Sex On The Beach escrita por Miss Malfoy


Capítulo 3
Three.


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai outro capítulo, espero que estejam gostando!

:)



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A noite não tinha sido o que muitos chamavam de perfeita, mas para mim tinha sido. Tinha me divertido como nunca antes e feito coisas que nunca teria feito com Annabeth... Eu tinha me sentindo um adolescente pela primeira vez na vida.

- Esse é o começo de um verão incrível.

Despertei sem ao menos abrir os olhos. Pelos deuses, porque eu me sentia tão mal? Minha cabeça doía de um jeito devastador e eu me sentia mais cansado do que jamais estivera na vida. O que tínhamos feito ontem mesmo? Ah... Certo, a festa. Alcóol, drogas e música alta.

Levantei as pálpebras devagar, tentando fazer o lugar entrar em foco. Aliviado, percebi que estava em meu Chalé. Mas com um choque, percebi que não estava sozinho. Escutei algumas risadas ao fundo, e minha cabeça doeu ainda mais. Eu resmunguei por falta de palavras.

- Percy Jackson está vivo minha gente! - escutei a voz, que inegavelmente pertencia à Clarisse.

- Não enche. - murmurei, irritado.

Eles riram de mim. Xinguei baixinho pela dor que aquilo me causou. Alguém se sentou ao meu lado na cama, virei a cabeça lentamente e vi Thalia sorrindo para mim. Ela estava usando uma camiseta até os joelhos que eu supunha que fosse seu pijama.

- Ignora eles. Como é que você tá se sentindo? - ela perguntou.

- Péssimo.

Ela deu uma risada baixa, e sse levantou. Eu sentei na cama com alguma dificuldade, e vi que eles estavam sentados no tapete, as meninas vestiam pijamas, e Chris e Beckendorf ainda estavam com as roupas de ontem, assim como eu.

Saí das cobertas e esfreguei os olhos tentando me situar.

- Hey sereia, acho melhor você se vestir e comer alguma coisa... Ressaca não é mole não. - Thalia disse.

- Eu dormi muito? - perguntei.

- Hm... Ainda é meio-dia. - Chris disse, consultando o relógio.

- Eu dormi muito. - afirmei, os fazendo rir.

- Veste alguma coisa logo. - Clarisse disse.

Assenti e fui para o banheiro, tentando me equilibrar nos próprios pés. Eu me sentia mais tonto do que qualquer outra coisa. Pelo jeito a noite tinha sido incrível. A manhã é que estava sendo meio difícil.

Lavei o rosto, sentindo a água gelada em minha face. Para muitos aquilo podia ser bom, mas para mim era revitalizante. A água com certeza fez com que a dor de cabeça diminuisse. Quem diria, pelo jeito eu só precisava ficar de molho na banheira por alguns segundos e ia ficar bem.

Pus uma roupa qualquer e saí do banheiro me sentindo muito melhor. Thalia estava esperando por mim no quarto.

- E ai, acha que pode ir andando até lá? - ela disse, zombando de mim.

- Ah, não existe ressaca quando se é filho de Poseidon Thalia... - falei, me gabando. - Só é preciso de água.

- Filho da mãe! - ela disse rindo. - Quem dera eu poder não ficar de ressaca.

- Você parece bem. - falei, franzindo a testa.

- Anos de prática. Sabe, alguns sátiros acreditam que se você joga rum nas raízes das árvores elas crescem melhor.

Arregalei os olhos para ela, e a garota caíu na gargalhada.

- Ha-ha, muito engraçado. - falei contrariado.

- Relaxa sereia, vamos comer.

Dito isso, ela me pegou pelo braço, e não pude evitar a risada. Ela me fazia rir constantemente e isso era muito bom, porque me fazia relaxar. Era uma das coisas que eu mais gostava na Thalia.

Saímos do meu Chalé, e demos de cara com alguns campistas indo para o  refeitório. As garotas deram risadinhas por nos ver saíndo do Chalé de mãos dadas, mas eu realmente não me importei com isso. Porque no momento estava sendo fuzilado por um par de olhos cinzas muito malígnos.

Annabeth me fitava com a boca entreaberta. Era óbvio o que todos ali pensavam que tinha acontecido. Achavam que eu e Thalia tinhamos... Bem... Que tinhamos dormido juntos. E nossas mãos entrelaçadas só ajudavam a afirmar esta acusação.

Meio desesperado, eu virei o rosto para Thalia, perguntando mudamente o que fazer. A única coisa que ela fez porém, foi sorrir.

- Tá tudo bem. - ela sussurrou. E completou mais alto. - As pessoas as vezes tiram conclusões precipitadas do que vêem.

Então, depois de lançar um olhar feio a Annabeth, ela voltou a me guiar para o refeitório. Aquilo tinha me dado no que pensar. Sempre julguei Thalia e Annabeth grandes amigas, pelo menos depois de tudo o que tinham passado. Quer dizer, as duas praticamente cresceram juntas.

Então porque tinha parecido tão nitidamente que não se gostavam? Porque tinha parecido nitidamente que tinha alguma coisa errada entre as duas?

- Thalia... - comecei, escolhendo as palavras cuidadosamente. - Pensei que você e Annie... Sei lá, que eram amigas.

Ela suspirou.

- Sabia que uma hora íamos chegar à esse assunto...

Ela se virou para mim, parecia mais séria do que o normal.

- Sabe, uma noite dessas, em que vocês dois tinham brigado... Ela veio falar comigo, desabafar, chorar, coisas que...

- Amigas fazem, sei. - terminei a frase por ela.

- E bom... Ela estava estressada e acabou brigando comigo. Mas ela disse coisas... - ela sacuidiu a cabeça como se tentasse esquecer. - Coisas que ma machucaram muito. Não tem como perdoar.

Enfrentamos um silêncio constrangedor. Uau. Eu nunca pensara em Annabeth como alguém ruim. Nunca em toda a minha vida achei que ela pudesse magoar alguém como Thalia parecia estar magoada. Mas pensando bem, me lembrei, ela era sincera demais as vezes.

- Bem, não vamos falar disso, ok? - Thalia falou, e sorriu novamente. - Vamos comer.

Assenti com a cabeça e deixaei que ela me guiasse para o refeitório. Não ia insistir nesse assunto porque deixava Thalia contrariada, e tudo o que eu queria era o prometido verão perfeito. Mas tinha certeza que ia voltar naquilo. Porque me pareceu mais sério do que o normal.

Annabeth era horrível quando estava mal-humorada, mas não era tão ruim assim. O que será que tinha acontecido para deixá-la tão mal? E porque tinha descontado na Thalia?

Sentei na minha mesa e percebi mais uma vez que atraía muitos olhares. Não me detive à isso e peguei minha pizza, cortei um grande pedaço e despejei na fogueira para meu pai. Não sabia muito bem o que dizer à ele, mas tentei:
Bom pai, espero que goste de pizza de calabresa... Hmm... E espero que esteja tudo bem por aí... Bem, até mais.

Pensando bem parecia algo muito idiota para se dizer, mas eu nã queria adimitir que estava me sentindo culpado por ontem à noite. Culpado porque meu pai provavelmente achava que eu estava imune à essas coisas. E mais culpado ainda porque tinha certeza de que minha mãe saberia da minha pequena aventura.

E Sally... Bom, ela era pior que um Deus Grego raivoso quando queria. Comi o pedaço de pizza feliz em por alguma coisa no meu estômago vazio e então saí do refeitório, seguindo Clarisse, Chris e Beckendorf que conversavam.

-... Mas se você põe o fogo grego errado, pode causar uma catástrofe. - Beckendorf dizia.

- Hey, gente! - falei, alcançando eles.

- Fala Percy. - Chris disse, sempre sorrindo.

- Será que eu posso perguntar uma coisa pra vocês? - disse, decidido.

- Pode perguntar.

- Bom, eu estava conversando com a Thalia agora à pouco, e... Bem ela me disse que tinha brigado com Annabeth. Algum de vocês sabe direito dessa história?

Os três me olharam curiosos. Clarisse franziu a testa.

- As duas brigaram? Eu não sabia disso. - ela disse.

- Nem eu... - Beckendorf falou.

- Ela não contou pra ninguém? - perguntei, estupefado.

- Pelo jeito não. - Clarisse concluiu.

- Mas que droga... Eu fiquei realmente curioso...

- Hey, talvez Grover, Nico, Racheal e a Júniper saibam. Eles tem andado com a Annie, sabe? - Chris disse.

- Vou perguntar pra eles mais tarde. - disse.

- Achei que estivesse querendo esquecer a Annabeth... - Clarisse disse desconfiada.

- E estou. - falei apressado. - Mas fiquei curioso, só isso.

Eu na verdade não queria adimitir que estava louco para saber do que Annabeth tinha falado com Thalia naquele dia. Tinha que saber o que causara uma briga tão fenomenal entre as duas.

O resto do dia foi tranquilo. Fizemos nossas atividades diárias, como esgrima, arco e flecha e arremesso à distância, quando tivemos um tempo livre, fomos todos para o lago, seguidos de algumas irmãs de Silena e ficamos o resto da tarde nadando. Quíron anunciou que o jogo de capitura à bandeira seria executado no fim da semana que vem, e fomos jantar.

E então, quando estavamos sentados numa espécie de "cás" do Acampamento, Beckendorf e Thalia fumando alguma coisa para variar e Pedro, um filho de Apollo que se juntou à nós estava tocando violão, Travis e Connor vieram correndo com Pólux até nós.

- Hey caras! Como é que vai? - falaram eles, cumprimentando todo mundo.

- Bem e vocês? - Silena disse, inocente.

- Viemos dar o convite para a próxima farra. - disse Pólux, se abanando com uma pilha de convites dourados.

- Cara! - Chris disse, arrancando um convite da mão dele. - As festas do Chalé de Dionísio...

Chris perdeu o olhar pelo céu, certamente se lembrando de alguma festa que tiveram no Chalé de Dionísio. Eu que nunca tinha ido em nenhuma festa dessas, traguei mais uma vez no cigarro e perguntei tolamente:

- E o que tem de tão bom nelas?

Todos os presentes me olharam como se eu fosso louco, e Pólux pareceu um tanto ofendido.

- Esqueceram que eu nunca consegui curtir uma festa direito? - me apressei em dizer, jogando os braços para o alto.

Silena riu e os outros fizeram coro à ela.

- Bom, Dionísio é o deus do vinho e das festas... Já é de se imaginar, certo? - Travis falou.

- Eles nos ajudaram na festa de ontem. - Connor completou.

- Hmm... E quando vai ser? - Thalia perguntou, pegando um dos convites que Pólux distribuia.

- Na sexta. Não podemos fazer festas seguidas ou Quíron ia ficar bravo, entende? Mas podem deixar que a gente vai caprichar nessa. - Pólux disse orgulhoso.

- Olha só, que bonitinho! Tem até um tema! - Silena exclamou encantada.

Olhei para o convite dourado e li na parte de baixo:
" Festa estilo Las Vegas, venha trajando roupas típicas. "

- Ninguém espera que eu vá de Prostituta, certo?! - Clarisse falou, visivelmente contrariada.

Nós rimos. Chris sentou-se ao lado dela, olhando-a com adoração e disse, docemente:

- Não precisa ir de prostituta. Mas se quiser, eu posso ser seu cafetão.

Aquilo causou nova onda de risadas, muito mais histéricas. Mas Chris levou um soco no ombro que o desequilibrou e o fez cair no lago.

- É melhor parar de incomodar a mademe Chris. - Travis falou, entre risadas.

Ficamos mais um tempo, todos sentados ali, escutando Pedro tocar e pensando em que roupa iriamos usar. Silena, é claro, se ofereceu para ajudar à todos, e ficou curiosamente empolgada quando Beckendorf disse que deixava ela arrumá-lo.

Fiquei me perguntando se ela não estava interessada nele... Mas após muita conversa, nós fomos nos deitar, todos muito empolgados para a próxima festa, e cheios de espectativas.

Eu ainda estava intrigado com todo o negócio da briga entre Annabeth e Thalia, então peguei um atalho que dava para a árvore que Júniper ficava na floresta. Grover com certeza estaria com ela e eu poderia perguntar o que tinha acontecido.

Quando cheguei ao lugar, sorri ao ver os dois sentados na floresta de mãos dadas, rindo tolamente.

- Aah, Grover? - chamei.

Meu amigo se virou rapidamente, e ao me ver tomou um ar sério. Ele provavelmente estava contrariado por eu tê-lo interrompido. Ri rapidamente e fui até ele.

- Prometo trazê-lo de volta Júniper. Preciso conversar com você menino-bode. - disse.

Ele continuou sério.

- Pode falar Percy. Júniper e eu não temos segredos. - ele disse, um tanto frio.

- Aah... Ok. Júniper talvez saiba também. Fiquei sabendo que Thalia e Annabeth brigaram... Mas não soube o motivo. Thalia me disse que Annabeth tinha dito coisas meio pesadas pra ela, mas Annie não é assim. Você sabe o que aconteceu?

Esperei ansioso pela resposta. Uma resposta que nunca viria. Grover suspirou e chegou mais perto de mim. Parecia estar se decidindo se devia ou não me dizer alguma coisa.

- Olha só Percy, sou seu amigo. Você sabe disso. E sempre vou gostar de você, mas não entendi muito bem o que foi que você fez e nem o porquê. Thalia brigou sim com a Annie, e achei que você sabia o motivo. Por favor, não venha falar comigo como se nada tivesse acontecido. As coisas estão difíceis para Annabeth e agora... Ela precisa de mim mais do que você.

E então, ele e Júniper me deixaram sozinhos na Floresta.

Eu sinceramente, não tinha entendido nada do que Grover disse. A única coisa que tinha entrado na minha cabeça, era que eu tinha perdido alguma coisa. Tinha provavelmente algum furo nos meu conhecimentos, porque não tinha entendido o que ele disse.

Ele achou que eu sabia o motivo? Como podia saber o motivo se nem sabia que elas tinham brigado?Ela precisa de mim mais do que você? Pelo quê Annabeth podia estar passando de tão horrível assim se fora ela que tinha terminado tudo comigo?

Alguma coisa estava errada. Decididamente tinha alguma coisa errada. Mas eu não queria pensar naquilo, não queria tentar entender. Tinha perdido minha namorada e meu melhor amigo, mas pelo jeito, tinha ganhado outras pessoas que me entendiam mais no momento. E pra mim, estava tudo bem continuar assim.


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Notas finais do capítulo

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