Antes do Fim do Mundo escrita por Alana5012


Capítulo 15
A Ressurreição de um Anjo


Notas iniciais do capítulo

Legenda
Fala do personagem: - Quem é você? O que faz na minha casa?
Pensamento: "Itálico"
Memória: Negrito
Narração: Alice olhou perplexa para o homem encostado no batente da porta da sala.
Mudança de Tempo e Espaço: ●๋•..●๋•



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 "Parece que é mesmo verdade: o mundo gira." Dean concluiu ao se sentar na cama e sentir uma terrível dor de cabeça. Olhou ao redor: estava num quarto muito elegante. Cama confortável, uma cômoda com flores, paredes brancas... Mas, afinal: onde ele estava?

  Se levantou com dificuldade e caminhou em direção a porta. Desceu as escadas e achou o ambiente familiar.

  - Sente-se melhor? - Robert o mirava de cima a baixo, sentado num dos sofás da sala de estar, junto de sua esposa, que tinha uma expressão preocupada, como Bobby, enquanto Castiel olhava a paisagem pela janela. Encontravam-se na residência dos Drummonds.

  - É... acho que sim. - Sorriu.

  - Nossa filha e os seus amigos nos contaram tudo. - Suzanne falava devagar - Você foi o único que já impediu isso tudo antes. Acha que pode salvar a Alice?

  - Sinceramente, senhora, eu não consigo sequer me salvar. - Seu olhar era triste.

  - Se nós, de alguma forma, pudermos ajudar... - Robert foi interrompido pelo anjo.

  - Senhor, como já disse, apenas Dean pode usar a espada de Miguel para derrotá-lo. Porém, sem a ajuda de meus irmãos, essa seria uma tarefa impossível. - Dizia frio.

  - Então talvez precisem de mim. - Gabriel sorria.

                                           

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Lucífer a puxara para si e a beijava de forma lasciva. Alice tremia, temendo as carícias ousadas que viriam depois...

  - Mas que merda, Alice! - Disse ele irritado, tirando as mãos da garota, que permaneciam imóveis, de seus ombros e as colocando no cós das calças - Você não quer que eu tenha um caso com Ruby: então pelo menos faz direito!

  - Desculpa... É que eu não sei... - Falava baixo. Tinha parado de chorar, porém o seu olhar ainda era triste. Ela não o fitava. O anjo parou o que fazia e a encarou perplexo: só então percebeu que a garota ainda era muito nova, uma criança.

  - Como eu sou estúpido... - Disse se levantando da cama e indo em direção a janela. Suspirou e refletiu a respeito de tudo o que fizera até o momento. Sentiu-se mal por Alice o odiar tanto. Ele sabia que estava apaixonado. Não suportaria que ela o enxergasse como um monstro, tal qual Miguel o viu - Alice... você não vai me perdoar mesmo, não é? - Perguntou, ainda de costas.

  - ... - A menina havia se sentado na cama de costas para a janela. Ainda trajava o vestido de noiva.

  - Alice... Não me obrigue a te fazer responder! - Lucífer se virou. Sentia como se um nó tivesse se formado em sua garganta. Por que vê-la tão triste e saber que ele era o motivo dessa angústia fazia com que quisesse que Dean tivesse atravessado aquela espada em seu peito?

  - O que quer que eu diga?

  - Eu sei que você me odeia por tudo o que eu fiz, mas... você tem que me entender!

  - Te entender?! - Ela riu seca - Te entender mesmo quando me sequestra? Me ameaça? Me força a fazer tudo o que você quer? Até mesmo me obrigando a se casar com você? Querendo me levar pra cama? Mesmo já estando dormindo com outra? - Sua voz estava carregada de fúria.

  - Olha... - O anjo parecia aflito - O que eu disse na Igreja... é meio que... verdade.

  - O que? - A morena o encarou confusa.

  - Esse casamento... Foi mais pra te ter ao meu lado do que para adquirir poder. Eu já disse... Eu te amo! - Estava agora parado, atrás da jovem.

  - Você não me ama!

  - Amo sim! - Disse se ajoelhando na frente dela - Te amo tanto que estou engolindo todo o meu maldito orgulho e implorando seu perdão... Olha, eu sei que eu errei muito, mas se você gosta de mim, se você sequer sente pena de um pobre coitado como eu, não me odeia, por favor!

  - Eu achava que gostava de você... Mas depois de tudo o que aconteceu, não sei se ainda... - Ela falava mirando o nada.

  - Por favor... - Lucífer não parecia o mesmo Satanás sádico e irônico de a pouco: ele estava implorando o perdão de alguém. Seria aquilo realmente possível? - Eu faço qualquer coisa!

  - Então me deixa ir pra casa... - Alice fechou os olhos e mordeu o lábio inferior.

  - Alice... - Falou enquanto a envolvia num abraço. Sussurrou em seu ouvido - Eu não posso te perder... Mesmo que você me odeie pelo resto da eternidade, não iria aguentar viver sem você...

  - Lucífer...

  - Não faz isso comigo! Por favor, não me deixa... - A adolescente depositou sua mão em uma de suas faces. Ele toma esta para si e beija sua palma, delicadamente. Ela o olhou surpresa - O que foi?

  - Seus olhos... estão sangrando... - Disse mostrando sua mão que estava suja de sangue.

  - Eu estou chorando... lágrimas de sangue. - Concluiu levando suas próprias mãos ao rosto.

  - Por que você está chorando?

  - Porque você vai me deixar... - Virou o rosto. Não podia encará-la.

  - Isso não vai dar certo. Você é...

  - Um monstro. - Ele fechou os olhos.

  - Não... 

  - Monstros também amam... e choram. - A cena era mesmo comovente. Alice também se apaixonara em meio tudo aquilo, porém, temia o futuro de ambos.

  - O que tinha naquele cálice? - Perguntou, na tentativa de alterar aquela conversa.

  - Uma poção de imortalidade. Nem mesmo a própria morte pode separar a nossa união. - Após uma pausa, prosseguiu - Um matrimônio é constituído por três itens: união, indissolubilidade e...

  - Qual o último? - A menina perguntou após ver que o outro não completaria a frase.

  - Um casamento só pode ser consumado depois de acontecer... - Falava sem jeito - o ato sexual entre o casal. - Logo, teve uma ideia - Portanto, enquanto eu não te tocar como mulher, mesmo que eu te deseje mais do que qualquer outra coisa... - Rapidamente afastou os pensamentos pecaminosos que insistiam em se formar em sua cabeça - Isso quer dizer que eu ainda não posso recuperar a minha forma plena original. Estou desistindo de tudo por você. Agora acredita que eu te amo? - Perguntou a mirando nos olhos.

  - Não sei se posso confiar em você. - Suas palavras, tal como seu olhar, eram vazios.

  - Eu entendo. - Suspirou - Mas não vou desistir de você... - Falava enquanto se colocava de pé - Porque eu não posso... e não quero. 

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