Ellen sentou-se em um banco da praça para observando os pombos, sua mente estava perturbada e confusa.

–São majestosos não acha- era uma voz suave.

Ellen se virou par ao lado e viu uma velha senhora com uma sacola de papel jogando migalhas para os pombos que se aproximaram dela.

–Sim. - sorriu e voltou a olhar para as aves.

–Vejo que esta meio perdida no ar. - os olhos dela pousaram na jovem. -Confusa.. melhor dizendo.- mostrou um sorriso tímido.

–Não.. é.- acabou atropelando as próprias palavras.

–Está, eu vejo nos seus olhos menina. - a senhora se sentou, mas próxima-Sou Charles..e você?- a fitou.

–Sou Ellen Rodrigues. - continuou a olhar as pombas.

–Latina..- sorriu.

–Sim,descendente.. minha avó veio para ca quando tinha uns 20 anos.- a fitou.

–Sou da Irlanda.. mas praticamente cresci aqui.. sou mas americana que irlandesa .- sorriu.

–Entendo. - mostrou um sorriso seco.

–Mas vejo que esta preocupada com algo.. sua feição demonstra .. e seus olhos a acusam minha jovem.

–Você é quem ... uma advinha ou uma...

–Bruxa. - sorriu meigamente- Não .. quem dera, sou apenas uma velha senhora de Dallas.

–Hum.

–Mas você.. uma jovem confusa , perdida em seus pensamentos que a vive acusando , e também sobre carregada de problemas alheios , acertei?- a fitou

Uauuu,, ela praticamente me descreve ”-pensou Ellen a fitando.

–Apenas me responda?- jogou um punhado de migalhas para as aves.

–É .. acho que sim.- engoliu seco.

–Sua família a deixa louca não é?A minha vivia me deixando pirada.. e olha que isso faz décadas.- sorriu – Mas você é tão jovem e tão distante .

–Afinal .. o acha que devo fazer ... pegar uma arma subir no prédio mas alto e atirar contra minha própria cabeça ou se jogar de la?- soou sarcasticamente.

–Não seria uma má idéia, para um desmiolado, um fraco.. mas você aparenta ser forte.- mostrou um belo sorriso- E não faria isso, não agora..

–Olha .. eu vim aqui pra tentar esquecer meus problemas e me aparece você .. adivinhando meus malditos problemas ... acaso é Deus ? Ou apenas uma pessoa curiosa.. poxa eu ...

–Não quero a deixar mas perturbada menina .. você se alto julga incapaz de seguir além de si própria , fica ai se martirizando e se julgando.. viva a vida .. antes que ela fuga de você , isso chama-se mau de amor , não é , ama alguém mas tenta dizer que não é real.. sabendo que é .

Aquelas palavras foram como uma rachada em sua direção abaixou a cabeça para refletir , mas quando a levantou para fitar a velha senhora foi surpreendida pois ela já não estava mas ali , engoliu seco procurou por toda a parte .. ninguém podia sumir tão rápido assim, se levantou e caminhou até a fonte chutou uma pequena pedra para dentro só para ouvir o som, talvez aquela senhora tinha razão se preocupava muito com os problemas alheios e se esquecia de si.

Viver a vida .. talvez seja tão hipócrita quando pensar em príncipe encantado – pensou sorrindo.

Resolveu ir para casa tomar um banho e tentar refletir sobre as palavras da misteriosa Charles, abriu a porta lentamente para não fazer barulho, mas como sempre fez um rangido alto.

–¿Crees que soy estúpido?- soou áspera e seca .-Aonde esteve até agora chica*.

–Não.. não acho que é uma idiota Abuela, estava voltando do trabalho.- fez uma careta.

–Estás saliendo con un hombre casado?*- ela se levantou sua feição era gélida.

–Não..e menos se tivesse saindo com um homem casado .. não voltaria mas aqui.- caminhou furiosa para seu quarto.

–Ellen.- gritou da sala.-Não pensas que pode me enganar, chica se te pego eu te mato.- jogou o vaso contra a parede da sala.

Essa não seria uma boa hora de contar sobre Jensen, quando a poeira finalmente abaixou a campainha tocou.

–Ir abrir la puerta*.- resmungou ainda com os olhos fixos no seu crochê.

–Ta. - se levantou do sofá e foi abrir a porta.

Paralisou quando viu Jensen.. ela saiu para fora sem que Abuela notasse.

–O que faz aqui?Ta louco é?- suas perguntas eram rápidas.

–Vim conversar com você. - ele a fitou.

–Olha não é uma boa hora..- engoliu seco.

–E por que não?- seus olhos eram fixos no dela.

–A gente conversa no hospital...

Mas foi interrompida pela voz de sua Abuela que se aproximou da porta.

–Ellen – gritou abuela.- ¿Quién está ahí.

–Vai responder ou quer que eu próprio responda?

–Espera ...- quando foi se virar para entrar sentiu um puxão e a porta se abrir.

–Quem é você?- Abuela o encarou dos pés a cabeça.

–Sou Jensen Petherson.- disse sorridente.

–É apenas um amigo.- Ellen tentou explicar.

–Callar*, perguntei pra ele.- a encarou e segurou seu braço , seus dedos pareciam garras fixas na pressa.- E o que quer aqui rapaz ?- voltou a fita-lo.

–Vim conversar com Ellen, sobre.

–Es el hombre casado que ha visto, por casualidad, mi casa se convirtió en un burdel*.- ela disparou as palavras em direção de Elle.

–Amo a tu nieta y yo no estoy casado*- ele a fitou.

Ellen o encarou sem reação não sabia que ele falava tão bem o espanhol , Abuela o encarou por um instante e mostrou um sorriso que era de assustar.

–Oras entre rapaz.- estendeu a mão para ele deixando Ellen confusa.- Por que não me dize antes, Así que hablan español?

–Sí, un poço. - sorriu.

–Que ótimo.. irei pegar algo para beber .- ela saiu em direção da cozinha.

–O que foi?- ele a encarou.

–E você fala espanhol, há quanto tempo?- ela o fitou de braços cruzados.

–A exatos umas duas horas. - soou irônico.

–Se ela perceber que você a esta enganando, nem queira saber o que lhe vai acontecer. - soou seco.

–Ora sente-se .- disse Abuela se aproximando do rapaz .- Me perdoe pela grosseria, mas você disse que esta enamorado por minha chica?

–Sim e muito senhora. - ele olhou rapidamente para Ellen e se voltou a encarar Abuela.

–Ora me chame de Abuela, e sim dou a permissão- sorriu.

Aquela reação assustou Ellen e a encarava sem reação.

–Mas Abuela. - tentou falar algo.

–O que foi chica, esta com algum problema?- seus olhos eram expressivos.

–Nada. - sentou se no sofá.

O rapaz tinha muita coragem, pois Abuela não é um osso fácil de roer, mas ela amou o jovem dos olhos verdes por outro lado Ellen ainda não estava entendendo nada não queria ir contra sua Abuela, pois sabe que vai acabar perdendo a batalha.