The Hours escrita por Gaelly


Capítulo 3
Eternidade


Notas iniciais do capítulo

Ps: esta historia ja foi publicada por mim no Twilight Brasil, mas ja foi deletada por problemas tecnicos, ela totalmente original e nao foi plagiada.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/121220/chapter/3

Capitulo 2 ~ Eternidade

Deslizei os dedos sobre o mármore da minha janela, estávamos de partida em plena madrugada, olhei firmemente para a lua cheia que brilhava muito mais do que o sol ou a própria Eta Carina, com sua cor prateada e escarlate sutilmente emoldurada em um enorme circulo manchado. Dedicava-me á isto agora: Observar a lua.

Não restou muita coisa sem a não ser os sádicos momentos de batalha onde me concentrava totalmente em algo, tentando assim, esquecer aquela verdade que tilintava em mim como uma vespa quebrando o meu crânio. A verdade de que eu estava sendo usado para um só propósito: ser imortal. Esta era a arma de Aro, a minha eternidade, sem distrações, minha concentração insana sobre seus inimigos e principalmente, a minha lealdade para com ele.

Jane ainda não havia percebido, para ser sincero ela não se dava ao luxo de refletir sobre tudo o que temos feito nos últimos séculos. Se o ditado: O amor é cego, estiver então correto, Jane já tinha catarata e outras doenças que atacavam o globo ocular. Creio que ela não ligava mais para o fato de matar vampiros ou humanos, só queriam ter a certeza de que era a preferida de seu mestre, e isto bastava. Mas não para mim.

Algo no meu interior, bem lá no fundo, queria uma vida cheia de descobertas, queria viver intensamente esta eternidade á mim proporcionada. Quero muito mais do que ficar procurando e matando pessoas que não conheço e que podem estar fazendo todas as coisas que eu poderia estar experimentando. Então, depois de um tempo, eu passei á me espelhar nelas, viver a vida de cada uma, me imaginando em seus lugares, respirando cada lufada de ar por eles arfada ou sentindo todos os beijos por eles ganhos, principalmente quando se tratava de humanos. Sentia-me muito menos culpado assim.  Isto sim bastava.

Ouvi a porta do meu quarto sendo aberta e por ela atravessa a figura pequena e magra de minha irmã, ela não sorria mais, há muitas décadas eu não podia sentir aquela felicidade jovial que ela um dia exalou. Pelo vidro da janela percebi que seu vestido negro pulava á cada passo dado, feito pulinhos, típico de uma garota que aparenta ter uns quinze anos de idade, ela parou á alguns metros esperando que me virasse, mas não o fiz.


___ Aro me mandou procurá-lo.__ falou com sua voz infantil e dura.__ Estamos de praticamente de partida.


___ Para onde vamos?__ não estava nem um pouco interessado em saber.


___ America, exatamente para os Cullens.__ falou andando e ficando ao meu lado.__ Ao que parece eles compartilharam seu segredo com uma criança...


___ E nós vamos interferir em sua vida.__ disse com certa ironia, parecíamos vilões assim.


Jane mirou firmemente para a lua também para logo arfar.


___ Você não se cansa de admirar a lua, não é?__ falou olhando para meu rosto.__ O que ela tem de tão especial assim?


___ Ela me faz querer pensar.__ argumentei a mirando.__ Não há nada que te faça querer pensar também?


___ Sim.__ falou, fiquei curioso.__ O quão atrasados estamos para encontrar com o Aro.


___ Vamos á pé?__ perguntei já começando á caminhar para a saída.


___ Como sempre.__ falou em desdém.__ Mas como disse: estamos praticamente de partida. Ainda não esta decidido se vamos realmente á Forks.


Não seria difícil saber o que iria acontecer, certamente um bate papo sobre os princípios vampíricos do nosso segredo, e em poucas horas já estaríamos na floresta adentro correndo em direção á America. Sempre era assim, porque hoje seria diferente? Meus sapatos de verniz faziam aquele barulho horroroso no piso de mármore dos corredores, vesti a capa negra por cima da minha roupa aspirante á terno.

As árvores coníferas da America pareciam borrões á tinta no cenário que se movimentava pela nossa velocidade, havíamos acabado de sair das águas geladas do oceano Atlântico, durou apenas algumas horas, e pelo ritmo que avançávamos chegaríamos ao nosso destino em poucos minutos, uma hora no máximo já que estávamos em terras canadenses e logo Victoria, certamente em algum lugar no coração da floresta.

Aro veio conosco, achei estranho já que ele preferiria ficar no palácio, como escudo trouxe também a Jane e Renata, não havia Felix, Demetri ou Heidi, somente nós. Não questionei, mas preciso admitir que fiquei curioso pelo fato de sermos em tão pouco numero se a intenção era certamente uma batalha entre nove vampiros e talvez lobos á nossa espera. Não foi necessário muito tempo para formular a idéia de que não iríamos brigar.


___ Estamos perto.__ Renata falou.__ Posso sentir.


Corremos por mais uns quinze quilômetros em menos de dois minutos, ate chegamos á uma enorme campina, com pelo ao menos quinhentos metros ate uma casa de vidro um pouco maior do que a ultima. Os Cullens estavam na porta, todos enfileirados, andamos por entre o mato grande que chegava ao meu peito e depois por um gramado verde e recém aparado. Cheirei um pouco o ar e consegui sentir o cheiro de dois humanos, um era a herdeira Cullen e o outro seria a nossa vitima.


___ Carlisle que bom vê-lo novamente.__ Aro disse cinicamente.


___ Eu quem diga isso, Aro.__ disse, caminhando ao nosso encontro e apertando a mão de rei.__ Mas custo á me perguntar o porquê da visita.


Ele sabia muito bem o porquê de estarmos aqui, mas fazia questão de fazer aquela cara de desentendido, inocente por tudo o que acontece ao seu redor.


___ Soubemos que adotaram uma criança...__ disse Aro, finalmente deixando á mostra o que queria.


___ Rosalie insistiu, e admito que Ella seja uma criança perfeita.__ Carlisle falou sorridente.


___ Este é o problema, caro Carlisle.__ falou rudemente.__ Ela ainda é uma criança, e não podemos permitir que ela carregue um segredo tão grande.


Fez-se um silencio mortal, o vento frio e gelado cortou as nossas respirações, se eles fossem atacar o momento era agora.


___ Mas antes de qualquer coisa, poderíamos vê-la?__ ele perguntou.


___ Para que tanta curiosidade Aro?__ a loura indagou.__ Afinal: ela é somente uma humana.__ desafiou.


___ Quero saber o que ela tem de tão interessante que os fez querê-la tanto assim.


___ Não se preocupe Cullen.__ Jane se pronunciou pela primeira vez.__ Sabemos exatamente onde ela esta.


Ela olhou para uma casa de madeira, um pouco distante da mansão, senti o odor adocicado caminhando com o vento para dentro de minhas narinas, a humana era muito mais cheirosa do que a Swan enquanto viva. Começamos á caminhar em direção a mesma, eu e Jane.


___ Se tocarem em um fio de cabelo dela...__ a loura gritou.__ Não iram estar vivos para contar a historia.


Olhamos diretamente para Aro, e ele sorriu.


___ Façam o que ela pede e somente á tragam para mim... Viva.__ ele sussurrou a ultima palavra.


Em poucos segundo já estávamos girando a maçaneta de ferro da porta de mogno, abrimos sem muita cerimônia, havia um dos lobos em pé junto ao Cullen maior, muito parecido com o Felix, senti outra presença e por entre nós atravessar uma vampira de cabelos curtos e repicados. Sentada na poltrona, a ruiva apertava os dedos freqüentemente, o corpo de uma adolescente de quinze a dezesseis anos, mas seu rosto denunciava uma infantilidade incomum, o que a deixava mais jovem do que a mim.


___ Renesmee já esta aqui. Onde esta a Blake?__ ela admitiu, ambos deixaram aquela pose de ataque e relaxaram os músculos.


___ Esta lá encima.__ Jane respondeu se preparando para subir as escadas segurei seu braço e encostei meus lábios ao seu ouvido.


___ Ficou maluca?__ sussurrei.__ Fique aqui em baixo e use seus poderes sobre qualquer suspeita, eu subo.__ Jane arfou satisfeita, ela preferia ficar para torturar a procurar crianças.


Subi os degraus da escada respirando profundamente o cheiro de pêssegos e chantili, abri a primeira porta ao meu alcance e me deparei com um quarto feminino cor de rosa, espiei antes de entrar por completo. Percebi uma garota de aproximadamente trezes anos de idade, os cabelos negros faziam pequenas ondas e se enrolavam nas pontas, a pele era tão pálido quanto á de um vampiro e suas bochechas eram rosadas naturalmente, assim como a ponta do queixo e do nariz pequeno.

Os traços de seu rosto eram mais belos do que qualquer humana que já tinha visto ate hoje em minha eterna vida, eram tão firmes e certos assim como os lábios finos e vermelhos e os olhos levemente puxados e pintados por uma maquiagem negra, senti seu calor manejado pelo corpo magro e alto__ não chegando á ser maior do que á mim__ ela estava quente. Quente demais. Poderia estar doente, como todos os mortais ficavam.

Meu peito retraiu-se para dentro como se leva-se um soco ou uma bola de boliche o tivesse acertado em cheio. Mirei friamente seus olhos e, de repente, tudo se partiu ao meio, fiquei hipnotizado pelas duas caixas verdes brilhantes que jaziam em seu rosto, eles eram os mais belos que vi na minha vida, fechei a porta á minha trás e limpei a garganta, ela apertou as mangas da blusa entre os dedos e deu um passo para trás, se afastando de mim. Caminhei lentamente ate um a distancia considerável entre nós.


___ Você esta doente?__ perguntei.


___ Não chegou á matar ninguém para estar aqui, não é?__ ela murmurou a pergunta com sua voz de ninfa.


___ Mesmo se quisesse, não daria tempo para matar dois vampiros e um lobo em segundos.__ assumi sussurrando.


___ Então você não quer matar ninguém?__ ela continuava sussurrando as palavras.


___ Hoje não.


___ Posso confiar em você?


___ Isto depende do seu ponto de visão.__ falei estendendo a mão para ela.__ Não se preocupe: não irei machucá-la.__ minha mão ainda estava em suspensa, querendo que ela a tocasse.__ É só a minha mão.


Finalmente ela deslizou sua mão sobre a minha, febril perto do meu toque gelado.  Puxei-a lentamente para mim, entretanto á um metro de distante de nossos corpos, não tive coragem de sair do quarto, tinha medo de que Jane tentasse algo contra ela mesma sendo minha irmã tinha a certeza de que protegeria aquela humana com minha vida. Meu corpo faria isto, não minha vontade.


___ Blake Ella.__ ela falou, um pouco mais alto.__ Meu nome é Blake Ella Cullen. Qual é o seu?


Recitei em dar-lhe aquela informação, não fui treinado á dizer este tipo de coisa. Mas minha boca se moveu como uma necessidade insana de ouvi-la novamente.


___ Alec Volturi. __ respondi, sobressaindo com a minha voz.


___ Você veio conversar com minha família?__ ela perguntou.


___ Eu não, mas meu mestre achou errado o fato de saber que somos vampiros.


___ Não vai acontecer nada de perigoso, não é?__ indagou novamente, já estávamos andando ate a porta.


___ Claro que não, só vamos conversar com você.__ tentei acalmá-la.__ Aro adoraria te conhecer.


Soltei sua mão e a fiz andar pelo corredor á seguindo segurando seu ombro, descemos as escadas e a vampira tirou as minhas mãos de cima dela, Jane fechou a cara para mim e segurou minha mão. Nada comparado ao toque da Blake.


___ Porque demorou tanto? Pareceu que tinha matado a humana.


___ Relaxa.__ sussurrei.__ Tudo irá correr ás mil maravilhas.


Caminhamos sobre o gramado por alguns segundos, e subimos a sacada de piso de madeira, a porta de vidro e mogno permanecia aberta e adentramos rapidamente ficando atrás dos Cullens. A sala era espaçosa o suficiente para caber á todos, na verdade grande o suficiente para colocarmos outra casa dentro dela, olhei para o lado e percebi a enorme cozinha gourmet de mármore e azulejos caros, voltei minha atenção para Aro que não parava de admirar a humana.


___ Ela é realmente muito bonita tenho que admitir.__ ele disse sorrindo, logo estendendo a mão para ler os pensamentos da garota, tremi com a possibilidade de ver algo como nossa ultima conversa.


___ Não há problemas, Ella.__ Carlisle disse.__ Ele não ira te machucar.


A bela garota depositou sua mão sobre o toque venenoso de Aro, e em pouco segundo teve o membro devolvido.


___ Pensei que encontraria algo de extraordinário como quando toquei a Bella.__ falou em desdém.


___ Na verdade você não viu nada.__ Edward debochou, minha irmã rosnou ao meu lado.


___ Indo ao ponto: ela é uma ameaça.__ Aro falou friamente.__ De duas coisas uma: Ou a matamos...__ todos os Cullens tremeram.__ Ou determinamos um prazo máximo para a transformação. Se não for cumprido à primeira opção deverá ser concretizada.


___ Quanto tempo?__ a loura indagou.


___ Quantos anos ela tem?


___ Treze. __ ela sussurrou.


___ Dou dois anos á ela.__ disse Aro.


___ Quinze anos?! Não faz sentido, acha que ela realmente vai ter maturidade o suficiente para guardar o segredo?!__ ela gritou cada pergunta, Jane se posicionou para o ataque, mas não o fez quando percebeu que Aro sorria.


___ Então tenho de levá-la para mim.


Silencio.


___ O que você faria com uma simples humana?__ a loura murmurou.


___ Nada que a deixe feliz.__ ele falou.__ E se for talentosa, posso encaixá-la na guarda.


___ Dois anos... É mais do que o suficiente.__ sussurrou.


___ Espero que sim.__ Aro falou se caminhando ate nosso encontro.__ Retornarei logo, para averiguar as coisas. Saberá quando virei cara Alice.


Olhei pela ultima vez o rosto belo de Ella, a mesma abriu um singelo sorriso ainda com os lábios fechados, agora com a grande iluminação proporcionada pelo cômodo, pude perceber que ela realmente estava doente pelo fato de seu nariz estar mais corado do que o padrão normal humano. Suspirei. Pisquei para ela com o olho esquerdo, um gesto que passaria despercebido por todos, talvez não pelo leitor de mentes ou pelo cara que controlava os sentimentos das pessoas, pois ele poderia sentir a pequena mistura de euforia e tristeza em meu ser.

Saímos da casa o mais rápido o possível, e planamos por todo o campo verde á nossa frente. Da minha cabeça não saia à imagem da bela e jovem morena Blake Ella, condenada a perpetuar em uma imagem de uma adolescente tão jovem quanto eu e minha irmã, uma vida sem muita maturidade diria. Uma eternidade sem um corpo velho e perfeito pelo tempo. Jane se castigava por isto. Ela invejava tanto a Heidi por ser velha que isto á matava de uma maneira obsoleta.

Blake Ella.

Blake Ella.

Blake Ella.

Chegamos a Volterra pela madrugada, entramos no palácio e Aro nos chamou para uma conversa, publicamente junto aos outros reis seria onde ele se pronunciaria, mas estranhamente ele quis que fossemos para a biblioteca, a moça da recepção era uma outra humana, só foi necessário que Aro balançasse a cabeça para que ela saísse e fechasse as portas.

O enorme cômodo estava á nossa disposição, caminhamos por algumas estante de madeira preenchidas por livros ate um lugar bem discreto, junto á alguns pergaminhos. Nunca gostei muito de livros, nunca tive tempo para ler um livro por completo sem interrupções ou imaginação o suficiente para criar um mundo onde à leitura do que via se fazia essencial para definir tudo.  Ficamos enfileirados á frente do mestre, Aro estava aflito, mais do que o comum.

___ Esta tudo bem, mestre?__ Renata perguntou.


___ Claro que não esta tudo bem.__ falou nervoso, Jane e ela se assustaram.__ Aquela menina é muito mais valiosa do que pensei.


___ Como assim? Não disse que ela não tinha nada demais quando á tocou?__ minha irmã indagou.


___ Eu menti.__ explicou andando de um lado pro outro.__ Escondi o máximo do que eu vi na minha cabeça, pro leitor não ver.


___ Então você conseguiu ver alguma coisa.__ Jane tentava encaixar as coisas.


___ Claro, o problema é que: Não consegui entender nada.__ ambas ficaram espantadas.__ Era como se ela se desviasse tudo ou simplesmente tivesse pensado mais do que o normal.__ Ele sussurrou.__ Sinceramente, creio que quando for transformada, será a Cullen mais forte do que a própria Bella.


___ E o que vamos fazer? Vigiá-la?__ Renata perguntou.


___ Até o momento certo.__ ele falou.__ Logo serão dois anos e vamos retomar á uma visita, se ela for realmente habilidosa irei convencê-la á ficar comigo.


___ Já tentou convencer dois dos Cullens á se unirem á nós, e não deu certo.__ me pronunciei.__ Porque acha que com ela será diferente?


___ Vou pensar em algo, talvez seqüestro.__ falou.


___ E se não a tiverem transformados?__ Renata indagou.__ Iremos matá-la?


___ Se ela ainda não estiver pronta, iremos apenas pega-la para nós, alegando que: se não nos o fizerem, a única saída será a morte, então fingimos que ela realmente morreu.__ ele sussurrou.


___ De qualquer forma ela terá de entrar para os Volturi.__ Jane finalizou.


___ Mas... Digamos que isto irá ficar só entre nós.__ ele falou.__ Caius e Marcus não aceitariam tamanha audácia.


Um brilho genial se fez em seus olhos vermelhos, engoli o seco, não sabia se dava pulinhos de alegria ou se temia as coisas, avaliei a minha sanidade mental e formulei duas possibilidades que acorreriam nos próximos dois anos:

Primeiro: Blake estaria transformada e nos a seqüestrarmos como o dito, no caso ou ela aceitava tudo ou não aceitava, mas mesmo assim nos seguiria naquela sina imortal.

Segunda: Blake poderia ainda ser uma humana e nos a alegarmos pela sua presença ao conselho, seria praticamente morta e se ingressaria á nós, como eu não sei, mas Aro pensaria.

Ela agora tinha um destino marcado. Que sádico fim. Irônico até.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!