O Amigo do Casaco Negro. escrita por Thata-chan


Capítulo 2
Uma experiência rotineira.




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バイ タタ。                                黒いコートの友人.

Capítulo 2- Uma experiência rotineira.

A manhã havia se passado, e os jovens foram almoçar. Após um tempo de descanso, todos queriam continuar na areia e no mar.

-Ei Roxas! –Hayner chamou-o.

-Oi?

-Durante o almoço... –Acenou para os outros dois amigos se aproximarem. –Eu conversei com um homem que dizia ser nativo daqui.

Roxas induziu um suspiro de tolerância.

-É sério! Ele disse, que nesta praia... Há uma caverna chamada de “A caverna do coração.”.

Todos pareciam entretidos, menos o loiro.

-Ele disse que nessa caverna, há um tesouro, que apenas os de coração puro podem ver. –Hayner continuou. –E que as pessoas de coração não puro, não poderiam ver o tesouro, nem ao menos tocar nele. Uma história que explica essa caverna é que um grupo de cientistas que estudavam o coração e a alma seguiu para esta caverna que era alvo de lendas. O nome deles era...

“Era um grupo composto de quatro pessoas. Xehanort, Braig, Even e Ienzo. Todos eram cientistas. Eles buscavam a verdade por trás da alma, do corpo e do coração. Todos eram muito céticos quando diziam sobre lendas, mas sobre esta... Eles não resistiram. Eram todos inocentes que queriam saciar sua sabedoria e inteligência.

E então, o grupo adentrou a caverna. No começo, parecia uma caverna normal, mas ao passar horas ali, perceberam que aquela caverna era um tanto especial. Eles queriam saber o que havia ali de tão especial, mas após passar dias investigando, nada aconteceu.

Muitos dias depois, eles abandonaram a caverna e a ilha, desacreditando na magia da caverna do coração.

Muito anos depois, após ter avançado nos estudos da alma, eles realmente conseguiram encaixar as informações que havia na caverna com os estudos deles.

Mas eles não eram os mesmos. Já reconhecidos e crescidos, a alma, o coração não eram os mesmos.

Mas enfim, eles adentraram a caverna novamente. Seguiu reto e nem paravam para olhar descrições na parede ou algo parecido. E por fim, eles haviam chegado a uma grande sala, com um altar vazio.

Um deles se perguntou por que havia um altar sem nada em cima. O outro disse que alguém já poderia ter pego o tesouro. Mas o terceiro observou as descrições escritas na parede, e por fim concluiu:

-Nós nunca iremos ter esse tesouro. –Disse o de cabelos azul.

-Mas por quê? –Perguntou o de cabelos loiros.

-Nós mudamos Even. Quando éramos mais jovens, nós tínhamos a inocência, nós tínhamos a chance de ver o tesouro. Mas agora... Agora que somos vividos, sabemos das trapaças da vida, assim como nossas trapaças... Não temos mais a inocência. Não temos mais a essência da vida.

-Ora, mas que besteira! A razão mais óbvia é que alguém descobriu este tesouro antes de nós! –Disse Even estressado.

-Even. Ienzo tem razão. Olhe para nós. Nós nunca conseguiremos abrir os olhos e perceber que o tesouro esta na nossa frente. –Xehanort disse.

-Mas o quê? –Perguntou Braig assustado. –Você está dizendo que só criancinhas bobas e inocentes podem ver este tesouro?

-Está tudo escrito nesta parede. “Aqui não há lugar para os que não são bons. Os que não possuem um bom coração não poderão desfrutar deste lugar. São apenas cegos.”. –Ienzo leu a descrição na parede.

-O que você falou faz todo o sentido. –Continuou Xehanort. –Eu acho que por esta razão, o tesouro continua intacto. Ou melhor, não são só crianças, mas os inocentes podem ver.

-Os inocentes? –Even perguntou.

-Na verdade, há muitas crianças céticas hoje em dia, e que não acreditam em nada, nem em amor. Essas crianças não são inocentes, ou melhor, já possuem a sabedoria.

-Quer dizer que os inocentes são pessoas burras! –Continuou Braig aos risos.

-Não exatamente. –Continuou Ienzo. –As pessoas inocentes são aquelas de coração puro, que mesmo ao saber das lições da vida e aprender com elas, ainda mantém a esperança de algo em seu coração. Ela não deixa de acreditar.

-Que besteira... –Disse Even inconformado.

-Tudo bem, mas como pode provar que pessoas vieram aqui a não ser nós? Olhe a caverna, ela está intacta. Aliás, ela está muito bem escondida. E com os dias de hoje, duvido que as pessoas tomem seu tempo tentando explorar uma caverna chamada de “A caverna do coração.”. Entende? –Continuou Xehanort

Even assentiu.

-Mas então de nada adiantou virmos aqui se não somos inocentes. –Braig disse.

-Claro que adiantou meu caro. Nós temos o melhor resultado dos estudos do coração, o kingdom hearts! –E então abriu os braços e fechou os olhos.

Seus olhos mudaram de um tom azul para um tom amarelado dourado.

-Xehanort! –Todos gritaram.

-Não se preocupem meus caros... Estamos muito próximos de completar nossos estudos!

E então todos saíram da caverna, satisfeitos mesmo ao não poder obter o grande tesouro.”

-Puxa, me parece assustador! –Disse Ollete blefando.

-Olhe aqui Ollete, essa caverna me parece muito real! –Hayner gritou.

-Tudo bem, tudo bem... Eu não discuto mais.

-Sabe, que tal explorarmos essa caverna? –Roxas sugeriu.

-É! –Pence completou.

Os jovens então guardaram suas coisas no alojamento, se trocaram e pediram informação ao homem que Hayner havia citado.

Um homem simples, de olhos claros e cabelos loiros bem claros quase chegando ao branco. Uma barba de mesma cor e uma veste vermelha.

-Ei moço! –Hayner gritou.

O homem se virou avistando os garotos.

-Olá! –Disse o homem feliz.

-Sabe moço, você poderia nos dizer mais sobre a caverna do coração?

-Claro... A caverna do coração é uma caverna mágica. A sua localização é um tanto discreta, e apenas seus corações podem descobrir onde estão.

-Me parece um fiasco... –Ollete disse.

-Cale-se Ollete! –Disse Hayner.

-Ora, mas porque acha isso mocinha? –Disse colocando as mãos em sua cabeça, logo as retirando.

-Mas é claro que não existe! Toda essa baboseira de magia... Isso não existe.

-Mas é claro que existe! Isso tudo depende de seu coração. –E apontou para ele em seu peito. –Isso só depende de você. Só você pode mudar o seu coração. Só você pode mudar sua alma. Acredito nisso.

Ollete assentiu calada.

-Poderia me dizer seu nome? –Roxas perguntou.

-Claro. Meu nome é Ansem. Lembre-se disso.

-Então... Senhor Ansem... O senhor quer dizer que teremos que nos guiar através do instinto?-Hayner perguntou.

-Não é instinto. É o coração. Se você sabe sentir seu coração, você pode ser guiado através dele.

-Obrigado Senhor Ansem! –Agradeceu Pence ao se retirar.

Os garotos pareciam estar animados. Na areia, pararam e pensaram.

-Alguém aqui está sentindo algo? –Hayner perguntou.

-Não. Não sinto nada. –Ollete respondeu.

-Digo o mesmo. –Pence disse.

-É por ali. –Disse Roxas apontando para uma direção.

-Como sabe? –Ollete perguntou.

-Eu não sei, apenas... Sinto.

Os garotos guiados por Roxas, atravessaram passagens e chegaram ao que podia ser chamado de uma entrada.

-Vamos pessoal. –Roxas continuou seguindo em frente.

Os outros três jovens continuaram um pouco assustados.

Todos caminhavam observando as paredes, o teto, a caverna em si.

Roxas não parecia assustado. Ele talvez parecia reconhecer aquele lugar. Mas por quê?

Nada sabia, mas uma coisa que podia acreditar, é que havia algo em seu coração que o fizesse guiar até onde está agora. Até onde sua vida chegou.

Cuidado Roxas!

Como uma reação, Roxas desviou de uma rocha que havia caído do teto.

O garoto loiro arregalou os olhos e se virou para os amigos.

-Quem foi que disse isso? –Roxas perguntou.

-Disse o quê? –Hayner perguntou.

-Para tomar cuidado!

-Não fomos nós. –Disse Pence.

Como que não tivesse escutado aquilo, Roxas continuou com alguma sensação enforcando-o.

Logo, se deram com uma grande passagem que estava quebrada ao meio. E lá no fundo, só havia rochas e mais rochas que poderiam machucar.

-Como nós atravessaremos? –Pence perguntou.

-Eu não sei. –Disse Ollete.

-Talvez seja melhor voltarmos. –Finalizou Hayner.

-Não. –Roxas negou.

-Mas como vamos continu- a voz que dizia fora interrompida.

-Fiquem quietos.

Os jovens guiados arregalaram os olhos com a fala de Roxas.

O loiro fechou os olhos e os abriu novamente. Pegou uma estaca que estava grudada na parede e começou a desenhar no chão.

-Não é hora para desenhar! –Resmungou Ollete.

-Calada! –Agora quem dissera fora Pence, que sabia o que Roxas estava fazendo.

O loiro estava desenhando um menino de cabelos espetados sorridente, segurando uma estrela. O desenho no chão parecia simples, mas os amigos pareciam aceitar o que Roxas fazia.

Roxas terminou de desenhar e levantou-se. Soltou a estaca e logo, as partes separadas por um longo nada, foram se juntando aos poucos, até se juntarem. E o outro lado que havia perfeitamente se encaixado, estava desenhada uma menina de cabelos lisos igualmente com uma estrela na mão.

Todos estavam boquiabertos. Não havia nada a dizer diante daquela situação.

-Sabe uma coisa que não entendi? –Pence perguntou disfarçando seu espanto.

-O quê? –Perguntou Ollete.

-Na lenda, quando os cientistas foram na caverna pela primeira vez, por que não pegaram o tesouro?

-Por que eles não tinham compromisso com isso. –Roxas respondeu.

-Mas o quê? –Hayner havia estado confuso.

-Quando menores, eles queriam explorar, queriam saber mais. Mas quando, a sabedoria uma vez introduzida errada, nunca mais os adultos poderiam se tornar puros.

-Não entendo o que quer dizer. –Disse Hayner.

-Eu quero dizer que, eles cresceram aprendendo, vivendo, e se ‘viciando’ nesse mundo ilusionário, que agora estão cegos o suficiente para não saberem o que é a verdadeira felicidade.

-Entendo.

-Então... Vamos? –Prosseguiu o loiro.

Os jovens continuaram a caminhar. Todos cuidadosos com seus minúsculos passos atentos à caverna.

Era uma caverna um tanto estável. Era coberta de rochas –como uma caverna normal- e apenas havia um caminho, o para frente.

-Roxas... Eu não entendo. Como você sabia que o desenho iria abrir caminho? –Ollete perguntou curiosa.

-Sabe Ollete, eu não sei mais como ainda estou aqui. Então por favor, não me pergunte. –Disse Roxas um pouco a frente.

-Tudo bem. –Ollete, na altura do campeonato já estava assustada com Roxas.

Os jovens continuaram seguindo para frente, sem nenhum plano B.

-Olha, conforme a hora... –Pence olha para o relógio. –Nós devemos ir embora. –O medo era legível em seus olhos.

-Não se preocupe. Eu sei que se algo der errado, nós estaremos salvos.

Alguns minutos depois, mais algumas reclamações foram ditas.

-Estou com fome... –Hayner começou.

-E eu com sede. –Ollete prosseguiu.

Ollete nem pôde terminar de dizer, que já tinha uma mochila voando em direção a eles.

-Toma, na minha mochila tem alguns doces e uns refrigerantes. –Disse Roxas continuando a andar.

-Não iremos sobreviver de doces e refrigerantes, Roxas. –Prosseguiu Pence.

-Não iremos demorar. Relaxe.

-Roxas, você não vê?!? Estamos perdidos! –Disse Ollete já irritada.

-Cale-se! –Roxas virou-se para os colegas. –Eu já disse que não estamos perdidos, nós estamos no caminho certo! Agora coma os doces e refrigerantes que vou explorar um pouco mais a frente.

O silêncio percorreu a caverna.

-Roxas... –Pence.

-MAS O QUE É AGORA?!?! –Roxas gritou.

-Err... Eu fiz uma tocha. Ela irá ajudar você a iluminar o caminho.

-Ah... –Disse sem graça. –Obrigado.

Roxas então seguiu caminhando um pouco mais a frente para que pudesse garantir que não haveriam problemas quando fossem todos caminhar. Mas agora ele estaria sozinho.

Mas... Por que tanto medo? Essa caverna me parece normal... Roxas pensou.

Mais alguns passos e ele viu que não havia mais saída.

Mas onde estaria o tesouro? Será que ele não tinha o coração puro para poder ver o tesouro?

Alguns segundos foram tomados de olhares vindos do loiro. Observava que, ali havia algo estranho.

Um barulho estranho surgiu. Dois. Três.

-Mas o que diabos é esse barulho?

E agora ele vira que esses barulhos não eram barulhos, mas sim criaturas. Criaturas negras de olhos dourados, que se mexiam livremente. Não pareciam ser amigáveis.

O olhar de Roxas surpreendera. Ele não tinha noção de que a caverna poderia estar possuída de criaturas negras.

O pânico tomou suas terminações nervosas. Seus olhos percorriam nervosos os movimentos das criaturas. O que fazer? O que pode fazer numa situação dessas?

E se tivesse uma forma de se proteger? E se houvesse uma arma?

Olhou para a tocha. Não. Aquilo nunca assustaria as criaturas.

Assim aconteceu. Diante dos olhos do loiro, números e letras aleatórios surgiram contornando algo que se formava.

Soltou a tocha no chão que se apagou.

Era uma espada. Não. Era uma chave. Não, era algo a mais.

Um cabo amarelo seguido de uma corrente pendurada. Uma lâmina grossa que tinha um dente prateado como o de uma chave.

Não era uma espada, não era uma chave. Era a mistura dos dois.

Alguns minutos foram o suficiente para eliminar as criaturas. Mas isso não o assustou.

Por que de repente aquilo? E o porquê dessa estranha chave?

Tudo era muito estranho.

E o pior, aconteceu do nada. Assim, como mágica.

Mágica?

-É melhor voltar. –Roxas falou consigo mesmo.

A chave, ou melhor, a espada, ou melhor, a espada-chave desapareceu assim como apareceu.

Era tudo tão misterioso. Tudo como ele sonhou.

Então, ele voltou para seus amigos.

-E aí Roxas, tudo certo? –Disse Pence mordendo o pão.

-Tudo. –Pausa. Por que falar disso se eles não iriam acreditar? –Eu não sabia que eu tinha pão aí dentro.

-Ha ha! –Pence riu. –Realmente surpreendente. Acho que vamos descansar um pouco para podermos prosseguir.

-Verdade. –Roxas sentou-se ao lado do amigo e abriu uma garrafa de refrigerante que fora tomada em poucos minutos.

Muito descanso.

Muitos minutos.

De quantos minutos se formam um dia?

Ah, é preciso pensar. Fazer contas e mais contas para chegar ao resultado...

Mas nada que supere o cansaço de superar os próprios limites.

Longas horas descansando.

-Podemos prosseguir? –Disse Roxas.

-Claro. Afinal, com esta caverna, não temos como distinguir o dia da noite. E já estamos descansados. Não é? –Uma indireta veio para Pence, que ainda estava comendo.

O moreno ficou vermelho e riu.

Todos se levantaram e começaram a caminhar. Já mais tranquilos, eles conversavam distraídos e até de vez em quando piadas eram contadas.

-Então Roxas, esse é o fim? –Disse Hayner observando que não havia mais saída.

-Não sei. Eu cheguei só até aqui enquanto vocês comiam.

-Será que não temos coração puro para poder ver o tesouro? –Ollete disse.

-Acho que não é isso. Nesta caverna há algo a mais. –Roxas lembrou-se do momento em que a estranha chave apareceu.

Como instinto –como dissera Hayner- Roxas pousou suas mãos na parede da caverna. Fechou os olhos, e se concentrou.

-Ma- Ollete fora interrompida.

-Acho melhor não tentar reclamar das maneiras de Roxas. Não é? –Disse Hayner.

O loiro nem escutou os amigos. Continuou com as mãos pousadas na parede.

Um relevo apareceu. Parecia um coração.

-Não é a toa que a caverna é denominada “caverna do coração”. –Ollete sugeriu o trocadilho.

-Mas, o que fazer com isso? –Hayner perguntou ignorando a garota.

-Eu não sei... Sabe... Não, acho melhor não. –Roxas contradizia a seus pensamentos.

-O que é Roxas? –Perguntou Pence interessado.

-Sabe, e se nós colocássemos nossos cristais que eu ganhei no campeonato?

-Colocar o quê aonde? –Ollete nem tinha mais consciência do que dizia.

-Nossos cristais. Nossa prova de amizade. –Roxas apalpou o bolso. –Ah, mas eu perdi o meu.

-O meu está aqui. –Disse um dos três, logo, os outros dois disseram o mesmo.

Os três amigos encostaram seus cristais no relevo de coração. Roxas não sabia o que fazer, então apenas encostou a mão.

Um brilho percorreu o relevo. Como um líquido, ‘escorreu’ diante do coração, e uma enorme rachadura foi se formando, que quando percebido, já tinha rachado a parede toda.

Como uma porta automática, a parede foi se dividindo em dois, liberando uma entrada.

-Puxa! –Ollete não pôde esconder o entusiasmo.

Longas horas caminhando. Os jovens não pareciam se preocupar com a demora em achar o tesouro.

Depois de muita caminhada, os jovens se depararam com uma grande sala, com um altar um tanto grande, -inalcançável para a altura dos jovens- que sustentava um baú.

-Olha só lá em cima! –Disse Ollete. –O tesouro! O tesouro!

-Parece ser um valioso tesouro... –Disse Hayner pensativo.

-Que legal! –Pencer finalizou sorridente.

Roxas apenas observava. Olhava diante da sala, e se lembrou da parte da história em que os cientistas discutiam.

-Será verdade que Xehanort e os outros estiveram aqui? –Roxas perguntou.

-Eu não sei, mas sei que estamos ricos! –Hayner pulou de felicidade.

-Xehanort... Braig... Even... Ienzo... –Roxas pronunciava. –Há algo a mais aqui.

-Como assim? –Perguntou Pence.

-Há alguém aqui. Eu sinto isso. –Roxas continuou.

E então, com uma nuvem duvidosa em sua mente, ele caminhou delicados passos que passavam do gracioso altar.

-Há um trono aqui. –Roxas continuou.

Mais alguns passos, e descobriu uma pequena passagem ali.

-Há uma passagem aqui. Um corredor. –Roxas chamou os amigos.

Os três ouviram o loiro, mas preferiam ficar ali, contemplando o tesouro.

-Tudo bem... –Roxas atravessou o apertado corredor, que aos poucos, fora se alargando... Até formar uma sala.

Ele ficara em silêncio.

Nossa, que enorme... Ele pensou.

Era um lugar enorme realmente. Era uma sala vazia. Ou quase.

Mais alguns passos. Uma cúpula.

Uma cúpula?

Treze altares.

Treze altares para sentar. Para sentar? Então seriam treze tronos? Não sabia definir.

Ao contrário de toda a caverna, aquele lugar era branco, sem nenhum rastro de preto ou cores escuras.

Treze altares que formavam um círculo. Um enorme círculo. Mas o que havia no meio?

A cúpula. Uma cúpula que parecia ser revestida de finas e delicadas pétalas de uma flor branca.

Mas o que há lá dentro? Pensou novamente.

Aproximou-se da cúpula, que, como automaticamente, abriu-se devagar. Mas mesmo assim, uma parede transparente parecia revestir.

Aos poucos, a cúpula foi revelando um ser.

Um ser de cabelos morenos. Um ser de olhos fechados. Inconsciente.

-Está tudo bem? –Pausou, pois percebeu que estava falando sozinho.

Um ser de roupas apertadas para seu tamanho. Um ser de botas incrivelmente grandes.

Quem há de ser esta pessoa?

Um olhar. Um fragmento. Uma memória. Nada.

Era um ser completamente diferente. Não havia nada que lhe fazia lembrar essa pessoa.

Mas porquê era necessário ter lembranças dessa pessoa?

Porque uma sensação lá no fundo do peito ardia e exclamava algo. Mas o que exatamente era essa sensação?

Roxas não sabia.

Pousou suas mãos diante da parede transparente que separava ele daquele ser.

Não sentiu nada. Olhou profundamente em seu rosto -pois seus olhos estavam fechados-, e se esforçou ao máximo para tentar se lembrar de qualquer pessoa que fosse igual a ele.

Nada. Exatamente nada.

Não perdeu mais tempo ali.

Caminhou ao redor dos treze altares, e pousou as mãos em cada um deles. Percebeu que cada altar tinha uma altura diferente, totalmente aleatória. Ou será que não?

Parou no décimo terceiro altar e pensou. E se estivesse ali o que eu queria?

Mas o que o loiro queria?

Uma longa sensação que parecia enforcar, naquele momento não existia. Ele estava perto de sí mesmo de alguma maneira. De alguma maneira.

Voltou para a cúpula, e como se o garoto ali dentro estivesse consciente, falou com ele.

-Ei, garoto. Eu não sei como é seu nome. Mas sei que você deve ter sofrido altos e baixos para estar aqui. Vou nomeá-lo de Sora. Que tal? Você tem quase o meu nome, mas o meu tem X.

Parou. Percebeu que ainda estava sozinho, então continuou:

-Olhe, não se preocupe, eu vou vim visita-lo sempre. Você será meu novo amigo. –Abaixou a cabeça. –Mesmo sabendo se você concorda ou não, eu virei aqui para visitá-lo. Já que não posso fazer nada em relação a essa parede que nos separa. –Olhou novamente em seu rosto. –Tudo bem?

Tudo. Pode vir quando quiser.

Roxas arregalou os olhos.

-Você pode me ouvir? Mas como? –Disse estupefato.

Eu sou você. Eu posso ouvi-lo de onde você estiver.

-Mas o quê? –Torceu as sobrancelhas.

Não se preocupe. Apenas venha me visitar. Por favor. Sei que isso pode parecer estranho, mas nossas almas estão conectadas. Espero que não me abandone, e se chegou até aqui, você deve saber sobre o coração.

-Mas que coração?

Não ouviu mais nada. Parecia que estava enlouquecendo. Estava falando consigo mesmo? Estava falando com um garoto inconsciente? Afinal, poderia ser até uma brincadeira de mau gosto de seus amigos.

Ou não.

Ele realmente poderia estar escutando vozes em sua mente, que poderia ser dele mesmo.

O loiro estava surpreso. Saiu da sala perplexo, e voltou para onde estavam seus amigos.

-Conseguiram pegar o tesouro? –Roxas perguntou.

-Não nos pergunte como! Hehe! –Pence declarou corado.

E após essa longa aventura, os jovens voltaram para a praia sem nenhuma preocupação. Estariam cansados e com sono, mas haveria mais um dia a aproveitar.

Voltaram para o alojamento, e dormiram um pouco menos do que o esperado, já que quando saíram da caverna já era noite.



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Notas finais do capítulo

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