Pain Of The Darkness, Light Of Love escrita por Rose Ivashkov


Capítulo 30
Capítulo 30 – Mais um pouco da História de Adrian


Notas iniciais do capítulo

Então... Neste capitulo vocês entenderão melhor a revolta de Adrian com relação à sua deficiência... suas inseguranças... Sabendo um pouco mais da história dele.Foi feito com carinho.Espero que gostem!Bjs.



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Rose deixou Adrian dormindo em seu quarto, depois de lhe obrigar a tomar um chá de ervas e da chegada de Dimitri. Ele parecia estranhamente taciturno e mais sério que o normal. Ela fechou a porta do quarto e lágrimas ainda brotavam de seus olhos. Dimitri a observou e viu a tristeza em seu semblante.

“Rose, você pode me dizer o que houve?” Ele fingiu não saber. “Porque você está chorando? Vocês brigaram de novo?” Ela abanou a cabeça, emanando ódio até pelos poros.

“Eu vou matar aquela vadia... Aquela megera... Aquela... Bruxa do Leste!!!” Ela falou baixinho para Adrian não acordar. “Janine Hathaway Mazur já era! Vou mata-la, me entregar para a Rainha e contar o que houve hoje... Talvez o Conselho nem me condene...” Sua voz era baixa e cortante. Havia tanto ódio, tanta frieza e dor naquelas palavras que Dimitri se encolheu. Ele sentiu medo. ‘Se ela soubesse do que o seu elemento é capaz...’ Ele pensava. Rose percebeu o
medo dele e o olhou assustada.

“Você... Você está... Com medo de mim?!” Ele ficou desconcertado. ‘Malditas auras...’ Ele pensou.

“Não!!! É que você não pode falar assim Rose... Ela é sua mãe e seja lá o que ela tenha feito...” Rose analisou sua aura e soube.

“Você sabe o que aconteceu!!!” Era uma afirmação convicta dela. “Meu pai te contou...” Ela parecia decepcionada, mas não se ofendeu. ‘Ele só ficou preocupado, Rose. Se acalme.’ Dimitri deu um sorriso sem graça e assentiu. Rose então compreendeu sua apreensão.

“Não se preocupe, Dimitri, Adrian está dormindo agora e não bebeu nada. Nem eu! E bem que eu gostaria... Mas, enfim... Eu só mandei preparar um chá de ervas orientais para acalmá-lo, afinal, a bruxa megera da minha mãe o deixou pra lá de envergonhado com aquelas perguntas ridículas que você deve ter sabido por meu pai.” Dimitri assentiu. “Mas ela vai me pagar!!! E depois que ele se acalmar, eu vou ver o que posso fazer a respeito. Cuide dele pra mim? Ele deve dormir por algumas horas e mais tarde eu volto. Diga-lhe que me espere.”

Dimitri estava abismado com a determinação daquela garota. ‘Mas o que será que ela quis dizer com EU VOU VER O QUE POSSO FAZER A RESPEITO???? Sei lá, ela está meio maluca com toda essa história...Vai saber?! Só espero que ela não mate mesmo a mãe, coisa que ela poderia fazer só com compulsão... Não necessariamente matar, mas matar o cérebro inútil e fútil daquela dondoca... Afff! Que mulherzinha insuportável!’ Ela lhe deu um abraço e saiu, rindo da dúvida que colocou na cabeça daquele guardião. ‘Será que ele
acha mesmo que eu vou matar a megera??? Bem que eu gostaria, mas meu pai a
ama!!!  Fazer o quê?! Tem gosto para tudo!!!’


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“Liss, eu posso falar com você... Em particular???” Disse Rose olhando para um Christian que não ficou nada satisfeito com o que ela disse.

“Rose, nós somos amigos!!! Você não confia em mim? Eu poderia te ajudar... Seja lá no que estiver tramando!” Ela olhou para ele e viu sinceridade em suas palavras. Eça também viu afeto.

“Okay, Chris, mas o que eu vou dizer é segredo. Preciso da ajuda de vocês para umas pesquisas...” E falou o que tinha em mente. A reação deles eram bem distintas. Christian estava tão surpreso que mal conseguiu disfarçar. Lissa estava tão feliz que mais parecia aqueles feijões saltitantes, dando literalmente saltos de empolgação. Mas eles tinham um sentimento em comum em relação à Rose, mais ainda do que já sentiram antes: ADMIRAÇÃO!

“Então, por enquanto, obrigada. Agora eu tenho que falar com a Rainha. Marquei uma audiência com ela e já estou quase em cima da hora. Tchau! Vejo vocês no jantar, se eu conseguir levar Adrian a algum lugar.” Lissa achou estranha aquela afirmação de Rose e depois se deu conta que ela não contou como foi o almoço com seus pais.

“Rose, porque não pedimos o jantar aqui ou no seu quarto? Acho que ele se sentiria mais à vontade. E, a propósito, como foi o almoço em família?” Lissa notou a evidente contrariedade no rosto de Rose, assim como Christian.

“Tem razão Liss, no meu quarto então??? E por favor, não toque no assunto almoço em família perto dele! Até às oito, então.” Foi só o que ela disse e saiu sentido gabinete da Rainha. Lissa e Christian se olharam.

“Ai Chris, o que será que deu de errado com o almoço, para a Rose falar daquele jeito???”

“Liss, no mínimo aquela antipática Lady Dondoca fez algum desaforo com a Rose... Elas não se bicam mesmo e...”

“Mas elas fizeram as pazes, Chris. Ontem! Não é possível que a Lady Mazur estragou tudo de novo?! Gente, qual é o problema daquela mulher!?!”

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“Rosemarie, querida, entre!” Tatiana a puxou em um abraço. Ela mal podia se conter da felicidade que estava sentindo porque sabia que Adrian e Rose estavam bem.

Rose só pensava: ‘Quando ela souber o que a megera Mazur fez com seu sobrinho neto, ela vai é mandar exterminar a minha família...’ Mal sabendo que Tatiana já sabia. A pedido de Abe, que temia pela reação de Adrian, Dimitri falou com Tatiana.

“Majestade!” Rose a reverenciou.

“Sente-se filha. Por que você está tão séria?”

“Majestade, estou aqui para narrar o que houve hoje no almoço com meus pais em que eu levei Adrian...” Suas lágrimas já brotavam, se lembrando do que a sua mãe fez. Tatiana lhe deu um leve sorriso, nada feliz, diga-se de passagem, nem mesmo deixando que Rose continuasse. Era mais que óbvio o sofrimento dela e Tatiana sabia que era por causa de Adrian. Da dor dele.

“Eu já sei o que houve, filha...” Tatiana disse com compaixão na voz. Rose a olhou assustada.

“Co-como???” A voz de Rose era só pavor.

“Não importa, querida. O que importa é como você o defendeu e cuidou dele pra mim. Adrian é o filho que eu nunca tive e saber que tem alguém disposta a fazer o que for preciso para vê-lo feliz é muito, muito importante!”

“Então... Então a senhora não me odeia??!!” A Rainha riu.

“Como eu poderia, filha?” Rose sorriu e a apreensão que sentia desapareceu. Resolveu então falar logo do que tinha em mente.

“Majestade, wu tenho uma proposta para o Adrian, mas primeiro estou fazendo umas pesquisas. Como eu sei que vou conseguir de alguma forma, encontrar o que eu quero, o que eu preciso da senhora é o seu apoio.” Tatiana viu a seriedade daquelas palavras e logo se interessou.

“Prossiga, querida.” E Rose lhe contou sua ideia. Os olhos de Tatiana brilhavam de alegria. Depois que Rose terminou de falar, Tatiana a puxou num daqueles abraços de urso e com os olhos cheios de lágrimas, deu-lhe um beijo na testa. “Pode contar comigo, querida! Obrigada Rosemarie!”

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           Depois de muito argumentar e mimar Adrian, Rose conseguiu convencê-lo de ir ao seu quarto para jantar.

“Ah... Meu amorzinho...” Rose arrulhava para Adrian, enchendo-o de beijinhos. “Por favor... Somos só nós... Dimitri... Mika... Liss... Chris... Você e eu! Vamos!!!” E o enchia de beijinhos de novo. Por fim, ele deu um sorriso tímido.

“Tudo bem, você venceu! Aliás, estou começando a achar que você sempre consegue o que quer...” Ela sorriu e o beijou.

“Obrigada.” Ela disse e torceu profundamente que ele estivesse com a razão. Só assim ela conseguiria levar seu plano adiante.

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Dimitri e Mikail pareciam ter se entendido e conversavam. A admiração de Dimitri por Mikail era tão palpável que Mikail fez questão de dar-lhe atenção, mas acabou percebendo que a atenção de Belikov estava dividida. Ele percebeu os olhares que ele dava em sua irmãzinha.

“Belikov, ela o ama!” Disse indicando Rose e Adrian. Dimitri assentiu.

“É, eu sei!” Ele disse e Mikail riu.

“Então, porque você a olha dessa maneira?” Dimitri suspirou.

“É tão óbvio?” Mikail assentiu. Dimitri não respondeu e baixou a cabeça. Pensou e pensou. Mikail esperou.

“Sabe, guardião Tanner...” Dimitri falava baixinho, para que as outras pessoas não tivessem como ouvir o que ele dizia. “Eu tenho vinte e quatro anos de idade e durante toda a minha vida, tudo o que eu fiz foi tentar me tornar um excelente guardião.” Mikail assentiu.

“É... Eu sei bem o que é isso...” Mikail falou.

“Então, eu fui designado para Adrian, pois eu não tinha um protegido fixo e, por minha escolha e ajuda digamos, política, fazia parte da guarda de St. Basil, na Rússia. Eu me destaquei muito, mas na verdade preferi ficar perto da minha família e por isso, fiquei na Academia onde me formei, mas soube da história de Adrian, do ataque que vitimou a sua família e a ele e a Rainha estava muito triste e chateada e queria, a qualquer preço, a qualquer custo, manter a segurança de seu único sobrinho neto. Se vocês o acham difícil hoje, que ele ainda tem um pouco de independência, sabe lidar com a bengala, consegue se servir de alguma bebida e já aprendeu a se vestir, tomar um banho sozinho, entre outras coisas, imagine quando eu assumi a sua guarda??? Quando eu o assumi, ele ainda estava no hospital e ainda enxergava. Muito pouco, na verdade, mas podia ainda distinguir formas e pessoas. Ele estava perdendo a visão gradativamente e ele já sabia disso e sabia que não tinha volta. Os médicos lhe contaram. A Rainha encontrou uma usuária de espírito, mas não resolveu e ela disse que como a cegueira era rápida e iminente, ela não poderia curá-lo. Doenças crônicas são impossíveis de curar com magia e ele, como usuário e espírito já sabia disso. Não havia o que ser feito, mas até lá, ele poderia se sentir mais confortável usando óculos, até para aprender a usar a bengala que ele estava dependente, devido a sua baixa e cada vez mais baixa visão. Mesmo com os óculos, por causa das auras. Coisa que ninguém sabia. Ele ficou muito, mas muito revoltado com tudo e sempre se culpava pela morte de seus pais, dizendo a si mesmo que foi um covarde e que não pode curá-los, mas a verdade é que ele estava muito ferido e jamais seria capaz de curá-los.” Mikail se lembrou de quando Rose trouxe Boris de volta à vida e do estado em que ela ficou depois disso. Dimitri tomou um pouco de vodka e continuou.

“Sempre Adrian se irritava com tudo! Quebrava coisas, cada vez que se frustrava por não conseguir comer ou beber alguma coisa sozinho, ou quando eu entrava no banheiro para ajudar-lhe a tomar banho, ou quando andava pelo seu quarto e esbarrava nas coisas. A Rainha tentou que ele fizesse aulas de Braille para continuar a faculdade, mas ele se negava. Era um horror! Você não tem ideia do que esse rapaz sofreu... E fez a todos à sua volta sofrer também... As suas crises de depressão... Enfim, antes de tudo acontecer, ele cursava Direito e era um aluno brilhante! Atleta, era zagueiro do time de futebol americano da universidade. Patinava... A cegueira para ele foi pior que a morte e juntando a morte dos pais... Bem, ele surtou! Passou a fazer terapia e uso de medicamentos, mas começou a beber e em uma noite, se eu não percebo que algo estava errado, ele teria se matado, jogando-se de uma das janelas de seu quarto que ficava no vigésimo quinto andar. Por isso, a Rainha o convenceu a morar na casa dela. Ele ainda mantinha seu apartamento naquela época.”  Dimitri abanou a cabeça,
narrando tudo como se tivesse revivendo cada uma daquelas passagens e Mikail
estava chocado. ‘Meu Docinho não me dá sequer um doze avos do trabalho que Adrian já deu a Belikov!!!’

“Por fim, ele abandonou a terapia e a medicação e ficou com a bebida. A Rainha nem sabia mais o que fazer e houve o ataque à Saint Vladimir e viemos para cá, para ela demonstrar a consideração àqueles que se foram ou se feriram no ataque e solidariedade a todas as famílias, proporcionando essa festança toda que houve. Ah... Sem contar o ostracismo, o afastamento, os muros de proteção que ele construiu em torno de si. Demoramos quase um ano para descobrir que ele ainda podia ver auras mesmo depois de cego! E isso, o perturba profundamente... às vezes, fica tão confuso para ele a inundação de auras, que ele chega a vomitar.” Dimitri parou de falar e refletiu por algum tempo. Mikail respeitou o seu tempo e nada disse. Ele entendia que Dimitri precisava de falar sobre aquilo. Parecia que o estava sufocando. Mikail descobriu que agora, ele tinha mais um amigo.

“Sabe, guardião Tanner, eu nunca tinha o visto tão feliz, tão leve como agora. Então, se o que você quer me perguntar é se estou apaixonado pela Princesa Mazur... Rose, como ela gosta de ser chamada, a resposta é sim! Eu nunca amei ninguém e eu a amo desde a primeira vez em que a vi... E olha que ela queria atear fogo em mim!!!” Agora seu olhar era sonhador e esboçava um sorriso, mas não chegava aos olhos. “Mas se você me perguntar se eu lutaria por ela ou ainda se ela me quisesse, se eu ficaria com ela, a resposta é não! Não, porque eu sei que ela é o primeiro amor de Adrian... Não, porque eu sei o quão bem ela faz a ele.” Mikail ouviu tudo atentamente e ficou mais que boquiaberto com a lealdade e o carinho de Dimitri por Adrian. 

“Adrian, pra mim...” Continuou Dimitri. “Hoje, é mais, muito mais que um protegido. Ele é o meu irmão mais novo, meu melhor amigo. Eu GOSTO de cuidar dele! Adrian é uma das pessoas mais sensíveis que eu já conheci. Ao mesmo tempo que ele pode ser duro, desagradável, mal educado, cortante como uma adaga, ele pode chorar como um bebê! Ele é amigo, leal e generoso.” Mikail o interrompeu.

“E eu estou feliz com a sua lealdade a ele.” Ele sorriram e admiraram mutuamente, os dois casais que ali estavam , conversando e sorrindo há alguns metros deles, se beijando e rindo das piadas sarcásticas de Christian e dos comentários afiados de Adrian.


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Notas finais do capítulo

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