A Grande Profecia escrita por MayMay_Miau


Capítulo 3
Sonhos


Notas iniciais do capítulo

I'm Back! Com um cap novíssio em follha!
Peço desculpas por nao ter postado antes, mas o Nyah cismou de nao abrir!
Acradeço a Swenys e Bellazita pelos reviews! Adoro vocês!
E vamos ao chapter!



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            Eu estava em um lugar meio escuro. Era sombrio, grande e com uma decoração horripilante, que se entendia até e depois de meu campo de visão. Mais na minha frente, dois tronos feitos de caveiras se erguiam imponentes. Duas pessoas estavam sentadas neles. Um homem e uma mulher.

            Cheguei mais perto, tendo todo o cuidado para não fazer um mínimo barulho. Evitava até mesmo respirar com muita frequência.

            Um homem, bem vestido e de aparência elegante se encontrava de frente para os dois sentados. Ele tinha um sorriso cheio de segundas intenções.

            - O que acha desta proposta Senhor Hades? – ele falou, olhando para o homem sentado. Hades.

Então a mulher devia ser...

- E você, Senhora Perséfone? Está de acordo?

Perséfone era bela, mas parecia murcha em meio a todo aquele clima sombrio. Seus olhos pareciam opacos.

Só que quando o homem falou com ela, os olhos de Perséfone ganharam um brilho. Um brilho de fúria.

- Que tipo de proposta é essa? Juntar-nos aos titãs? Você só pode estar louco Prometeu! Os corvos finalmente atingiram seu cérebro? A derrota há um ano não foi suficiente?

Ela olhou para Hades, que parecia indeciso.

Segundos depois, essa indecisão sumiu.

- Hmmm... Prometeu – Hades chamou – Sua proposta é realmente tentadora. Destronar meus irmãos e dominar o Olimpo é uma das coisas que mais quero...

Perséfone levantou-se, irada.

- O que está dizendo?!? Como pode...

- Contudo... – Hades ignorou-a, continuando sua frase – Juntar-me aos titãs, destruir todos os mortais e deuses e liberar as mais hediondas feras vai me dar um trabalhão, e eu não estou disposto a enfrentar as consequências caso isso falhe. Por esse motivo, recuso sua proposta. – concluiu.

Perséfone sentou-se novamente, parecendo aliviada. Eu também estava. A conversa não parecia ter sido muito boa para o destino do mundo.

- Hunf! – bufou Prometeu. Outras figuras começaram a aparecer atrás dele – Temia que dissesse isso.

Algo pulou.    

Ergui-me, com a testa empapada de suor. Que raio de sonho havia sido aquele?

Olhei para os lados, procurando algum resquício do local sombrio em que a pouco eu estava. Não havia nada, a não ser pelo interior do chalé de Dionísio e pelo meu novo meio-irmão Pólux, que ressonava bem baixinho ao meu lado.

Voltei a me deitar, fechando os olhos.

O cenário mudou.

Mamãe se localizava na cozinha. Era o lugar favorito dela. O cheiro de sua comida entrava pelas minhas narinas, e mesmo que estivesse longe de casa por pouco tempo, já tinha saudades.

Mamãe era uma mulher linda, mesmo com 40 e poucos anos. O cabelo dela era liso, castanho escuro e seus olhos eram vários tons mais claros que o cabelo. Ela trabalhava como secretária em uma agência de modelos.

Ela tinha o semblante triste. Provavelmente, já tinha encontrado a carta que eu escrevera para ela, dizendo sobre a minha partida e a de Ninna.

Seus olhos se fixaram exatamente no lugar onde eu estava, e por um segundo, pensei que ela pudesse me ver. Os mesmos se encheram de lágrimas.

Virei-me para trás, encontrando ninguém menos que meu pai: Dionísio.

Ele usava uma roupa social e parecia cansado.

- Alice, precisamos conversar.

- Ei! Maninha! Hora de acordar! – a voz masculina me fez acordar. Era Pólux.

Ele sacudia meus ombros e tinha a aparência de puro tédio.

- Hmm? Que? Quantas horas? – perguntei meio atordoada. O ultimo sonho me deixara curiosa. O que Dionísio fazia na minha casa? Conversar com minha mãe, aparentemente, mas sobre o que?

- Cedo o suficiente. Vamos! Temos muito que fazer hoje!

Aquilo acabou com meu ânimo.

O que campistas meio-sangues faziam no Acampamento Meio-Sangue?

Vou te responder!

Depois de me trocar e comer alguma coisa, eu tive que montar em pégasos, mirar um alvo a quase 400m de distância com um arco e flecha, cuidar dos campos de morango, – tá, isso foi até legal, já que Pólux me ensinou a fazê-los crescer mais rápido – aprender a usar uma espada com um cara muito chato de Atena, tentar pilotar uma canoa e fugir de uma menina valentona de Ares chamada Clarisse, que queria enfiar minha cabeça numa privada.

Ai meus deuses! Como eu agradecia por minha irmãzinha Ninna estar nesse chalé! Assim que ela viu o que Clarisse pretendia fazer comigo, tirou rapidinho o cavalo dela da chuva.

Clarisse não ficou satisfeita, e eu comecei a temer a segurança não só minha como a de Ninna também.

Falando na minha irmãzinha, ela parecia mais cansada que eu. Quando perguntei o motivo, ela desviou de assunto.

É, acho que não era só Clarisse que estava pondo cabeças na privada.

Quando eu já não aguentava mais, as atividades enfim acabaram.

Já não era sem tempo!

 Após todo esse intenso dia, ainda tive que esperar os chalés antes de mim tomarem banho. Era por número, ao seja, primeiro as meninas depois os meninos de cada um dos chalés.

Ah deuses! Isso ia demorar!

Graças a eles, Percy entrou com os meninos de Deméter e Ares, por mais que esses últimos não parecessem muito satisfeitos. Os de Hefesto entraram com os de Apolo e assim por diante.

Por incrível que pareça, as meninas de Afrodite, junto com as de Atena, me chamaram para entrar com elas.

E eu, que não sou burra, aceitei.

Ou melhor, reformulando a frase acima...

E eu, que sou totalmente burra, aceitei.

Assim que muitas entraram nos chuveiros, as restantes se amontoaram em mim e iniciaram séries e mais séries de perguntas.

Até mesmo as de Atena, que pareciam mais tranquilas e sem interesse, voltaram-se para a minha pessoa, perguntando coisas do gênero:

- Como você pode ter uma irmã filha de outro deus?

- Você se acha sortuda ou azarada por ser filha de Dionísio?

- Como uma coisa dessas aconteceu?

E, no caso das filhas de Afrodite, perguntas como:

- Seu cabelo é natural? Ou você usa chapinha?

- Qual é sua marca de sapatos favorita?

- Você é bonita... Podia ter dado uma ótima filha de Afrodite, não acha?

Corri para um chuveiro livre, de onde saia Annabeth. Nem a cumprimentei direito, só entrei.

Ufa!

Lavei o cabelo, que se encontrava meio oleoso pelo suor do dia. Meu cabelo parecia estar mais longo, ou seja, indo uns dois dedos abaixo dos meus ombros.

Será que o acampamento tinha cabelereiro?

Sabendo que me arrependeria da pergunta, terminei o banho, vesti-me e sai do chuveiro, parando na frente de umas meninas de Afrodite, que já vestidas, faziam uma espécie de fila, onde a de trás penteava o cabelo da menina da frente e assim por diante.

- Errr... Vocês... Errr... – me enrolei um pouco nas palavras, antes de tomar o fôlego necessário para perguntar – Vocês poderiam me ajudar a cortar o cabelo?

Elas se entreolharam, antes de soltarem gritinhos agudos, me puxarem para fora do banheiro e correrem feito loucas para o chalé de Afrodite.

Chegando lá, me jogaram em uma cadeira acolchoada e começaram novamente:

- Como você quer o cabelo? – perguntou Leila, a única filha de Afrodite que eu sabia o nome.

- Repicado ia ficar lindo!

- Não concordo! O rosto dela ia ser destacado com um Chanel!

- A nem! Que tal uns apliques?!?

- Apliques? Você está louca Catherine? Ela vai ficar bem de luzes!

            Eu não conseguia entender a maioria das coisas que elas estavam dizendo, mas parecia que elas queriam me transformar em uma boneca.

            - Ei, ei, ei! – resolvi intervir – Eu quero só quero um corte!

            - Fique tranquila, querida, nós já chegamos a um acordo! – Leila segurou uma tesoura, enquanto suas irmãs seguravam frascos, escovas e outras coisas mais.

            Meia hora de sofrimento depois e vo alá!

            E não é que ficou bom?

            Elas tinham feito alguma coisa que deixara meu cabelo repicado, mas com uma forma de um corte que elas chamaram de Chanel. Pelo menos, cortaram meu cabelo.

            - Ahhhh! Você ficou tão fofinha! Está vendo Vanessa?!? – Leila contou vantagem.

            - Ai Leila! Deixa de ser metida! – Vanessa reclamou, terminando de pentear uma mecha do meu cabelo.

            - Está pronta querida! – Leila ignorou Vanessa, virando-se para mim.

            - Muito obrigada meninas! – disse de coração – Estava com medo no resultado final, mas todas vocês fizeram um trabalho digno de... de... de profissionais! – completei.

            Todas do chalé me olharam, com caras estranhas. Um minuto se passou em silêncio, antes de mais uma vez naquele dia elas pularem em mim.

            -Awwwww!! Que fofinha! – falaram todas em sincronia, me dando um abraço coletivo, que na sinceridade, doeu!

            - Ai, ai! Não... consigo... respirar! – engasguei. Elas me soltaram.

            Despedi-me delas, correndo para meu chalé. Encontrei Pólux saindo de lá. Ele me olhou um pouco, antes de suspirar compreensivo.

            - Pega pelas de Afrodite? – perguntou.

            Assenti com a cabeça e ele deu tapinhas nas minhas costas, dizendo que sentia muito. Não entendi de início o que ele queria dizer.

            Tá, resumindo: comemos, conversamos com meus amigos e com minha irmã, e depois disso, fomos para o chalé. Eu não queria dormir. Não queria ter aguentar aquelas cenas estranhas que começavam a rondar meus sonhos.

            Esperei Pólux adormecer, e sorrateiramente, sai.

            Caminhei pelos chalés, vendo as ultimas pessoas apagarem suas luzes e irem dormir.

            Fui até os campos de morango, atravessando-os e indo parar na beira da praia. O mar estava revolto. Tinha uma pessoa ali. Provavelmente, um campista.

            Aproximei-me. Reconheci o cabelo escuro com uma mecha branca. Era Percy. Sentei-me ao seu lado, perguntando:

            - Sem sono?

            Ele me olhou surpreso e ao me reconhecer, sua feição se suavizou.

            - É. Sonhos de semideuses são problemáticos!

            Isso me interessava.

            - Não sei se fico aliviada. Acontece que sonhei com coisas estranhas noite passada. – admiti. Percy arregalou os olhos, inclinando-se para mim. Vai com calma ai, amigo!

            - Com o que você sonhou? – perguntou, parecendo mais preocupado do que curioso. Tem caroço nesse angu!

             Não vendo alternativa, contei a ele sobre meu sonho com Hades, mas ocultei o sonho com minha mãe e Dionísio. Era particular. Quando terminei, ele parecia mais do que preocupado.

            - Você... você teve o mesmo sonho que eu! Ai, ai, ai! O que vem esse ano agora?!? – Percy balbuciava coisas do gênero, passando as mãos no cabelo nervosamente.

            Dá para explicar?

            Não sei quanto tempo esperei. Mas quando ia abrir a boca, alguém apareceu.

            Era Annabeth, sendo acompanhada por Nico, Ninna e Felipe.

            Era a primeira vez que eu via Nico desde ontem à noite. Esse menino parecia evaporar de manhã e de tarde.

            - Sem sono – comentou Felipe, esfregando os olhos. Era mentira.

            - Sem essa, nanico! – ralhou Ninna, que era uns 8 cm mais alta do que ele. Ninna era maior que nós dois. Felipe tinha 1,63, e eu 1,55. Acabara de descobrir que ser filha de Dionísio influenciara no meu tamanho. Pólux, e ele não eram exemplos de altura.

            Mas no caso da minha irmã, era coisa de seu pai, Ares. Todos os filhos de Ares eram altos, fortes e principalmente... Mal encarados e de péssimo humor!

            - Tive um sonho estranho. Eu estava no Mundo Inferior, Prometeu falava com Hades sobre juntar-se aos titãs... – Annabeth começou contando e juro que meus olhos viraram pratos, de tão arregalados. Os olhos de Percy, Ninna, Felipe e até mesmo Nico estavam parecidos.

            Só podia ser brincadeira.

            - Eu tive um sonho com esses sujeitos! – declarou Ninna, em tom acusatório.

            - Eu também! – intrometeu Nico.

            - E eu! – foi a vez de Felipe.

            - Bem... – eu comecei – Eu e Percy também. Estávamos falando sobre isso antes de vocês chegarem. Nós dois tivemos esse sonho ontem.

            - Eu tive hoje – disse Annabeth. Ela parecia pensar.

            - Idem – Ninna falou, cruzando os braços. Felipe assentiu e Nico deu de ombros. Apesar disso, o mesmo não parecia muito seguro. Ele escondia algo.

            - Então – incentivei – Isso significa que...

            Annabeth abriu a boca para falar, mas foi interrompida.

            - Estou atrapalhando algo? – uma voz feminina me fez virar o rosto.

            Encontrei mais de 30 mulheres, ou melhor, meninas. A mais velha parecia ter 17 anos e a mais nova, 8 anos. Uma delas liderava. Tinha o cabelo escuro, preso por uma espécie de presilha, mas seus olhos eram azuis. Não tinha mais de 15 anos.

            - Thalia...


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Notas finais do capítulo

Quem gostou levanta a mao!Quem gostou deixa review!Vai me deixar feliz e se eu tiver mais de três, posto o cap em 2 dias!



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