Perspectiva escrita por mamita


Capítulo 9
Vulcão parte II


Notas iniciais do capítulo

Vamos subir a temperatura?



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PDV Emmet

O dia amanheceu e os raios de sol incidiram sobre nós, me distraí com os reflexos multicores que estávamos produzindo e eles pareciam bailar no ar. As alegrias da noite anterior despertavam uma sensação poética na forma como eu enxergava o mundo agora. Então eu a mirei, e ela estava me olhando com olhos admirados, tive a sensação de que eu era uma obra de arte. Por alguns instantes eu fiquei envergonhado, depois fui vencido por uma sensação inebriantemente boa. Eu ouvia em minha própria voz palavras de reconhecimento me dizendo que ela me achava bonito, me desejava. E por mais estranho que possa parecer era muito bom, como se isso me transformasse em alguém melhor, mais digno, mais admirável, heróico. Vou elogiá-la mais, deve fazer um bem enorme, já que ela vive achando que não me merece. Será que é assim que ela se sente? Pois devo olhá-la desta forma todo o tempo. Para mim ela é a mulher mais linda do mundo.

A temperatura não ajudava em nada nossas roupas a secarem e por isso não conseguia desviar o olhar de seu corpo. A camisola branca aderiu a sua impermeável pele desenhando as formas curvas de seu corpo sedutor. Senti o desejo se agigantando e antes que pudesse racionalizar eu a beijei ardentemente. Ela não se afastou, nem esboçou recusa e isso me alegrou muito. Senti que de alguma forma um laço de confiança único fora forjado entre nós.

Eu a aproximei de mim e tentei tirar sua roupa, mas ela delicadamente restringiu minhas mãos e eu parei. Ela virou meu rosto na direção do seu e disse:

- Bom dia meu amor. Dormiu bem?

Eu sorri com sua brincadeira, ela se explicou:

- Não me sinto a vontade de expor minha nudez ainda.

Disse, tentando disfarçar a vergonha. Eu voltei a beijá-la e acariciá-la sobre o tecido, meu corpo logo manifestou o desejo. Eu a possui mais uma vez e desta feita seu corpo me pareceu mais receptivo, apesar de ser perceptível que o amor físico não lhe proporcionava as mesmas sensações que eu tinha.

Eu desarrumei a cama improvisada sob seu olhar atento. Ela já tinha recolocado o robe e posso jurar que estava se praguejando por não se lembrar de trazer uma muda de roupa. Depois que nos livramos dos vestígios de nossa noite de amor e a praia parecia novamente ser deserta, eu carreguei o colchão do quarto de hóspede para que pudéssemos voltar enquanto ela se encarregou das cortinas e dos lençóis. Ao chegar em casa ela foi para o banheiro, senti vontade de pedir para me deixar participar de seu banho, mas me lembrei de suas palavras sobre a nudez.

A semana que se segui foi ainda mais agradável que os nossos primeiros dias aqui. Para mim tudo tinha um gosto novo, novas cores, novas possibilidades. Ficamos mais próximos e continuávamos a desfrutar das noites em nosso quarto. A grande mudança é que agora além de conversar conseguíamos nos amar. Ela nunca se negava a mim, mas eu via nitidamente que, apesar de meus esforços, ela não sentia o mesmo prazer que eu.

Em minha despedida de solteiro Carlisle me falou sobre o fato das mulheres serem educadas para achar o prazer sexual um pecado e como era mais difícil para o corpo delas obter esta sensação. Ele falou sobre a importância de uma tal de lubrificação, mas o que ele sugeriu para que ela tivesse isso era vergonhoso até para mim. Ela ainda não me permitia vê-la nua, o que diria dos tais “beijos genitais”? Ele falou que tinha um nome metido a importante, se não me confundo agora era “felação”. Vê se eu posso com a sabedoria bibliotecária dele?

No entanto ela estava visivelmente mais feliz, sorria, me abraçava e passou a instigar meus beijos. Conversávamos muito, sobre tudo: clima, relacionamento, futuro, passeios. Uma noite ela mencionou Esme na conversa e pude sentir em sua voz uma pontinha de saudade. Eu sugeri que fôssemos à cidade enviar uma carta para nossa família, assim podia consultar Carlisle sobre a possibilidade de proporcionar-lhe satisfação. Se tivéssemos sorte podíamos achar um telefone. Como Carlisle era médico e preferia atender as emergências noturnas (por motivos óbvios) ele acabou cedendo à modernidade e mandou instalar aquele elefante branco lá em casa (pouco antes do casamento).

Tivemos que ir a Port Angeles para conseguir uma ligação, mas valeu a pena. O imenso sorriso que brotou em seus lábios ao ouvir a voz de Esme me deslumbrou. Muito acanhadamente ela pediu que eu tomasse uma distância para não ouvir a conversa. Certamente iria tranqüilizar o coração aflito de nossa mãe, afinal já fazia quase três semanas desde nossa partida. Depois de um tempo eu voltei, ela havia desligado e pediu outra ligação, desta vez fui eu quem falou. Foi bom matar a saudade do telepata e dos nossos pais, me esqueci de perguntar quando eles viriam nos visitar.

Voltamos para casa revigorados pelo afeto deles, é muito bom ter família, ter um lugar no mundo onde você sabe que sempre será bem vindo, terá apoio. Para mim que sou um homem das montanhas a família é um lugar, um território, demarcado pelo carinho, pela irmandade, pela unidade. Todos os dias me sinto grato por ter sido transformado em uma família e não para ser um nômade. Apesar de sermos livres, todo homem das montanhas sabe o valor da família, de ter um lugar no mundo. Éramos um pequeno principado no reino dos Cullen, ela era meu país, minha nacionalidade. Qualquer lugar seria minha casa, contanto que Rosálie estivesse comigo.

Ao voltarmos para casa passamos por Forks, compramos o jornal e Rose resolveu renovar o estoque de produtos de limpeza e beleza (como se ela precisasse deste último). O dinheiro que Carlisle me deu duraria algum tempo, mas e depois?

 Vi um anúncio de ofertas de emprego, precisavam de trabalhadores para a construção de rodovias e eles tinham pressa, por isso estavam contratando para serões de noite. Parece que eles precisavam de vias para escoar a abundante quantidade de madeira da região. Eu a deixei na perfumaria e fui até o escritório que estava na cidade. Contei de minha experiência no corte de árvores quando ainda morava nos apalaches e eles me contrataram na hora, as obras começariam dentro de 40 dias.

Quando chegamos em casa ela foi até nosso quarto e começou a preparar um banho,  e isso era muito natural na nossa rotina . Então ela me chamou, eu fui até nossos aposentos, mas ela não estava lá. Só então ouvi sua voz sair da suíte, ela estava submersa na banheira e a espuma encobria seu corpo. Com a voz carregada de constrangimento, ela disse olhando para baixo:

- Gostaria de compartilhar um banho comigo, Emm?

Eu abri a boca surpreso com o convite, mas prontamente retirei minhas roupas e me juntei a ela.

PDV Rosálie

A semana que se seguiu a nossa primeira noite foi muito aprazível, nós conversávamos muito e ele me procurava todos os dias. Com a repetição até mesmo o pequeno incômodo sumiu, na verdade quando ele começava a me tocar as sensações eram muito boas. Eu sentia um formigamento crescendo em meu corpo, era realmente muito agradável, então ele me possuía e da mesma forma repentina que começava, acabava. De certa forma era frustrante, pois sentia a vontade de que não acabasse, meu corpo tentava me dizer que seria maior, prazeroso e eu não conseguia alcançar. Ás vezes eu tentava segurar a sensação, prolongá-la, mas ela era fugidia e sumia antes que eu pudesse fazer qualquer coisa. Eu não me negava a ele, não queria que ele achasse que não o desejava e o simples fato de satisfazê-lo já me deixava feliz.

Depois de uma das nossas rotineiras conversas ele sugeriu que fôssemos à cidade para entrar em contato com nossa família, eu adorei a idéia, estava morrendo de saudades. Escrevi as cartas e ele juntou a elas um envelope lacrado para Carlisle. Conseguimos achar uma casa telefônica em Port Angeles e para minha sorte foi Esme quem atendeu. Ela quis saber tudo com detalhes, eu me senti constrangida, mas sabia que precisava contar. Ela devia estar apreensiva em relação a isso, sabia que era uma demonstração de afeto e não uma mera curiosidade mórbida. Era preocupação de mãe, ela estava sendo minha mãe.

Pedi um pouco de privacidade ao Emmet e ele se afastou. Só então me dei conta que Edward podia ouvir os pensamentos dela, mas ela me informou que ele saíra para caçar e ainda não voltara. Eu falei, sobre a noite no lago, minha decisão em contar a noite de minha transformação, e como tudo aconteceu, sobre as reações de meu corpo e como vê-lo aproveitando me fazia feliz (queria que ela entendesse essa parte). Ela ouviu tudo em silêncio, pareceu ponderar um pouco e disse:

- Estou tão orgulhosa querida, sabia que você tinha a força para fazer isso dar certo. Como ele reagiu às suas memórias?

Eu disse que ele ficou com raiva e precisou de um pouco de espaço para pensar. Depois voltou e foi muito amável. Ela continuou:

- Acredito que a dor foi por conta de seu medo, da tensão, pode acontecer. Só não entendo como pode não sentir, nossa transformação potencializa essa parte.

Ouvi a voz de Carlisle, mas não distingui as palavras. Eu não contei com sua presença em casa, em dias nublados ele não voltaria antes do meio dia. Só então me dei conta que não morávamos mais no mesmo país, que estávamos tão longe que não podia contar com a certeza do clima ser o mesmo. Depois de considerar o que ele tinha dito, ela falou:

- Filha, (adorei a flexão carinhosa em sua voz ao me chamar assim) sei que se sente feliz pelo que já consegui, mas não pode se furtar ao direito de desfrutar também. Ele deve estar se sentindo frustrado por não te satisfazer, deve querer sentir a mesma felicidade de lhe proporcionar este prazer. Bom, meu conselho é: Relaxe.

Ela pausou e parecendo escolher as palavras continuou:

- Precisa admitir que compartilhar isto com seu marido não é pecado. Não há nada de impuro na relação física, tente fazer sua mente entender. Da mesma forma, não há nada de vergonhoso no fato de revelar sua nudez a ele. Ele é seu marido, não um estranho. Comece trabalhando nisso, talvez um banho juntos, você gosta de banhos. Depois tente ficar nua durante a relação e se sentir vergonha diga a si mesma que é natural, relembre ao seu cérebro que ele é seu marido. Depois esqueça seu cérebro, não racionalize, permita-se sentir. Só sinta.

Depois de falar com Carlisle desliguei para ir chamá-lo, mas ele já estava vindo. Não deve ter suportado o suspense. Liguei novamente e desta vez o telepata já tinha chegado, eles conversaram e depois se despediram. Falar com nossa família renovou nosso ânimo e completou nossa alegria. Eu fui todo o caminho ponderando sobre o que Esme disse. Para ser sincera ele parecia um pouco insatisfeito coma minha falta de reação, ele sabia que eu não desfrutava tanto quanto ele e isso parecia entristecê-lo. E eu não queria isso, queria que ele fosse imensamente feliz, sem resquícios de amargura ou frustração.

 Ademais, para se sincera, eu dizia para mim mesma que isto não tinha importância, que eu já era suficientemente realizada neste aspecto. Mas bem no fundo eu tinha que admitir que gostaria de amar com o mesmo afã que ele. Então decidi que estava na hora de reagir e ir à busca de minha realização, por isso assim que chegasse eu ia sufocar meu constrangimento e convidá-lo para um banho. A espuma seria minha cúmplice e encobriria a minha nudez apesar de proporcionar um momento de intimidade para nós dois.

Eu fui direto ao banheiro e preparei a espuma, tirei a roupa e entrei, depois o chamei. No início ele pareceu surpreso, mas logo começou a se despir. Eu não tinha pensado nessa parte, vê-lo sem roupa era tão vergonhoso quanto imaginar que ele me veria assim. Eu virei o rosto e esperei que ele entrasse na banheira. Ele se sentou na outra extremidade, mas era muito alto e por isso suas pernas ficaram na lateral das minhas. Isso provocou algumas reações em mim, a maciez de sua pele e sua proximidade mexeram com meu controle. Diante do desconhecido eu pensei em desistir, mas me lembrei dos conselhos de Esme e me virei projetando meu corpo em sua direção. Eu coloquei minha cabeça em seu peito e me aninhei, ele suspirou alto e começou a deslizar os dedos em meus cabelos. Depois com muita delicadeza ele suspendeu meu rosto e me beijou. Os beijos se tornaram mais urgentes e suas mãos percorriam meu corpo dissipando a espuma em alguns lugares.

Ele olhou meus seios admirado e bem devagar (como se testasse até onde eu permitiria) foi aproximando sua mão. Eu estremeci ao seu toque, mas não era de medo, era uma sensação completamente nova, indescritível. Ele girou nossos corpos esparramando muita água no chão e se colocou sobre mim, afastou minhas pernas, mas não me adentrou. Recomeçou a me beijar e isso provocou movimentos involuntários em seu corpo. Eu senti uma movimentação suave sobre mim, em meu baixo ventre, minha intimidade e era muito melhor do que o toque anterior. Então ele me possuiu, seus movimentos deflagraram uma sensação maravilhosa, era como um formigamento, mas muito mais agradável que o beijo. Ela parecia se intensificar, mas abri os olhos e me lembrei de que estava completamente nua, o que me causou muito constrangimento. Então como sempre a sensação sumiu, agora era só a consciência de que seu corpo estava no meu. Me senti frustrada.

Eu entendi por que Esme disse que eu precisava lutar contra minha mente, era ela que me impedia. Quando ele terminou, nos virou novamente e voltou a me aninhar e como sempre disse que me amava. Eu pedi que ele saísse primeiro para que eu pudesse vestir meu roupão. Quando cheguei ao quarto ele estava somente de calça eu ia virar meu rosto, mas não o fiz. Precisava matar este constrangimento infundado em mim, foi muito estranho, mas de repente eu só conseguia pensar no quanto ele era bonito. Me perguntei se ele me achava bonita também, sei que ele me disse isso algumas vezes, mas será que era isso que ele sentia? Será que observar meu corpo provocava a mesma reação nele?

Eu me aproximei dele e o abracei por trás, depois perguntei:

- Você me acha bonita, Emm?

Ele pareceu sorrir e me surpreendeu questionando:

- Por que a pergunta?

Eu tive medo (não sei por que), mas fui sincera.

- Eu estava te olhando e ... Sabe? Você é muito bonito. Eu te acho um homem muito apanhado, espadaúdo, como minha avó diria.

Se fosse humana eu estaria corada. Ele se virou, me olhou, me beijou e se afastando para olhar em meus olhos disse:

- Para mim você é a mulher mais linda do mundo humano e imortal. E mesmo que não fosse eu te amo tanto que te acharia linda mesmo assim.

Isso me deu a força que precisava para continuar. Olhando para o chão eu deixei meu roupão escorregar e fiquei nua pela primeira vez na frente de meu marido. Ele emudeceu, mas se afastou ainda mais para admirar meu corpo. Ele me olhava com desejo, mas não avançou. Depois, abaixou, pegou meu roupão e me vestiu sem me olhar. Eu morri de vergonha, agora ele me achava uma qualquer. Precisava explicar a ele o porquê disto. Por isso, estendi minha mão em direção ao seu rosto, toquei sua bochecha e perguntei:

- Você está escandalizado? Não quero que me ache saliente. É só que Esme disse que era importante que eu não tivesse vergonha de que você me visse assim. Que isso ia ajudar a nossa intimidade. Você parece frustrado achando que não me satisfaz, eu queria facilitar as coisas.

Ele se aproximou e puxou meu rosto, mas eu não tive coragem de olhar. Ele beijou meus olhos e eu os abri, não havia sinal de asco ou choque. Parecia que ele estava enternecido, admirado. Depois disse:

- Você é a mulher mais corajosa e admirável que eu conheço. Não compreendo o que vê em mim para me amar tanto. Eu é que não te mereço.

Depois, deu seu sorriso de escárnio e disse:

- Quer dizer que as mulheres só conversam sobre isso?

Eu fiquei constrangida, ele percebeu. E tentando me animar continuou:

- Amor, tudo bem. Me desculpe, só fiz uma brincadeira. Não me entenda mal, não estou te criticando. Eu achei estranho o banho, depois você ficou nua na minha frente, eu não entendi. Agora posso compreender essas reações, e te admirar pela coragem de enfrentar seus temores, receios e vergonhas de forma tão direta. Principalmente por fazer isso para que eu não me sinta frustrado.

Acho que devia ter percebido sua coragem pelo fato de você ter me contado sua história tão detalhadamente, por ter se disposto a se entregar a mim mesmo com tantos traumas. É claramente visível o motivo pelo qual você sobreviveu, é uma guerreira nata. E luta a pior batalha, aquela que é travada internamente, na consciência. Não precisa sentir-se envergonhada, nem achar que faço um mau julgamento de você. Você é a mulher mais digna que conheço, foi brutalmente violada e mesmo assim manteve a honra. Se despiu para mim da forma mais digna que uma mulher pode fazer e pelos motivos mais verdadeiros possíveis. Mas não precisa fazer isso por mim.

Ele ficou calado e ao recomeçara sua falar parecia constrangido:

- É que acho tão injusto ser tão maravilhoso para mim e apenas ordinário para você.  Carlisle me falou de algumas coisas que podem ajudar, elas podem ser um tanto constrangedoras, até mesmo para mim. Mas você é tão corajosa, acho que podemos tentar. Ele também me falou sobre a necessidade de nos sentirmos bem com nossa intimidade, de consideramos isso natural. Vamos começar assim, apenas ficando mais a vontade, eu gosto de usar minhas roupas de baixo como shorts. Vou tirar a calça e ficar só com ela. E você, como fica confortável?

Eu andei até minha cômoda e peguei uma calcinha e um sutiã, depois procurei a combinação que mais gostava (essa peça parece uma camisola até o joelho, era usada para que a roupa não demarcasse a silhueta, e nem ficasse transparente). Fui ao banheiro e voltei só com essas peças. Ele sorriu vitorioso e disse:

- À vontade então!

Nós ficamos em casa, eu limpei e arrumei tudo, ele cuidou do jardim e leu na biblioteca. Quando a noite caiu, eu vesti uma camisola rosa, que desenhava meu busto e só coloquei minha calcinha por baixo, passei um óleo de amêndoas e me deitei sobre nossa cama, mas não me cobri (como costumava fazer para impor um limite entre nós e para ficar coberta durante o ato). Quando ele entrou, ficou admirado, foi ao banheiro e demorou um pouco. Percebi que ele tinha se arrumado para mim, colocou o pijama de listras azuis que lhe dei e estava com cheiro de loção. Achei este gesto muito delicado de sua parte.

Ele se deitou a meu lado e se virou para mim, começou a me tocar e eu incentivei com o olhar que retirasse minha roupa. Ele o fez de forma delicada e sempre verificando a forma como eu o olhava para ter certeza que eu estava aprovando. Eu abri um de seus botões e ele sorriu. Me ajudou a abrir os outros e terminou de retirar sua roupa. Depois entre beijos me disse:

- Vou tocá-la de forma diferente agora, não se assuste a princípio, mas se sentir que está te incomodando ou ferindo é só pedir e eu paro imediatamente. Entendeu?

Eu assenti. Ele beijou meu pescoço e foi descendo para o colo, seus beijos não foram interrompidos quando ele alcançou meus seios. Tive vergonha, mas pensei: É o Emmet, ele é meu marido, não estamos fazendo nada errado.

 Ele os beijou e eu me retraí com a intensidade desta sensação, ele continuou e passeou sua língua sobre eles, foi ainda melhor. Acho que percebeu que estava dando certo, pois levou muito tempo até ele avançar para meu ventre. Sua língua contornou meu umbigo e eu senti minha intimidade se contrair um pouco, foi uma sensação maravilhosa. Quando suas mãos deslizaram na parte interna de minha coxa, eu ouvi um gemido e me surpreendi ao perceber que era meu. Nesse momento eu realmente me constrangi, mas ele retornou sua trilha de beijos até meus lábios e sussurrou em meus ouvidos?

- Está dando certo amor?

Não tive coragem de responder, virei à cabeça para que nossos lábios se encontrassem e acho que ele entendeu que era um sim. Começou então a alisar minhas costas e desceu as mãos até as coxas, se deitou sobre mim fazendo nossos corpos se moverem juntos, essa sensação foi muito boa. Ele pediu espaço e eu afastei meus joelhos e ele continuou a se mover mais perto de minhas intimidades, ele não parava de me beijar. Quando afastou o tronco de mim, eu soube que ele me possuiria, e foi o que aconteceu. Como sempre as sensações começaram a crescer, mas tinha algo diferente. Minha respiração acelerou e ficou entrecortada, agora meu corpo parecia não quere para de sentir. Eu passei meus braços sobre suas costas e firmei minhas mãos em seus ombros, trazendo-o para perto de mim. Eu queria estar o mais perto dele, desejava que nossos corpos se fundissem em um. Meu corpo pareceu concentrar uma enorme energia que eu não sabia de onde vinha em meu baixo ventre e ele intensificou os movimentos, prendeu meu olhar no seu e disse que me amava. Parecia que todo o meu corpo se concentrou em um só ponto, que se agigantava tomando o lugar de tudo, a voz doce dele foi substituída por ruídos guturais e eu não sabia mais de quem eram os gemidos. Quando senti que meu corpo não deteria as minhas sensações eu ergui meus braços para trás e segurei a cabeceira da cama. E agora eu também me movia, era tão bom que parecia irreal e ia crescendo, crescendo. Depois disso não consegui mais racionalizar, eu apenas senti. Foi quando tudo explodiu distribuindo descargas deste prazer por todo o meu corpo, com a força de um vulcão que entra em ebulição e despeja suas labaredas de fogo num gesto de quem desistiu de se conter. Eu não me continha mais, nunca imaginei que isso fosse possível. Esme não mentira, ela na verdade foi modesta.

Só nessa hora eu pude perceber o que de fato acontecera, enquanto eu o amava não existia nada além de nós dois e dessa maravilhosa sensação de sermos um. Não existia passado, memória, dor, transformação, em determinado momento não existia nem mesmo “eu”. Era uma nova Rosálie que assumia o comando, a que nascera no momento que o amou, que era destemida, sem pudores, sem restrições sociais, até mesmo sem vergonha. Tudo era natural, orgânico e nem mesmo assim menos amoroso ou apaixonado. Era a mulher que existia só para ele, só para amá-lo. Eu poderia fazer isso para sempre, a idéia era tentadora. Nunca mais sentir medo, ou lembrar de minha vida humana, ser corajosa, amada, desejada, dele, só dele.

Ele me encarou, primeiro me estudando e depois seus lábios se abriram no sorriso mais sincero e deslumbrante que eu já vi.

- Conseguimos? Ele quis saber.

- Muito obrigado por me obrigar a não desistir disto.

Ele sorriu satisfeito. Depois de algum tempo em silêncio me argüiu:

- Não se sente presa quando estou sobre você? Não se lembra do que ocorreu e sente medo?

Agora eu entendia por que ele sempre afastava o tronco sobre mim, ele era realmente um cavalheiro. Eu queria fazer uma coisa, mas a vergonha já queria assumir o controle de novo. Eu a enfrentei e afirmei:

- Não é amedrontador, na verdade é melhor. Meu corpo exige estar perto do seu e é o máximo que podemos estar ligados. Quer ver?

Dizendo isso eu o rolei sobre ele e o beijei, então vi que a cabeceira de nossa cama estava um pouco avariada. Eu me assustei e perguntei:

- Quando isso aconteceu?

Ele olhou para trás e sorriu.

- Acho que fomos nós, mas não me lembro quando.

Ele segurou meu rosto com as duas mãos e se ergue para me beijar e recomeçamos tudo de novo. Ele desceu as mãos pela lateral de meu corpo, flexionou meu joelhos me fazendo sentar sobre ele, depois nos encaixamos e agora era eu quem ditava os movimentos. Não sei quantas vezes repetimos e nem consigo imaginar a quanto tempo estamos isolados em nosso mundinho. Só sei que a cada momento vejo mais coisas avariadas, as escadas, a mesa da sala de jantar, algumas paredes. De alguns momentos eu me lembro, mas em outros minha mente está subjugada pelas sensações e eu não quero que acabe nunca. Mas a sede já está me incomodando e sinto que dentro em breve teremos que romper essa deliciosa bolha que fizemos para nós.


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Notas finais do capítulo

Espero que o cápítulo esteja bom. No próximo teremos uma surpresa.