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  - Isso é frustante! - O demônio encarava o nada com uma expressão aborrecida. Lilith detestava esperar: aquilo a irritava. Às vezes, parecia que Lucífer o fazia de propósito. 

  - Não reclame: poderia ser pior... -  Azazel contemplava a moça a sua frente com um olhar de fadiga. Também detestava quando seu mestre se atrasava, era como se quisesse menosprezá-los.

  - Como? - A face que transbordava aflição se transformou em indignação.

  - Poderíamos estar no Inferno... - Disse seco. Os dois aguardavam a chegada do mesmo no salão principal do castelo para darem início a reunião, que possuía como objetivo se prepararem para a chegada do exército inimigo.

  - Humft! Mesmo assim, Lucífer não deveria nos tratar dessa maneira. Ontem, ele disse a Ruby que não demoraria, e passou a tarde inteira com aquela garotinha sem graça. E hoje de manhã, foi a mesma coisa: correu pra se encontrar com a menininha. Cada minuto que o mestre perde ficando com essa pirralha, é um minuto de distração que... - Não pode concluir o raciocínio, pois foi interrompida pelo homem que a tudo assistia.

  - Quem é pirralha? - Mirava Lilith com fúria. Seu tom era assustador. Seu superior escutara toda a conversa e agora estava ali, diante de ambos os demônios, exigindo uma resposta para sua pergunta.

  - Senhor, e-eu... - Tentava, inutilmente, se explicar.

  - Ouça: Alice é a esposa de Lucífer. Como tal, merece ser tratada com respeito. Não vou permitir que continuem a zombar dela assim, entenderam?! - De repente, sua voz irada se converteu em uma gargalhada, um riso malígno - Sabem, eu detesto os humanos. Mas sabem também o que acho mais repugnante e inferior do que esses macacos sem pêlo? Demônios. Humanos são escória, mas vocês... Vocês são a escória da ralé. Engraçado o fato de que, todos vocês, criaturas malditas, se considerarem melhores que essas pessoas que estão possuindo. Na verdade, não passam de serezinhos tão insignificantes quanto eles. Até mesmo piores. É por isso que quando meu irmão vencer essa batalha, vou trancar vocês, coisas de olhos negros, no Inferno, para que eu jamais seja obrigado a encarar suas carçaças imundas! - Debochou.

  - Por favor, Uriel: acha mesmo que Lucífer faria isso conosco? - Os olhos amarelos o fitavam incrédulos - Fomos nós, Lilith e eu, quem ajudamos o seu irmão a escapar da maldita jaula onde você e os seus amigos emplumados o trancaram! Você até parece o Crowley falando, quando este estava tramando pra dominar o Inferno... - Riu.

  - Eu NUNCA estive ao lado de Miguel! - Vociferou, visivelmente alterado.

 - Mas foi covarde o suficiente pra "fingir" que estava ao lado de quem mais lhe convinha na época: como faz agora. - O comentário quase lhe rendeu um soco. Porém, o oficial robusto se conteve.O detetive Dennys Flinnt era o seu receptáculo.

  Era assim que Lucífer descobrira os plano de Dean: além de seus subordinados, que vigiavam a família da garota vinte e cinco horas por dia, seu próprio irmão, Uriel, supervisionava tudo. Ele lhe contara a respeito da fada, que tentara encantar seus demônios. Sabia o que Dean pretendia: e fez com que este pensasse que conseguira. Os seres de olhos negros fingiam estar sob o controle de Anna, enquanto Lucífer manipulava as informações que Dean adquiria. Enganá-lo havia sido extremamente fácil. O Winchester pensara ter uma vantagem sobre Satanás, enquanto o mesmo controlava todo o cenário da batalha. A vitória permanecia nas mãos de Lucífer. No entanto, a sorte era a maior aliada de Dean.

  - Hoje é o seu dia de sorte. - O anjo sorriu torto - Sorte sua eu não me rebaixar a discutir com seres tão inferiores quanto vocês. - Proferiu antes de deixá-los a sós novamente.

  - Pensei que não fossemos exatamente amigos... - Lilith tinha um olhar perplexo.

  - Não somos. - Azazel falava de forma fria - Mas não gosto desse anjinho metido tanto quanto você.

  - Obrigada. - Agradeceu num murmúrio.

  - Tudo bem: o macaco com asas mereceu. - Ambos riram. 

 - O que houve com Uriel? - Lucífer encontrara-se com o irmão, que alegara não estar com humor para participar da tal reunião.

  - Nada de mais. - Os demônios trocavam um olhar cúmplice. 

  - Está bem. - O anjo arqueou uma das sobrancelhas, sem compreender o que havia acontecido. Decidiu esquecer e se concentrar em assuntos mais importantes naquele momento: a guerra eminente - E os preparativos para a chegada dos nossos convidados? 

  - Tudo vai estar pronto quando a noite cair! - Azazel sorriu, sádico. Há muito tempo não via Dean. "Vai ser um prazer ver o mestre assinar esse cretino..."

  - Ótimo. - Retribuiu o sorriso. "Dean, Dean... O admiro por tentar me enfrentar, mas você deve entender: não pode vencer o Diabo. Hoje, seu sangue irá banhar seu irmão. Tudo vai estar perfeito: aproveite sua última noite na terra, Dean." 

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