Pain Of The Darkness, Light Of Love escrita por Rose Ivashkov


Capítulo 37
Capítulo 37 – Formatura ou noivado?




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A um dia da formatura e Rose ainda estava de pijama em sua cama agarrada ao seu psi-hound, pensando que não tinha a menor vontade hoje de ir à festa. Ficou olhando para o seu vestido preto, longo e lindo e pensando que combinaria muito bem com o smoking de Adrian, mas se lembrou de que ela não teria par para o baile essa noite e isso a desanimou. Ouviu uma leve batida na porta.

“Vá embora...” Rose disse bem baixinho.

“Sou eu querida. Tatiana. Abra a porta pra mim.” Rose sentiu seu coração disparar e pensou que talvez Adrian estivesse com sua tia. Tatiana, parecendo adivinhar seus pensamentos, emendou. “Eu estou sozinha. Ele não está aqui.” Rose suspirou. Aquilo a decepcionou. Ela até que queria que ele estivesse ali. Resolveu abrir a porta.

Tatiana entrou e Rose a reverenciou. Tatiana colocou a mão em seu ombro para que ela não o fizesse e a puxou num grande abraço e Rose foi inundada com uma sensação de conforto. Tatiana a afastou e a olhou nos olhos.

“Querida, você parece péssima. Precisa se animar, é a sua formatura! Daqui um mês você estará em Harvard! E isso é uma grande conquista. Se anime, vamos!” Rose esboçou um sorriso, mas seu coração estava apertado.

“Sabe, Majestade...”

“Me chame de Tatiana... ou tia se preferir... eu até que prefiro!” Tatiana sorriu e Rose também.

“Tia, eu amo muito o Adrian, mas acabei dizendo coisas...” Tatiana a interrompeu.

“Eu sei querida, eu sei. Adrian me contou e também contou de todas as suas tentativas de fazê-lo aceitar a ir para Harvard e terminar seu curso. Contou-me das aulas de Braille, de como você o ajudou com seu elemento, do quanto você tem sido boa e justa com ele. Ele me contou de como você tem sido paciente e como ele te irritou, até que você se perdeu e acabou terminando com ele. Ele me contou tudo isso. E Mikail me contou o que houve depois. Não fique brava com ele, eu o obriguei a me contar... Compulsão. Não sou a melhor nisso, mas sou boa, acredite. No meu cargo, eu preciso ser.!” Ela sorriu e Rose baixou a cabeça e chorou baixinho.

“Sabe, às vezes as coisas tomam uma proporção muito grande e não conseguimos dominar nossas emoções. Às vezes, tomamos atitudes que pensamos que vai consertar algo, mas acaba estragando mais. Você é teimosa... Adrian é teimoso... Não é dessa forma que vão resolver as coisas. Ambos têm que ceder e ele está disposto a ceder. Você está?” Rose olhou para ela, com os olhos ainda cheios d’água, tentando digerir tudo o que ela disse.

“Ele... ele está disposto a ir para Harvard comigo? Ele está disposto a tentar?! Sério?” Tatiana assentiu e Rose se jogou nos braços dela e ria e chorava. “Mas ele está disposto a me perdoar pelo que eu disse ontem?”

“Ele ficou muito ferido por você tê-lo chamado de perdedor, de covarde, mas ele entendeu que o que você quis dizer é que as atitudes dele é que demonstravam isso...”

“Exatamente! Ele é o cara mais corajoso que eu já conheci. Ele é inteligente e eu acho um desperdício ele não concluir seus estudos por conta de seu problema. No mundo humano tem tanta gente que faz um monte de coisas... Eu li na internet que existe até Olimpíadas para deficientes e ele não quer saber de nada disso. Isso é muito frustrante. Ele valoriza muito mais seus problemas do que suas vitórias, suas qualidades. Eu consigo entender ele porque durante as aulas de Braille e instrução para se tornar um pouco mais independente, incluem andar sozinho, tomar banho sozinho, todas essas coisas e eu faço essas aulas com ele, na mesma condição que ele, já que uso uma espécie de óculos que é de tecido escuro e que também me deixa privada de qualquer sentido visual e é muito duro agüentar isso. Nem posso imaginar como ele suporta, tia!” Tatiana ficou olhando para Rose, comovida, pois essa parte das aulas ela não sabia. Rose foi pegar o tal óculos para Tatiana ver e deu em sua mão.

EXEMPLO:  

“Quer tentar? É muito estranho, já vou avisar, mas vale à pena ficar duas ou três horas por dia com isso e tentar fazer as coisas. É uma ótima forma de nos colocarmos no lugar dele...” E colocou em Tatiana, que arfou e se agarrou na cadeira. Rose lhe deu uma bengala e ela segurou. “Se levante agora e tente andar pelo quarto. sozinha, prestando atenção onde está a minha voz. Boris, não saia da cama.” Rose trancou a porta do quarto e caminhou até o outro lado do quarto, onde há uma pequena cozinha improvisada. “Pode vir tia. Caminhe na minha direção. Na direção da minha voz.” Tatiana se levantou e tentou mesmo seguir a voz de Rose, mas pela falta de sentido visual, ficou completamente desorientada.

“Rose, eu... ai meu Deus!!!!! Eu estou enjoada. Parece que estou tonta. Acho que vou vomitar.”  Tatiana ficou pálida. Ela estava completamente desorientada e não sabia mais onde estava dentro daquele quarto. A falta de orientação espacial estava deixando-a muito, cada vez mais desorientada quanto onde estava. Rose percebeu e se lembrou da primeira vez que usou o tal tampão. Ainda se sentia incomodada com as aulas com Adrian, mas tentava esconder isso com todas as suas forças.

“Fica calma! É assim mesmo da primeira vez ou talvez até da vigésima, mas respira fundo e venha na direção da minha voz com cuidado. Presta atenção somente na minha voz e teus outros sentidos vai te ajudar a te guiar e a bengala vai te ajudar a não bater em nada.” Mas Tatiana só conseguiu ir até a porta do closet que ficava do outro lado de onde Rose estava, onde bateu a bengala, e pediu desculpas a Rose, acreditando que tinha batido nela. Já muito enjoada, pois sentia que o quarto rodava, já que não conseguia ver nada, acabou vomitando ali mesmo. Rose correu para socorrê-la, retirou os óculos e quando viu, Tatiana estava em prantos. Abraçou Rose.

“Obrigada querida... muito obrigada por tudo... muito obrigada por me mostrar o mundo de Adrian, o quanto é difícil pra ele, o quanto ele sofre em silencio e o quanto você tem se esforçado para se colocar no lugar dele e ajudá-lo... Obrigada... obrigada... obrigada...” Ela chorava baixinho ainda abraçada com Rose quando Mikail bateu à porta.

“Está tudo bem aí, docinho?”

“Sim, tudo bem, mas quero ficar sozinha um pouco com a Rainha, Mika!” Ele sorriu ao ver que ela não estava sozinha e saiu dizendo que iria pedir a alguém para servir o café da manhã no quarto. Tatiana olhou para Rose e agradeceu mentalmente por isso.

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Adrian estava em seu quarto, ansioso, andando de um lado para o outro, sem saber por que sua tia demorava tanto. Quando ela abriu a porta, ele ficou parado esperando e viu que a aura dela estava estranha. Ela o abraçou fortemente e chorou. Ele ficou desesperado, sem saber o que estava acontecendo, pensando que algo muito ruim pudesse ter acontecido com Rose.

“Ahhh querido!!! Eu nunca imaginei como era difícil pra você, filho. Me perdoe pelas vezes que eu perdi minha paciência nos seus ataques de fúria e revolta. Agora eu entendo o que é não conseguir ver nada. Eu fiquei sem ver nada por cerca de dez minutos e achei que não conseguiria nem sequer respirar... me perdoe, filho. Rose ... ahhh... ela me mostrou o quanto é difícil pra você... porque você não me contou que ela fazia aulas de orientação com você querido! Ahhh filho, ela te ama tanto... Meu Deus!!!” E chorou. Ele a abraçou e chorou também, se lembrando de todos os seus momentos ruins de quando realmente passou a não ver nada, exceto auras e o quanto a escuridão da cegueira pode ser desconcertante.

“Tia, tudo bem, eu já me acostumei. Agora que não fico vendo auras o tempo todo é mais fácil. Embora a escuridão completa seja muito estranha no começo, porque você não tem como se orientar de forma alguma a não ser pelos sons, fica mais fácil se acostumar com ela. Sem contar que os outros sentidos ficam mais aguçados, então, está tudo bem. Afinal, eu só tenho essa opção mesmo e tenho que me adaptar. E no final das contas, com a ajuda de Rose com suas aulas e seu apoio, as coisas tem ficado mais fáceis mesmo. Não se preocupe. Agora se eu perde-la, não sei como vai ser, mas acho que fora a dor que eu estou sentindo, com relação ao fato de eu não poder ver, vai ficar igual.” Tatiana acariciou seu rosto.

“Ela está arrasada. Péssima mesmo e muito arrependida. Ela achou que daquela forma, seria um bom jeito de te pressionar e no final das contas, parece que funcionou, né? Enfim, ela quer te ver, disse que te ama e sente sua falta e de fato, ela te ama filho. Vá até lá, pegue-a para levá-la ao baile na hora marcada que ela estará pronta e te esperando.” Ele sorriu e uma lágrima solitária escorreu de seu olho.

“Obrigado tia. Te amo sabia? E acho que nunca te disse isso, né?!” E a abraçou forte.

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“Aiiii, Lissa, ta doendo! Você quer me deixar careca, é?!” Lissa riu.

“Não Rose, só quero te deixar perfeita. Dois dias sem pentear esses cabelos enormes não ajuda em nada e seus cachos têm que ser perfeitos. Essas suas olheiras também não estão ajudando. Já passei duas camadas de corretivo e nada. Affffffffff... como você pôde ficar tanto tempo chorando e sem se alimentar direito hein mocinha?!” Rose revirou os olhos e bufou.

“Lissa, o Adrian não pode me ver, portanto, não pode ver minhas olheiras e nos sonhos ele me vê do jeito que ele preferir... então, fica calma e chega de corretivo. Está ótimo.” Nisso, Janine entra no quarto.

“Nossa filha, ainda não cobriu essas olheiras????”  Lissa dá uma gargalhada e Rose bufa mais uma vez. Janine logo pega seu corretivo de dentro da bolsa e passa mais uma camada nas olheiras e Rose o que a faz bufar mais ainda e Lissa rir ainda mais.

Depois de mais de duas horas de estica aqui, enrola ali, corrige acolá, Rose está pronta. Pronta e maravilhosa! Ela está usando um belo vestido preto que marca suas curvas, seus cabelos soltos e com cachos perfeitos, pois ela sabe que Adrian não gosta de seu cabelo preso. A maquiagem está bem mais acentuada nos olhos para ressaltá-los e na boca, um rosa bem discreto que deixou seus lábios parecidos com botões de rosa, sedosos e delicados.

Lissa usa um vestido azul muito charmoso, com linhas clássicas, digno de uma Princesa, que faz com que destaque seus olhos também azuis. Janine está usando com um belo vestido verde, que também marca suas linhas suavemente que são perfeitas. Seus cabelos estão presos num lindo coque clássico que destaca as maçãs de seu rosto, assim como Abe gosta.

Rose ouve uma batidinha leve na porta e logo pensa: É ele!!! Aimeudeus... Aimeudeus... Ela abre e seu coração dispara. Adrian usava um smoking muito bem cortado, clássico, com uma faixa e gravata preta e tinha um sorriso meio de lado nos lábios.

“Oi Pequena Turca. Vim te pegar para o baile. É importante, porque também é a sua formatura e depois nós vamos para Harvard! Está pronta?” Ela pulou no pescoço dele, quase o derrubando, já que não esperava que ela o fizesse e o beijou loucamente como se aquele momento fosse o ultimo deles. Sua mãe que estava na porta, limpou a garganta, o que a fez soltá-lo.

“Filha, desse jeito você vai desmanchar o cabelo e rasgar o vestido.” E deu um sorriso para Lissa. Um sincero sorriso ao ver a alegria de sua filha. É... acho que vou ter mesmo que aceitar esse rapaz como genro... ela o ama e eu não tenho o direito de interferir mais... Sorriu consigo mesma e saíram para o baile.

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Eles se sentaram à mesa real. Abe, Janine, Lissa, Christian, Rose, Adrian e outros conselheiros e membros da realeza. Rose se divertia com seu amado, dançaram e na hora da entrega dos diplomas, Adrian era só sorrisos, pois estava muito orgulhoso de sua futura esposa.

Houve um momento em que a banda que tocava parou e Adrian se ajoelhou no meio do salão, pegou a mão de Rose, abriu a caixinha que estava em seu bolso. Ela começou a chorar antes mesmo dele abrir a boca. Ela não acreditava no que estava acontecendo.

Houve um silêncio no local e alguém deu um microfone para Adrian.

“Rose, você é uma princesa de uma linhagem rara. É uma jóia rara, tão rara que é única. Única pra mim, acredito que única para todos que a conhece. Quero ter o privilégio de envelhecer ao seu lado, ver nossos filhos crescerem e nossos netos também. Me dê essa honra e se casse comigo?” Rose estava em prantos agora e Adrian também. Mas eram lágrimas de alegria. Ela se ajoelhou ao seu lado e sussurrou no seu ouvido.

“Sim!” Ele colocou o anel no seu dedo e se beijaram e todos aplaudiram e foi um momento único. A banda tocou uma linda música que não era romântica, mas era daquela forma que ambos se sentiam e a festa que era para ser uma simples formatura, virou uma linda festa de noivado.


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Notas finais do capítulo

Essa é a musica citada e as roupas dos personagens.
Espero que gostem.
E Espero que tenham gostado do capitulo.
http://www.youtube.com/watch?v=P8a4iiOnzsc
http://www.polyvore.com/cgi/collection?id=2141265&.locale=pt-br



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