A Princesa do Gelo escrita por Alice Lautner


Capítulo 3
A garota da Abduction




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  POV Renesmee

  Quando o tal de Jacob saiu, eu me animei a treinar mais um pouco. E fiquei assim até que as outras garotas chegaram.

  _Madrugou, foi? – Disse Claire.

  _Na verdade, sim – respondi, saindo da pista.

  _Você é louca, isso sim – disse Bree. – Sei que amo isso aqui, mas não ao ponto de perder minhas preciosas horas de sono.

  _Eu preciso, Bree. Sabe que quero muito que ganhemos aquela taça. – E sussurrando para certa pessoa não ouvir: - E também sabe que quero ser a nova capitã.

  _Olá garotas! – Se anunciou a Treinadora Black, entrando no ginásio. – Srta. Cullen! Que bom tê-la no início da aula.

  Tenho certeza de que fiquei vermelha. Leah aproveitou e riu de deboche. Quis ser parente de Zeus e mandar um raio na cabeça dela.

  _Todas juntas, por favor – pediu a treinadora. – Quero lhes informar uma coisa.

  Fomos todas para o “canto de reuniões” e nos sentamos nos bancos azuis de pedra. A Treinadora Black continuou em pé. Então percebi que havia alguém ao seu lado. E era o tal de Jacob, meu, digamos, salvador.

  _Pelo que podem perceber – começou ela -, temos alguém novo aqui. Este é Jacob – ela segurou o ombro do rapaz -, meu filho.

  Meu queixo caiu. Filho? Quando eu iria imaginar que a Treinadora Black tivesse um filho tão gato assim?

  Todas as garotas começaram a murmurar e a olhar para ele. Mas os olhos dele não saiam de uma pessoa. Eu. Quis sorrir, mas meu juízo estava no lugar.

  _Ele será meu novo assistente – continuou a treinadora. – Isso quer dizer, que estará aqui todos os dias. Espero que não tenham problemas com isso.

  _Não, nenhum – disseram as garotas em sincronia.

  A Treinadora Black ficou satisfeita, e aposto que não notou o real interesse das garotas em Jacob permanecer ali. Mas eu também não me importava nenhum pouco. Contando que ele não fosse um daqueles gatos chatos, por mim estava tudo azul.

  _Então – disse ela, em sua postura de ceifeira -, todas para o alongamento e treinando. Vamos, vamos! Temos um campeonato para vencer!

  Todas obedecemos, e eu tentei ao máximo não ficar olhando para o deus grego que estava fora da pista, observando atentamente as garotas.

  _Um pecado não acha? – Disse Bree.

  _Totalmente – concordou Claire. Ambas olhando para Jacob.

  _Francamente – eu disse. – Temos que nos manter ocupadas com os treinamentos.

  _Relaxa, Nessie – disse Claire. – O bonitão ali não vai nos atrapalhar em nada.

  _É – concordou Bree. – E você sabe que o meu príncipe encantado já tem nome e sobrenome. Preciso falar?

  _Não – eu disse.

  _Ei – disse Claire -, você ainda vai ficar aqui depois da aula?

  _Claro – eu disse. – Tenho que ensaiar muito. E vocês deveriam fazer o mesmo.

  _Acha que não estamos dando nosso melhor? – Disse Bree. – Estamos fazendo o possível. E garanto que já estamos boas.

  _Boas o suficiente para detonar com as Ice Girls? – Eu disse.

  _Bom... – Bree engasgou. – Acho que vamos chegar lá.

  _Não podemos demorar muito – eu disse. – O campeonato está mais próximo a cada dia.

  _Ei, vocês três! – Chamou a treinadora. – Menos papo e mais patinação!

  Eu bufei, mas me afastei das garotas e me concentrei em meus movimentos. Bree deu um jeito de ficar perto de mim.

  _Vai ficar mesmo? – Perguntou. Assenti. – Que pena! Eu e Claire não vamos poder ficar com você hoje. Temos que fazer você sabe o quê em você sabe onde.

  _Tudo bem – eu disse. – Podem ir.

  Esse você sabe o quê em você sabe onde, quer dizer da surpresinha que as duas prepararam para Leah. E para não me julgarem, eu não tenho nada a ver com isso!

  No final da aula, a Treinadora Black me elogiou bastante. Disse que eu tenho grandes chances de derrotar as Ice Girl – pelo menos no solo – e que eu estou em sua lista para nova capitã da equipe. Claro que isso me acendeu por dentro. Ela perguntou se eu iria continuar com minhas horas extras e eu disse que sim. Ela ficou bem satisfeita com meu empenho.

  Ao longe – eu já estava na pista -, pude ouvir a treinadora chamando seu filho para ir embora. Ele recusou, dizendo que queria conhecer melhor o lugar. Sei. Ela não se importou – ficou até feliz – e foi embora.

  Eu fingi que não percebi quando Jacob entrou no ginásio. Continuei a patinar.

  _Você é uma das melhores – disse ele.

  _Tirou essa conclusão sozinho? – Eu disse, sem parar de patinar. Não ficava mais de dois segundos olhando em seu rosto.

  _Sim... e não – respondeu ele. – Vejo como patina bem, e ouvi minha mãe dizendo que você tem grandes chances de derrotar as Ice Girls, equipe da minha tia. Então, acho que é uma das melhores, se não a melhor.

  Pude sentir meu rosto esquentar.

  _Já fizeram apresentações de casal? – Perguntou ele.

  _Uma vez – eu disse. – Por quê?

  _Acho que é isso que está faltando – disse ele. – Podemos tentar? Agora.

  Não resisti. Fui para a saída da pista – que era onde ele se encontrava – e apoiei meu braço na paredinha.

  _Você sabe patinar? – Perguntei, desconfiada. Me lembrei que ele joga hockey, então completei. – No gelo.

  _Não deve ser tão difícil – disse ele. Então se aproximou mais, nossos narizes quase se tocando. Sussurrou: - E eu aprendo rápido.

  Eu ri, me afastando um pouco.

  _Deve ter algum patins do seu número no vestiário masculino – eu disse. – Vamos lá, patinador.

  Ele riu, então foi para o vestiário masculino. Reparei ele de costas. Bem musculoso. E ele ficava bem com aquela camiseta preta sem mangas e aquela calça solta. Eu ficava com calor só de imagina-lo sem essas duas peças. Tive até que me abanar com as mãos.

  Quando ele voltou, teve que segurar nas paredes para andar com os patins.

  _Você tá legal? – Perguntei, ironizando a frase.

  _Estou ótimo – disse ele. Dei passagem para que entrasse na pista. Tive que segura-lo quando deu o primeiro passo no gelo. Então ele se equilibrou, e até patinou bem até a frente da pista, ficando uns 5 metros afastado da parede.

  _O que quer que eu faça? – Perguntei, ficando de frente para ele.

  _Vamos fazer uma coisa simples – disse ele. Não gostei nada de seu sorriso malicioso. – Você vai para a outra extremidade – ele apontou para frente -, então vem correndo nos patins e pula. Eu te pego no alto.

  _Nem morta – eu disse. – Não com você. Você não tem experiência com o gelo. Vai nos fazer cair e gerar graves lesões. E eu não posso me machucar. Não estando tão perto do...

  _Confie em mim – disse ele, tampando minha boca com sua mão. – Você não vai se machucar, Nessie.

  Olhei para ele, desconfiada. Como sabia meu apelido?

  _Ouvi suas amigas dizerem – disse ele, percebendo meu olhar.

  Dei de ombros, então fui para o ponto que ele havia indicado. Ainda não confiava muito nesse maluco, mas eu queria fazer aquilo.

  Soltei uma grande expiração, olhando Jacob de longe. Ele sorria. Maluco!

  Me preparei, então corri ao seu encontro. Não pude deixar de imaginar nós dois em um campo de flores, com um sol brilhante, enquanto corremos para um abraço, como nos filmes. Ele também se movimentou e se preparou para me pegar, flexionando um pouco os joelhos. Quando já estava em uma boa distância, pulei.

  Suas mãos me agarraram pela barriga enquanto eu me mantia firme na horizontal, as pernas de maneira que não me deixasse cair. Não pude deixar de rir – ele riu também. Depois percebi que ele estava deslizando no gelo, com uma elegância sem fim. Então ele parou e me desceu, lentamente, nossos corpos roçando enquanto ele me colocava no chão.

  Ele ainda segurava minha cintura e estávamos muito colados quando meus patins tocaram o gelo. Nos encarávamos, ofegantes. Minhas mãos estavam em seus ombros.

  _Perfeito – disse ele, sem tirar seus olhos dos meus. – Disse que podia confiar em mim.

  _Como patinou assim? – Perguntei. – Você estava todo destrambelhado. Achei que não era capaz.

  _Ei, essa doeu – disse ele com um sorriso largo. – Minha mãe é patinadora, se lembra? O que você acha que eu fazia em meus finais de semana quando era menor? Treinava com ela no gelo.

  Ficamos em silêncio, então me lembrei de que tinha que sair de seus braços. Muito vermelha, saímos da pista.

  _Eu cresci – disse ele. – Não me socializei muito com o gelo, então saí fora. Mas as rodinhas são meu forte. Eu jogo hockey de salão. Você poderia ir me ver um dia. É no Red Club mesmo.

  _Ah – exclamei.

  _Sei que vai lá – disse ele. – Te vi ontem com suas amigas. Claro que ainda não sabia que você era... bom, você.

  Eu ri.

  _Eu também vi você jogando ontem – eu disse. – Você atropelou aquele cara, coitado!

  _Ele que entrou na minha frente! – Ele disse. Rimos.

  Me troquei e Jacob ficou me esperando. Saímos do QOTIC conversando e rindo.

  _Você é bem legal – disse ele, enquanto me acompanhava até o ponto de ônibus. – Quando vamos nos ver novamente?

  _Amanhã – eu disse, pensando que aquilo era a coisa mais óbvia do mundo.

  _Não foi isso o que eu quis dizer – disse ele, seus olhos castanho escuro brilhavam na luz do sol.

  Fiquei sem saber o que dizer. Eu não podia sair com o filho da treinadora. Como se esperasse para me resgatar, o ônibus apontou na esquina.

  _Hora de ir – eu disse. – Até amanhã.

  O ônibus parou, e antes que eu subisse nele, Jacob me deu um beijo no rosto, o que me deixou bem vermelha.

  _Até amanhã, então – disse ele.

  Embarquei, com o coração quase saindo pela boca.

  POV Jacob

  Observei o ônibus desaparecer. Ela não havia entendido a minha indireta, mas tudo bem. Eu ainda vou tê-la. Hoje com certeza vou ao Red Club – bem mais tarde do que o natural. Ela pode estar lá. Tenho que conseguir conquistar logo essa gata. Mas vou com calma, ela é uma das garotas da minha mãe. Qualquer coisa pode ir chorar para ela.

  Já estava procurando meu carro na rua, quando me lembrei de que havia vindo com minha mãe. Resolvi chamar um táxi para me levar até em casa.

  O Red Club estava lotado – como sempre -, mas não havia nenhum sinal dela ou de suas amigas. É, acho que não vem hoje. Resolvi me instalar na mesa de Lilly. Apesar de não gostar de repetir a dose, eu precisava de alguém hoje. Não sei como, mas aquela patinadora não saía da minha cabeça. Acho que é porque estou louco para provar de sua boca, de seu corpo. Estremeci só de pensar nisso.

  Ao me sentar na cadeira vazia ao seu lado, Lilly abriu um largo sorriso e ficou me olhando com seus olhos azuis.

  _Quanto tempo! – Exclamou ela.

  _Pois é – eu disse. – Resolvi ficar aqui, conversando com minha amiga. – Pisquei para ela ao dizer a última palavra. Ela sorriu mais ainda.

  _O que anda fazendo de bom? – Perguntou, depois deu um gole no refrigerante.

  _Jogando hockey – eu disse. – Mas agora tenho que auxiliar minha mãe com a equipe de patinação dela.

  _Isso é muito bom – disse ela. – Obter alguma experiência. Se é que você precisa disso. – A última frase foi um murmúrio, ela passou seus olhos por meu corpo ao dizê-la.

  Ela parecia estar quase pulando em cima de mim. Dava pra perceber que tentava se segurar na cadeira para não me atacar. Ela deu um sorriso de canto, e o sorriso de Renesmee me veio à mente.

  _Então – eu disse a ela -, quer dar uma volta comigo, Nessie?

  _Nessie? – Disse ela, incrédula. – Francamente, Jacob!

  Pegou sua bolsa e saiu, acompanhada de suas amigas. Eu fiquei mais perplexo ainda. Eu nunca tinha feito isso antes. Falar o nome de outra garota enquanto converso com uma. Ah, droga! O que essa garota havia feito comigo? Mas ainda queria vê-la – mas não apenas isso. Hehehe.

  Fiquei mais um tempo sentado na mesa, pensando em como eu pude cometer uma gafe dessa. Lilly deve ter pirado. Mas eu tenho certeza de que ela vai perdoar rapidinho o papai aqui.

  _Jacob!

  Olhei para o lado e vi Emmett.

  _Qual é, parceiro – eu disse. Fizemos um toque de mãos. Ele se sentou em uma das cadeiras vazias.

  _O que anda fazendo? – Perguntou ele.

  _O mesmo de sempre...

  _Festa... Paquera... Sexo... – Ele listou. Eu ri.

  _Isso – concordei. – Só que agora eu tenho que ajudar minha mãe com a equipe de patinação dela. Só assim consigo grana agora.

  _Ih! Aquelas magricelas de pernas finas – disse ele. Emmett sempre teve as mesmas opiniões que eu.

  _Pior que não – eu disse. – As garotas da equipe da minha mãe não são como aquelas de campeonatos internacionais que vemos na TV. Elas são tão...

  _Gostosas?! – Disse ele. – Tá sacanagem comigo, não é?!

  _Não mesmo – eu disse. – Eu achei que seria um inferno ficar vendo aquelas varetas patinando pra lá e pra cá. Mas quando eu cheguei lá, meu irmão, me senti no paraíso!

  _Acho que vou me indicar pra ser um estagiário lá – disse ele.

  _Fique a vontade – eu disse. – Mas por onde você andou? Tem um tempão que não te vejo.

  _Eu estava em Atlanta – disse ele. – Meu pai tinha negócios a tratar. Achou que seria bom eu ir junto. Ele quer que eu me interesse pelos negócios da família. Mas, cara, nem te conto. Lá eu conheci uma loira...

  E ele ficou tagarelando sobre a loira maravilhosa que ele conheceu em uma das reuniões do pai. Mas eu não prestei atenção em nada do que ele disse. A única coisa em que pensava era: o que será que Renesmee está fazendo agora? Onde será que ela está? Com quem ela está?

  Era assustador o modo como eu só conseguia pensar nela. Quando eu não estou com a garota, o máximo que consigo ficar pensando na fulana é, sei lá, cinco segundos. Mas o brilho dos olhos de Renesmee, o modo como ela se movimenta no gelo... Nada disso saía da minha cabeça. Só tinha uma coisa a ser feita: conseguir ter ela logo, assim eu me livro dessa perturbação. E que perturbação deliciosa...

  _Escuta, Emm – eu disse, o cortando na parte em que ele estava contando como foi comer a loira gostosa. – Eu vou nessa. Tenho... umas paradas para fazer e... – fingi que olhava o relógio no meu pulso. – Puxa! Já estou atrasado! Até mais parceiro.

  Me levantei e dei uns tapinhas em suas costas antes que ele pudesse falar alguma coisa.

  Na verdade eu não tinha merda nenhuma para fazer. Eu só queria sair daqui. Renesmee não viria aqui hoje. Ah, droga! Renesmee de novo! Acho que preciso de um psicólogo, porque eu realmente não estou normal.

  Saí dali sem prestar atenção por onde eu passava. Assim que saí pela porta de entrada, esbarrei em alguém, que soltou um ai! bem baixinho. Me virei para pedir desculpas, quando me deparei com seus olhos. Antes que eu pudesse contar meus lábios, eles estavam repuxados em um sorriso.

  _Não esperava encontrar você aqui – agora, completei em meus pensamentos.

  _Só passei pra comprar um Milk Shake – disse ela. – O daqui é o melhor do mundo. Nem o McDonalds supera.

  Eu ri.

  _E posso saber aonde você vai? – Eu disse, sem conseguir tirar meus olhos dos dela.

  _Trabalhar – disse ela.

  _Trabalhar? – Eu disse, não acreditando.

  Não. Quê isso! A família dela deve ser rica. Por que ela precisaria trabalhar?

  _Sim – respondeu ela. – Como acha que pago minhas aulas na QOTIC? – Disse ela, revirando os olhos. Ajeitou a bolsa no ombro e entrou no Red Club. Eu a acompanhei. – Eu não sou rica, Jacob – disse ela, como se lesse meus pensamentos. – Preciso trabalhar para pagar a QOTIC e o lugar onde moro.

  _Nossa – eu disse. – Eu fiquei... Surpreso.

  _Surpreso? – Disse ela. Paramos no balcão dos pedidos e ela pediu o milk shake (parece que ela conhece o garoto, até o chamou pelo nome). – Por que surpreso?

  _Sei lá – eu disse. – Você parece princesinha de mais para...

  _Princesinha? Eu? – Disse ela, rindo. – Até parece! Você deve estar me confundindo com uma tal de Leah Clearwater. Ela sim é princesinha. Mas princesinha do inferno!

  _Tudo bem, senhorita “não me importo nenhum um pouco em falar mal dos outros”...

  _Acha que apenas eu faço isso? – Disse ela. – Aquela ordinária é pior que eu.

  _Vamos deixar o assunto “a tal de Leah Clearwater não presta” de lado? – Eu disse. Ela assentiu, muito satisfeita. – Posso acompanhar você até o seu trabalho?

  _Não – respondeu ela, sem nem mesmo pensar.

  _Por que não?

  _Não mesmo – disse ela. – Além do mais, eu não consigo imaginar você encarando o busão.

  Deus, que calor! Eu tenho razão em preferir pagar uma grana preta em táxi do que encarar esses ônibus. Mas hoje, por Renesmee, eu encarei essa furada e estou aqui, em pé, porque a lotação fez juiz a esse nome. Está completamente lotado. Não sei como Renesmee consegue ficar esmagada entre as pessoas e ainda continuar linda.

  Mas agora, a única coisa que não saía da minha cabeça era: já estamos chegando?!

  Quando descemos, eu senti um alívio imenso passar por mim, e respirei profundamente o ar puro.

  _Como você consegue aguentar isso todos os dias? – Perguntei.

  _Eu disse que era de mais para você – disse ela. – A culpa não é minha se você quis dar uma machão.

  _Rá rá rá – eu disse. – Tá gostando de tirar sarro, não é?!

  _Muito – disse ela. – E olha que nos conhecemos hoje. – Ela riu.

  Quando paramos no passeio, olhei para o local em que ela estava entrando.

  _Você não vem? – Disse ela. – Acho que pode ficar por aqui por alguns minutos.

  Entramos na boate, que estava escura e deserta.

  _Acho que cheguei cedo – disse ela. – Mas o James deve estar lá dentro.

  Olhei o lugar. Estava vazio, quieto. Bem diferente de quando está funcionando.

  _Abduction? – Eu disse. – Fala sério que você trabalha aqui!

  _É sério – disse ela. – Surpreso?

  _Completamente – eu disse. Passei a mão pelo chão palco redondo. – Isso não tem nada a ver com você.

  Ela riu, tipo, uma gargalhada mesmo.

  _Eu não faço isso – disse ela, apontando o palco com os olhos. – Eu apenas sirvo as pessoas. As bebidas, os aperitivos. Caramba, Jacob! Eu não me apresento.

  Não consegui conter o suspiro de alívio que soltei.

  _Aqui é um bom lugar para se trabalhar – disse ela. – Quero dizer, é melhor ainda quando não tem aquelas bêbados estúpidos que querem agarrar as meninas do show a força, ou quando quebram as cadeiras uns nos outros, estilo filme de faroeste.

  Ela se encostou em uma das mesas e ficou me encarando.

  _Então... – disse ela.

  _Então – eu disse -, acho que vou ficar por aqui. – Me aproximei dela, colocando minhas mãos apoiadas na mesa, de forma que ela ficou presa entre meus braços. – É um dos meus lugares favoritos – sussurrei, perto de sua boca.

  Ela não se moveu, seus olhos sendo direcionados para a minha boca, como os meus estavam para a boca dela. É agora. Estou sentindo. Aproximei mais nossos rostos, nossos narizes já estavam se tocando quando...

  _Renesmee!

  Ela me empurrou logo e se virou para o cara que estava parado na porta dos “bastidores”.

  _Sim, James – disse ela.

  _Reunião de emergência – disse ele. – Agora!

  Então, ele se virou e voltou por onde tinha vindo.

  _Tenho que ir lá dentro – disse ela. – Pode ficar aqui, mas vê se não estraga nada.

  Ela praticamente correu atrás do tal de James. Eu apenas puxei uma cadeira e sentei, relaxado.


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