Eduarda se remexia inquieta na poltrona. Ela estava esperando Fred há um tempo já. Ela não estava mais agüentando, teria que contar a ela a verdade. Que havia beijado Damon. Que provavelmente estava gostando dele. Mas ela tinha medo de como ele reagiria. Fred vinha descendo as escadas. Ela não queria fazer isso, mas precisava. Ela tinha. Ela sabia. Mas não conseguia.

–Que cara é essa? –ele perguntou, com um sorriso bobo.

–Fred. Precisamos conversar.

Aquelas duas palavras. Horas podiam ser tristes, feliz, animadoras, emocionantes, ou até mesmo, encorajadoras. Mas essas seriam decepcionantes. Ela o traíra, e em parte estava arrependida disso.

–O que foi?

Ele parecia preocupado. Ele sabia que algo havia acontecido? Ele já sabia de tudo?

–Fred. Eu fiquei bêbeda e acabei beijando o Damon.

Ele ficou com sua expressão estática. Logo em seguida suspirou.

–Eu sabia que isso uma hora ou outra ia acontecer.

Era a vez dela de ficar estática. Ela não sabia como isso era possível. O que ele havia dito?

–O que?

–Depois de um tempo eu comecei a perceber que você não era mais... sabe: você. Duda, você tinha mudado, não era mais aquela por quem eu havia me apaixonado, e sinceramente, eu sabia que você também não sentia mais o mesmo por mim.

–Você.. você sabia de algo que nem eu tinha certeza?

–Olha, eu só te peço que se cuide. Damon nunca foi flor que se cheire.

Ele a abraçou. Havia sido assim. Tão fácil?

–Obrigada. Fred.

~*~

Todos os Weasley estavam reunidos na Toca. Alvo, Gui, Keissy, Duda, Louis e Dominique já haviam voltado de suas devidas viagens. Eles estavam agora parados em volta de uma fogueira, comendo aperitivos, rindo felizes, em um momento de família, esperando pela chegada do ano novo.

Jorge Weasley estava encarregado dos fogos. As champanhes já estavam preparadas para serem abertas e servidas. A contagem havia começado. Cinco segundos. O céu se iluminou, em vários tons e cores, os olhos brilhavam ao ver tanta beleza em tão pouco tempo. O ano novo chegara, e todos desejavam que ele fosse belo como os fogos que ainda brilhavam no céu escuro.

–FELIZ ANO NOVO! –gritaram todos. Suas vozes cheias de alegria. Abraços e beijos amorosos foram dados, numa mistura de amor, compaixão e alegria.

~*~

Depois de ótimas férias, todos estavam de volta a Hogwarts, e aos estudos. Roberta caminhava tranquilamente pelos corredores. Ela estava distraída pensando em Tiago O belo, nobre, doce, belo e... galinha Tiago. Foi isso o que ela pensou com raiva ao vê-lo se esfregando em uma lufana no corredor. Suspirou, sentindo a garganta fechar-se de raiva. Ela saiu correndo, no caminho contrário. Ela se encostou na parede, escutando passos atrás dela. Tiago parou a sua frente.

–Ah Potter, saia da minha frente. Você não tem nenhuma garota pra se esfregar não? –ele a ignorou.

–Eu sei porque você saiu correndo, Crawford. Você gosta de mim. –ele disse confiante, sorrindo.

–Potter. Eu não sinto nada por você. Saia da minha frente, poupe meu tempo.

–Aé? Vamos ver o que sente em relação a isso. –Tiago se aproximou e beijou-a. Ela não ofereceu resistência, se entregando.

~*~

Dulce Blackwell andava pelo castelo entediada. Aquele castelo era sempre um tédio! Realmente? Era até menos chato quando Alvo a enchia o saco para sair, mas uns dias atrás ele mudou. Não pediu a ela para sair. Na verdade ele está sendo educado. Porque ninguém merece isso. Um garoto na sua cabeça, te enchendo, o tempo todo. Mas bem... aquele foi diferente. Alvo chegou perto dela, como quem não queria nada.

–Hum... Dulce. –ele chamou, incerto.

–Oi. –ela disse, sorrindo.

–Quer ir a Hogsmeade comigo no próximo final de semana? –ela sorriu, mais ainda.

–Ok, eu vou.

~*~

Scorpius finalmente iria colocar seu plano em prática. Ele iria namorar Rose Weasley ao mesmo tempo em que namorava Karina. Por duas semanas. O loiro deu uma despenteada básica no cabelo, para dar um charme, e caminhou em direção a sua presa. Rose se despedia de Roxanne.

–Rox, eu vou na biblioteca, devolver esse livro. Depois te vejo. –ela seguiu seu caminho sem a prima.

A ruiva andava tão distraída pensando no próximo livro que iria ler, nem prestou atenção quando trombou em alguém.

–Desculpe. –ela pediu, ainda distraída.

–Hey Weasley, calminha aí. –riu Scorpius puxando-a pelo braço, e a encostando na parede.

–Malfoy, pare com isso agora! –gritou a ruiva ficando vermelha.

–Parar com o que? –ele perguntou, com uma voz sedutora- aposto que nunca ficou tão perto assim de um garoto. E que esta adorada.

–Saia de perto de mim! –choramingou Rose.

–Só com uma condição.

–O que você quer Mal... –os lábios de Scorpius tocaram levemente os da ruiva, que ficou sem ação. Scorpius riu e saiu correndo. Rose tocou os lábios, quase chorando.

–Um Malfoy me deu meu primeiro beijo... –ele sussurrou para si mesma, chocada.

~*~

Olívia e Karina andavam preguiçosamente por uma rua deserta de Hogsmeade. Conversavam tranquilamente, quando o loiro apareceu.

–Olá Karina. –ele disse, abraçando e girando a morena. Em seguida a beijando animadamente.

–ECA! Vocês tem que fazer isso na minha frente? –reclamou Olívia, enquanto saia de perto dos dois, seguindo pela rua irritada. As bochechas estavam rosadas de raiva e ela pisava duro.

–Ei, onde a loirinha assim irritada? –perguntou uma voz. Ela parou de andar e olhou brava para o individuo que estava a irritando ainda mais. O olhar quase se tornou doce quando viu quem era, quase.

–Blackwell. –ela disse parando, em seguida retomou o caminho.

–Hey Malfoy, porque a irritação? –perguntou David, a seguindo.

–Meu irmão. –ela respondeu- maldito dia em que o óvulo da minha mãe se dividiu em dois! EE você Blackwell, o que faz sozinho aqui? –ela perguntou curiosa.

–Minha irmã me abandonou para falar com o garoto Potter. –ao ouvir o nome Olívia fez uma careta.

–Eu disse pra ela ficar longe dele. –ela disse.

–Porque? Ele é seu namorado? –perguntou David, parando de sorrir.

–Merlim que me livre! –exclamou Olívia- meu inimigo.

–Ah... vamos ao três vassouras? Ai você me conta os podres do Potter. –ele perguntou, rindo. Eles seguiram para o Três Vassouras. Um tempo se passou na conversa dos dois.

–Tem namorado? –perguntou David.

–Não. Já tive um a um tempo atrás, mas não deu certo. E você? Tem namorada?

Ele riu. – Não, mas gostaria de ter uma. –respondeu ele, se insinuando, as bochechas da loira tomaram um tom rosado.

~*~

Alvo e Dulce andavam lado a lado pelas ruas cheias de estudantes. Ele esticou a mão para pegar a da morena, que deixou. Então andaram juntos até o Três Vassouras, em silencio. Entraram e pagaram uma mesa do fundo.

–Hum... então, como era sua vida na outra escola? –perguntou Alvo. Dulce sorriu.

–Muito mais interessante do que essa aqui. –ela respondeu, misteriosamente.

–Ah... teve muitos namorados?

–Médio.

–Boas notas?

–Sim.

Eles pediram cervejas amanteigadas, ficaram sem assunto por um tempo.

–Olha, seu irmão esta ali. –ele disse, apontando com a cabeça para uma mesa.

–É... –Dulce concordou. Do nada, Alvo chegou um pouco mais perto.

–Já te disse que você esta muito linda hoje? –ele sussurrou, chegando perto do rosto da garota.

–Potter, começou de... –mas Dulce não conseguiu completar a frase. Os lábios de Alvo já haviam tocando os dela. Foi um simples selinho, mas significou muito para ela. Finalmente, Dulce descobriu que gostava de Alvo.

–... novo... –disse quando se separaram. Alvo riu e deu um beijo de verdade na morena.

~*~

–E chegou o grande dia! A final do quadribol! O grande clássico dos estádios! GRIFINÓRIA CONTRA SONSERINA! –Zoy começou a narrar- e cá esta o time da Grifinória! Os BATEDORES: LOUIS E FRED! As ARTILHEIRAS: MANDY, EDUARDA E MARCELA! O GOLEIRO: TIAGO! E a APANHADORA ROBERTA!

Os jogadores entraram em campo, dando voltas pela quadra e acenando para as arquibancadas. Logo em seguida pararam em posição circular.

–E agora o time da Sonserina! O APANHADOR: ALVO! O GOLEIRO: SCORPIUS! Os ARTILHEIROS: DAMON, DAVID E NICHOLAS! E os BATEDORES: ANDRÉ E ANGELO!

–Ambos os times estão posicionados! Madame Hooch caminha até o meio do campo. Os capitães apertam as mãos. A goles é lançada. E COMEÇA O JOGO DA FINAL DE QUADRIBOL! Grifinória começa pegando a goles! Mandy, Eduarda, um lance BRILHANTE PARA MARCELA! E SCORPIUS MALFOY SE JOGA PARA DEFENDER! ELE NÃO CONSEGUE! PONTO DA GRIFINÓRIA!

–Dez a zero para Grifinória! Sonserina esta com a goles! O artilheiro sonserino Nicholas avança AGILMENTE PELO CAMPO! Ele passa a goles para Damon Crawford, artilheiro e capitão da equipe. Ele passa para o terceiro artilheiro, David! Ele passa novamente para Damon, e o goleiro grifinória Tiago se arremessa para defender. E PONTO DA SONSERINA! Jogo empatado em dez a dez.

Os arremessos, pontos e quase quedas foram se passando. O tempo começou a fechar ao redor deles. O céu antes com apenas poucas nuvens fofas, agora estava totalmente nublado. Não se via sinal algum do pomo de ouro. Todos já estavam ficando tensos. O jogo já durava duas horas, o placar estava cem para os leões e noventa para as cobras.

–A apanhadora da Grifinória, Roberta, da um grande mergulho! Será que ela viu o pomo de ouro? Alvo Potter, o apanhador da Sonserina mergulha atrás dela! Os dois estão muito próximos ao chão e... ALVO POTTER CAIU! ELE CAIU! Roberta sobe novamente e... NÃO ACREDITO! A APANHADORA DA GRIFINÓRIA, ROBERTA CRAWFORD ACABA DE REALIZAR UMA FINTA DE WRONSKI! IMPRESSIONANTE!

Alvo estava fora da disputa. Agora a Sonserina teria que penar para conseguir a vitória.

–Dá pra vocês dois derrubarem a minha irmã? –gritou Damon para os dois apanhadores sonserinos.

–Não percebeu que estamos tentando? –retrucou Angelo, errando por pouco o balaço.

–VEJAM! ROBERTA CRAWFORD MERGULHA NOVAMENTE! –narrou Zoy.

–ACERTEM A MERDA DO BALAÇO NELA! –mandou Damon.

Mas eles erraram.

–ROBERTA CRAWFORD APANHA O POMO DE OURO! GRIFINÓRIA VENCEU!

~*~

Eduarda estava sentada em um dos sofás do salão comunal. Ela escrevia em um pequeno caderno, e estava distraída do mundo ao seu redor.

–O que você esta fazendo, Duda? –Tiago perguntou quando viu a ruiva sentada no sofá de fronte a lareira, tirando-a de seus devaneios.

–Nada não, só escrevendo. –ela respondeu, tirando seus olhos do caderno.

–Que milagre, você ai quieta. –ele riu, zoando a prima.

–Vai encher o saco de outro, Tiago!

–Pedindo com tanto carinho, eu vou. –ele retrucou, irônico.

–Ok, fique aqui como um velho chato, e perca poder andar por Hogwarts deserta com a capa da invisibilidade.

–Você sabe como me convencer, não? –ele perguntou.

–Podemos dizer que isso é um dom. –ela respondeu, dando de ombros, super modesta.

–Tsc tsc tsc. –ele fez o barulho com a boca- Tchau.

–E a capa? –Duda perguntou, vendo ele se afastar na direção do retrato da mulher gorda.

–Eu não preciso dela. –ele respondeu, saindo do Salão Comunal.

–Maluco... –ela cantarolou num sussurro, voltando para o caderno.

~*~

Fred estava deitado em sua cama no dormitório masculino da Grifinória. Seus pensamentos voavam longe, muito longe. Ele se lembrava do que havia acontecido há um tempo. Ele e Tiago jantavam normalmente na mesa da Grifinória, quando Minerva chamou a atenção de todos.

“-Esta noite tenho um anuncio muito especial a fazer. Como a maioria já sabe, O Torneio Tribruxo é um antigo campeonato entre escolas, que leva seu campeão à glória eterna. Na última edição do torneio, Hogwarts perdeu um de seus participantes: Cedrico Diggory. –um silencio se espalhou pelo local- Agora chegou a vez de vocês, jovens bruxos, de mostrarem o que sabem. O torneio tribruxo deste ano, será em Durmstrang. Poderão participar dele somente jovens acima de quatorze anos. Partiremos do castelo em dois dias, com os alunos que irão se inscrever. Lá em Durmstrang, vocês colocarão seus nomes no Cálice de Fogo. Lembrem-se, uma vez dentro, não pode mais sair. São as regras. Espero amanhã os que se inscreverão aqui no salão principal para mais informações. SOMENTE MAIORES DE QUATORZE ANOS! Obrigada, estão dispensados.

Ele e Tiago se entreolharam. Já sabiam a resposta um do outro: Estou dentro.

Ambos se prepararam muito para o torneio, mas no final o escolhido foi Tiago. Fred até gostou que não tenha sido ele, principalmente depois de ver Duda ser transformada numa galinha gigante.”

~*~

Tiago saiu do salão comunal e se viu andando pelos corredores desertos da escola. Ele nem sabia o que pretendia fazer. Talvez bisbilhotar a vida alheia? Descobrir algo importante, tipo uma cópia de uma futura prova escondida? Seria bom, muito bom.

Ele ouviu um som distante, era como se algo tivesse se chocado contra uma armadura. Foi apressado até lá, tentando descobrir o que havia acontecido. Ele viu Hugo e sua irmã, sentados no chão ao lado da armadura meio quebrada. Os dois conversavam aos sussurros. Ele não conseguia entender nada da conversa, mas sabia que não era uma boa coisa ficar bisbilhotando, principalmente quando a pessoa era sua irmã mais nova. A pequena Lily conseguia deixar qualquer um com medo se soubesse que se meteram em seu caminho.

Ele deu meia volta, deixando-os sozinhos.

~*~

Duda decidiu que estava tedioso continuar ali. Ela se levantou e como o primo, saiu do salão comunal. Mal havia dado alguns passos sentiu-se sendo puxada. Era Damon.

–O que você quer? –ela perguntou, revirando os olhos.

Ele a prensou na parede, beijando-a calorosamente. Duda estava surpresa com a reação do garoto. Damon sempre foi tão galinha e agora estava beijando-a com amor ao invés de apenas desejo. Depois de um tempo a mão do garoto começou a descer. “Tava muito bom pra ser verdade”, a ruiva pensou se afastando e lhe dando um tapa na cara.

– Idiota – sussurrou a ruiva

–Porque você está sussurrando? –Damon perguntou sussurrando também.

–Porque eu sou maluca – ela sussurrou novamente dando de ombros.

–Ninguém vai descobrir que estamos em pleno corredor às duas da manhã - ele riu- Tem certeza que não é uma desculpa pra que eu fale pertinho do seu ouvido?

–TENHO! –berrou a ruiva no ouvido do garoto.

~*~

Olivia se despediu de David, ele precisava ir pegar o material, no dormitório. Ela escutou alguém bufar, como se estivesse entediado. Ao se virar, se deparou com seu irmão, Scorpius, olhando pra ela com cara entediante.

–O que foi Scorpius?

–Não entendo o que você vê nele.

–Não tem o que não ver nele.

Scorpius revirou os olhos.

–É uma chatice, ver você sempre com ele, esqueceu de mim, foi?

Olívia encarou incrédula o irmão, respirou fundo, como que tentando se acalmar.

–Esquecer você? Eu?

–É, você fica com ele a todo instante e...

–SCORPIUS MALFOY! EU QUE FICO O TEMPO TODO COM O MEU NAMORADO? OLHA QUEM FALA!

Scorpius, assustado, deu um passo para trás.

–DESDE O PRIMEIRO ANO VOCÊ VIVE SÓ ANDANDO COM O ALVO!

–Alvo é meu amigo, você também só anda com as suas amigas e...

–MAS EU TENTAVA FALAR COM VOCÊ! MAS NÃO... ALVO E O QUADRIBOL ERAM BEM MAIS IMPORTANTES!

–Compras, estudos, e amigas... –Scorpius revirou os olhos.

–Scorpius, vocês dois andam tanto tempo junto, que se você não estivesse saindo com a Káh, os outros pensariam que vocês dois fossem gays!

Scorpius arregalou os olhos.

–EI! PERAE!

–NÃO! ESPERA VOCÊ! Quando eu finalmente, tenho um namorado, que eu gosto mesmo, você faz de tudo pra me separar dele! Pelo menos o David me da atenção! O contrário de você!

–Quando você está com as suas amigas, também não me da bola!

–Mas é claro que não falo com você! Você sempre esta com o Potter, e sabe muito bem que eu e ele, somos que nem papai e o Ronald Weasley! Não podemos estar na mesma sala que ela é capaz de explodir em berros!

–Bem... aí eu tenho que concordar...

–Scorpius, se você parasse um segundo, pra prestar atenção em mim, veria quantas vezes tentei chamar a sua atenção, tentei andar com você, qualquer coisa! Você sempre dizia ‘tenho que ir fazer isso’, ‘tenho que ir ali’, ‘desculpa, agora não dá’!

–Eu... Eu...

–E agora que eu estou feliz, você vem pra estragar tudo! ME ERRA! CAI FORA! ME DEIXA EM PAZ! NÃO SE META MAIS NA MINHA VIDA!

E dizendo isso, a loira saiu do salão, deixando o loiro, olhando-a abismado.