Nem Todos que Vagam, Estão Perdidos... escrita por emiliepp


Capítulo 36
Capítulo 35




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[...] Maedhros aproximou-se, com aquela cara de incredulidade estupidamente feliz, e se ajoelhou na minha frente.           

            E beijou minha barriga até eu rolar de rir (po! Tenho cócegas aí ok!) e Nerdanel ter que me segurar pra eu não cair, e Huan pulou em nós, e nos lambeu, e ficamos ali, babados e felizes, nós quatro... opa, nós cinco. [...]

            E com toda essa coisa de estar grávida e com fome o tempo inteiro e, cof, enjoada e vomitando o tempo inteiro também, eu nem notei que agosto passou, e setembro entrou... e bem, um dia eu me toquei que era dia 8 de setembro. E sabe, dia 8 de setembro é meu aniversário. E eu me toquei de tudo isso deitada na cama, de manhãzinha, com o Maedhros capotado do meu lado que nem sempre, esparramado com todos os seus 2,27m pela cama (SIM! EU MEDI ELE, EMILIE, e nas nossas medidas ele não tem 2,30, mas 2,27. MUAHAHAHA.) mas mesmo capotado, ele me abraçava e me mantinha perto dele, e agora ele dormia com a mão na minha barriga a noite inteira.

            Enfim, eu me toquei disso em um momento desses, quando eu acordo de manhã cedo mas ainda sinto tanto sono que volto a dormir até o meio-dia. E foi isso que eu fiz, pelo menos até ele acordar e me acordar junto. Ah, agora eu preciso noticiar o acontecimento, né?

            - Ei, adivinha que dia é hoje? Adivinhaaaaaaaaaaaaa?

            - Hm... dia 8 de setembro, por quê, pequenininha?

            Ah, NOSSA, NÃO ME DIGA QUE É DIA 8, MAS QUE SURPRESA!

            - Sim, DÃ eu sei que é dia 8, mas adivinha o que acontece hoje? Hein hein hein hein hein hein?

            - Hã… é… - ele parecia tentar se lembrar de alguma coisa que acontecesse hoje, obviamente sem sucesso. Ele ainda não sabia quando eu fazia aniversário, sabe, essas coisas não são TÃAAAO importantes assim pros elfos, já que eles tem, bem, a ETERNIDADE.

            - Nada? Nem perto de adivinhar o que acontece hoje?

            - Não, não sei mesmo o que acontece hoje...

            - Diquinhaaaaa! Tem a ver com DEZESSETE.

            - Hã? Dezessete? O que é que o dia oito de setembro tem a ver com dezessete... – parece que deu aquela luz nele FINALMENTE. Né. – AHA! É seu aniversário! Acertei? Hm?

            Só assenti. E ele de repente ficou MUITO animado.

            - Seu aniversário, pequenininha! Precisamos falar pra todo mundo! Fazer uma festa! Comemorar! É seu aniversário! Dezessete anos! Eu com essa idade estava saindo da infância, e olha você!

            Mas que jeito bom de levantar o meu astral, amor, hein.

            - Nossa, que bom saber disso, enquanto eu com dezessete anos estou casada e grávida, você ainda era criança.

            - Ah, você sabe que você não é – opa – não ERA imortal.

            - Bom, isso continua sendo estranho, mas eu te amo mesmo assim, hihi (: - e levantei da cama, puxando ele junto, e ele me abraçou forte e me deu o melhor beijo de todas as Eras, e aquele sorriso atravessado.

            - Feliz aniversário, pequenininha.

            E no CAFÉ DA MANHÃ (sim, vou fazer todo mundo aqui falar café da manhã amem) ele fez questão de falar pra todo mundo, e agora estão organizando uma festinha aqui pra mim, porque eu não quero nada grande não, enquanto eu estou falando com a Emilie.

            - AMEEGA, adivinha que dia é hoje.

         - Han, não consigo mais contar dias depois do meu aniversario.

         - Nem uma ideiazinha? Setembro? Hm?

         - Huummmm independencia do Brasil?

         - AFF, DEPOIS da independência do Brasil.

         - Errrrr... AAAA, TEU ANIVERSARIOOOOOO!!!

         - HIHIHIHIHI SIMMMMMMM!

         - PARABEEENNNNSSS COCOOOOOOOOOOO!!! Vai rolar uma party por ain?

         - AHHHH, obrigadaaaaa, vai sim, mas coisinha pequena, porque eu não to com animo nem estômago pra essas super-festas dos elfos, hein. rs. VOU LEVAR O IPOD PRA LÁ, VAI SER DE NOITE, OKSS? CHAMA O LEGOLASSSS.

         - Taaaaaaaaa. NHAAA, agora nem tem mais graça aniversario. Voce é imortal agora! Vai ter milhares dessa.

         - Ah, mas ainda assim, dezessete anos, TO FICANDO VELHA, OLHA LÁ, as pessoas por aqui estariam meio que na pré-adolescência com dezessete anos. HFRAUEIFAEIHUFAEEFAF.

         - AHAM. HHAHAH. Quando voce vai saber o sexo do nenem? So quando nascer mesmo? Nao tem nenhuma ecografia ai nao? Rs.

         - Então, acho que só quando nascer, e tambem tá muito no começo pra saber, e a gravidez dos elfos é mais demorada (OH não me diga), vou ficar UM ANO grávida. Credo. Enfim, pelo menos dá pra se acostumar com tempo de sobra neammmm.

         - PORRA comoassim? Que tenso. As mulheres do nosso mundo quase nao aguentam 9 meses, mas UM anooo? Força querida.

         - KKKKKKKKKKKKKK poisé, mas sei lá, eles devem ter umas magicas que me façam aguentar. RS. Enfim, no final da tarde eu ligo pra você aparecer na minha festcheenha, ok? Tenho que irrrr, ajudar e essas coisas. HFUEAFHAEIUFEAHFIAEUFHEAUFA DEIXA EU CONTAR QUE aqui são os homens que cozinham. E a galere de irmãos do Maedhros está na cozinha. ELES GOSTAM DE COZINHAR, MORRI. E pelo barulho, no mínimo ta rolando uma batalha lá embaixo. PRECISO VER ANTES QUE ALGUÉM MORRA, rs.

         - HAHAHAHA ta bom! É o Legolas nunca cozinhou aqui... HUM isso me da ideias! Té depois! Bjos!

         - KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK até depoisss. Bjiniossssss.

       E desci correndo pra cozinha pra ver o que estava acontecendo, porque tava vindo uma cantoria e uns barulhos de coisas batendo BEM altos, eu hein, vai saber o que é que tá havendo. E chegando lá, bom, todos os meus temores foram confirmados: cinco elfos na cozinha, com aventais bordados com a Estrela de Fëanor, cantando muito alto, todos juntos. Maglor já tinha um ovo estatelado na cabeça, e Caranthir estava com metade da cara coberta de farinha. Amrod estava fazendo malabarismos com no mínimo umas seis laranjas, e jogando todas dentro de uma vasilha, enquanto Celegorm e Amras batalhavam com espetos pela tigela de massa de torta. Resumindo: MEDO.

         - DEUSDOCÉU o que que tá acontecendo aqui???? E Maglor, por que DIABOS tem um ovo na sua cabeça?

         Ao que Caranthir apontou o rolo de macarrão pra ele e disse:

         - Ele canta melhor que todo mundo. E eu ganhei ISSO – e apontou para a metade da cara que estava branca de farinha – por dizer isso pra ele.

         E Maglor, com cara de irritado, falou:

         - Agora eu não posso mais nem cantar!

         Suave.

         - Cadê o Maedhros? ... E o Curufin?

         Foi a vez de Amrod me responder:

         - Ele sumiu não faz nem meia hora, acho que foi avisar Fingon da sua festa. E Curufin foi com ele. Não deixaram nada muito claro, onde iam nem o que iriam fazer, mas suponho que seja isso. – e ele abriu um sorriso gigante. – E nós nos encarregamos de ficar com a cozinha.

         - Até nossa mãe entrar aqui e ver o que fizermos, não? – Era Amras, que tinha perdido a batalha pela tigela de massa e estava ocupado em fazer o recheio de amoras.

         Certo. Elfos na cozinha. Piores do que eu. Mas pelo menos fazem coisas com gosto estupidamente bom.

         - Certo. Ok. Não vou atrapalhar o coral e a cozinha de vocês... tchauzinho, rs.

         E vazei rapidin.

         Ok, sem mais delongas, a hora da minha festa chegou e eu me enfiei num vestido azul e catei o ipod, e desci até aquela mesma sala onde, a muito tempo atrás, Maglor tocava sua harpa e Fingon me empurrou pra dançar com Maedhros pela primeira vez, quando eu ainda mal conhecia ele.

         E não é que os cinco conseguiram tirar alguma comida do meio daquela guerra de farinha e framboesa? Tinha tortas e bolos de limão e jarras de suco de laranja e vinho com mel e frutas e doces que davam água na boca, tudo arrumado numa mesa, e eles todos estavam, junto com Maedhros, Caranthir, Fingon e Nerdanel e mais umas pessoas, parados num canto. E foi isso que eu vi antes de gritarem.

         - FELIZ ANIVERSÁRIO!

         E bateram palmas e assoviaram, e Fingon correu, me levantou com um braço só e eu acabei sentada em cima de um de seus ombros (assim mesmo, como se eu pesasse menos que um vaso) e começou a me carregar por aí, o que gerou uma nova onda de aplausos e assovios e gritos. Suave.

         - Só assim pra eu ficar mais alta que vocês, gigantes.

         - Nada de gigantes, Giulia, você é a exceção por aqui. – E ele deu uma girada, como quem estivesse olhando em volta. – E seu marido deve estar chegando daqui a pouco pra me esbofetear, afinal, a pequenininha é esposa dele. – ele deu uma risada e me colocou no chão. – Aí está nosso alvo.

         Maedhros vinha com bastante urgência pra perto de nós.

         - Fingon! O que você pensa que está FAZENDO, levantando a Giulia assim desse jeito? Ela está grávida, pelo amor de Ilúvatar!

         - Ei, só por que eu estou grávida não significa que eu não possa me mexer mais do que uma planta, amor. – passei um braço pela cintura dele. – E agora não sou mais eu que me preocupo com tudo, não é?

         Ao que ele, graças a Eru, riu e deu um soco de brincadeira (socos de brincadeira de elfos são assustadores mesmo assim) em Fingon.

         - Está certo, pequenininha, vou deixar passar essa do Fingon só porque é seu aniversário. Mas ele vai ter que começar a maneirar as estripulias na medida em que a sua barriga for crescendo, ou ele vai estar bem encrencado.

         Balancei um dedo na direção de Fingon.

         - Ouviu, Fingon, manere suas estripulias, ou você vai estar bem encrencado.

         - Sim senhor, Russandol, maneirarei minhas estripulias ou estarei bem encrencado. E isso é pra você, Giulia, feliz aniversário. Posso comer agora que entreguei meu presente?

         - Pode, Fingon, pode. E obrigada! – abri a caixa que ele tinha acabado de me entregar, sob o olhar dele, e bem. Era um diadema MARAVILHOSO, dourado, com enfeites dourados que pendiam soltos dele na parte da frente, e uma pedra branca bem no centro, também suspensa por ele, incrustada numa borda de ouro com diamantes minúsculos em toda a volta. Sem palavras. – Fingon... uau. Isso é maravilhoso. Mesmo. Uau. Uau.

         - Que bom que você gostou, Giulia. Achei que fosse combinar com seu cabelo.

         AH, achei que fosse combinar com o seu cabelo. ASSIM MESMO! Ah, experimenta essa tiara que eu achei naquela loja linda do shopping que tu ama, acho que vai combinar com o seu cabelo também, Fingon gracinha.

         E eu de boca aberta, sem nada pra falar, ainda mais depois dessa que ele mandou.

         - Bom, já que você gostou tanto que nem consegue falar, eu vou roubar um dos seus bolos de limão, sim? – E ele saiu com uma reverência e o típico sorriso de gracinha, e foi dando meia-volta. – Feliz aniversário!

         E eu me ocupei em receber todos os outros convidados e seus presentes, e quase infartava a cada um, porque eu ganhava cada coisa que deveria valer mais que, sei lá, o Copacabana Palace inteiro. O Pão de Acúcar inteiro? O PIB da Bolívia multiplicado por 5? De Nerdanel eu ganhei um manto, TOTALMENTE PERFEITO, de um tom de azul muito escuro mesmo, todo bordado com estrelas prateadas, parecendo uma noite de verdade, como a que estava lá fora. E ele tinha, cahem, fios de prata de verdade e um diamante minúsculo costurado no meio de cada uma das estrelas. É, as coisas aqui em Valinor funcionam assim. Como diria a Emilie numa hora dessas, SUAVE.

         E conversei com ela um monte, também. Ela já conhecia todo mundo por ali, e se virava no élfico, daí ela participou da conversa o tempo inteiro. E até o FËANOR apareceu! Sim, do nada, ele aparece e me dá parabéns, e conversa com todo mundo, really really creepy, mas vá, ele é meu sogrinho (tenso) e até que é bem convivível quando não está tratando de seus assuntos muito importantes (tipo agora, mas ainda assim TENSO). Enfim.

         Mas eu não estava imune aos enjoos, mesmo sendo meu aniversário, e chegou uma hora que eu comecei a ficar bem tonta e tudo o mais, e começaram a piscar umas luzes verdes e azuis e laranjas na minha frente, e eu hein. NOT GOOD. Sabia reconhecer um desmaio quando o via.

         Sim esse negócio de desmaiar quando tá grávida é coisa de novela e nunca acontece na vida real, imagine a frescura. Mas eu to grávida de um elfo, e as coisas mudam de figura assim ok? Acho que meu corpo ainda não entendeu direitinho que o negócio dentro de mim não é um tumor maligno e sim meu filhinho meio-elfo. Enfim, eu desmaiei. E a primeira coisa que eu tive tempo de segurar foi...

         ... o Fëanor.

         Mas quando eu acordei, de camisola e na cama, Maedhros sentado de pernas cruzadas na minha frente, eu descobri que eu não estava morta, afinal, e que ele (meu sogro) até tinha ajudado a me carregar.

         Ou seja, ele desceu um nível na escala de CREEPY pra NÃO TÃO CREEPY ASSIM. (Quando eu conheci ele, ele estava no EXTREMAMENTE CREEPY – MANTENHA DISTÂNCIA, só pra constar).

         - Parece que ele ali dentro também quer te desejar feliz aniversário, pequenininha.

         Ele passou a mão pela minha barriga, num gesto que já tinha se tornado cotidiano, e me entregou uma caixinha de madeira entalhada.

         E eu abri, e dentro estava um pingente em forma de gota, um pouco maior que uma avelã, pendurado em uma fina corrente de prata.

         Ele irradiava uma luz, como se tivesse uma estrela dentro dele. Olhei para ele, mais incrédula do que nunca, mesmo depois de toda a humildade dos meus presentes.

         - Maedhros...

         Ele me interrompeu.

         - É feito com um diamante, e ele brilha com como os cristais que estão nas lanternas que usamos, com a diferença que este emite uma luz prateada, e não azulada. É um amuleto. Traz a luz das Estrelas de Varda dentro dele, e iluminará seu coração e seu caminho enquanto você o usar.

         Agora sim eu estava sem palavras. Maedhros tirou-o da caixa e colocou-o no meu pescoço, com um sorriso tímido. Ele continuava com esse sorriso, mesmo depois de quase um ano.      

         - Feliz aniversário, meu amor.           


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Notas finais do capítulo

A gente postou um monte... tchau, vamos estudar. He.



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