O Cativeiro escrita por Paola_B_B


Capítulo 27
XXVI.


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, perdão pelo atraso, minha net deu problema... Enfim o cap está aí e espero que gostem ^^

Ele está maior do que o de costume!



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XXVI.

             

Sem qualquer proteção enfiou as trêmulas mãos na terra. Encolheu seus ombros reprimindo o choro e espremeu seus olhos para que as lágrimas não a traíssem. As pernas - nas quais estava sentada em cima - estavam dormentes, mas ela não ligou. Concentrou-se em rezar, em pedir, em implorar que as terríveis imagens saíssem de sua mente. Que todo o pesadelo passasse pelo seu corpo, seguindo para seus braços e finalmente descarregando na terra através de suas mãos.

Deu certo. Pelo menos pelas próximas horas nas quais estaria ocupada adubando a terra, preparando flores e as trocando de vasos.

Trabalhar com a natureza era seu meio de fugir de sua própria mente perturbada. Desde que saíra do hospital - há 5 dias - e perdera a regalia dos remédios que a dopavam tanto que não tinha tempo para pensar em nada, tinha problemas com o sono.

Justamente ela que sempre foi boa de cama! Como era possível ter perdido o prazer que sempre sentira em dormir?

Depois de dois dias na casa de seus pais percebeu que não conseguiria se livrar de seu trauma se não ocupasse sua mente com alguma coisa. Sua solução foi voltar logo ao trabalho e encarar os olhares piedosos de suas amigas e colegas de trabalho. Já estava acostumada com o mesmo olhar vindo de seus familiares, então de pessoas de fora não a faria se sentir tão mal.

Mero engano.

Era pior. Muito pior. Quase enlouqueceu quando voltou a trabalhar. As pessoas na rua a encaravam, os clientes a olhavam em analise e os mais corajosos perguntavam sobre o ocorrido. Era sufocante. Desesperador. Somente de andar na rua, mesmo com Alice ou sua mãe ao seu lado lhe dava pavor.

Sua solução foi conversar com sua sócia e grande amiga Ângela e pediu para não atender aos clientes e cuidar somente da parte braçal - trabalho antes feito pela funcionária e amiga Jéssica.

Isabella chegava ao trabalho cinco minutos depois da loja abrir e ia direto para a estufa cuidar das plantas. Sua mente relaxava e ela conseguia esquecer dos pesadelos que não deixavam-na dormir direito durante a noite. Um homem de cabelos ruivos e maxilar imponente aparecia em sua mente e ela se perguntava como ele estava, se ainda pensava nela ou já havia esquecido-a.

Ainda quando estava no hospital ela o visitou escondida, porém o agente estava completamente dopado e não a viu. Depois de sorrir para sua expressão suave depositou um beijo em seu rosto e voltou para o seu quarto. A morena sentiu-se péssima por ele ter levado um tiro enquanto a protegia. Mas segundo seu pai Masen ficaria bem após usar a tipóia por poucos meses.

Ela acabou saindo do hospital antes de Edward que ficou impossibilitado de sair da cama para visitá-la por causa dos remédios para dor. O ruivo era forte como um cavalo para todos os campos de seu trabalho, porém seu corpo reagia aos remédios de forma boa de mais e doses normais para qualquer pessoa eram muito fortes para ele.

"Curtiu" sua folga no FBI dormindo em seu antigo quarto na casa de seus pais. Dona Esme estava tão histérica que não permitiu que o filho ficasse sozinho. Toda essa pressão de sua mãe o impediu - quando já estava melhor - de ir até a casa de seu chefe visitar sua protegida. Estava louco para revê-la. Não conseguia tirá-la da cabeça.

Quando voltou para os dias de trabalho preferiu não ir até ela. Lembrava de toda tristeza que seus olhos verdes demonstravam ao falar da família. A deixaria por mais um tempo sossegada com seus entes queridos.

O casal estava recebendo ajuda da Doutora Halle. Isabella recebia visitas após seu expediente enquanto Edward freqüentava o escritório de sua amiga no FBI. Ele achava uma grande perda de tempo ter que fazer essas consultas, já passou por coisas piores. Porém era obrigado por seus superiores.

Sem saco para aturar as analises de Rosálie, ocupava seu tempo perguntando sobre a filha do chefe. Ele sabia que ela estava sendo tratada por sua amiga e sabia também que a pobrezinha deveria estar sofrendo muito com todo o trauma pelo qual passou.

A loira já puta da cara por não conseguir fazer seu trabalho explodiu com o agente.

- Mas que porra Edward! Vocês dois são dois cabeças duras impossíveis de tratar!  Em vez de contar o que sentem ficam me perguntando um sobre o outro. Eu não sou a porra de um pombo correio!

- Ela perguntou sobre mim? - um largo sorriso se apoderou do rosto do ruivo ignorando completamente a carranca da doutora.

Rosálie revirou os olhos percebendo que não havia jeito. Pegou um papel em cima de sua mesa e anotou rapidamente um endereço. Andou batendo com força os saltos no chão e jogou o pedaço de papel diretamente no rosto do agente que piscou confuso.

- Suas seções estão acabadas! Vou escrever um relatório para o chefe dizendo que você está em perfeitas condições, tão perfeitas que já está me tirando do sério.

- Que lugar é esse? - perguntou Edward com a testa franzida.

Rosálie tinha vontade de pular no pescoço do amigo por estar ignorando-a, mas querendo uma ajuda para fazer com que a morena se abrisse mais com ela resolveu falar de uma vez. Suspirou e tomou um tom sério fitando diretamente os olhos do ruivo.

- Tente convencê-la de se abrir comigo. Quero ajudá-la, mas ela criou uma barreira ao seu redor. Alice disse que a irmã está diferente demais. Parece que Bella tenta a todo custo ocupar a cabeça com trivialidades e quando sai de casa parece um bicho acuado. Não posso ajudá-la se ela não quer receber essa ajuda Edward. 

A doutora abriu a porta e saiu deixando o agente com seus pensamentos.

Não demorou para que ele levantasse em um salto e seguisse para a saída do prédio. Em sua mão esquerda o endereço do trabalho de sua morena.

*/*/*

Os cabelos castanhos claros caiam por seu rosto criando uma cortina entre a moça - que mascava seu chiclete ruidosamente - e a porta de entrada. Ela concentrou-se em continuar suas contas, precisava dar um jeito de entender o serviço que antes era feito por Isabella e Ângela.

Jessica estava acostumada em trabalhar com suas plantinhas, colocava o fone de ouvido em uma música pop do momento e cantava - desafinadamente - para suas flores. Não era novidade para ela suas amigas rindo de suas loucuras, mas não ligava. Gostava de seu trabalho. E agora mais do que nunca desejava que Bella voltasse ao normal logo.

Sua amiga nunca fora das mais extrovertidas ou animadas, porém sempre foi uma pessoa doce e divertida. Agora ela estava ainda mais fechada como se tentasse se esconder em seu próprio mundo.

- Oi Jess! Como estão as coisas por aqui? - perguntou Ângela assim que chegou à loja.

Jogou sua bolsa em cima do balcão e se apoiou no mesmo.

- Graças a Deus você chegou! Não consigo entender essas contas! - bufou a mulher empurrando o caderno para a chefa.

Ângela franziu a testa enquanto olhava para os rabiscos da funcionária. Revirou os olhos e riscou o resultado da conta para ajeitar o valor.

- Como ela está? - perguntou em um tom baixo fechando o livro de finanças.

- Como se eu soubesse! Ela não fala, não conversa! Só fica enfurnada naquela maldita estufa! - bufou Jessica.

- Não fale assim! Só Deus sabe o que ela passou e viu naquele lugar. Vamos dar um tempo e tentar ajudá-la. Não gosto de vê-la desta maneira.

- Eu também não gosto Ang, mas eu não sei o que fazer.

As duas trocaram de assunto com medo de que a amiga escutasse. Ângela começou a contar do cliente que fora atender a pouco e ficou animadíssima com o grande espaço que viraria um perfeito jardim. Mas sua fala desenfreada foi interrompida quando viu Jessica olhando para algo atrás dela com a boca aberta.

Assim que se virou não pode evitar corar ao ver o homem todo de preto com apenas um pequeno logo do FBI no canto superior esquerdo de sua camisa. Os cabelos bagunçados em um tom de ruivo perfeito. Os óculos escuros impediram-na de enxergar seus olhos. Uma tipóia mantinha seu braço direito imobilizado junto ao seu corpo.

- Bom dia! - cumprimentou o agente com a voz grave.

- Olá!

- Bom dia! Como posso te ajudar? - perguntou Jessica pedindo do fundo de sua alma que ele pudesse ler sua mente e realizar seus desejos.

Ângela chutou a amiga em uma tentativa - inútil - de fazê-la se tocar que o homem a sua frente era um agente do FBI, ou seja, ele deveria estar ali a mando do pai de Bella.

- Sou agente Masen. - disse Edward após limpar a garganta constrangido com o olhar da moça enquanto retirava seus óculos.

Jessica quase desmaiou com a cena sexy que viu a sua frente não reparando no que ele acabara de dizer. Ângela ao contrário da funcionária reparou - mesmo abalada com o movimento - que o nome do agente nada mais era que o mesmo que sua amiga Bella tanto falava antes de ser seqüestrada.

- Você é o queridinho do papai Swan? - perguntou chocada a moça de cabelos escuros.

- É. Estou no lugar certo. - murmurou o agente e então ignorando a pergunta de Ângela voltou a falar. - Isabella está?

- Ela está na estufa. - respondeu Jessica tão chocada quanto Ângela.

- Eu posso ir até lá? - perguntou o agente com paciência.

- Claro, é naquela porta de vidro ali. - indicou Ângela.

- Obrigado.

O ruivo seguiu para a estufa se segurando ao máximo para não correr até lá.

- Bella não disse que ele era um nerd virado em espinhas? - sussurrou Jessica incrédula.

- Ela disse que achava que ele era daquele jeito. - sussurrou Ângela de volta.

- Para mim ela estava escondendo o ouro!

- Cala a boca Jess, Bella não é assim!

As duas esperaram um tempo antes de seguir até a porta e escutar a conversa dos dois. Imaginem a surpresa quando notaram que ninguém falava dentro da estufa. Espiaram e sorriram quando viram o olhar do agente para a amiga.

Assim que entrou na estufa de maneira silenciosa o agente não conseguiu seguir até Isabella ou falar alguma coisa. Ficou bobamente a olhando enquanto a morena terminava de plantar alguns "amores perfeitos" em um vazo retangular. Suas mãos afagavam a terra com delicadeza e ajeitavam as flores de modo sutil. Sua expressão era concentrada.

Seu rosto ainda possuía algumas cicatrizes de arranhões, nada mais grave que as queimaduras e os cortes em sua barriga. Seu pai ficara completamente louco quando o clinico geral do hospital lhe passou o laudo médico. Mas como estava longe dos bandidos teve tempo de se acalmar. 

Edward ficou observando aquela mulher de corpo pequeno e delicado. A mesma mulher que fazia seu coração bater estranhamente e sua boca ficar seca. Mas percebeu em seu olhar algo que não o agradou. O olhar de medo, o olhar de insegurança.

- Fico me perguntando para quantas pessoas você me apresentava como queridinho do seu pai. - disse o agente de maneira divertida, porém intensa.

Ele não conseguia esconder o sentimento em seu peito. Principalmente na presença dela.

Swan estranhamente não se assustou com a voz do agente. Era como se ela o escutasse a todo o momento em sua mente. Virou-se para ele sentindo seu mundo girar. Seus olhos encheram-se de lágrimas ao avistar a tipóia.

- Sinto muito pelo tiro que levou. - murmurou ela.

- Já passei por coisas piores. - deu de ombros o agente e se arrependeu do que disse quando a viu estremecer. - Hey! Não fuja de minha pergunta. Não acredito que fez minha caveira para todos os seus amigos sem nem mesmo me conhecer. - o agente fingiu falsa braveza.

Isabella sorriu verdadeiramente pela primeira vez depois que saiu do hospital. Edward deu-se por satisfeito por ter conseguido fazê-la sorrir.

- Como se você não tivesse feito o mesmo comigo.

- Olhando você agora completamente suja de terra... É difícil imaginá-la como a patricinha que eu pensava que era. - ele lhe mandou um sorriso torto que a fez ruborizar. - Posso ajudar?

A morena olhou confusa para o homem que se aproximava e sentava ao seu lado no chão. Sentiu sua pulsação acelerar com a proximidade. O ruivo sorriu divertido levando sua mão ao rosto de sua morena tentando limpar a terra grudada.

- Isso é constrangedor. - murmurou ela.

O agente a olhou confuso sem retirar sua mão do rosto delicado.

- Você estar suja de terra como uma criança que brinca no jardim? Bem, você ainda não me viu tomando sorvete. - lhe mandou uma piscadela.

Isabella não conseguiu evitar o riso. Manteve o sorriso quando Masen retirou sua mão de seu rosto e perguntou.

- Então? O que está fazendo aqui? - olhou para o vazo a frente.

- Quer mesmo me ajudar?

- Porque não? - deu de ombros e então olhou seriamente para a mulher. - Só não conte ao Emmett.

Masen conseguiu. Swan soltou a mais bela gargalhada.

A mulher começou a indicar como se fazia para adubar a terra, gargalhava com a dificuldade de Edward fazer as coisas com apenas uma de suas mãos. E ria ainda mais com as caretas de nojo quando ela contava o que deixava a terra fértil.

Ficaram entretidos com as plantas e os risos suaves de cada um. O ruivo sentiu-se como se por toda a sua vida estivesse esperando por Isabella. Era como se ela já fosse parte integrante do seu dia-a-dia. Era como a porra de um filme de romance clichê!

Já a morena sentia-se tão bem na companhia do agente que nem se quer percebeu que pela primeira vez desde que saíra do cativeiro sua mente não mostrara incansavelmente algum fato ocorrido naquele local.

Quando toda a terra fértil fora colocada nos devidos vasos os dois jovens se olharam e gargalharam mais uma vez com seus estados. Rostos e mãos sujas de terra. Foram até o banheiro próximo para se limpar. Isabella ajudou Edward a lavar a própria mão e o clima divertido foi ficando menor dando lugar a um outro tipo de sentimento.

Com as mãos já devidamente limpas, Isabella molhou a ponta da toalha e levou até o rosto do agente. A testa era o principal ponto já que com a mania de Edward passar a mão pelo cabelo a sujeira se concentrou naquele local.

Ela se divertiu ao chacoalhar os cabelos ruivos de Masen. Ele ficou hipnotizado por seu rosto delicado.

- Minha vez. – sussurrou ele pegando a toalha e passando suavemente na bochecha de Isabella.

Fechou os olhos lentamente para então abri-los e enxergar Edward muito perto de seu rosto. Sua respiração travou por um momento enquanto observava tão de perto aqueles peculiares olhos azuis com toques esverdeados.

Porém antes que Masen pudesse realizar o que já imaginava em sua mente seu celular tocou. Fez cara feia e Isabella sorriu suavemente.

- É melhor atender, pode ser importante. – disse ela e o agente suspirou levando seu celular a orelha.

- Masen.

Isabella observou a expressão de Edward fechar ainda mais e seu olhar se tornar impaciente.

- Emmett. – sibilou entre dentes. – Não enche. A porra. Do saco! – então desligou na cara do amigo.

Estava prestes a pedir desculpas pelo palavreado, mas bufou divertido quando a morena gargalhou em sua frente.

- Eu tenho que ir. Precisam de mim no FBI. – murmurou chateado.

Ela assentiu querendo dizer para ele não ir embora, mas sabia que era o seu trabalho. Precisavam dele lá. Provavelmente para salvar outra garota em perigo. Suspirou resignada.

- Eu te levo até a saída.

O agente assentiu querendo que ela pedisse que ele ficasse, pois se ela o fizesse com certeza ele o faria. Iam encher seu saco no FBI, mas ele tinha crédito suficiente com os seus superiores para extravasar de vez em quando.

A seguiu em silêncio até a saída. Deu um aceno para as duas mulheres no balcão que saíram correndo de trás da porta após escutarem que iriam sair. Estavam decepcionadas por não terem vido nada além de muita cumplicidade entre eles enquanto trabalhavam com as flores.

Um nó se formava na garganta de Isabella cada vez que chegava mais perto da saída da loja, se encolheu involuntariamente. Masen percebeu os passos da mulher diminuírem a velocidade, seus ombros se encolheram e as mãos apertaram a barra da camiseta.

Num ato instintivo levou suas mãos aos ombros da morena e aproximou seu corpo do dela.

- Calma, não vou deixar que mais nada aconteça a você. – sussurrou em seu ouvido.

Não era necessário que o falasse, pois assim que tocou em Isabella seu corpo relaxou.

Lentamente o casal saiu recebendo em seus rostos a rajada de vento frio. O céu já estava em tom de rosa com o por do sol. Edward ainda permanecia com suas mãos nos ombros de Isabella.

A morena então deu um passo para trás encostando suas costas no peito do agente. Segurou suas mãos nas dele e as puxou em torno de seus ombros. Fechou os olhos tentando fazer com que a segurança que sentia nos braços de Masen permanecesse depois que ele fosse embora.

O ruivo a abraçou firme e começou a falar em um tom baixo.

- Quando eu voltei da guerra eu não conseguia dormir. As imagens de tudo o que eu vi se repetiam em minha mente incansavelmente. Isso prejudicava o meu dia. Ora eu ficava irritado, ora eu permanecia em silêncio. Fiz meus amigos e familiares sofrerem com as minhas atitudes. E eu sofria ainda mais por não tirar todo aquele sentimento do peito.

- Como foi que se livrou disso? – perguntou a morena em um sussurro agoniado.

Lágrimas já escorriam por seu rosto.

- Eu contei a Rose sobre os meus pesadelos, ela não precisou me explicar o porquê deles. Eu sabia que estava com um trauma após ver tudo o que eu vi. Mas somente desabafar com alguém ajuda a aliviar o peso que parece que carregamos nas costas. Conforme eu fui criando mais confiança para falar, ela foi me ajudando a superar. Me dava alguns exercícios de confiança e tals...

- Eu... Eu não consigo esquecer quando... – soluçou fazendo o agente a apertar ainda mais contra si. – Aquele loiro... Atirou no...

Começou a chorar copiosamente não conseguindo se conter. Edward a virou a abraçando forte. Isabella passou os braços pelo pescoço do ruivo que dobrou seus joelhos para apoiar o rosto no ombro dela.

- Eu lembro em detalhes... O sangue saindo pela... Pela testa... Depois eu lembro do ferro quente... Na minha barriga... E o loiro aparece de novo... Então Licinha...

Masen sentiu-se péssimo por ela, faria qualquer coisa para que ela não precisasse ter passado pelo que passou. Entendia seu desespero e pânico. Começou a sussurrar palavras em seu ouvido como “tudo bem”, “você está a salvo agora”, “sua irmã ficará bem também”, “não tenha medo”, “estou aqui com você”.

Aos poucos o choro da morena foi ficando mais calmo até que finalmente cessou. Os dois continuaram abraçados. Agora ela estava com sua bochecha contra o peito do agente enquanto ele apoiava seu queixo sobre a cabeça dela fazendo-lhe carinho com as mãos.

O celular de Edward voltou a tocar. Teve vontade de jogá-lo longe. Isabella afastou-se limpando seu rosto.

- Você precisa ir. – sussurrou com a voz estranha por causa do choro.

- Não posso te deixar assim.

- Eu vou ficar bem. – tentou sorrir fitando sua expressão séria. – É sério, ficarei bem mesmo. Daqui a pouco minha mãe vem me pegar para irmos para casa.

- Empresta o seu celular? – perguntou ele.

A morena ficou confusa, mas entregou o aparelho a ele. Edward digitou alguma coisa e então a devolveu, porém manteve sua mão junto à dela.

- Quero que ligue para mim se sentir como agora pouco. Não importa a hora. Se alguma imagem vier a sua cabeça me ligue.

- Por que está fazendo isso por mim? – Edward piscou surpreso com a sua pergunta.

- Porque acho que seu pai sempre teve razão quanto a você.

As bochechas de Isabella coraram com a possibilidade do agente estar se referindo a famosa frase de seu pai que dizia que ela era a mulher certa para o agente assim como o ruivo era o homem certo para ela.

Edward soltou a mão de sua amada e então depositou um beijo em sua testa para só então afastar-se chamando um taxi.

- Edward! – chamou ela.

O celular do agente vibrou e ele olhou a mensagem que acabara de receber de um número desconhecido.

Obrigada.

Também acho que meu pai sempre teve razão quanto a você.

Ele sorriu para ela e finalmente entrou no taxi com a esperança que ela lhe ligasse não somente porque estava tendo pesadelos, mas também por que queria ouvir sua voz, assim como ele queria ouvir a dela.


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Notas finais do capítulo

Então? Curtiram? Espero que sim... Temos apenas mais dois caps...

Pra quem acompanha minhas fics: Em breve começarei a postar a segunda temporada de Nada é por Acaso ;)