The Past Always Comes Back escrita por Lininhasilva
Notas iniciais do capítulo
Como havia dito antes, ai esta o capitulo que mostra como foi a transformação de Edward. Espero que gostem.
Flashback:
- Edward, faça um favor pra mim – disse Esme ao seu filho – Busque uma encomenda que chegou à casa de Mary antes que ela saia. Estou ocupada terminando a janta.
- Claro, mãe – respondeu o jovem de cabelos acobreados.
- Tome cuidado – pediu enquanto ele pegava seu casaco e lhe dava um beijo.
- Logo estou de volta – disse já na porta.
A casa de dona Mary ficava a alguns quarteirões e quanto mais avançava menos pessoas se via nas ruas. O rapaz andava rápido com a estranha sensação de estar sendo observado. Um barulho chamou sua atenção.
- Estou ficando paranóico – murmurou pra si mesmo quando viu que era apenas um gato.
Antes que pudesse dar mais um passo foi agarrado por fortes braços e teve a boca tampada. Tentou se soltar sem sucesso e foi arrastado pra parte mais deserta da rua.
- Leve o garoto pra aquela casa abandonada e comece a transformação – instrui outro homem – Temos que ser rápidos. Os Volturi já descobriram e estão atrás de nós.
Tirou algo do bolso e colocou no rosto de Edward que se debatia. Logo seu corpo foi perdendo as forças e ele desmaiou.
Sem ter noção de tempo, a única coisa em meio à escuridão que podia sentir era uma queimação crescente por todo o seu corpo. Ouvia também algumas vozes ao fundo e conseguia distinguir algumas palavras:
- ....e os Volturi já sabem – disse a mesma voz de antes agora urgente – Temos que fugir o mais rápido possível.
- E o garoto? – indagou o outro.
- Teremos que deixá-lo.
Eles estavam se movimentando pelo local e depois tudo ficou silencioso. Enquanto isso a dor em seu peito só aumentava.
...
- Ele está acordando – disse uma voz feminina ao fundo.
- Você dará conta dele? – perguntou outra voz agora masculina.
- Sim. Pode ir, Alec – novamente a mesma mulher falou.
A dor no peito de Edward, precisamente em seu coração, aumentou dolorosamente e depois cessou. Sentia cheiros variados, ouvia claramente os sons a sua volta e descobriu que já era capaz de abrir os olhos.
Assim que o fez descobriu a quem pertencia a doce voz que ouvira antes. Uma bela jovem de rosto delicado e pálido com cabelos chocolate estava o observando atentamente. Seus olhos eram estranhamente dourados e aparentava ter uns dezoito anos.
- Olá – disse e ele se limitou a encará-la – Como você se chama?
Edward estava meio confuso e hesitante disse:
- Edward.
- Prazer em conhecê-lo, Edward. Meu nome é Gabrielle.
Ele ouvia alguns zunidos em sua cabeça e sua garganta queimava.
- Sei que deve estar com sede – continuou ela como se lesse seus pensamentos – Mas preciso perguntar uma coisa: Você lembra-se de algo que aconteceu?
Tentou lembrar-se de alguma coisa, mas toda vez que tentava via somente o vazio. Somente lembrava o seu próprio nome.
- Não – respondeu.
‘ Assim será mais fácil ’ disse uma voz diferente e ao mesmo tempo parecida com a de Gabrielle.
- O que será mais fácil? – indagou.
- O que disse? – ela estava surpresa.
- Você falou que assim será mais fácil.
- Eu não disse nada.
- Falou sim. Ouvi você dizer claramente.
- Interessante – murmurou ela não mais surpresa e sim curiosa.
‘ Você pode ler mentes ’
- Posso fazer o que? – as coisas ficavam cada vez mais estranhas.
- Venha. Vamos aliviar sua sede e depois eu explico tudo com mais calma.
Mesmo não entendo muita coisa, Edward a seguiu. Gabrielle o levou por longos corredores até que estivessem fora do que parecia ser um castelo. Caminharam silenciosamente pelas partes mais desertas das ruas e foram se afastando da cidade.
Ele notou que apesar da longa caminhada não se sentia cansado e a noite parecia diferente. Estava mais viva e podia enxergar tudo com clareza.
- Com o tempo você se acostuma – a voz de Gabrielle o tirou de seus devaneios.
- Do que está falando?
- Dos sentidos mais apurados. Quando se é novo nós distraímos com facilidade com essa nova visão do mundo.
Querendo mais explicações ele continuou a perguntar:
- Onde estamos indo?
- A um bosque aqui perto. Veremos como você de adapta a minha dieta peculiar e se não gostar partiremos para a convencional.
- Não estou entendo aonde você quer chegar.
‘ Tenha um pouco de paciência, logo entendera sobre o que falo ’ o acalmou.
Quando já estavam no tal bosque Gabrielle se virou pra ele e disse:
- Que cheiros sente a sua volta?
Curiosamente Edward podia distinguir os mais variados aromas dentro daquela floresta. Mas um em especial chamou sua atenção.
- Que cheiro é esse? – perguntou se referindo ao cheiro que fazia sua garganta arder intensamente e o deixava tão ansioso por descobrir sua fonte.
- Seu alimento a partir de hoje.
- Onde encontro?
- Siga seus extintos. Apenas sinta e vá.
Sem esperar uma segunda ordem, Edward saiu em disparada atrás do delicioso aroma. Seus pés mal tocavam o chão e pela velocidade que ia a floresta não devia passar de um borrão embora não fosse o que acontecia. Ele podia enxergar com clareza cada detalhe e isso o teria fascinado se não estivesse tão concentrado em aplacar a queimação que só aumentava.
Antes que pudesse registrar o que realmente estava fazendo pulou em cima do animal que exalava a fragrância tão tentadora. O leão da montanha que havia sido pego de surpresa pelo ataque tentou lutar inutilmente enquanto Edward cravava seus dentes no pescoço do felino e bebia o liquido quente e saboroso que ele tanto ansiava. A ardência em sua garganta diminuiu embora não tenha sido completamente saciada quando acabou. Novamente se concentrou em tudo a sua volta e encontrou um cheiro parecido não tão apetitoso quanto o outro. Saciar sua sede era o que importava no momento. Foi à caça novamente.
Já tinha acabado com alguns cervos quando sentiu o cheiro familiar de Gabrielle.
- Porque ainda tenho sede?
- Ainda é muito jovem. Com o tempo aprenderá a controlá-la.
Foi aí que a realidade o atingiu.
- Eu matei e bebi o sangue daqueles animais. –constatou a olhando incrédulo e em busca de explicações.
- Acho que agora é à hora de conversarmos – concordou Gabrielle.
Gabrielle contou tudo a Edward. Contou o que eram, quem eram os Volturi, quem o havia seqüestrado e como os Volturi Estavam atrás deles, como foi sua transformação e como ela veio a se tornar sua mentora.
- Aro pediu que eu me encarregasse do seu despertar. Geralmente recém-criados são muito voláteis – explicou – Os Volturi procuram manter sempre a discrição e um vampiro não tem medo de se expor.
Edward ouvia a tudo calado.
- Você não se lembra de nada? – a indagou curiosa.
- Não – respondeu simplesmente.
- E de sua vida humana? Tinha família ou amigos?
- Eu não me lembro de nada – disse frustrado. Toda vez que tentava só via o vazio.
- Tudo bem. Com o passar do tempo as lembranças voltam. Agora vamos, tenho que apresentá-lo a Aro, Caius e Marcus.
Ao voltarem para o castelo foram recebidos por Jane.
- Vejo que influenciou o garoto a seguir a mesma dieta que você – lhe disse friamente.
‘ Veremos por quanto tempo’ pensou maliciosa sem saber do dom de Edward.
- Caberá a ele decidir se quer continuar ou não – respondeu Gabrielle calmamente. Ela podia não possuir o dom de ler mentes, mas sabia muito bem o quanto os outros a julgavam por ser diferente. Edward ficou admirado com sua determinação inabalável.
- Aro os espera – Jane anunciou.
Entraram em um grande salão. No centro dele havia três vampiros sentados em seus tronos.
- Que bom que retornaram – disse alegremente Aro. Sabia quem era quem pela descrição de Gabrielle.
Ela caminhou até ele e lhe tocou a mão rapidamente. Edward viu na mente de ambos que ela havia compartilhado suas lembranças com ele.
- Um jovem dotado. Adoraria que se juntasse a nossa pequena companhia. Um dom desses não pode ser desperdiçado.
Os pensamentos de Aro estavam eufóricos com a nova aquisição e Edward considerou suas opções. Não se lembrava de nada sobre a vida humana que levava. Pouco sabia sobre o que havia se tornado. Estava sozinho e esses estranhos lhe ofereciam abrigo.
Olhou para Gabrielle em busca de ajuda.
- A escolha é sua – disse ela.
Voltou-se a Aro e disse:
- Eu me juntarei a vocês.
...
Conforme o tempo passava, Gabrielle e Edward ficavam mais próximos. Ela cuidava dele como se fosse seu irmão mais novo e ele via nela a única pessoa em quem poderia confiar além de admirá-la muito.
A memória de Edward voltava em fragmentos. No começo era apenas borrões e depois figuras sem rostos. Até o dia que ele se lembrou de tudo.
Saiu apressadamente pelos corredores à procura da única ali que poderia ajudá-lo.
- Que cara é essa, menino? – perguntou ela assim que o avistou.
- Eu me lembrei de tudo. Quando era humano eu tinha uma mãe e preciso encontrar ela.
‘ Calma ’ pensou e depois em voz alta:
- Você lembra onde morava? – ele assentiu – Sabe que não pode revelar a ela o que é, não sabe?
- Eu preciso pelo menos ver como ela está. Éramos somente nós dois e não tínhamos mais ninguém.
- Tudo bem.
...
Depois de horas de viagem chegaram ao seu destino.
- Tem certeza que era aqui? – a casa se encontrava completamente abandonada.
- Tenho – Será que sua mãe havia se mudado.
- Vocês tinham algum amigo próximo com quem ela poderia ter comentado algo?
- Sim. Ela tinha uma amiga chamada Elisa.
- Então vamos lá ver se descobrimos alguma coisa.
Elisa morava por perto e logo reconheceu o lugar.
‘ Fique aqui porque eles podem reconhecê-lo. Eu vou lá, pergunto e você ouvirá tudo ’.
- Qual o nome da sua mãe?
- Esme.
Gabrielle caminhou até a casa e bateu na porta. Foi à própria Elisa quem a atendeu.
- Em que posso ajudá-la?
- Gostaria de falar com Elisa – pediu Gabrielle.
- Eu mesma – respondeu ela encantada com a beleza da jovem moça a sua frente.
- Eu vim perguntar se a senhora sabe sobre o que aconteceu a Esme.
O semblante da mulher logo passou de curioso à triste.
- Você não sabe?- perguntou pesarosa
- Não, senhora.
- Esme morreu alguns meses atrás depois do desaparecimento de seu filho. Dizem que ela se suicidou.
- Meu Deus – sussurrou – Desculpe ter lhe incomodado. Tenho que ir agora.
Não esperou uma resposta e saiu rapidamente. Sabia que Edward deveria ter lido a mente de Elisa e estava preocupada com ele.
Seguiu seu cheiro pela cidade e o encontrou encolhido perto de uma arvore afastada da vista de todos.
- Edward – o chamou.
Ele continuou sem se mexer. Ela se aproximou dele e o abraçou.
- Eu sinto muito – disse ela.
Durante todo o caminho de volta ele permaneceu em silêncio e ela respeitou isso.
Assim que chegou ao castelo Edward se adiantou em direção ao salão onde estavam reunidos Aro, Caius e Marcus junto com vários outros guardas.
- Quem foram os responsáveis pela minha transformação? – perguntou a Aro. Nunca haviam revelado os nomes dos culpados.
- Por queres saber disso agora meu jovem?
- Eu quero os nomes Aro – disse friamente.
- Achei que houvesse aceitado o que és agora. Uma vingança não seria prudente nesse momento.
- Eles irão pagar pelo que me fizeram nem que pra isso eu tenha que buscá-los no inferno.
Edward estava fora de si e Aro percebeu isso.
- Não posso permitir que faça isso – disse calmamente.
Edward viu em sua mente o que ele pretendia fazer e antes que Félix pudesse colocar as mãos nele estava no chão se contorcendo de dor.
Todos os olhares se voltaram para Jane.
- O que pensa que está fazendo? – exclamou Caius falando pela primeira vez. Só que ela não pareceu ouvi-lo.
- Pare – ordenou Edward a ela que logo obedeceu – Diga os nomes senão o próximo será você Aro – ameaçou. Havia descoberto um novo dom e o usaria a seu favor.
Vendo que ele não pretendia cooperar, Edward entrou na mente de outros e passou a controlar metade da guarda presente, incluído Alec, cujo dom poderia incapacitar a todos. Os que estavam sob seu comando se posicionaram a sua volta.
Aro o olhava incrédulo e fascinado.
- Edward, pare – pediu Gabrielle apreensiva – Esse não é você.
Ele a olhou por alguns segundos vendo a preocupação em seus belos olhos dourados e pareceu voltar a si. Olhou a sua volta e se deu conta do que estava fazendo.
- Desculpe – pediu e Gabrielle vendo que seu menino estava de volta o abraçou consolando-o e levou ele a outro lugar.
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Agradecimentos a Fribt An Cullen, Fribt An Cullen, Juliana_Pacheco que acompanham essa fic.