A Grande Profecia escrita por MayMay_Miau


Capítulo 2
Que A Nova Vida Se Inicie


Notas iniciais do capítulo

I'm Back! ^^
Super feliz com as reviews recebidas. Valeu mesmo Isabreeu, Bellazita e Swenys.
Bem... sem mais demoras, vamos a fic!
Ps: Na parte em que os deuses assumem seus filhos, eu imaginei uma meneira mais prática para isso acontecer.
Agora sim... A Fic!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/120580/chapter/2

    Quando acordei, me encontrava em uma confortável cama. O sol batia fortemente em uma janela acima de mim. Eu estava em um quarto, isso era óbvio.

    Mas a questão era: Que lugar era esse? Como eu tinha chegado ali?

    Flashes do dia anterior rondaram minha cabeça, respondendo as minhas perguntas silenciosas.

    Ah... Então, eu devia estar no Acampamento Meio-Sangue.

    Olhei para os lados, procurando alguém além de mim. Não tinha ninguém. Olhando melhor, não havia nada no cômodo, a não ser pela cama e pelo aparador do meu lado esquerdo.

    Levantei-me e espreguicei-me. Ainda usava as mesmas roupas de ontem: jeans velhos, uma blusa puída e all-star surrado. Confortável e prático. Eu precisava de um banho.

    Deixei o quarto. Dei de cara com um corredor meio comprido e caminhei até uma sala. Havia uma porta maior do que as outras, e a luz entrava por ela com mais facilidade. Abri-a e sai.

     Uau.

    Essa foi minha primeira reação.

    Era um lugar de grande porte. Meu campo de visão era delimitado a uma colina, diversos chalés e uma construção sem teto ou paredes.

    Um pouco mais a minha frente, vi Ninna, Felipe, Percy, Annabeth, Grover e um homem montado em um cavalo branco, conversando entre si.

    Aproximei-me um pouco deles, notando coisas esquisitas que antes não tinha percebido.

    Como por exemplo: O fato de Grover não usar calças, suas pernas serem peludas e bem... ele ter cascos ao invés de pés.

    Outro fato muito esquisito: O homem montado no cavalo, não estava montado coisa nenhuma! Ele era o cavalo! Certo... Apenas parte dele, mas ainda sim! Onde deviam estar às pernas, aparecia toda a parte inferior de um cavalo.

    Como é que chamavam esses bichos mesmo? Era a representação do signo de Sagitário... Centauro! Eu estava diante de um centauro!

    - Ah! Até que enfim mana! Já estava pensando que você estava morta! – Ninna, como sempre, reparou-me antes de qualquer um. Eles olharam para mim. – Já se passou do meio-dia.

    Eu dormira muito.

    - É um prazer em conhecê-la Silícia Phillips. Sou Quíron, mestre de atividades. – o centauro galopou até mim, me cumprimentando. Admito que fiquei meio receosa, mas apertei a mão que ele estendia. – Bem vinda ao Acampamento Meio-Sangue.

    Não posso dizer que me senti confortável por estar ali. Ainda tinha muita coisa para processar em minha mente.

    Mas apesar disso, apenas a presença de minha irmã e Felipe já aliviavam meu espirito. Pelo menos um pouco.

    - Vamos! – exclamou Grover, animado. – Estávamos esperando você acordar para podermos mostrar o acampamento. Ainda não me acostumei com as mudanças!

    Não tinha entendido o que ele queria dizer com mudanças, mas Percy e Annabeth assentiram. Podia ter sido apenas impressão, mas Percy pareceu orgulhoso de algo.

    Começamos a caminhar. Os chalés vieram primeiro, já que estavam mais pertos.

    Eram mais de 18, formando um U mais parecido com um O.

    Dois deles, os centrais, eram grandiosos, mas eu não podia ver movimento algum dentro deles. Pareciam inabitados.

    O chalé 3 era de quase igual beleza, só que era mais comprido, e não tão alto. Vi um cara enorme sair de dentro dele, e acenar para nós.

    Os chalés foram se passando. Nenhum se parecia com outro. O chalé 5 tinha a pintura mal feita, com uma cabeça de javali no topo da porta.

    O chalé 7 me deixou um pouco fascinada. Era extremamente brilhante, e quase me cegou por uns instantes.

    O 11 parecia ser o mais velho, como se tivesse sido construído décadas antes de qualquer outro, e dentro, eu via muitas pessoas.

    Foi o chalé 12 que me chamou a atenção. Ele parecia ter sido feito de uma pedra preta, mas que cintilava tons roxos. Acima da porta, um símbolo de videiras era destacado. Era um lugar legal. Não vi ninguém dentro, então não sabia dizer se alguma pessoa morava ali.

    Os outros chalés foram passando, o 13, por exemplo, era totalmente negro, com uma espécie de fogo verde queimando nas tochas. Não sei bem a razão, mas o chalé me lembrou de Nico. O 14 tinha espadas cruzadas e um par de balanças, o 17, duas faces.

    Descobri que a construção sem paredes ou teto era o refeitório, e perguntei para Quíron como eles faziam para comer em um dia de chuva.

    Percy deu uma risada, e disse:

    - Perguntei a mesma coisa no meu primeiro dia. Logo, logo você descobre.

    Então tá, né. 

    Felipe fazia todo tipo de pergunta para Annabeth, que respondia tudo com um brilho de sabedoria nos olhos. De quem ela seria filha?

    Só Percy não parecia muito contente com a conversa dos dois. Ciúme? Com certeza.

    Passamos pelos estábulos, o lago de canoagem, o anfiteatro, a arena, e mais um tanto de lugares dos quais não lembro o nome.

    E agora, se me perguntassem o que eu mais tinha gostado em todo o acampamento, eu não hesitaria um fragmento do segundo em responder.

    Os campos de morango.

    Eram vastos, lindos e fartos. Campistas passavam por eles, colhendo os maiores e mais gloriosos morangos que eu um dia eu pude ver. Homens-bode, como Grover, tocavam músicas, e eu podia jurar ver insetos saírem e fugirem e os morangos crescerem ainda mais.

    - Ai! Já chega! Minhas pernas viraram pudim! – Ninna reclamou, sentando-se em um tronco de árvore.

    Pensando bem... Minhas pernas também tinham se tornado pudim. Estavam moles e poderiam desabar a qualquer momento.

     - Apoiada – suspirei, sentando-me ao lado de Ninna.

    - Ora, jovens, já se passaram das 17h00min! Não é atoa que estejam cansadas. – Quíron nos olhou e virou-se para Annabeth – Annabeth!

    - Sim?

    - Leve as meninas para a loja do acampamento para que elas consigam roupas e itens de higiene pessoal. Elas devem estar querendo um banho.

    Ah, por favor! Era tudo o que eu mais queria no momento. Um banho.

    - Certo.

    Ela nos guiou para um lugar, que não era parecido com os banheiros. Voltamos à ala dos chalés e paramos na frente do chalé 11. Annabeth bateu na porta.

    - O que foi? – uma menina abriu a porta. Ela era bem bonita. Tinha o cabelo longo, com de trigo ou palha, olhos verdes. Suas sobrancelhas eram arqueadas, e seu sorriso era maroto. Parecia que ela queria me roubar, ou coisa parecida. Arrepiante.

    - Vim pedir um favor a mais esperta filha de Hermes – Annabeth disse.

    Os olhos da menina se iluminaram.

    - Fale. – ela fechou a porta atrás de si e recostou-se nela.

    - Consegue arranjar umas toalhas e outras coisas de higiene para essas duas? – Annabeth estava encenando. Era claro.

    - Moleza. – a menina sorriu orgulhosa, passando a caminhar – Volto em alguns minutos.

    Esperamos, sentadas na frente da porta do chalé 11. Hermes.

    - Ei Annabeth! – eu chamei, com o intuito de lhe fazer uma pergunta. – Quem é o seu pai? Ou sua mãe? Deus, é claro.

    Ela melhorou a postura, sorrindo altiva.

    - Atena, a deusa da guerra e da sabedoria.

    Isso era muito legal.

    - Você, pela nossa aparência, imagina de que sejamos filhas? – perguntei.

    - E uma dica: É um deus homem. Nós temos mãe. – Ninna disse, também interessada na resposta.

    - Olha, normalmente dá para suspeitar. Mas vocês duas são meio diferentes uma da outra. Normalmente irmãs, filhas de um mesmo deus são muito parecidas, tanto na personalidade, como na aparência. Mas vocês duas são diferentes nos dois aspectos, por isso, não sei dizer – ela não pareceu satisfeita ao admitir não saber. – Hoje a noite quem sabe a gente descobre.

    Para uma filha de Atena, aquilo devia ser o fim. Minha opinião.

    - Isso é ótimo! Nem a mais inteligente daqui sabe! – Ninna praguejou.

    Mais dez minutinhos, e pronto. A menina estava aqui.

    - Essa foi fácil! – ela entregou para mim e para Ninna toalhas, escova de dentes, blusas laranjas, bermudas, shampoo e cia.

    Isso que eu chamo de furto.

    - Valeu! – Ninna já tinha iniciado uma corrida, indo na direção dos banheiros. A segui.

    Depois desse banho me senti outra pessoa. Vesti a blusa laranja, que tinha a escrita Acampamento Meio-Sangue e coloquei uma bermuda.

    Olha, essa menina que furtou tinha olhos de águia! Acertou todas as minhas medidas!

    Quando eu e Ninna saímos do banheiro, já tinha escurecido. Montes e montes de campistas se reuniam na cantina. Os seguimos.

    Demos de cara com Nico no caminho. O resto do percurso foi de discussão, entre ele e minha irmãzinha. Crianças.

    Quando os campistas nos viram, pararam o que estavam fazendo.

    Gente estranha. Não se pode ser nova em um lugar, não?

    - Venham aqui minhas jovens. Algo importante vai acontecer. – a voz de Quíron falou atrás de mim. Ele estava lá, com toda a sua forma imensa de centauro.

    Não contestamos. Ninna parou de brigar com Nico e o seguiu.

    Ele parou perto de uma fogueira, que crepitava um fogo alaranjado e alto. Mais coisas estranhas. Os campistas olhavam atentos e curiosos.

    Uma menininha que devia ter no máximo 8 anos cuidava do fogo. Ela ergueu seus olhos para mim e sorriu. Deu-me uma sensação de aconchego e não restringi o sorriso que também surgiu em minha face.

    Felipe nos esperava, junto de mais outras 2 pessoas.

    Quíron me deixou ao lado dele e chamou a primeira pessoa.

    - William Carlisle!

    O céu se iluminou com um raio, e uma luz marrom formou-se no céu, dando origem a imagem de um caduceu.

    Meninos e meninas gritaram, recebendo o garoto com tapinhas e saudações. Gritavam um nome: “Hermes!”.

    Acho que entendi. Isso era para que os pais (ou mães) deuses assumissem seus filhos. Legal.

    Eu mesma já estava morta de curiosidade para saber quem era meu pai. Batia o pé freneticamente no chão, enquanto brincava com os dedos.

    - Kassandra Reich! – Quíron anunciou a segunda.

    O céu retumbou outro raio, e a imagem que surgiu em um tom de amarelo foi a de uma coruja.

    O grupo em que se encontrava Annabeth que se animou, de forma mais discreta, mas que deixava claro a quem a menina era filha: Atena.

    - Felipe Newton!

    O sinal que apareceu foi negro e que apesar de ser a cor em que o céu estava, foi claramente visto. Espadas cruzadas e um par de balanças.

    Um grupo bem menor de campistas se alvoroçou, chamando pelo nome de Nêmesis. Felipe assentiu para mim e para Ninna, indo em direção a seus meios-irmãos.

    - Silícia e Ninna Phillips!

    Ai meu Deus! Ou melhor... Ai meus deuses! Era agora!

    Ergui a cabeça e segurei a mão de Ninna. Estava apreensiva. Ninna geralmente não gostava do ato, mas aceitou de bom grado. Ela estava como eu. Se mordendo de apreensão.

    O quarto e ultimo raio soou, e... como explicar o que aconteceu depois?

    Ao invés de uma única imagem aparecer no céu, apareceram duas. Isso mesmo, duas.

    Uma em roxo, formando uma videira e outra, em vermelho, formando a cabeça de um javali.

    Hmm... Isso pode acontecer?

    Ninguém fez nada. Nenhum som, além do crepitar do fogo, que parecia ter dobrado de tamanho. Até mesmo a menininha, que parecia atenta ao fogo, ergueu os olhos surpresa.

    - O que? – um campista perguntou.

    O silêncio, antes sepulcral, foi preenchido por indagações e exclamações.

    Essas duas imagens significavam o que?

    - Silêncio! – Quíron ergueu a voz, que também se encontrava alterada. – Isso só pode ter sido um engano.

    - Não é engano coisa nenhuma! Silícia Phillips é minha filha – uma voz diferente encheu o lugar. Um homem, pequeno, gorducho e de cabelos praticamente roxos surgiu – Ela é filha de Dionísio.

    - E... Ninna Phillips, essa é minha filha – outra voz se fez presente e outro homem apareceu por detrás de meu recente descoberto pai. Era bem maior que ele, tinha um corte militar e usava uma jaqueta de couro. – Filha de Ares.

    E esse ultimo, assim que terminou de dizer, sumiu.

    Meu pai, Dionísio, suspirou, me cumprimentando com a cabeça e indo na direção da Casa Grande, o lugar onde eu tinha acordado hoje.

    E, agora sim, os campistas começaram a gritar. O chalé de Ares recebeu minha irmã com apertos de mão, que pareciam estar doendo. Mas minha irmãzinha era forte, e mantinha a face firme.

    Já no chalé de Dionísio, pude ver apenas uma pessoa. Um menino, que parecia ser mais velho que eu, 19 anos, mais ou menos.

    É claro que eu sabia como eu mesma era, e ao ver o menino, pude ver muitas semelhanças:

    Ele tinha o cabelo claro, diferente do meu, seus olhos eram verdes, diferente dos meus. Ele era meio gorducho, eu não.

    Aí que vem a pergunta: Como ele se parecia comigo?

    Seus olhos eram grandes e chorosos como os meus, sua face era arredondada como a minha, era pequeno como eu e ostentava um sorriso ao estilo eu-sou-um-livro-aberto, igual ao que Ninna dizia que eu tinha. Ele me deu a sensação de estar em casa.

    Aquele era realmente o meu lugar? Essa era a pergunta mais insistente que rodeava a minha cabeça nas ultimas horas, e agora, naquela hora, soube a resposta.

    Sim.

    Ele sorriu.

    - Eu sou Pólux. É um prazer em te conhecer, irmãzinha.

    A ultima palavra foi quase um choque. Estava acostumada em ser a mais velha, que cuidava – de certa forma – da mais nova. Ser chamada de irmãzinha me agradou um pouquinho, era como se eu não tivesse mais tantas responsabilidades. Só não me agradou, porque significava que eu não podia mandar no meu mais velho meio-irmão.

    - Sou Silícia. Também é um prazer te conhecer.

    - Que tal irmos comer agora? Meu estômago está roncando – ele novamente sorriu, pondo a mão na barriga.

    - Vamos.

    Pólux me contou que antes de eu vir para cá, tinha um irmão gêmeo. Castor. Só que tinha morrido há dois anos, em uma batalha. Ter conhecimento daquilo me deixou meio triste. Parte de mim se sentiu ligada a Castor, mesmo que eu nunca tivesse sequer o conhecido.

    No refeitório, nos sentamos em uma das mesas de pedra. Só eu e Pólux. Felipe se sentou com os filhos e filhas de Nêmesis e Ninna sentou-se com os de Ares.

    A comida cheirava mais que divinamente e enchi meu prato, só então me dando conta do quanto estava com fome. Antes que eu pudesse comer alguma coisa, Pólux me advertiu, dizendo que eu tinha que oferecer um pouco da minha comida aos deuses.

    Fiquei um pouco resignada, mas junto com ele, fui até o centro do fogo.

    - Dionísio – ele disse e olhou para mim sugestivamente, dizendo silenciosamente que era isso o que eu tinha que fazer. Ele jogou um grande pedaço de carne no fogo.

    Era a minha vez.

    - Dionísio – eu sussurrei, jogando o mais suculento pedaço de torta no fogo. Um cheiro de uva dominou o ar que eu respirei.

    Voltei a minha mesa, junto de Pólux. Comemos e depois, fomos em direção ao meu mais novo chalé.

    Deitei-me na beliche ao lado da de Pólux e fechei os olhos, esperando o sono vir.

    Gostaria de dizer que tive bons sonhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quem gostou levanta as maos!!
Quem gostou deixa review!!
Quem nao gostou faça o mesmo!!
Segundo capizinho pronto! Agora, só preciso terminar o terceiro e postar ¬¬ (as reviews me ajudam com a ispiraçao)
Bye Bye
Beijos =*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Grande Profecia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.