Me Ame escrita por Lúcia Hill


Capítulo 36
Capitulo - A verdadeira Face de Lilian


Notas iniciais do capítulo

Dizem que são poucas pessoas que agüentam ouvir a verdade sobre si, e agora o que será de Lilian?
*PENÚLTIMO CAPÍTULO*



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Quando mais precisamos das pessoas, elas nos faltam e nos deixam, no caso de Jensen era bem evidente que sua mãe nunca iria estar presente na vida dele.

Estava sentado na cadeira perto da piscina com os olhos fixos nas calmas águas paradas, ouvira o cantar dos passarinhos de verão, Abuela e Ellen estavam fora escolhendo o vestido e arrumando alguns detalhes.
– Não consigo entendê-la. - pensou alto.

Precisava afastar se daquele local antes que algo de ruim acontecesse, as leves brisas de verão sobravam suavemente contra seu rosto, pegou o pequeno aparelho de seu bolso esquerdo e discou para seu irmão, precisava afastar sua mãe antes da realização da cerimônia de seu casamento.

–Alô? - disse de forma suave.

Jensen demorou a responder, parecia pensar seriamente antes de pedir aquele favor ao seu irmão, sabia que James estaria disposto a ajudá-lo.

–James pode falar? - por fim perguntou.

Pode ouvir uma risada abafada do outro lado, a voz de Jensen estava estranha e com um tom baixo fora do comum.

–Sim, o que esta acontecendo? - perguntou.

–James, você precisa me ajudar a internarmos nossa mãe. - disse.

Houve um breve silêncio, como assim estaria mesmo disposto a internar sua mãe em uma clinica para pessoas com problemas mentais, acusando a de ser um individuo perigoso para os que estavam ao seu redor.

– Espera ai Jensen, como assim internarmos a? - questionou curioso.
–Sei que é maluquice, mais cara ela nunca vai me deixar viver em paz com Ellen. - disse afoito.

James tinha que concordar com seu irmão era bem obvio que sua mãe iria afundo para destruir a vida da garota, apenas Jensen sabia do ocorrido la no passado obscuro de sua mãe, ficara com medo de contar a seu pai para não causar conflitos, já que suspeitava que seu irmão mais velho era ou poderia ser parente de Ellen por parte do pai dela.

Sentiu seu estomago se retorcer soltou um longo suspiro preocupado.

– Cara você tem que tomar uma atitude, ou ela nunca mais te deixara, caramba Jensen ela sempre te adorou. - balbuciou James com a voz alterada.

Jensen segurou a cabeça com a mão livre, fixou seus olhos no céu azul turquesa, sabia que teria que contar mais iria causar problemas.

– Tenho que contar uma coisa que vai parecer impossível, está sozinho. - perguntou.

–Se quer saber se a mãe esta fora, sim esta, foi para casa de uma amiga. - disse.

– Estou indo para ai agora. - disse.

Antes que James pudesse dizer algo, Jensen desligou e rapidamente levantou se para pegar o molho de chaves, estava decidido a contar o que dias atrás sua mãe lhe havia contado, não achara justo aquilo tinha que contar ao seu pai e seu irmão, pois eles tinham o direito de saber.

Ao entrar no veiculo prata, respirou fundo bateu ambas as mãos contra o volante, encarou a rua vazia do condomínio, não sabia se estava sendo correto em contar um segredo que lhe fora confessado.


Era manhã de quarta e as ruas da cidade de Dallas estavam um pouco movimentadas, em questão de minutos estava estacionando o veiculo na frente da mansão dos Phetersons.

É agora ou nunca. - pensou tentando criar coragem, ao sair do veiculo notou que seu pai estava sentado no imenso jardim lendo seu jornal diário, aquela cena era cotidiana quando ele era criança.

–Bom dia pai. - saudou do portão.

Luke desviou sua atenção das paginas amarelas do jornal, e mostrou um largo sorriso ao seu filho, saudou o com um gesto, balançando uma das mãos.

–Entre meu filho. - ordenou.


Jensen tomou coragem e abriu o portão com uma das chaves reservas que continha, caminhou cabisbaixa até onde seu pai estava.

–Mas que devo a honra? - questionou o abraçando Jensen.


Jensen retribuiu o abraço ao seu velho pai.

–Temos que conversar. – disse.

–É sua mãe não é? - questionou curioso.

Antes que fosse dizer algo, James questionou inerte perto da porta de entrada.

–Jensen, bom dia. - saudou o.


Luke propôs que todos fossem para o escritório, para enfim conversarem em paz e com mais tranqüilidade, o clima estava um pouco pesado. O anfitrião sentou se na cadeira que ficava atrás da enorme mesa de madeira de cedro, James encostou se perto da prateleira de livros.

–Então, o que à de tão importante, Jensen? - questionou seu pai.

Jensen retorcia ambas as mãos de forma nervosa.

–Sei que vai parecer loucura, mamãe está louca, não sabe o que me confidenciou dois dias atrás. - balbuciou.

Luke e James se entreolharam de forma calma enquanto Jensen parecia afoito e fora de si, o silêncio tomou conta do local por alguns minutos deixando os três em uma situação nada agradável.

–O que há meu filho?

Jensen desabou sobre a pequena cadeira perto da porta, cobriu o rosto com as mãos, como iria contar algo tão absurdo que talvez não passasse de uma mera mentira cabeluda.

–Diga Jensen. - pediu James já ansioso.

–Mamãe foi segunda na minha casa e me contou que teve uma queda pelo pai da Ellen, a principio ficou sem reação com essa confissão, sei que pode ser invenção de sua mente, mais me chocou com a veracidade com que me contou os fatos. - pausou bruscamente, logo retomou a fala. - Como isso pode ser verdade, se ela nem é de Dallas? - questionou afoito.

Todos se entreolharam de forma minuciosa, era bem estranha aquela conversa, de onde Lilian havia tirado um caso com o pai da jovem, Luke permaneceu calado e pensativo a respeito, porém não ousou dizer nada.

James foi o primeiro a quebrar o silêncio.

–Mas que conversa é essa? - perguntou.

–Ela quem em contou, não estou inventando nada. - justificou Jensen.

Luke se interpôs entre os dois.

–Isso é verdade. - disse de forma serena.

Ambos o encararam confuso, como assim era real e ele estava ali calmo observando a cena como se fosse uma dramatização, um clima tenso se apoderou se do ambiente.

–Quando conheci sua mãe, ela era apenas uma funcionaria do Fórum aqui de Dallas, era de fato uma boneca de porcelana. - disse pensativo, como se estivesse relembrando a cena - Ela sorriu para mim aquele dia, quando retornei ao fórum e a vi chorando desesperada.

Jensen ficou paralisado com aquela confissão vinda de seu pai, era uma afirmação do fato que Lilian havia dito, era deprimente a forma com que Luke contava, parecia sofrer.

–Ela me contou a respeito do cara, ele abandonou a de forma cruel, ela me pediu para ajudá-la. - continuou a contar o ocorrido - Não podia deixá-la sozinha, quando a vi pela primeira vez me senti atraído por ela. - pausou recuperando o ar, logo continuou - Pediu.

Não conseguiu terminar sua fala, paralisou por completo, era deprimente a forma que Luke contava, James tomou a frente e solicitou que seu pai deveria contar toda a verdade já que começara a dizer, pois os dois tinham direito de saber a verdade.

–Não precisa contar. - disse Jensen.

James se interpôs novamente.

–Preciso sim, eu quero saber nos conte. - pediu.

Luke por fim respirou fundo saindo daquele transe e retomou a sua fala.

– Ela me pediu para assumir o filho que carregava no ventre. - desabafou.

Ambos ficaram paralisados, então James não era o filho legitimo de Luke, o clima ficara ainda mais pesado ali estava o principal motivo para que Lilian odiasse seu primogênito e endeusasse Jensen.

James encostou se na prateleira tentando recuperar a linha de raciocínio.

– Sempre os tive como meu. - disse Luke afoito.

James o encarou com sua expressão alterada, levantou ambas as mãos aos céus e caiu no desespero se entregando as lagrimas.

–Vocês não tinham o direito de me esconder isso. - vociferou com o rosto entre as mãos.

Então James era meio irmão de Ellen, o rapaz saiu de forma desesperada do escritório, deixando Jensen e Luke a sós, o silêncio estava ficando ainda mais sufocante e desesperador.

Jensen saiu atrás de seu irmão, precisava conversar com ele, mais assim que abriu a porta do quarto de James o viu arrumando as malas desajeitadamente enquanto era dominado pelos soluços do desespero.

–James, pense com calma. - pediu inerte na porta.

O rapaz balançou a cabeça de forma negativa, iria embora daquele maldito local o sempre trazia más recordações.

–Nunca vou perdoá-la por isso nunca. - grunhiu trincando os dentes.

Jensen não fazia idéia de como o coração de James estava em pedaços, sempre fora tratado como um saco de lixo por sua mãe agora sabia o porquê de tudo aquilo.

Assim que terminou de arrumar suas malas, saiu batendo as portas e deixando Jensen sem reação, odiava com todas suas forças sua genitora não era pra menos já que ela o castigará de forma tão cruel por causa de uma desavença amorosa do passado.

Luke permaneceu inerte na porta do escritório observando a cena, James desceu as escadas seguiu para o jardim, Jensen o seguiu apressado.

James terminara de colocar suas malas dentro da porta malas do camaro, o mercedes preto havia estacionado na frente barrando a passagem.

–Vejo que este indo viajar? - questionou Lilian retirando os óculos de sol.

James trincou os dentes e fez pouco caso sobre o palpite de sua mãe, Jensen parou ao vê-la descer do veiculo com um ar de superioridade, sempre fora daquela maneira que tratava ambos os filhos, curta e grossa.

–Olha só, meu pequeno Jensen esta de volta a casa. - ironizou.

–Não é hora para ironias mãe. - vociferou Jensen.

Ela fez uma careta e com passos rápidos se aproximou de James que ainda estava inerte perto do camaro, o encarou dos pés a cabeça fazendo pouco caso de seu filho.

–Olhe bem, será a ultima vez que vera o filho do outro homem. - grunhiu.

A expressão de Lilian se modificou como um piscar de olhos levou a mão sobre o coração como se quisesse se passar por surpresa, mais logo satirizou a cena.

–Não me importo com isso, apenas quando te vejo me lembro o quanto sofri. - vociferou.

Luke apareceu perto de Jensen que ainda continuava inerte na porta de entrada, Lilian o encarou furiosa por ter confessado aos seus filhos a verdade, um ato de desespero retirou uma arma calibre 3.8 da pequena bolsa de marca e apontou na direção do anfitrião.

–Está maluca, mãe? - questionou Jensen desesperado.

A expressão de Lilian havia se modificado por inteiro, parecia fria e calculista, James com um movimento rápido pulou na frente agarrando a arma que ela segurava tentando evitar um desastre maior, o que por fim aconteceu.

James segurou se em Lilian que observava o espantado, Jensen e Luke correram apressadamente até perto de ambos, assim que a ela soltou se o rapaz caiu no chão visivelmente ferido.

–Meu Deus. - berrou Luke.

Jensen verificou se o ferimento era profundo e fatal, mais o desespero era maior, Luke berrado para que chamassem a policia e uma ambulância depressa.

Lilian recuou seus passos até perto de um dos pilares e ficou inerte observando a cena, sua mente havia parado, por fim havia feito uma besteira que lhe custaria a vida.

Em questão de minutos o casarão estava repleto de viaturas de policia e uma da cruz vermelha.

[...]

Jensen estava inerte ainda com a roupa suja de sangue aguardando uma resposta do velho cirurgião Harold, Luke apertava ambas as mãos ansiosas.

Ellen entrou desesperada na sala de espera do hospital, afoita atrás de Jensen, assim que o avistou pulou em seus braços e caiu no choro ao saber do ocorrido.

–Meu Deus, o que houve? Jensen. - questionou chorosa.

Jensen afastou se de Ellen e afagou seu rosto pálido em forma de acalmá-la, beijaram lhe os lábios suavemente.

–Minha mãe enlouqueceu e atirou em James, depois te conto com mais calma. - disse.

Abuela carregava o pequeno Dylan no colo, um dos policiais pediu para que os dois fossem até a recepção um pouco urgente.

–Senhores, isso é uma tentativa de homicídio, sua esposa será encaminhada para a cadeia estadual do Texas, Mountain View. - disse.

Luke e Jensen se entreolharam, seria o melhor deixá-la distante de todos, no máximo que iria pegar seria uma pena de reclusão fechada de 10 a 30 anos pela tentativa e se acaso a vitima vier a óbito a pena perpetua.

O clima estava tenso, nada sobre o estado de James o deixava todos ainda mais aflitos, assim que o velho cirurgião se aproximou todos se levantaram ansiosos.

–Nos diga. - pediu Luke.

Jensen encarou o aguardando.

–Fique descansado o paciente esta estabilizado, não corre risco de vida. - disse.

Ambos se abraçaram, soltando o alivio que estava preso dentro do peito, ninguém podia entrar na sala de recuperação a não ser Jensen com sua licença medica em mãos.

Assim que viu seu irmão repousando tranquilamente pode relaxar, enfim a justiça havia sido feita, agora com Lilian fora do caminho de todas as coisas poderiam caminhar tranquilamente.


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Notas finais do capítulo

Boa Leitura!



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