No Lago do Cisne escrita por Manta do Deserto


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora para postar, mas é que eu acabei de ficar de férias *o*Esse cap é para comemorar então espero que gostem ^-^Boa Leitura õ



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O sol já havia nascido a algumas horas e ele ainda não tinha acordado. Talvez já, mas por conta do emaranhado de braços e pernas femininas em que se encontrava ele provavelmente sentia-se com pena de acordar as moças ao se levantar. O rapaz tinha se superado na noite passada, não era qualquer um que aguentava três moças de uma vez só e várias vezes em uma única noite. Sim, talvez por isso também ele se mante-se em repouso na cama...

—-Ora, vamos... levante-se, ou seu tio arrancará sua cabeça, Neji — lembrou-se o rapaz, esticando-se ainda deitado e levantou-se. Suas companhias se acordaram e ainda sonolentas quiseram prender o jovem mais um pouco.

—-É cedo, fica mais um pouco... - pediu uma loira.

—-É tarde para mim senhoritas – ele vestia as calças, sem dirigir o olhar a nenhuma delas e sentou-se na ponta da cama pra calçar as botas.

—-Ainda temos muito para dar... - outra lhe pediu, abraçando-lhe as costas.

—-Não tenho dúvidas – respondeu depois de um sorriso malicioso. Pegou a camisa amarrotada e vestiu-a já se dirigindo para a porta.

—-Promete que volta? - a última perguntou manhosa.

—-Prometo pensar no caso – ele respondeu sem muito interesse e saiu do quarto andando apressado.

O cavalariço trouxe seu garanhão selado e, logo que passou para as mãos de Neji, o cavalo relinchou. Talvez fosse uma repreensão por estar atrasado para o próprio aniversário, afinal os dois eram parceiros a tanto tempo que as vezes o rapaz achava que sabia o que o animal estava querendo dizer. Era um amizade bonita de se ver. Fez um carinho no ombro de Drogo, seu cavalo, e montou-o, rumando para o castelo de seu tio.

Do jeito que são, os nobres já devem estar de pé esperando a caçada à pelo menos uma hora. Com sorte meu tio estará de bom humor...

O castelo ficava bem afastado da cidadezinha, mas não era problema para Drogo percorrer aquela distancia. O problema real era conseguir passar pelas moças que paravam no meio da rua para admirar o cavaleiro. Alto, orgulhoso, da pele branca e olhos pálidos. Realmente uma bela imagem para qualquer uma que o visse tão de perto. Mas Neji era um cavaleiro habilidoso, conduzia seu cavalo sem a menor dificuldade, por entre as pessoas e as barracas da feira, sem sequer perder a velocidade.

Chegou aos portões do castelo e mal Drogo havia parado, Neji já havia descido.

—-Neji onde você estava?! Seu tio já está impaciente – avisou Lee, seu escudeiro e talvez único amigo, depois de seu cavalo, ao pegar as rédeas do garanhão negro de patas brancas.

—-Eu me resolvo com meu tio, Lee – respondeu Neji com o rosto sério que sempre adotava na frente dos outros. Atravessava o grande pátio quando, sem parar de andar, virou-se para o escudeiro -. Dê água a Drogo por mim. Ele vai precisar.

Lee logo tratou de levar o cavalo ao estábulo e Neji tratou de ter com o tio no salão principal.

—-Ne...Ne...ji! Neji! - chamou uma voz meiga, há muito tempo conhecida pelo rapaz. Ele virou-se antes de entrar no salão. E lá estava ela... Hinata. A jovem de longos cabelos negro-azulados era sua única prima, ela tinha uma aparência frágil, mas sabia ser dura quando preciso, embora muito poucas vezes as pessoas tenham visto essa face dela. E falando em face, a de Hinata era alva e seus olhos mostravam o quando a garota era gentil.

Apesar de tantos atributos, a pequena Hyuuga tinha um problema sério. Era gaga desde muito nova e, apesar dos trabalhos feitos para melhorar a dicção, a moça ainda tinha sérias dificuldades em falar, principalmente quando nervosa e a timidez também atrapalhava. Neji sempre foi seu guardião, a protegia dos jovens nobres quando era pequena, pois eles viviam a importunando por conta do seu problema e isso ele não tolerava. Certa vez ele até chegou a quebrar o braço de um rapaz. Acabou que viraram confidentes, eram quase como irmãos e não existia segredos entre os dois.

—-O que foi Hinata? - perguntou gentilmente olhando a prima se aproximar. Sim, Neji podia ser sério e frio, mas em se tratando da prima ele sabia como ser gentil também.

—-Pap...pap...pa...papai está te esp...esperan...esperan-do na entra-da da fl..flo...flores-ta com os no...nob...nobres... - ela travou. Isso sempre acontecia em frases grandes. Se esforçou para continuar e começou a corar, envergonhada pela falta que a voz lhe fez até que sentiu as mãos do primo sobre seus ombros e olhou-o.

—-Lembra dos exercícios? - ela fez que sim com a cabeça – Então fale como se estivesse praticando. Palavra por palavra.

Hinata suspirou e se concentrou um pouco, até que finalmente abriu a boca para falar:

—-Ele es-ta-va uma fera com vo-cê. Onde es-teve e...esse tem-po todo? - falava pausadamente, ainda gaguejando um pouco, mas bem menos que antes. Por que era sempre mais fácil quando estava com ele?

—-Dormi na cidade ontem a noite e acabei perdendo a hora – Hinata ficou um pouco envergonhada, sabia exatamente o que tinha acontecido quando foi a cidade, ele mesmo já havia dito uma vez.

Balançou a cabeça brevemente e continuou a falar:

—-Dis-se a papai que você fi-cou até tarde tr...trei-nan-do para não faz... fazê-lo passar verg...ver-go-nha na frente dos senhorios. Ele se... - parou para respirar profundamente mais uma vez. Só Deus sabia quanto esforço ela tinha que fazer – Ele se acalmou mais quando viu que você estava se esforçando por ele – falou rápido e sem gaguejar dessa vez, o que lhe rendeu um abraço de Neji. Era tão confortável...

—-Você não gaguejou – ele deu um de seus raros sorrisos. Sorrisos que, até o momento, eram todos para ela – Você conseguiu, Hinata. Parabéns! E muito obrigado por falar com seu pai – deu-lhe um beijo nas mãos -. Você sempre me salva.

—-Vo-cê faria o mes... mesmo por... mim – e ela sorriu abertamente. Deu uma leve risada e empurrou devagar o primo pelo corredor – Ag...Agora vá lo-go e se ar...arru-me. Não vã-o espe-rar por muito mais tem-po.

—-Tudo bem, já vou, já vou – Neji apressou o passo para seu quarto, deixando a prima no corredor. Ele precisava ao menos trocar de roupa.

—-Ne-ji! - Hinata chamou novamente e Neji a olhou, com uma pergunta implicita no olhar – Fe-liz Ani... Aniver-sário! - o primo meneou a cabeça com um sorriso quase imperceptível e rumou apressadamente para o quarto.

 

 

XxXxXxXxX

 

 

—-Mas onde ele se meteu?! - irritou-se um ruivo já em cima do cavalo, assim todos os outros convidados que, tal como ele, já estavam cansados de esperar. Queriam caçar logo e mostrar as poucas damas presentes o quão bons partidos eram.

—-Tenha calma Gaara – pediu Hiashi Hyuuga, o rei -. Caso contrário não vai caçar direito – respondeu-lhe com a paciência que lhe restava. Não tinha como negar que voltava a ficar impaciente. Neji não era de se atrasar, a não ser que... Não, ele não seria tão irresponsável... o rei suspirou e juntou-se com os senhorios mais velhos, deixando Gaara sozinho com sua irritação.

—-Aquele bastardo...

—-Quem é o “bastardo”, Gaara? - o ruivo não se assustou quando Neji galopou até seu lado. Lee parou um pouco para trás.

—-Devia levar mais a sério seus deveres como sobrinho do rei, Neji. É uma desfeita você se atrasar quando seu tio lhe prepara uma caçada. Onde esteve seu inútil? - disse o ruivo com irritação na voz. Ambos se aproximavam devagar do resto do grupo, vendo o alivio no rosto dos de mais.

—-Estive com mulheres, Gaara. Coisa que você deveria começar a fazer também, baixinho – provocou, esporeando Drogo e deixando um ruivo ainda mais irritado enquanto ia falar com o tio.

—-Como se atreve, Neji!? Você me paga por essa!

Neji ria internamente. Nunca dera ao príncipe Gaara a chance de retrucar suas provocações e nunca se importava quando este lhe jurava vingança. Podia não parecer, mas aquilo acabara virando uma brincadeira para ele de uns anos para cá.

Aproximou-se de seu tio e este deu o sinal para que soltassem os cães e tocassem as trombetas, indicando o inicio da caçada. O moreno cavalgava no inicio ao lado de seu tio, pediu desculpas pelo atraso e não entrou em mais detalhes. “Que não se repita”, Hiashi respondeu, “Agora mostre que seu “treino” valeu o seu atraso”.

Ah, meu tio... Era óbvio que apesar dos esforços de Hinata, o rei não demoraria a entender o que realmente o levou a se atrasar. Mas não importava. Neji era o melhor caçador do reino e não deixaria que seu tio fosse motivo de piadas – por mais insignificantes que fossem – dos outros soberanos presentes na hora do jantar. Ele não passaria vergonha logo no dia de seu aniversário. Logo no dia que poderia mostrar que era digno de ser chamado de “sobrinho” por Hiashi. Logo no dia que poderia sentir a Flecha de Ouro em suas mãos, indicando que era realmente o melhor dentre todos os homens ali. Para tanto, bastava que ele caçasse o animal mais imponente de todos.

Apressou o galope do cavalo para junto do grupo mais jovem. Passou, um. Dois. Três. Quarto outros cavaleiros e seus cavalos. Passou por muitos outros e por Gaara, até que ficou a vários corpos a frente dos de mais. Galopou ao lado dos cães de caça. Até que finalmente entrou na floresta, disposto a achar seu prêmio.

Neji só não contava com um pequeno imprevisto que o levaria a algo muito maior.



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Notas finais do capítulo

Críticas construtivas, sugestões e opiniões são bem vindas ^-^