POV Thalia Grace

Haviam se passado três semanas. Três semanas, desde que aquele idiota do Nico, deixou a boca cair em minha cabeça. Ele era o garoto que eu mais odiava em toda a minha vida, e agora, teria que suportá-lo até o fim do verão. Acho que você não está entendendo: desde o começo do namoro de Annabeth e Percy, ela meio que está tentando formar casais. E acho que o alvo dessa vez, fui eu e o Nico. Eu digo todos os dias para ela, que ela nunca vai conseguir juntar-nos, mas ela insiste.

Troquei-me colocando um short jeans, e uma blusa preta, caindo os ombros, com algumas partes rasgadas. Decidi que iria ao anfiteatro. Anfiteatro? Sim. Eu tenho um dom artístico, que é de grande privilégio, e muitos não têm: é o dom do canto. Mas por que lá, que é uma espécie de teatro? Eu sempre tive vergonha de mostrar a minha voz. Sempre foi o fim, isso para mim. E eu acho que agora, lá não irá ter ninguém.

Dei uma boa volta no acampamento, até chegar àquele lugar. Acho que era o lugar dos meus sonhos, arquitetado de acordo com tudo que eu sonhei. Praticamente um teatro. Com paredes negras, iluminação clara e longas fileiras de cadeiras. No centro, estava o palco, com um microfone. Não pensei duas vezes, corri até ele. Mas a questão era: Que musica? JÁ SEI! POR QUE NÃO PENSEI ANTES? Haunted – Evanescence

Long lost words whisper slowly to me

Still can't find what keeps me here

When all this time I’ve been so hollow inside

I know you're still there

Comecei a cantar. Essa musica era perfeita. Amava ela.

Watching me wanting me

I can feel you pull me down

Fearing you loving you

I won't let you pull me down

Um som estranho completou o som de minha voz: um solo de violão.

Hunting you I can smell you alive

Your heart pounding in my head

Mas espera, tem, mas alguém aqui comigo? Até que o fantasma apareceu: era ninguém mais, ninguém menos que Nico di Ângelo.

Watching me wanting me

I can feel you pull me down

Saving me raping me

Watching me

Ele tocava muito bem, devo admitir. Mas isso não diminuía o meu ódio por ele.

Watching me, wanting me

I can fell you pull me dawn

Fearing you... loving you

I won't let you pulll me dawn

E por fim, terminamos a musica.

– Você canta muito bem, Thalia.

– O que? Você me elogiando?

– Fique quieta, menina. Estou te elogiando, e você tira uma com minha cara. Onde já se viu?

– Argh. Tchau Nico.

Sai de lá batendo o pé, mas na hora que eu fui descer as escadas, tropecei, porque meu cadarço estava desamarrado, e cai no colo de Nico.

– Ok, isso foi estranho. Eu sei que você gosta do meu colo, mas se queria sentar aqui, era só pedir.

– Ai seu filho d...

– Se dizer de uma vaca, eu vou te bater.

– Mãe.

– Thalia, como você consegue ser tão rebelde assim? Isso me irrita em você. Não vê que poderíamos ser grandes amigos?

– Não quero ser sua amiga, seu idiota. Deixa-me ir. - Falei, levantando.

– Vai fugir, Thalia?

– Não vou “fugir”, Nico. Quer terminar de discutir? Então tá. O que mais você tem a dizer sobre mim? Porque se eu for falar de você, vou ficar aqui até ano que vem.

– Não exagera garota.

– Ah, exagero sim.

– Você se faz de forte. Mas no fundo, só não quer mostrar para ninguém que você é uma menina sensível, e legal.

– Não fala assim de mim, você não tem o direto de falar isso.

–Não só tenho como estou falando. – Nico se aproximou de mim. Nossas bocas estavam, no máximo, dez centímetros de distancia.

– Cala a boca, eu já disse que não. Eu te odeio garoto, odeio de todo o meu coração.

– Façam-se minhas as suas palavras. – Nico me beijou. É isso ai, me beijou. Me beijou de um jeito, que nenhum menino ainda havia me beijado. Sua boca tinha gosto de bala de hortelã, seu beijo era calmo, mas ao mesmo tempo selvagem. O beijo era bom, admito.

– Ei, ei, o que está fazendo, garoto? Quem disse que você pode me beijar?

– Você poderia ter me parado. Você que não quis. E outra, tenho certeza que você gostou, porque desde o começo correspondeu.

– Argh! Como você é chato. Escuta: nunca mais repita isso.

– Não vou mais repetir, não quero ficar gastando minha saliva, com uma garota chata, como você.

– Tchau Nico.

Sai de lá, admito que estava meio desnorteada. Aquele beijo, talvez mexesse com meus sentimentos. Mexesse? Não. Mexeu, isso eu tenho certeza. Por que, se ele me beijou, e eu o odeio tanto, por que eu correspondi? Será que eu estou me apaixonando? NÃO! Tudo, menos isso. Não posso me apaixonar de novo.