Tomoeda, 15 de junho

Olha, não vai ser todo o dia que eu vou ter a mínima vontade e paciência de escrever em você, mas agora isso será extremante necessário. Se eu já era horrível em mandarim, agora eu vou ter que  me conformar em praticar escrevendo tudo em hiragana, katakana e o que for! Esses japoneses pegam o nosso alfabeto e transformam nessa salada mista. Agora eu tenho que andar com um dicionário tradutor pra cima e pra baixo. O pior é quando a situação fica mais russa, onde eu tenho que recorrer ao dicionário infantil. É deprimente. Tenho a mera impressão de que as pessoas dessa cidade são estranhas, a começar por aquela “garota”, a Kinomoto. Por mais que eu demonstre todo o meu aparato de desafeto por ela, ainda sim essa menina acha de forma gentil e atenciosa comigo – ela me “agradeceu” por eu tê-la “ajudado” com a carta trovão e pelos “supostos” conselhos que eu não lembro ter dito -, que estranho. Pessoas geralmente fazem tudo desejando receber algo em troca, mas aquela tonta faz o contrario. É muito irritante.





Dossiê do Li – parte 2
Registro de cartas capturadas
- Trovão, como foi mencionado anteriormente.
- Espada – foi há três dias atrás, uma das colegas da minha sala ficou tomada pela carta espada, na casa da Kinomoto. Eu teria capturado aquela carta se não fosse pela tonta da Kinomoto. A carta ficou com ela. Mera sorte.
Analise do desempenho da adversária: mostrou novamente sua falta de capacidade, ela não está preparada para encarar situações de desespero e dificuldade. Vai muito pelo lado emocional, esquecendo o raciocínio rápido.
Lista de obrigações 
- colocar as listas de tarefas da aula de japonês urgh!
- comprar carne;
- Ligar pra mamãe;
- Comprar chocolate;
- Assistir o novo episodio do House.

Tomoeda, 17 de Junho

Hoje eu resolvi ir à confeitaria para comer um delicioso bolo de chocolate, porém, quem eu encontro lá? Sim, a tonta da Kinomoto e a amiga dela, mas não foi exatamente isso que me chamou a atenção, e sim a presença estranha de uma sombra que mexeu uma das prateleiras de bolos que quase machucou uma das funcionárias. Eu sabia muito bem que aquilo não havia sido um “acidente”.“Fique de olho, pode ser uma carta clow” falei para aquela garota antes de sair da confeitaria.Á noite, eu fui atrás da carta, mas o garota já havia chegado, e pelo que eu havia visto, ela estava bem atrapalhada. Era carta Sombra. A dita carta então se preparou para dar um ataque direto nela, por instinto eu rapidamente me meti na frente dela. Custou-me um belo machucado no braço. Mas logo em seguida eu me recompus e invoquei um relâmpago que acertou a carta em cheio, fazendo ela se encolher, mas não deu muito certo. Então a Kinomoto disse que sabia como detê-la, mas como se eu havia usado o relâmpago e não deu certo? A princípio ela fez a mesma coisa que eu, utilizou a carta trovão e em seguida a carta espada para prender a ponta da sombra para finalmente lacrá-la.Após trancar a carta ela foi até mim com um pequeno lenço nas mãos, amarrando por cima do meu braço machucado, eu apenas fiquei olhando surpreso.“Na verdade eu me inspirei na sua técnica para pegar a carta, obrigada. E obrigada por ter me protegido também”Eu não falei nada por um breve momento. O que eu queria era sair dali o mais rápido possível, pois senti minha bochecha queimar.“N-não podemos ser amigos e eu... ainda não te considero to boa” e fui embora, deixando ela para trás. Quando cheguei em casa eu automaticamente segurei no lenço que estava no meu braço. Era estranho, por mais que eu fosse antipático com ela e tudo mais, essa menina ainda sim me tratava de forma gentil, e me agradecendo por minhas implicâncias como se fossem um aprendizado para ela. Tenho que admitir que ela foi até bem na hora de pegar a Sombra. Mas ainda sim eu não vou assumir isso claramente.Pra mim ela ainda é uma tonta. Mas, é uma boa menina.