Rose chegou ao seu quarto e não conseguia dormir de
tão eufórica que estava. Tomou um banho quente, já que a noite estava bem fria,
colocou uma camisola de malha e mangas compridas e meias. Deitou-se e dormiu
quase que imediatamente. Abriu novamente os olhos e percebeu que estava
sonhando.

“Ela
estava no mesmo banco onde levou Adrian, naquela noite, mas estava calor e era
uma linda noite (para os humanos e dia para os vampiros) de verão com direito a
lua cheia e céu estrelado.

Adrian
usava uma bermuda branca e uma polo azul claro. Ele estava lindo!

“Nossa,
mal pude esperar! Você demorou a dormir...” Disse ele com um jeito meio
ansioso, Rose notou e sorriu, indo se sentar em seu colo. Ela ainda estava de
camisola e quando ele viu a estampa do Donald na parte da frente e o bumbum do
personagem na parte das costas da camisola que ela usava ele riu.

“Você
dormiu assim?! De camisetão e meias?!” Disse em tom de deboche. Riu muito, mas
muito sexy!!! Rose enrubesceu.

“Você
bem que poderia me colocar uma roupa de verdade... Afinal, você quem me trouxe
aqui!” Ele riu mais, percebendo o constrangimento dela por estar de trajes de
dormir, diga-se de passagem, nada sexy.

“É
que eu queria ver como você dormia e...” Ele baixou a cabeça.

“E...”
Ela riu. “Fale meu amor!” Ele a olhou confuso com o final da frase.

“O
quê?”

“Meu
amor... Meu amor em turco.” Eles sorriram.

“Eu
queria te pedir uma coisa... Queria que você me mostrasse o seu vestido do
baile.” Sorriu meio sem graça. “É que a minha tia, o Dimitri e todos os homens
presentes disseram que você estava tão linda quanto uma deusa do Olimpo e as
mulheres estavam a ponto de um surto coletivo de inveja e...” Ela acabou nem
registrando o resto do que ele disse.

“Como??!!
Você quer que eu me troque para dormir???!” Ele deu uma gargalhada. Ela nunca
tinha ouvido ele rir assim. Era uma risada tão rica, tão cheia de vida...

“Não
pequena turca. É só você se ver, pensar em como você estava ontem. Como se
estivesse olhando num espelho. Tente. É fácil.” Ela sorriu e se lembrou de como
se viu antes de sair do quarto. Adrian arregalou os olhos e arfou. Alto! Os
seus olhos se encheram de lágrimas e luxúria. Ela se olhou e sorriu,
murmurando.

“Eu
consegui...!!!” Adrian ainda estava calado e agora, parecia sombrio. Rose ficou
preocupada.

“O
que foi Adrian? Você não gostou? Eu achei tão bonito... Foi meu pai quem me
deu.”

“Não.
É... É lindo! Não é nada...”

“Nada?!
Então porque você está com essa cara?!” Ela estava confusa.

“É
que...” Ele parecia perturbado. Passou a mão nos cabelos nervosamente e Rose
não conseguia entender o que estava acontecendo, perdendo a concentração e
novamente voltando para sua camisola. Ele sentou-se na grama e ela sentou-se ao
seu lado, esperando. Pegou as mãos dele entre as suas e ele suspirou.

“É
que eu sempre, SEMPRE serei o último a vê-la arrumada... Isso... Ah! Merda! Eu
não sei se posso aguentar!” Ele enfiou a cabeça entre as mãos. Rose deitou-se
na grama e o puxou com ela, colocando-se de lado.

“Adrian,
olhe para mim!” Exigiu e ele obedeceu com relutância.

“Você
não tem que se preocupar com isso. Saiba que enquanto estivermos juntos e pelos
meus planos isso quer dizer SEMPRE...” Ele sorriu de leve. “Eu sempre estarei
me arrumando para você. SEMPRE!” Ele se deitou sobre ela e a beijou.”

Ela acordou ainda com a sensação do beijo dele e uma
batida leve em sua porta. Era Mikail.

“Bom dia, docinho!” Mikail estava com um sorriso
enorme, radiante em seu rosto. Rose não pôde deixar de retribuir. E ela estava com
um excelente humor, mas respondeu séria.

“Bom dia, guardião Tanner!” O sorriso dele morreu.
‘Droga, ela não me perdoou...’ Ele baixou a cabeça e ela saltou em seu pescoço,
dando-lhe um monte de beijinhos. O sorriso dele voltou e ele a colocou na cama.

“Vim te buscar para tomar café da manhã.”

“Tudo bem. Eu vou só me trocar, mas antes de irmos à
cafeteria, temos que passar em um lugar.”

***************************************

Era bem cedo e Rose sabia que Adrian ainda dormia.
Ela se arrumou rapidamente e foram ao quarto dele. Dimitri abriu a porta e ela
o cumprimentou com um beijo no rosto, deixando-o estático por alguns
segundos.  Ele ia falar algo, mas ela o
impediu com o dedo indicador em seus lábios e foi direto ao quarto de Adrian.

Ele dormia tranquilo e com um sorriso bobo na cara.
Ela deitou-se ao seu lado e fez carinho em seus cabelos, fazendo-lhe soltar um
sussurro ainda dormindo.

“Minha pequena turca...” Ela sorriu e levantou a
coberta e se aninhou a ele que usava apenas uma calça de pijama de algodão,
branca  e estava com o peito nu. Ela
ficou ali, acariciando aquele peito devidamente definido. Ele sorriu e
sussurrou, sem acordar ainda.

“Rose, meu amor...” Ela não resistiu e o beijou. Ele
correspondeu prontamente, abrindo os olhos e observando aquela aura brilhante
em tons de dourado, vermelho e com as bordas em um tom puro e límpido de rosa.
A aura do amor de sua vida.

“Bom dia meu amor!” Ela disse e ele sorriu mais. A
voz dela para Adrian era como sinos. Pura e refinada.

“Pensei que estivesse sonhando!”

“Não... E eu vim te levar para tomar café da manhã
comigo. E não diga que não!”

“Mas pequena turca...” Ela o calou om um beijo
ardente, sem dar-lhe a chance de protestar.

“Vamos! Levante-se! Eu posso te escolher uma
roupa???  Está bem frio hoje...” Ele
assentiu e se sentou.

Depois que Adrian se arrumou, foram todos à
cafeteria. Excesso de auras logo pela manhã e ressaca quase enlouqueciam
Adrian, mas mesmo assim ele estava feliz. Ela o surpreendeu ao busca-lo,
acordando-o de forma tão carinhosa que ele não se achou no direito de recusar.
Ele havia prometido a si próprio em dar uma chance para amar e estava tentando
fazer o seu melhor.

“Meus pais estão aqui com meu tio Pavel. Você se
importa de tomarmos café com eles?” Rose sussurrou. Adrian ponderou, mas
preferiu ser sincero e não queria estragar seu dia logo pela manhã com a
energia da Lady Mazur.

“Hummm... Não sei não, Rose. A sua mãe não gosta de
mim...” Rose fechou a cara.

“Outro motivo! Esse não vale. Mas se preferir, podemos
nos sentar com Lissa.” Ele assentiu, mas percebeu a decepção, ainda que
pequena, na aura de sua amada e resolveu esclarecer.

“Não fica brava... É só que... Sei lá, Rose, eu
tenho medo de começar com o pé esquerdo com a sua mãe...” Essa frase fez com que
Rose risse.

“Adrian, ela é quem começa com o pé esquerdo com
todo mundo. Acho até que ela tem dois pés esquerdos!!!” Ele riram e chegaram à
mesa de Lissa, onde estavam também Christian, Mia, Eddie, Mason e Meredith.

“Bom dia pessoal!” Todos responderam.

“Bom dia!” Adrian se sentou e Rose lhe perguntou.

“Amor, o que você quer?” Ele sorriu, sentindo toda a
doçura daquela forma com que ela lhe chamou de amor. O que antes ele achava
piegas, agora era como a sensação se ser tocado dentro de seu coração.

“O que você vai comer?” Ela sorriu.

“Muffins e chocolate quente. Se tiver salada de
frutas, eu vou pegar uma. Ah... E um suco!” Adrian sorriu e perguntou para
ninguém e para todos ao mesmo tempo, demonstrando todo o seu raro bom humor.

“Ela sempre come tanto assim?!” Todos riram e Rose
fez voz de brava, mas ela sabia que para uma moroi ela realmente comia demais e
todas as pessoas com quem convivia, ressaltavam isso a cada refeição dela.

“É. Eu SEMPRE como muito! Mas eu não engordo porque
gasto bastante energia... Eu não sou sedentária!” Todos riram e embora o tom
dela tenha feito Adrian se tremer um pouco, ele pôde perceber pela sua aura que
ela estava brincando apenas. Rose, Dimitri e Mikail foram pegar o que comer e
conversavam na fila.

“Nunca vi o Adrian acordar de ressaca tão bem
humorado Rose. Você realizou um milagre!” Disse Dimitri, realmente admirado e
ela riu.

“É porque a noite foi boa...” Mikail a interrompeu.

“E o meu Docinho tem uma ótima técnica para acordar
as pessoas, desde criança...” E riu.

Até Rose estranhou. Mikail nunca, nunca mesmo era
tão relaxado e informal. Dimitri que já o havia analisado e pelas coisas que
tinha ouvido a respeito dele, se sentiu lisonjeado pelo tom de leveza daquela
manhã.

“Bom dia minha querida!” Ela sorriu e deu um abraço
em Pavel.

“Bom dia tio Pavel!” Ele sorriu satisfeito por ela
estar bem, feliz e sem ressaca e, o mais inédito: DE BOM HUMOR!

“Você não vai tomar café conosco?” Ela deu um
sorriso amarelo.

“Não... Eu fui buscar o Adrian e ele prefere evitar
o olhar maligno dela.” Disse, sinalizando para sua mãe, sorriu mas Pavel ficou
sério e preocupado.

“Vocês não fizeram as pazes, filha?!”

“Sim. Só até ela fazer qualquer comentário maldoso
sobre ele. Aí, os tempos de paz acabam. E ela vai fazer... Eu sei!” Ela sorriu
como se isso não a abalasse. “Diga ao baba que almoçaremos juntos se ele quiser
e que eu vou tentar convencer o Adrian de ir junto. E fale para a minha mãe
controlar a sua aversão a ele, porque ele lê auras, mas isso ela não precisa
saber.” Disse baixinho, sempre em turco, como costuma falar com todos os seus
familiares e afins e Pavel assentiu, dando-lhe um beijo na testa e saindo.
Dimitri a olhava, como sempre, encantado. Ele entendia algumas poucas palavras
em turco e teve que perguntar.

“Você é sobrinha do guardião Hachid?” Ela e Mikail
riram.

“Não de sangue, mas os nossos laços familiares são
maiores que isso. Desde que ele se formou, ele foi atribuído ao meu pai e eles
são como irmãos. Portanto, para mim, ele é o meu titio. Meu pai é filho único e
o tio Pavel me trata como filha...”

“Muito interessante e diferente a forma como vocês
se tratam. Eu já achava a minha relação com Adrian uma inovação, mas isso... É
incrível!!!” Ela sorriu e se sentaram e ela deu um selinho em Adrian.

“Vai começar a pegação logo cedo?! Pelo amor de
Deus!!! Rose, nos deixem pelo menos tomarmos café da manhã sem ter que apreciar
sexo explícito!!!” Adrian, se pudesse, teria se teletransportado para uma outra
dimensão, tamanha vergonha com o comentário de Christian. Rose enrubesceu, mas
estava acostumada às gracinhas dele e respondeu à altura.

“Uhummm... Não precisa se preocupar Ozera, porque
Adrian e eu gostamos de privacidade. Você não terá que presenciar nada.” E deu
seu melhor sorriso comedor de homens que ela sequer imaginava que tinha, com
direito a presas e tudo mais.  Mason e
Dimitri arfaram ao mesmo tempo e Adrian bufou.

“Christian, você tem sepre que ser inconveniente
assim?! Argh!!” Rose bagunçou o seu cabelo e sussurrou.

“Relaxe e se acostume.” Deu um beijinho em sua
orelha que o fez se arrepiar e sorriu.

“Mas eles precisam suspirar e arfar a cada segundo
perto de você?!” Se referiu a Dimitri e Mason. Ela riu e não respondeu. Lissa,
com seu feeling aguçado, percebeu o incômodo de Adrian e resolveu mudar de
assunto.

“E então, primo? Resolveram assumir esse namoro
mesmo ou você vai surtar de novo e largar a minha irmãzinha chateada de novo?
Adrian Ivashkov se você fizer isso, eu mesma bato em você, entendeu bem?!”
Disse sorrindo, não sendo feliz com seu tom de voz supostamente ameaçador.
Todos riram e Adrian ficou mais uma vez sem graça. ‘É, eu tenho mesmo que ser
cuidadoso com a Rose, senão, o meu rol de inimigos vai aumentar
consideravelmente.’ Pensou.

“Não se preocupe Liss, eu não vou feri-la!” Ele
achou melhor falar logo de uma vez.