até que a Morte nos Separe escrita por Rayani


Capítulo 1
Capítulo 1 Decisão


Notas iniciais do capítulo

Serão apenas dois capítulos, espero que gostem.



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EDWARD

Há dias eu estava inquieto, não dava mais para continuar com esta situação. Precisa resolver isso o mais rápido possível, tanto para me libertar de um casamento desgastado, quanto para poder sentir a paixão tomar conta de mim novamente de todas as formas.

Naquela noite cheguei em casa por volta das vinte horas como de costume e parei na sala para dar um beijo em Theo meu filho com Bella de seis anos, ela devia estar na cozinha terminando o jantar.

Fui direto para o nosso quarto e tomei um bom banho, logo depois fui para sala de jantar e me sentei a mesa me servindo. Bella estava mais calada do que de costume, parecia pressentir o que viria a seguir, segurei sua mão de forma firme e disse:

- Tenho algo importante para te dizer.

Ela não disse nenhuma palavra, não enquanto Theo ainda estava conosco a mesa. Assim que ele acabou de comer e correu para sala para ver seu desenho favorito decidi que era chegada a hora.

Pude ver um sofrimento antecipado em seus olhos, estava tremendo levemente e não me olhava diretamente. Eu também não tinha certeza de que palavras usar para falar a ela que queria o divórcio, me controlei para manter a calma e comecei a abordar o assunto até que ela me interrompeu com a voz baixa e embargada:

- Por quê Edward?

Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres longe e estava transtornada de uma forma que nunca vi.

- Você não é homem, é um covarde egoísta.

Ela gritou e acabou assustando Theo que apareceu na próximo a entrada da sala nos olhando assustado. Bella saiu em direção ao quarto, evitando chorar perto dele.

- O que a mamãe tem papai?

Olhando para o ser mais importante da minha vida agora eu percebia que realmente estava sendo egoísta, mas de nada adiantaria continuar nesse casamento que já não existe por causa dele. Isso só iria nos destruir mais.

- Não é nada filho, ela esta cansada.

- Ela vive cansada.

Ele murmurou baixinho. Fiquei com o pequeno um pouco na sala o pondo para dormir após um tempo e fui para o quarto também me deitar. Eu sabia que ela não iniciaria nenhum tipo de conversa, Bella era orgulhosa.

Quando entrei ela estava na mesinha do canto escrevendo algo em um folha de papel e não levantou o olhar para mim. Assim que pus a cabeça no travesseiro comecei a relembrar tudo o que vivia nos últimos meses e na reação de Bella.Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais e sim a Tânia. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela naquele momento, com certeza estava sendo muito difícil.

Me sentindo muito culpado me levantei e fui para o pequeno escritório que mantinha na casa, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e uma mesada de 30% sobre o que recebo ao mês. Eu como promotor recebia um ótimo salário e ela também viveria bem com sua parte.

Voltei ao quarto e ela se encontrava sentada a cama, suspirei e lhe estendi o papel, ela tomou de minhas mãos, riu de forma debochada assim que leu o que estava escrito e então o rasgou de forma violente jogando uma chuva de papeis picados em meu rosto.

- Eu não quero nada que venha de você Edward. Se não se lembra eu trabalho, comprei meu próprio carro e posso me sustentar muito bem.

A mulher com quem vivi pelos últimos dez anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com dó deste desperdício de tempo e energia mas eu não voltaria atrás do que decidi, pois amava a Tânia profundamente, era ela quem agora me apoiava e estava sempre ao meu lado. Finalmente Bella começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti libertado enquanto ela chorava, agora sim eu via que a ficha dela havia caído e que não era uma mera briga de casal como tantas outras que tivemos. A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava mais perto agora.

No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa com uma folha dobrada na mão, imaginei que seria o que a vi escrevendo ontem. Eu não jantei, fui direto para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Tânia em seu apartamento.

Quando acordei no meio da noite, ela me observava quieta, me prendi também por alguns segundos naqueles olhos chocolates agora tão sem vida que um dia tanto me encantaram. Resolvi que era melhor ignora-lá e lhe dei as costas voltando a dormir.

Na manhã seguinte, ela me entregou um papel já muito amassado e pediu para que eu lesse e a desse resposta á noite. Assim que cheguei ao escritório me impressionei com o conteúdo da carta, ela novamente afirmava que não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que durante os próximos trinta dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possível. As suas razões eram simples: Theo o nosso filho faria seus examos no próximo mês na escolinha e precisava de um ambiente propício para preparar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.

Isso me pareceu razoável, afinal era pelo nosso filho, nosso tesouro, mas ela acrescentou algo mais. Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos trinta dias eu a carregasse para fora da casa todas as manhãs. Eu então percebi que ela estava completamente louca mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis.

Eu contei para Tânia sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito e achou a idéia totalmente absurda.

- Ela pensa que impondo condições assim vai mudar alguma coisa? Melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio. - Disse Tânia em tom de gozação.

Bella e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, seria estranho a carregar tão intimamente. Cheguei em casa e ela estava na sala com Theo, ela empolgado com a televisão e ela olhando para o nada.

- Eu aceito.

Foi a única coisa que eu disse vendo ela acentir brevemente com a cabeça. A partir de manhã e pelos próximos trinta dias faríamos nosso teatro de casal apaixonado.


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Notas finais do capítulo

E então?
Amanhã posto a última parte.
Espero que tenham gostado e que comentem.