“Sempre soube que amor não existia. Sim, talvez eu fosse uma cética sem coração. Ou talvez, eu apenas fosse uma mulher que não acreditava nas besteiras que qualquer um falava.

Afinal, meus pais se separaram quando eu tinha 12 anos, uma época que eu considerava “Importante” em minha vida.  Talvez seja por isso que eu nunca acreditei no sentimento mais puro e clichê desse mundo. Um sentimento que deixa todos abobalhados e sonhadores.

Eu nunca soubera o que era amor antes de te conhecer. Seus olhos capturaram os meus em um olhar singelo e carinhoso quando nos conhecemos, como se o ato de cumprimentar não fosse necessário. A ligação foi impossível de não acontecer.

Como se fosse natural, começamos a debater sobre assuntos banais, logo achando nossas diferenças. Essa foi a minha brecha para saber que eu não estava apaixonada por você. Porém, meu coração gosta de brincar com meu cérebro. Uma brincadeira que pode machucar.

Isso aconteceu 4 anos após a separação de meus pais. Minha mãe desaparecera em algum lugar da Europa e nunca ligara para saber notícias minhas. Meu pai sempre me amou e fez o papel de mãe que a própria não exercia. Ele cuidava de mim e me ajudava nos momentos difíceis.

Você me cativou aos poucos, sabendo dos meus limites mais profundos que eu impunha. Sabia que minha “suposta” timidez tinha uma causa, mas me deixou contar em vez de perguntar. Nossas brigas eram poucas, apesar de serem violentas.

Quando ficávamos dois dias sem nos falar,eu caminhava até você e o abraçava pela cintura, escondendo meu rosto em seu peito e clamando por perdão de sua pessoa. E, como um bom amigo, você o fazia.

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Lembro-me do dia em que eu combinara de sair com Brian McCoy, o menino mais bonito e “pegador” do colégio. Você me avisara sobre ele e, mesmo assim, eu não dei ouvidos e continuei com o encontro marcado.

Brian me levou a um restaurante típico da cidade e tivemos algumas horas divertidas juntos. Eu me sentia feliz ali, ao seu lado. Porém, depois de entrarmos no carro, ele me beijou avidamente e colocou uma mão quente por debaixo de minha blusa. Meus olhos se abriram no mesmo momento,mas eu continuei o beijando.

Quando ele tentou outra coisa, eu simplesmente abri a porta do carro e saí correndo. Ele saiu atrás de mim e eu joguei um de meus sapatos em sua cara. Depois disso, eu nunca mais falei com ele.

Cheguei em casa com a maquiagem borrada de tanto chorar e corri para meu quarto. O fracasso me consumia juntamente com a frustração. A única coisa que eu pensava naquele momento era em você dizendo “Venha aqui.” e me abraçando carinhosamente.

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Esse foi o último encontro com outro homem antes de você. Você me consolou e eu fiquei muito tempo em sua casa e você, na minha. Então... Esse sentimento cresceu em mim como uma planta e se fortalecia a cada minuto, como se alguém jogasse um fertilizante poderoso em cima.

Eu nunca tive coragem de lhe dizer o que eu sentia, porém ficava cada vez mais difícil agüentar as palavras latejando em minha garganta, querendo sair.

Não sei o que farei com esse segredo, porém prometo, nessas páginas, que um dia ele saberá. Talvez amanhã, hoje ou até daqui dois anos. Não sei ao certo.

Só sei de uma coisa:

O Amor mexe com a cabeça das pessoas de uma maneira maravilhosa.”