Kizu escrita por Aislyn


Capítulo 13
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que eu demorei, mas a facu está tomando mais tempo do que eu imaginei. Mas o importante é que consegui terminar. Espero que esteja do agrado dos leitores.
Ah... eu sei que tinha uma pessoinha esperando lemon... vou ficar devendo.
Boa leitura!!!
Mais notas no final da história!



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5 anos depois...

_ Muito bem, Jun! Só mais alguns metros! – incentivou o professor, acompanhando cada passo do rapaz pelo lado de fora da piscina.

Iori também presenciava a aula, completamente satisfeito com o avanço que o namorado vinha demonstrando.

Desde que começara a praticar exercícios que fortaleciam a respiração, a saúde de Jun melhorara consideravelmente. Já fazia um longo tempo que ele não tinha nenhum ataque de tosse ou problemas com falta de ar, seja devido às mudanças do tempo ou fatores do ambiente.

E Iori estava feliz por poder participar desse avanço.

O professor elogiou mais uma vez quando o rapaz saiu da água, deixando-o com um sorriso enorme. O melhor era a certeza que o elogio era verdadeiro, pois também sentia que havia melhorado e superado suas expectativas.

Despediu-se do homem, caminhando na direção de Iori, que lhe esperava com a toalha estendida à frente, envolvendo seu corpo com o pano e também com um abraço quente.

_ Parabéns! Conseguiu atravessar a piscina sem parar nenhuma vez. – roubou-lhe um selinho, puxando-o para o vestiário.

_ Com uma torcida tão animada, não tinha como não conseguir! – jogou a toalha sobre os cabelos rosa, espirrando um pouco de água no loiro.

_ Seu professor ficou muito orgulhoso e eu também.

_ Obrigado. Não teria conseguido sem você. – envolveu-o novamente em um abraço, apoiando a cabeça em seu ombro.

_ Aqui está muito bom, mas você está me molhando, Jun. – afagou seus cabelos, rindo alto e vendo-o se afastar com um muxoxo, logo sorrindo também.

* * *

Iori adentrou a universidade, estacionando o carro rapidamente perto do prédio de convenções, desligando o motor e virando-se para trás para pegar sua mochila, enquanto Jun ajeitava o próprio material e retirava o cinto de segurança.

_ Neh, Io-chan, vamos sair da aula mais cedo hoje? – o menor encarou o namorado de modo pedinte, pousando a mão em sua coxa e apertando-a.

_ Jun, nós estamos quase nos formando. Não é bom ficar faltando com tão pouco pra terminar... – acariciou-lhe a face, tentando persuadi-lo do contrario, por mais que no fundo quisesse ficar mais tempo namorando – Além do mais, nós podemos ficar juntos o fim de semana todo.

_ Não era isso que eu estava insinuando. – sorriu malicioso, se aproximando e roubando-lhe um beijo.

_ Então, quais são suas intenções? – sussurrou contra seus lábios, mordiscando-os em seguida. Pensamentos nada puros surgindo em sua mente.

_ Uma comemoração dupla! – Jun afastou-se rapidamente, sorrindo infantil – Kisaki e Riku finalmente terminaram de mobiliar e organizar o apartamento deles e o Matoi chegou de viagem hoje à tarde! Eu quero ver a turma reunida!

_ Nossa, eu tinha esquecido que o baixinho voltava hoje! – bateu na própria testa, apoiando-se contra o banco do carro.

_ Ele disse que ia trazer presentes e o Kisaki vai cozinhar! – exclamou animado, esperando uma afirmativa – Eu quero ver a cozinha explodir...

_ Isso me lembra nosso tempo no colégio... quando a gente ia ver filme...

_ Nós vamos, não é? Por favor?

Contradizendo o tom infantil, Jun cruzou o espaço entre eles no carro, jogando a mochila do loiro no chão e sentando em seu colo, encarando-o de frente e descendo a mão por seu tórax.

_ Jun... – segurou seus pulsos, chamando-o em tom de alerta, mas aquilo não pareceu intimidar o outro.

_ E depois da visita e do jantar, você vai dormir lá em casa, não vai? – aproximou os lábios do pescoço do loiro, sussurrando contra sua pele e mordiscando o lugar, arrancando-lhe um ofego.

_ E sua mãe? – fechou os olhos, apreciando o arrepio gostoso que percorria seu corpo.

_ Também arrumou um namorado e vai dormir fora.

_ Eu... eu acho que nós não vamos assistir às aulas hoje... – soltou-lhe os pulsos, apenas para enlaçar seu corpo, puxando-o mais para si e tomando seus lábios de modo urgente.

* * *

Não era a primeira vez que Riku contava aquela história e Kisaki já havia perdido a conta de quantas vezes a ouvira. Jun e Iori também já sabiam de todos os detalhes, mas não deixa de ser divertido, afinal aquilo havia deixado Riku muito feliz.

E agora que Matoi estava de volta e todos estavam reunidos, era mais uma oportunidade para relembrar o que os levou até aquele apartamento.

_ Vocês tinham que ver a cara da mãe dele! – Riku estava sentado no sofá, com o corpo inclinado para fora do mesmo, virado na direção de Matoi – Ela torceu tanto o nariz que eu achei que ia ficar do avesso!

Kisaki apenas revirou os olhos, saindo do lado do namorado e caminhando para a cozinha, para buscar mais bebidas.

Claro que ele estava feliz por ter assumido seu namoro com o loirinho e por também estarem morando juntos, mas não deixava desanimadora a reação de seus pais. Eles podiam ter sido mais flexíveis ou pelo menos disfarçado um pouco o desagrado ao saberem da sua escolha, mas, no final, não fizeram nada além do esperado.

_ E o pai dele? – era possível ouvir a animação de Riku dali – Ele ficou com tanta raiva que estava espumando!

_ Eles não aceitaram, não é? – o ruivo virou-se apenas para ver Iori o encarando do batente da porta – É sempre um baque... eu ainda lembro a cara de nojo da minha mãe quando ela me viu beijando o Jun... Mas, cedo ou tarde eles vão entender.

_ Às vezes eu acho que fiz mal em esperar tanto tempo pra contar pra eles, deixando o Riku pensar que eu estava deixando ele de lado. – estendeu uma latinha de cerveja, que foi aceita pelo amigo – Confesso que te julguei errado. Se fosse comigo, naquela época... talvez eu não estivesse com o Riku hoje.

_ Ter que escolher entre a família e o namorado, quando você tem 15, 16 anos, não é fácil.

_ Eu sei disso... – tomou um gole da bebida gelada, olhando de soslaio para o loiro – Se não fosse o acidente, talvez você também não estivesse com o Jun...

_ Talvez...

_ E eu te culpei pelo que aconteceu...

_ Isso é passado. Agora que a gente se reuniu de novo, podemos começar vida nova! – o loiro abriu um sorriso enorme, dando um tapa nas costas do ruivo, fazendo-o se desequilibrar e olhá-lo de modo assassino.

_ Você não tem amor à sua vida! – rosnou entre dentes.

_ E você não vai fazer nada que deixe o Jun triste depois, vai? – sorriu de canto – Vamos voltar pra festinha!

Kisaki ainda resmungou um pouco antes de seguir o amigo. A praga de Riku realmente havia dado certo, ele havia sido julgado e discriminado, como aconteceu com Iori, mas seus pais não foram tão compreensivos. E já fazia quase um ano que não se falavam direito.

Mas como Iori disse, uma hora ele teriam que entender.

_ Olha o que eu ganhei, Iori! – Jun estendeu um pacote para mostrar seu presente, puxando o namorado para sentar bem perto – Tem pra você também!

Matoi entregou um presente para Kisaki e outro para Iori, contando mais de suas viagens pelo Japão, os lugares que visitou e tudo que viu de interessante ou diferente pelo caminho. Seus futuros planos envolviam algumas viagens para o exterior também, mas ainda não sabia bem o destino. E por mais que tivesse envelhecido e amadurecido como os outros, por dentro ainda continuava o mesmo. Todos eles.

_ Mudando de assunto, por que você e o Jun demoraram tanto pra chegar, Iori? – o baixinho encarou o loiro fixamente, se segurando para não rir de sua expressão assustada – O Jun tinha me dito mais cedo que vocês não iam assistir às aulas hoje...

O tom malicioso de Matoi mostrava que ele sabia do que demonstrava, mas não é porque eram amigos que Iori ia contar o que aconteceu.

_ Bom... o carro... – olhou ao redor, procurando alguma desculpa para usar, mas foi interrompido pelo namorado.

_ A gente não ia pra aula, mas o Iori insistiu em passar por lá um pouco – um sorriso maroto brincava em seus lábios – Depois nós tivemos um problema no carro... Mas o importante é que chegamos a tempo!

O mesmo sorriso malicioso no rosto dos outros três mostrava que eles sabiam bem o tipo de problema que o carro teve.

Rindo da cara do loiro, eles voltaram com assuntos menos pessoais, descontraindo o ambiente e conversando até tarde.

* * *

Aproveitando que a mãe de Jun ia trabalhar fora alguns dias, Iori foi praticamente intimado a passar esses mesmos dias com Jun. Não que eles ficassem juntos poucas vezes.

E agora o casal assistia a um programa na tevê, enroscados no mesmo sofá, aproveitando o calor um do outro. Contudo, algo estava incomodando o loiro.

_ Jun... uma vez o Matoi me disse que aqueles sonhos estranhos tinham parado... depois que você assumiu o que sentia... – o loiro remexeu-se incomodado, respirando fundo e procurando as palavras certas para continuar – Eles realmente pararam ou foi você que parou de contar pros rapazes?

Iori não queria tocar nesse assunto com o namorado, pois não ficou sabendo sobre os sonhos por ele, e sim pelo amigo. Não sabia que reações esperar, já que também não sabia como Jun encarava aquilo, se era como um dom, uma premonição, um déjà vu, uma praga ou uma simples coincidência.

_ Huh? Acho que eles pararam sim... – virou-se no sofá para encarar o loiro, sem entender aonde ele queria chegar – É que normalmente eu não me lembro dos meus sonhos, a não ser quando eu acordo assustado ou me acordam de repente.

_ Entendi... – então Jun podia ter sonhado com algo normal ou algo quer podia vir a acontecer.

Havia acordado durante a noite e não sabia o que o despertara, até ver o namorado resmungando coisas incompreensíveis e se remexendo incomodado.

Ao invés de acordá-lo, tratou de envolvê-lo num abraço, sussurrando palavras confortadoras, até conseguir acalmá-lo novamente.

E agora nunca saberia o conteúdo dos sonhos.

Mas, talvez fosse melhor assim. Não queria se preocupar com algo que não tinha certeza se podia mesmo acontecer. E o mais importante é que não queria ver Jun preocupado, como já viu tantas vezes antes, sem poder ajudá-lo.

_ Por que está me perguntando isso? – questionou Jun, encarando Iori dentro de seus olhos, tentando decifrá-lo – Eu falei algo enquanto dormia?

_ Não, não é isso. – negou, também balançando a cabeça. Agora ia deixá-lo preocupado, exatamente o que não queria – Bom, teve uma hora que você se mexeu muito. Acho que a sua cama está pequena pra nós dois. Precisa trocar por uma de casal. – o loiro esboçou um sorriso, tentando acalmar o menor, puxando-o para um abraço.

_ Isso é um convite pra gente morar junto? – encarou-o com um sorrisinho de canto – Ou só está com inveja do Kisaki e por isso quer imitá-lo?

_ Por que você sempre dá um jeito de colocar o nome daquele ruivo na conversa? – armou um bico enorme, virando o rosto pro outro lado – Não tem nada a ver com ele! É assunto nosso!

_ Eu sei, Io-chan. – abraçou-o apertado, enchendo seu rosto de beijos – Só estou brincando. Eu sei o quanto vocês tem ciúmes um do outro.

_ E mesmo assim me provoca! – estava decidido a não ceder aos caprichos de Jun – E não é ciúme.

_ É porque assim eu tenho uma desculpa pra te mimar. – acariciou seus cabelos, descendo a mão até sua nuca, arranhando o local e arrancando um suspiro do loiro.

_ Você definitivamente tem que parar de andar com o Riku.

_ E quem te disse que é o Riku quem me ensina isso? – aproximou os lábios de seu ouvido, sussurrando e passando a ponta da língua pelo lóbulo de sua orelha.

_ Porque ele é a única pessoa pervertida que você conhece. – mordeu os lábios, contendo um gemido.

_ Humm verdade... mas não é como se você não gostasse... – segurou seu rosto com carinho, colando seus lábios e iniciando um beijo lento e profundo.

Conseguira distrair o loiro e desviar sua atenção para outro assunto. Sabia muito bem com o que havia sonhado e não queria preocupá-lo mais do que ele já mostrava estar. Havia prometido a si mesmo que não ia deixar esses sonhos controlarem e atrapalharem sua vida. Ia aproveitar tudo que pudesse e o quanto pudesse. Se futuramente se visse cara a cara com aquela situação, sabia que poderia confiar no namorado para o que precisasse.

Por hora, aqueles sonhos eram apenas cicatrizes em seu passado. E como toda cicatriz, ela deixa sua marca, mas também te faz aprender com ela.

FIM


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Notas finais do capítulo

Foram longos 11 meses, desde que comecei os esboços dessa fic no caderno até as últimas palavras digitadas. E, pessoalmente, é um projeto que eu gostei muito de trabalhar. Vou tentar mais histórias com esse casal, futuramente.
Agradecimentos à Lily, por ficar cobrando e me ajudando com algumas cenas. Desculpa pela falta do lemon, mas eu sabia que não ia sair >.
Agradecimento à Hiwatari, pela ideia do cinto de segurança, que infelizmente foi cortada da história. É mais seguro ficar num carro com o cinto, certo? >)
E mais agradecimentos a quem leu, quem comentou e ficou aguardando que essa escritora aqui decidisse postar mais.
Até a próxima!!!