Quando a quarta finalmente chegou acordei assustada com o barulho de uma buzina. Meu coração foi a mil, quando vi uma Ferrari amarela estacionada na frente da minha casa e um garoto pálido de cabelos negros sair da mesma.

_O que está fazendo aqui? – perguntei sem fitá-lo, assim que abr a porta.

_Vim te buscar para levá-la até em casa – ele disse tranquilo.

_Não pedi carona – disse fechando a porta na cara dele.

_Sakura, abre essa porta Sakura – ele disse batendo na mesma.

_Vai embora! – eu falei.

_Sakura! O que está fazendo? – agora quem perguntava era minha mãe, que estava saindo do quarto dela.

_N nada – respondi ficando corada – Só abrindo a porta para Sasuke – falei enquanto abria a mesma. Minha mãe apenas me fitou confusa.

Oi dona Asemi – disse Sasuke entrando com o maior sorriso cara de pau dele.

_Oi querido. O que te traz aqui às 7:20 da manhã? – ela perguntou olhando o relógio.

_É que hoje vai ter prova da química, então eu achei melhor passar aqui para avisá-la – ele disse.

_Prova de química? – perguntei estranhando, já que Hinata não ligou para me avisar. Sasuke apenas assentiu.

_Obrigada por avisar. Sakura não estava muito bem por isso faltou, mas ela parece ter melhorado, não é? – minha mãe perguntou me fitando.

_Sim – respondi diante daquele olhar desconfiado. Pergunto-me o que ela estava pensando.

_Posso levá-la para o colégio – Sasuke se ofereceu.

_Não precisa – falei rapidamente.

_Acho melhor você aceitar Sakura, mesmo estando melhor, é perigoso ficar andando por ai sozinha – legal, o feitiço virou contra o feiticeiro. Quando eu menti que estava doente era para ficar longe de Sasuke e não pegar uma carona com ele.

_Uhum – falei contra a vontade.

_Posso dar uma carona para você também, dona Asemi – ele falou.

_Não precisa querido. Agora vá se arrumar Sakura e Sasuke sinta-se à vontade. – minha mãe disse voltando para o seu quarto.

Tomei um banho demorado e me arrumei devagar. Fiz minha higiene matinal e quando desci para tomar café minha mãe já havia saído. Sasuke continuava sentado no sofá em silêncio. Peguei uma maçã e decidi que já estava na hora de sair já que faltavam apenas 10 minutos para as 8 horas.

_pronta? – ele perguntou e eu apenas assenti.

Ele saiu na minha frente e eu o segui trancando a porta da casa logo em seguida. Entrei no carro dele e por incrível que pareça não fiquei nervosa. De todo jeito, não ousei olhá-lo.

_Sakura, já matou aula? – ele perguntou enquanto dirigia.

_O quê? – perguntei confusa.

_Sabe, fingir que vai para a escola e ir para outro lugar, por exemplo – ele explicou.

_Eu sei o que é matar aula – eu disse e ele continuou em silêncio – Não, nunca matei aula – falei. Fingir que está doente para não ir a escola é considerado matar aula?

_O que acha de começar? – ele perguntou e eu percebi que o mesmo mudou de rota.

_O que? Sasuke, a prova! – falei, afinal, o que ele estava pensando?

_Que prova? – ele perguntou se fazendo de desentendido.

_A de quí , , , você mentiu? – perguntei inconformada, olhando-o pela primeira vez. Ele estava sorrindo com se tivesse gostando da brincadeira, mas mantinha os olhos fixos na estrada.

_Sim – ele falou como se fosse algo super comum.

_O que? – Perguntei inconformada, mas continuei a falar antes que o mesmo respondesse – Quero ir pra casa. Me leva para casa. – falei irritada e ele fingiu não escutar – Isso é um sequestro sabia? – perguntei inconformada.

_Prometo que sua estadia como minha refém vai ser divertida – ele falou. Não respondi, apenas cruzei meu braço e fiquei emburrada durante todo o caminho.

Depois de umas duas horas ele entrou numa fazenda, mas não ficou na mesma, continuou dirigindo entrando numa rua deserta de terra, até que parou. Olhei para o lado sem entender: nós estávamos no meio do mato. Por que Sasuke me traria para um lugar como esse?

_Por que parou? – perguntei receosa.

_Chegamos no nosso destino – ele disse saindo do carro – Vem aqui, quero te mostrar uma coisa – ele falou tranquilo quando já estávamos fora do mesmo. Pode até parecer loucura, mas eu não estava com medo de Sasuke. De todo jeito, por precaução eu pergunte – Não vai fazer nada comigo, não é? – ele me olhou e riu.

_Nada é um termo muito amplo – ele disse pensativo – digamos que não vou fazer nada que você não queria – ele disse.

_Eu não queria estar aqui – falei emburrada. Ele riu.

_Vem – ele disse estendendo a mão. Eu o segui, mas não cheguei a encostar nele. Andamos uns 20 metros até nos depararmos com uma visão linda. Tinha uma pequena que de água no meio de tudo. A água era cristalina e em volta do rio haviam várias flores deixando o lugar ainda mais lindo.

_Senta aqui – disse Sasuke mostrando um lugar ao seu lado, em cima de uma pedra. Fiz como ele falou, estava fascinada com o lugar – então? O que achou? – ele perguntou depois de algum tempo em silêncio.

_Lindo – falei sinceramente.

_É a primeira mulher que eu trago aqui. Sinta-se honrada – ele disse, me fazendo ficar corada.

_Onde estamos? – perguntei.

_Na fazenda da minha família. Só que sou o único que conhece esse lugar, já que é quase no final na nossa área. Nunca contei para ninguém, isso aqui é, digamos, meu “esconderijo secreto”. Conto com você para não contar a ninguém – ele falou fingindo seriedade.

_Vou pensar no seu caso – brinquei. Ficamos uns 10 minutos em silêncio depois disso.

_Sakura, sobre sábado, bem, - ele falou pensativo – eu queria te pedir desculpas pela minha reação – ele disse fitando o chão.

_Tudo bem – falei fitando o chão. Nunca pensei em escutar um pedido de desculpas vindo dele – Sasuke, você sente – dei uma pausa procurando a palavra – nojo de mim? Ou mesmo raiva por eu não ter te contado antes? – perguntei olhando para o chão com minha face avermelhada.

_Sakura, é claro que não – ele disse inconformada me surpreendendo com um abraço – Droga, nunca mais pense essa bestei, eu , , , gosto muito de você – ele disse e eu encostei minha cabeça no seu peito. Podia ouvir o barulho do seu coração facilmente já que o mesmo estava acelerado. Ficamos um bom tempo assim até que ele se levantou falando – Vamos entrar? – ele disse olhando para o riu.

_Estou de uniforme – falei girando os olhos.

_Tem um biquíni no carro se quiser – ele disse dando de ombros – ou um shorts e uma camiseta se preferir – ele falou pulando na água de roupa e tudo. Andei até o carro e vi uma muda de roupa no banco de trás. Havia duas camisetas, um shorts de malha e uma calça no mesmo. Peguei o conjunto mais fresco e fiquei olhando para os lados. No fim eu fui atrás de uma árvore e me troquei lá.

Sasuke ficou me olhando enquanto eu me aproximava.

_Vem aqui! – ele disse estendendo a mão.

_Nem pensar, você vai me puxar – falei sacando suas intenções.

_Não, não vou! – ele disse ainda com a mão estendi. Segurei na mão dele receosa, mas ele não me puxou, apenas me ajudou a descer entre as pedras para entrar no rio.

_Está gelada – falei quando encostei o pé na água. Mas dois paços e a água já esta no meu peito. Sasuke ainda segurava minha mão. Ficamos uns 40 minutos lá mergulhando. Sasuke me olhava o tempo inteiro como se tivesse cuidando de uma criança. Depois que saímos Sasuke me enrolou numa toalha grossa e me abraçou. Logo em seguida, fui até o carro e vesti o moletom que estava seco.  Quando voltei vi uma toalha estendida no chão com vários alimentos em cima.

_Piquenique? – perguntei quando ele terminou de arrumar.

_Aposto que está com fome – ele disse. Sentei de fronte para ele e nós comemos em silêncio. Quando terminei deitei na toalha de olhos fechados. Era muito relaxante ficar lá, apenas com o som da cachoeira. Entendo por que Sasuke nunca trazia ninguém aqui. Meus olhos começaram a ficar pesados e depois de um tempo eu acabei dormindo.

Acordei deitada numa cama de casal numa casa grande. Olhei o quarto a minha volta confusa, mas me tranqüilizei quando vi Sasuke no corredor.

_Onde estamos? – perguntei.

_Na casa da fazenda – ele disse – Você acabou dormindo lá, então achei melhor te trazer para cá – ele explicou.

_Hum , , , Que horas são? – perguntei bocejando.

_6 horas – ele respondeu tranquilo.

_O que? – perguntei inconformada – Sasuke eu tenho que ir para casa – falei preocupada torcendo para minha mãe fazer hora extra.

_Calma Sakura – ele disse.

_Sasuke! Me leva pra casa agora! – falei irritada.

_Tudo bem – ele disse revirando os olhos. Entrei no carro na frente dele. Ele entrou logo em seguida me entregando um suco de caixinha e um lanche.

_Obrigada – disse timidamente já que estava com fome.

_Não tem de que – ele falou ligando o carro. Não conversamos nada o resto do caminho. Quando chegamos na minha casa, respirei fundo ao ver que a porta ainda estava fechada.

_Foi um dia divertido – falei corando.

_Muito – ele disse sorrindo – toma – ele falou me dando o meu uniforme.

_Obrigada, já estava esquecendo – disse pegando. Já estava abrindo a porta para sair do carro, quando senti Sasuke segurar minha mão.

_Sakura, espera – ele disse confuso, olhando fixamente nos meus olhos.

_Prometa que não vai mais correr de mim, isso me deixa angustiado – ele falou sério – por favor – ele acrescentou e eu pude perceber emoção em sua voz.

_Sasuke , , , - falei perdida em seus olhos – eu tenho medo – disse sinceramente.

_Eu vou ter paciência, prometo – ele disse de vagar, enquanto meu coração, ao contrário, mantinha-se acelerado.

_Eu , , , não sei , , , vou tentar – falei olhando para as nossas mãos que estavam juntas – Será que isso vai dar certo? – perguntei com a pela enrubescida. Eu sabia que ele havia entendido.

_Vou me esforçar – ele respondeu – posso vim te buscar amanhã? – eu ia dizer que não, como sempre, mas ele se adiantou rapidamente – por favor! – ele pediu.

_Certo, mas vamos para a escola – eu disse e ele sorriu.

_Fechado – ele falou.

_Tchau então – alei saindo do carro.

_Tchau – Sasuke ficou me olhando até eu entrar em casa como sempre.

_Eim!! - disse me virando pouco antes de entrar em casa - até que esse sequestro foi divertido - falei rindo junto com Sasuke antes de continuar a andar.

Eu já estava de pijama quando minha mãe chegou. Nós jantamos juntas e eu fui deitar 9:30, mas acho que só consegui dormir depois da meia noite. Sasuke brincava com a minha mente antes de eu fechar os olhos. No final, a ansiedade tomava conta de mim mais uma vez.