O Milagre escrita por Beatte


Capítulo 5
Era pequeno mesmo!




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Manhattan, 2005      6 anos de idade

Eu tinha seis anos, e eu ia pra uma nova escola como minha mãe dizia. E não estava com medo, por que eu não tenho medo. Eu sou invencível, pergunte a minha mãe, eu perguntei e ela disse que sim. Nós saímos do carro e entramos num lugar esplêndido, grande com vários adolescentes cheios de minivulcões na cara e olhares maldosos. Minha amiga do prédio me contou o que eles fazem, e era terrível por isso não queria ter um irmão mais velho, eles são maus e perversos. A mulher de cabelo preto bonito levou agente até a área das crianças. Minha mãe abriu uma porta azul escandalosa e uma mulher obesa que me deu vontade de chorar atendeu. Ela não tinha dois dentes na frente, e o corpo dela era imenso.

- Eu não quero morrer amassada! - eu gritei quando vi a mulher rolar até a minha direção. Ela tinha cabelos ruivos o que me fez pensar sobre a questão de eletricidade perigosa, por que sinceramente ela parecia ter levado uma descarga elétrica antes de acordar. Ela me estendeu uma mão sorrindo e eu encostei com medo. Ela tinha a pele igual daquele alimento que a mamãe me falou hoje... Ah, sim a uva passa. A Baleia Uva Passa, conversou com a minha mãe enquanto eu observava o lugar. Era um... Como é o lugar que internaram o meu vizinho? Ah, sim, sim hospício. Ali sim era um verdadeiro hospício. Passei por uma porta e vi um bebe sem dentes quebrar a cabeça da Barbie e rir, os olhos do bebê homicida brilharam com o prazer da vingança o que me fez arfar. O corredor arejado tinha várias portas. Na segunda porta, vi uma criança chorar enquanto uma moça com ar de tédio tirava a fralda das partes inferiores do bebê e de lá retirar uma substância marrom. Mas o curioso é que a substância marrom não parava de sair , era uma erupção ao vivo. A mulher desesperada não sabia o que fazer. Na terceira porta, vi um menino mais velho berrar:

- Xixi... Ah... Vai sai... ah.... Tá... ah... Saindo! - ele disse e foi pra frente da sala de costas, onde todos admiravam de longe um mural que parecia ser acabado de ser feito. Observei o menino molhar todo o mural numa rajada - ele devia trabalhar num lava-jato suas habilidades realmente eram impressionantes. Vi o papel murchar e a decepção da professora. A Baleia Uva Passa andava conversando com a minha mãe, e na quarta porta ela abriu uma porta amarela e sorriu pra eu entrar. Beijei o rosto da minha mãe e entrei. A professora tinha a idade da minha avó, tinha cabelos brancos e olhos negros mais uma verruga bem nojenta na ponta do nariz, e quando ela sorriu vi que tinham todos os dentes o que era bem improvável nessa idade.

- Oi, benzinho. Qual é o seu nome?Se apresente pra turma, por favor - ela disse com uma voz exageradamente doce. O quê ela tá pensando eu só tenho seis anos!

- Kristin Parks, tenho seis anos, e me mudei pra Manhattan há pouco tempo. - eu disse como se isso bastasse e percorri meus olhos pelos seis alunos de lá sorrindo.Todos em deram oi , e eu me sentei.Tinha gravado o nome de todos Emily , Paul , Jacob , Kate , Samantha e Jack. Emily tinha cabelos loiros cheios, o rosto branco redondo, era pequenininho e usava óculos rosa. Paul tinha cabelo preto espetado, era moreno e tinha lábios rosados, Jacob, era branco, com olhos azuis e cabelo loiro, Jack, tinha cabelo preto ondulado, olhos verdes, e pele bronzeada - era ''o'' aluno.

                                                        -/-

- Ei, Jack, vamos fazer uma aposta?- Jacob disse.

- Tudo bem. Meu pai faz isso o tempo todo - Jack respondeu dando de ombros enquanto brincavam de carrinho.

- Eu não, minha mãe diz que é errado. - Paul disse e saiu correndo se despedindo dos amigos.

- Como vai ser a aposta?- Jacob indagou perverso.

- Eu vou chamar a professora de baleia. - disse Jack perverso.- E vamos ver se ela me bota de castigo.

- Isso aí! Você é maligno - Jacob exclamou e Jack deu uma risada do mal.

- O.k , se eu falar mal e ela não me deixar de castigo você vai ter que beijar a cocha do Goiaba - Jack disse , imaginando o Jake beijando a cocha do gordo suado, enquanto ria olhando a cara do Jacob.

- E se ela te deixar de castigo, você vai ter que baixar as calças na frente das garotas. - Jacob disse sorrindo perverso.

- Tudo bem. - Jack disse na sua inocência de seis anos - Mas, você viu a aluna nova? A Kristin? Ela é estranha...

- É uma estranha bem bonitinha... - Jacob completou e eles voltaram a falar asneiras.

                                                       -/-

Eu conversava com as garotas. Emily era meiga, inteligente, Sam era escandalosa e meio burrinha. Eu acho que me senti mais a vontade com a Emily. Eu estava olhando pros meus sapatos e ouço as meninas gritando e virando as caras , quando olho pra frente vejo aquele menino o Jack , ele havia baixado as calças, eu só dei de ombros e disse:

- Já vi maiores.

- Quê? - ele perguntou rindo e levantando as calças, sem nenhum pingo de vergonha.

- Já vi pintinhos maiores, desculpa dizer mais o seu é bem pequenininho. - eu disse olhando pra cara dele , que parecia surpresa.

- Isso é bom ou ruim? - Jack perguntou. Eu sorri perversamente.

- Se alguém tentar chutar, você não irá sentir nada provavelmente. - eu disse tentando analisar o lado positivo da situação enquanto ele sentava no meu lado com uma das sobrancelhas arqueadas.

- Isso é bom, você não vai contar isso pra ninguém né? - ele perguntou esperançoso.

- Claro que não - eu respondi. Sai correndo gritando.

- O Jack tem um pintinho pequenininho, o Jack tem um pintinho pequenininho... - berrei isso o dia inteiro, e com certeza Jack me odiou o dia inteiro, mas pelo menos ele era o cara mais comentado da creche. Poxa! Eu fiz um favor pra ele!


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