, aquela que nomeara como sua propriedade.

            — Ouvi dizer que a Baronesa toca piano tão bem que enamora a todos que a ouvem. – disse o Conde chamando a atenção de todos para ele.

            — Oui, monsieur.

            Edward sorriu.

            — Poderíamos ter o privilégio de ouvi-la tocando algo para nós?

            Isabella soltou seu talher e bebericou um pouco do vinho de sua taça.

            — É claro, Conde.

            Isabella tentou aparentar calma e franqueza, porém, dentro de si o nervosismo estava deixando-a sem ar. Mas que diabos estava acontecendo consigo?, pensou.

            Terminaram o jantar e Isabella não disse mais nenhuma palavra após o Conde ter falado consigo. Edward conversou um pouco com Marcus e Rosalie tentou puxar algumas palavras da Baronesa, mas sem sucesso.

            Eles se retiraram da sala de jantar e seguiram para a sala de estar para tomarem mais um pouco de vinho e continuar jogando conversa fora.

            Isabella sentou-se um pouco distante de seu marido, como sempre fazia.

            Emmett caminhava lentamente enquanto ouvia a conversa dos outros, observando cada pintura espalhada pela sala.

            Em um dos quadros estava a pintura de sua mãe, Kate Gregory Swan. Suspirou e olhou para sua irmã que estava bebendo um pouco de vinho enquanto parecia perdida em pensamentos.

            Isabella não tinha nenhum traço de Kate e lhe doía enganar sua irmã, fazendo-a acreditar que era filha legítima de Kate, sendo que era filha da rameira Reené.

            Procurou entre todas as pinturas e não encontrou a de seu pai, Charlie Swan.

            — Belle, onde está o quadro de nosso pai? – perguntou virando para encará-la.

            Todos pararam a conversa e seus olhares caíram sobre a Baronesa que estava com mais uma taça de vinho nas mãos.

            — Mandei os criados o levarem daqui. – respondeu friamente.

            Emmett a encarou incrédulo e com uma dor em seu coração.

            — Por que fez isso? – perguntou.

            Todos que estavam na sala sentiram o ar pesando. Perceberam que Isabella parecia não ouvir as coisas que seu irmão dizia.

            De repente, Isabella sentiu-se frustrada e levantou-se, ainda segurava a taça em sua mão.

            — Preciso de um ar, com licença.

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Sirenia – In Sumerian Haze

            Sua vida já era tão complicada e seu irmão queria complicá-la ainda mais com essas coisas de amor fraternal.

            Ela não amava seu pai, não havia razões de ter um quadro de alguém que não significava nada para si.

            Caminhou até a saída e encostou-se em uma das colunas que enfeitavam a frente de sua mansão, antes da escadaria.

            Bebeu toda a taça do vinho que lhe restava e ficou a olhar as estrelas, queria poder ser uma delas, pelo menos seria menos complicado e ainda poderia iluminar a noite das pessoas.

            Uma ironia de seus pensamentos, afinal, iluminava a noite dos homens, centenas de homens que passavam por sua vida sem saber quem era realmente.

            Respirou fundo, porém estava tão perdida em seus pensamentos que não ouviu passos lentos atrás de si.

            — Seu irmão está magoado pelo quadro.

            Isabella reconheceu a voz, porém não queria olhar para ele, tinha medo da fraqueza que ele encontraria em seus olhos.

            — Eu não ligo – respondeu.

            O Conde suspirou e se encostou a coluna ao lado de Isabella e também ficou a observar as estrelas.

            — Eu não conheço sua vida – começou, mas pausou a fim de detectar se Isabella iria ouvi-lo. — Tem coisas que fazemos e dói nas pessoas.

            Isabella soltou um riso irônico.

            — O senhor já feriu alguém? – perguntou.

            O Conde suspirou.

            — Sim, várias vezes.

            Isabella ficou em silêncio por algum tempo, o que estava acontecendo?, pensou, ela e o Conde conversando sem nenhuma indireta?

            — Eu sei ferir as pessoas porque me ensinaram da pior maneira como o fazia – disse por fim, antes de arrumar seu vestido.

            O Conde ficou com aquelas palavras em sua cabeça, e antes que a Baronesa se retirasse a segurou pelo pulso, fazendo-a encarar seus olhos.

            — Somos dois, querida.

            Querida, aquela palavra fez o coração de Isabella bater cada vez mais rápido, nunca ninguém a chamara daquela maneira que soou tão doce.

            Por incrível que parecesse aquilo mexeu com sua mente e sem pensar em nada deixou que seu corpo fosse prensado pelo corpo de Edward e se perderam em pensamentos e dúvidas.

            Edward aproximou seus lábios dos dela, suas mãos desceram para sua cintura e lentamente encostou seus lábios nos de Isabella.

            Isabella estava sem reação, porém não conseguia entender o que estava acontecendo que não conseguia negar-lhe um beijo.

            E foi quando sua mente gritou: NÃO!

            — Sua mulher está esperando-o, Conde. – disse rapidamente, se desvencilhando do aperto daquele homem.

            Assim subiu imediatamente para seu leito, não queria ver a mais ninguém, queria somente se perder em seus pensamentos.

            Edward bufou e socou a coluna de gesso com a mão direita.

            O que diabos estava acontecendo entre ele e aquela mulher?

Continua...


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Notas finais do capítulo

E aí meninas? o que estão achando? *-*

eeita... aproximação do Conde e da Baronesa, por aí vocês já puderam ver um pouco do passado da moça.

Bom, continuem lendo e comentando *-* principalmente as fantasminhas hehe!


Até o próximo,

xoxo, OllySwanBass.


@ollycarlos