A Grande Profecia escrita por MayMay_Miau


Capítulo 7
Caminho de Los Angeles


Notas iniciais do capítulo

Matem-me se quiserem e nunca mais terão um único capítulo.
Olha gente, eu sei que demorei muito e realmente sinto muito, mas muita coisa tem acontecido, como eu ter me mudado para um lugar 1600 km da minha antiga cidade, BH.
Adaptação é algo difícil, principalmente para mim.
Eu agradeço mesmo mesmo a Bellazita, uma linda que nunca desistiu de mim e comenta sempre. Sério, não saberia dizer o que seria dessa Percy Jackson sem você ^^



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Um dia se passou desde a saída do Acampamento Meio-Sangue em busca da passagem que nos levaria ao Mundo Inferior dar um chute na bunda do titã doido que tinha destronado o pai do Pirralho Punk, Hades. Eu sinceramente não queria estar fazendo nada disso, porém, eu tinha recebido um chamado muito doido por meio de sonhos sincronizados.

                        Sabe, minha vida nunca foi muito fácil, mas agora, ela estava bem complicada.

                        Nós estávamos a cerca de dois dias até o Mundo Inferior. Percy em um momento tinha quase se desesperado, pois começou a balbuciar algo sobre como sair do Inferno. Mas Nico disse que se tudo desse certo seria fácil ele tirar a gente de lá. Percy chegou a perguntar o que nós faríamos se não desse certo e a resposta do pirralho foi a pior o possível. E a mais simples também.

                        Nos morreríamos. Realmente bem simples.

                        Thalia ficou indagando que tipo de resposta era aquela, e Ninna fez questão de iniciar uma nova briga com ele só por causa disso. Ou pelo menos, essa foi sua desculpa. Se Nico respirasse, já era motivo o suficiente para uma série de brigas entre esses dois problemáticos.

Mas que coisa! A única coisa que não saia da minha cabeça era a que mais me incomodava. A cena entre eu e Apolo um dia atrás. Aqueles olhos não saiam da minha memória, só que não de uma forma boa. Eu ainda estava extremamente nervosa por ele ter tentado me beijar sem mais nem menos. Por mais lindinho – tudo bem, lindinho é um eufemismo – que fosse seu rosto, da próxima vez que o visse, daria o maior dos sermões. E se ele tentasse me beijar de novo, um soco no meio da fuça seria mais que merecido.

Tá achando que eu sou quem?

Mas, pensando bem... Apolo era um deus, então, se eu desse um soco em sua cara, provavelmente despertaria sua ira. E, até onde eu sei, Apolo também é o deus das pragas.

Cruiz Credo! Eu é que não quero saber que tipo de macumba esse deus pode lançar em mim!

Voltando ao que interessa, nos paramos em um posto de gasolina meio vazio, que tinha somente alguns carros e dentre eles, uma van. Percy e Thalia discutiram um pouco, e ficou decidido que a roubaríamos.

Ninna não se importou, muito pelo contrário, pareceu achar divertido. Esses filhos de Ares me deixavam assustada muitas vezes. Nico, como sempre, pareceu indiferente. Eu, assim como Felipe e Annabeth, concordamos contrariados, mas era necessário se quiséssemos chegar o mais cedo possível a Los Angeles e consequentemente, para o Mundo Inferior. Foi até bem simples pegar a coisa sem que o dono visse. O cara parecia mais interessado em beber Chopp e coçar a pança e devo dizer, como ele era feio! Ele parecia... parecia... não sei ao certo. Algum bicho bem desprezível, barrigudo e quase careca.

E ainda era tão descuidado, que as chaves do carro ainda estavam na ignição. Foi só entrar no carro e dar a partida. Fiquei olhando pelo vidro para observar a reação do cara, mas ele sequer apareceu para ver seu carro sumindo no horizonte. Despreocupado esse daí, hein?

Quem dirigiu foi Percy, que animado, dizia estar estreando sua carteira de motorista, recém tirada. Ninna e Nico brigavam – ah, mas que novidade! –, Thalia e Annabeth discutiam planos para nossa chegada no Mundo Inferior e eu e Felipe jogávamos jogos mentais. Foram cerca de duas horas nessa situação, mas depois, simplesmente do nada, a van parou.

Descemos todos do carro sendo que Percy e Thalia foram olhar o que acontecia com aquele lixo sobre rodas. Como estávamos na auto-estrada para Los Angeles ao meio-dia de uma segunda feira, não tinha muita gente passando. Os que passavam, nem mesmo reparavam nos 7 adolescentes precisando de ajuda e se percebiam, simplesmente nos ignoravam.

Ai, por Dionísio!

Quase duas horas tinham se passado sem que tivéssemos progresso algum, e minha paciência estava prestes a acabar.

- Pena que não tem nenhum filho de Hefesto por aqui – comentou Felipe, sentando-se ao meu lado. Eu tinha me afastado um pouco do carro, indo para uma frondosa árvore depois do acostamento. – Se tivesse, não estaríamos aqui, no meio do nada.

- Isso já está começando a me irritar! – resmunguei, fechando as mãos em punhos. Quando eu ficava nervosa, como no momento, essa era minha forma de extravasar.

- Hey, Mana, se eu fosse você, colocava um pouco menos de força... – Ninna começou, aproximando-se. Parecia feliz. Ouso dizer que tinha ganhado esse round de ofensas. – Pronto!

Senti que a pele da minha mão se rompia, e pequenos filetes de sangue escorriam de onde minhas unhas – pintadas de preto e levemente longas por causa das meninas de Afrodite – tinham se enfiado. Aquela não era nem de perto a primeira vez que acontecia. Eu até tinha cicatrizes por conta disso.

- Você tinha parado com essa mania! – exclamou Felipe, pegando de dentro da sua mochila umas bandagens e água oxigenada. Xinguei ao sentir o ardor que os curativos me causavam. Era realmente desagradável.

- Falou certo – resmunguei, vendo-o colocar as bandagens. – Tinha. Resolvi voltar aos velhos maus-hábitos. – ri sarcástica, vendo Felipe bufar.

- Boa resposta – falou Ninna ao meu lado, também rindo um sorriso típico do pessoal de Ares.

- Obrigada, obrigada, mas chega de aplausos – brinquei, fazendo a carranca do filhozinho de Nemêsis relaxar um pouco.

Ah, eu sei que sou demais.

- Tudo bem por aí? – perguntou Thalia, aproximando-se e apontando para minha mão, já enfaixada.

- Tudo ótimo – disse enquanto me levantava – Foi só um acidente. Ei, e como é que tá o lixo sobre rodas? – mudei de assunto, vendo ao longe Percy e Annabeth com feições desanimadas. Acho que a coisa não estava muito boa.

- O motor fundiu. Não ia sair do lugar nem se tivéssemos um filho de Hefesto por aqui.

Não estou dizendo? Esse tipo de coisa só acontece comigo...

- E agora? – indaguei, deixando transparecer todo o meu nervosismo.

- Nós teremos de... ABAIXE-SE E FECHE OS OLHOS!!

Thalia gritou, e só tive tempo de fazer o que ela mandava. Senti um calor repentino e um zumbido ecoou em meus ouvidos, para em seguida um baque junto de uma derrapada fossem escutados. Esperei alguns segundos antes de abrir levemente os olhos, dando de cara com um lindo Audi TT vermelho. Não aquele vermelhinho básico, e sim aquele que até mesmo reluzia e...

Espera aí... O carro ta MESMO RELUZINDO! O que, pelo vinho de Dionísio, é isso?

Olhei para os lados, vendo Ninna se levantar com a ajuda de Felipe. Percy e Annabeth estavam do lado oposto ao meu, ambos com expressões que não pude decifrar. Thalia era uma mistura de pimentão e careta. Nico nem parecia ter percebido o que tinha acontecido, pois apoiava-se preguiçosamente em uma árvore distante de todos. Só foi entender a reação de alguns quando reparei melhor no carro... Ou melhor, em quem o dirigia.

Um cara estonteantemente maravilhoso, de cabelos loiros, sorriso sedutor e óculos de sol.

Quem mais, senão Apolo?

-Yey! Precisando de ajuda? – ele sorriu. – Sabe, eu estava passando por aqui e vi vocês parados... Problemas de transporte?

Se ele pensa que vou acreditar nesse tipo de mentira esfarrapada ele está muito enganado! Buááá, tem um Deus Stalker atrás de mim!

- Timing perfeito Apolo! – animadamente, Percy nem parecia notar que o deus do sol o ignorava por completo. Ele olhava para mim por detrás daqueles óculos, eu podia sentir.

- Eu sei! Sabe, às vezes eu penso em como posso ser tão perfeito! – gabou-se o deus, me fazendo revirar os olhos em desgosto.

- Vai pensando... – murmurei para mim mesma.

- Então... Você vai nos ajudar? – Thalia parecia incerta e um pouco hesitante, o que me fez pensar no motivo. Isso não era nem um pouquinho típico dela.

Apolo pareceu, repito, pareceu pensativo, ainda olhando em minha direção. Seus óculos escorregaram levemente pelo nariz, me fazendo ter um vislumbre dos orbes azuis. O sorriso que tinha em seu rosto somente aumentou, mostrando-se divertido e malicioso. Epa, não ia sair coisa boa daí.

- Ajudar? – ele se fez de desentendido, enquanto saía do carro e recostava-se no mesmo – Preciso pensar...

- Por favor? – tentou Annabeth, juntando as mãos na frente do peito e fazendo uma expressão pidona.

Apolo continuava a olhar para mim, e isso começava a me cansar. O que raios aquele deus atrevido queria?

A não ser que... Ah, não mesmo! Não vou me rebaixar ao ponto de pedir (ou como eu tinha certeza que ele preferia, implorar) ajuda para ele! Meu orgulho ficaria ferido, principalmente porque seria uma vitória fácil para ele. Porém, acima de tudo, inclusive do meu orgulho, estava à missão. Não sabia quanto tempo demoraria para chegar a Los Angeles, mas se eu bancasse a difícil agora, nos atrasaríamos e isso não seria bom para o futuro da humanidade.

Respirei fundo, fechei os olhos e disse, sem nem mesmo respirar:

- Poderia por favor nos ajudar Sr. Apolo?

Quando abri os olhos, a expressão vitoriosa do deus parecia ofuscar tudo a sua volta, deixando-me um pouco acanhada. Mesmo que estivesse extremamente irritada com ele, sua inegável beleza, misturada ao semblante satisfeito, me deixava com vontade chegar mais perto e... Stop! Foco Silícia!

- Já que pediram com tanto afinco e não tenho nada para fazer pelas próximas horas... Claro! Destino? – sua animação era cativante, e um mínimo sorriso apareceu na minha boca, antes que eu pudesse controlá-lo.

- Los Angeles – resmungou Ninna. Minha irmãzinha não parecia feliz com a presença do deus, mostrando-se mais carrancuda do que o normal.

- Certo, certo, eu adoro Los Angeles – o loiro exclamou – Mas estou com preguiça de dirigir – Apolo esticou as chaves – Gostaria de tentar, irmãzinha? – seus olhos dispararam para Thalia, que parecia muito pálida. Ela balançou a cabeça de um lado para o outro, em sinal negativo – Que pena... Percy?

O Cabeça de Alga quase pulava de animação quando chegou perto para pegar as chaves. Foi aí que eu reparei em um pequeno problema... O carro era lindo, por evidente, contudo, não tinha espaço para 7 meios-sangues e um deus atrevido.

Como que adivinhando meus pensamentos, Apolo apertou um botãozinho do controle, fazendo o carro modificar-se até dar lugar a uma espécie de caminhonete, só que muito maior. Devia caber 12 pessoas ali fácil. E ainda era um modelo bonito, diferente daquela van e de outros carros feitos para mais de 5 pessoas.

- Lindo não? – Apolo parecia orgulhoso – Sua mãe – apontou para Annabeth – Deu uma ideia incrível a um engenheiro automobilístico e o cara criou essa belezinha. Dei-me o direito de fazer um Test Drive. Problemas resolvidos? Todos para dentro!

Percy voou para o banco do motorista, tendo Felipe no banco do carona. Atrás, vinha Annabeth, que parecia consolar Thalia, ainda bastante pálida. Ninna ia com elas. Nico não parecia disposto a dividir o lugar com ninguém, esticando-se todo. Sobrou para mim dividir os últimos espaços do carro com Apolo. Afastei-me o máximo que podia dele.

Sério, que raio de conspiração é essa?

- Melhor colocarem os cintos! – avisou Apolo no momento que Percy ligou o carro. Em um único solavanco, vi que saíamos do chão. Abafei um gritinho. Agora eu sabia o motivo de Thalia estar tão desesperada. Essa coisa voava muito rapidamente! Ouvi a alta gargalhada de Felipe e o rosnado de fúria de Ninna. Ela odiava ser pega de surpresa.

- Assustada? – ouvi a voz juvenil e meio rouca de Apolo bem próxima do meu ouvido. Ele sentava-se ao meu lado.

Eh? Quando ele veio parar aqui?

- Um pouco – confessei, olhando pelo vidro da janela as coisas passarem como em um flash. – Não sou muito fã de altura.

- Hmm... Não precisa se preocupar, enquanto eu estiver aqui, nada vai lhe acontecer – um pequeno riso e suas mãos se encaminharam para as minhas. Notou as bandagens que as envolviam, e sua face contorceu-se – Machucou-se?

- Sim – foi só o que respondi. Apolo pegou minhas mãos, e não contive um gemido pela ardência que isso causou – Ai.

- Desculpe – o tom de sua voz tinha se alternado completamente, estando séria e preocupada. Ele aproximou-se mais de mim – o que ainda era possível – e levou minhas mãos para perto de seu rosto. Elas brilharam um pouco e a dor desapareceu. O deus desfez os curativos, mostrando-me a palma curada, e sem nenhum sinal de cicatrizes.

Isso fora bem inesperado, mas não posso negar que fiquei feliz ao notar que talvez Apolo não fosse somente mais um deus sedutor e um pouco fútil, que cismara de uma hora para a outra a me seguir, tanto nos sonhos quanto na vida real. Eu me sentia realmente agradecida, por isso, sussurrei:

- Obrigada Apolo.

Seus olhos faiscaram em contentamento.

- Quero meu pagamento – disse, precipitando a cabeça para a curva do meu pescoço, depositando ali, sem um pingo de vergonha, um beijo.

RETIRO TUDO O QUE EU DISSE ANTES! ESSE DAÍ NÃO PASSA DE UM MULHERENGO!

- O... O que está fazendo? – perguntei meio vacilante, enquanto o empurrava para longe de mim e do meu pescoço. Sentia meu sangue sendo bombeado com força pelas minhas veias e meu rosto queimava de vergonha e de irritação.

- Se está preocupada com seus amiguinhos, não se preocupe, eles não podem ouvir ou ver o que está acontecendo aqui – ele riu com gosto, voltando a chegar perto de mim – Não sou descuidado a esse ponto sabia? – pressionei minhas costas na porta do carro. O sorriso de Apolo parecia cada vez maior.

Porém, antes que eu pudesse ter qualquer tipo de reação para repeli-lo, ouvi a voz de Percy, bem abafada:

- Fúrias! Segurem-se!

Criaturas hediondas voavam ao nosso redor, agarrando partes do carro e estraçalhando-o. O rosto de Apolo primeiro mostrou confusão, antes de uma fúria crescer dentro de seus olhos que me encolhi por completo.

Uma das fúrias estilhaçou a porta onde minhas costas ficavam apoiadas, e senti o vento me puxar para fora do carro. Um grito morreu em minha garganta, já que a mesma ficou seca. O que saiu foi um ganido assustado.

- Silícia! – Apolo gritou, esticando as mãos, mas não conseguindo me alcançar. O carro vacilava, e dentro dele todos lutavam contra os monstros alados. Ninna arrebentou uma delas, antes de gritar por mim, ao lado de Felipe.

- SILÍCIA!


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Notas finais do capítulo

Quem gostou manda review!
Quem não gostou manda review também!
Minha vida ainda está complicada, mas vou me esforçar na medida do possível para postar sem deixa-los com vontade de me matar >.