As escalas eram exaustivas, sorte que em algums estados agente podia descer e esticar as pernas enquanto faziam alguns reparos no avião. Na volta sempre percebia que o avião ia ficando deserto, até que minhas mãos começaram a suar quando eu ouvi a voz do piloto alertando que pousaria em Nashville em alguns minutos eu pude me dar conta que agora era definitivo, meu peito começou a apertar e eu chorei feito um bebê pela primeira vez, a aeromoça veio perguntar se eu queria uma água e minha mãe me deu um abraço e me tranquilizou. Só deviam ter umas seis famílias a essa altura e todas estavam olhando para mim.

Minha dor passou com os carinhos do meu pai e eu olhei para a janela do avião para esconder meus olhos vermelhos. Eu vi Nashville a noite e com as luzes ascesas, não era muito diferente de Sidney. O plano da empresa do meu pai era que em Nashville nós alugaríamos um carro e iríamos assim para Franklin(que na Austrália seria um condomínio e não uma cidade), só esqueceram de considerar que seria uma viagem de sete horas, eu gosto de viajar, mas assim já é tortura.

O carro já estava a nossa espera, fomos ao hotel e pegamos a estrada no outro dia às cinco da manhã, foi bom dormir em uma cama por algumas horas. Pegamos a estrada sem conhecer a cidade, mas a estrada compensava qualquer cidade, era incrível quanta floresta verde e fechada.

                             8 horas e 45 minutos depois

A viagem demorou muito e eu acordei com a minha mãe falando ao meu ouvido:"Filha, chegamos a Franklin" eu me sentei e olhei a placa com o nome da cidade era dia e aparantemente outono porque todas as folhas estavam douradas e caindo levemente no chão, meu pai estava emocionado com a paisagem e dizendo que lembrava a cidade que ele nasceu. Eu comecei a sentir aquele aperto no peito, mas logo passou, pois aquela cidade só ficava mais linda. Era tão pequena que nós logo chegamos à cidade, foi quando eu vi a escola que eu ia estudar, o ano letivo já tinha começado a um mês e eu ia ser uma estranha no ninho, eu resolvi virar a cara e não olhar para os alunos que entravam no magestoso colégio.

"Tá animada para amanhã?" perguntou meu pai

"Animada para quê?" me fingi de boba.

"Para seu primeiro dia de aula" disse minha mãe

"Não, nem um pouco" disse com vergonha de todas aquelas pessoas que olhavam o carro como se fosse uma nave espacial.

"Eu tenho certeza que você está"  minha mãe falou com tanta segurança que eu me senti bem melhor. Eu preferia pensar que as horas passariam tão devagar que amanhã nunca chegaria.