Alice
Estávamos todos sentados na mesa do almoço e nada da Rose. O Emmet durante o fim da manhã já me tinha perguntado se eu a tinha visto, mas não. Desde manhã que não a vejo. Estamos a ficar todos preocupados, porque ela nem atende o telemóvel.
- Ela não atende, Jasper. – Disse o Emmet muito preocupado.
- Quando é que foi a última vez que a viste? – Perguntou o Edward.
- Foi a seguir à primeira aula. Ela disse para eu vir andando que já ia lá ter. Não sei onde ela foi, só sei que nunca mais a vi e ela não veio às aulas.
- Vou tentar ligar outra vez. – Disse o Jasper preocupado. Eu sabia o quanto ele amava a Rose. Ele estava com medo que algo de mal lhe tivesse acontecido. Eu sabia, conhecia-o demasiado bem. – Mãe? – Perguntou o Jasper confuso para com quem estava a falar ao telemóvel. Porque é que a Esme estava com o telemóvel da Rose? – O que fazes com o telemóvel da Rose? – Perguntou o Jasper o que eu estava a questionar mentalmente. - Porque é que não foi ela a atender o telemóvel? E porque demorou tanto? – Perguntou o Jasper. Ele estava ainda mais preocupado. – Porque é que estás a falar baixo? O que se passa, mãe? – Continuou ele a perguntar. Assim a Esme não conseguiria responder às perguntas dele. - O quê? O que é que aconteceu? – Questionou ele mais alarmado. Agora sim, tinha a certeza que alguma coisa tinha acontecido - Não sei o quê? – Perguntou ele desesperado. – Ela está bem, mãe?
- O que é que aconteceu, Jasper? – Perguntou o Emmet num tom baixo. O Jasper fez sinal para o Emmet esperar que ele já dizia. - Vamos para aí. – Constatou o Jasper determinado. - Mas mãe. – Resmungou ele. - Está bem, mãe. – Disse ele. – Diz-lhe que nós vamos vê-la quando as aulas acabarem. Até logo, mãe. – Despediu-se desligando o telemóvel de seguida.
- Jasper, por favor, diz o que é que aconteceu! – Pediu o Emmet desesperado.
- A Rose está no hospital. – Disse ele triste.
- O quê? – Perguntámos todos ao mesmo tempo.
- O que é que ela tem? – Perguntou o Edward também preocupado com a irmã.
- Fez um traumatismo craniano leve. – Respondeu o Jasper. – A mãe diz que ela está bem. Que está apenas um pouco sonolenta e com dores de cabeça. O médico disse que não foi nada de grave.
- Como é que ela fez um traumatismo craniano? – Perguntou o Emmet horrorizado.
- A minha mãe não me explicou. Apenas disse que a encontraram numa sala de aula com outra rapariga. – Respondeu o Jasper intrigado. O almoço acabou por ser feito em silêncio. Todos estávamos preocupados com a Rose. Eu só queria sair da escola e ir ter com ela, para ver se estava tudo bem. Não me estava a apetecer ter as aulas, mas o Jasper disse que a Esme não nos queria lá antes das aulas acabarem. Tinha a certeza que não ia prestar atenção nenhuma à aula da tarde.
Quando o almoço acabou, fomos cada um para a sua aula. Como previra, não prestei atenção nenhuma à aula. Só olhava para o relógio, ansiosa que a aula chegasse ao fim.
Quando finalmente tocou saí da sala o mais rápido que consegui e fui para o estacionamento. O Jasper também já estava ao pé do carro. Ficámos à espera dos outros e quando eles apareceram o Jasper conduziu o mais rápido que pode. No hospital, perguntámos na recepção qual era o quarto da Rose e depois fomos directamente para lá. O Jasper bateu levemente à porta, a Rose ainda devia estar a dormir.
- Entre! – Ouvimos alguém dizer dentro do quarto. O Jasper abriu a porta e entrámos todos. Como previra a Rose ainda estava a dormir. Ela tinha um penso na testa.
- Como é que ela está, mãe? – Perguntou o Jasper.
- Está bem. Um pouco cansada e tem algumas dores de cabeça. Mas de resto está bem. – Respondeu a Esme, acariciando a testa da Rose. O Carlisle estava sentado ao lado da maca a olhar carinhosamente e com certa preocupação para a filha.
- Como é que isto aconteceu, mãe? – Perguntou o Edward curioso. Eu também estava curiosa.
- Nem a Rose sabe ao certo o que aconteceu. Ela disse-nos que foi falar com a Helena e que descontrolaram-se e ela acabou por bater com a cabeça em algum sítio. Ela diz que depois só se lembra de estar no chão com o professor ao lado.
- Helena? – Perguntou o Jasper e o Emmet ao mesmo tempo.
- O que é que ela estava a fazer com a Helena? – Perguntou o Jasper.
- Ela foi falar com ela. Queria perceber porque é que ela disse o que disse à Alice no outro dia. – Olhei em choque para a Esme. Eu não queria que a Rose estivesse assim por algo que foi minha culpa. Eu não queria que ela se metesse em sarilhos por causa de mim. Porque é que ela foi falar com a Helena?
- Porque é que ultimamente tudo envolve a Helena? - Perguntou o Jasper, desesperado. – Vou falar com ela. – Decidiu ele.
- Não filho, estou farta de ver a Helena a magoar os meus filhos, não quero que vocês tenham mais nada a ver com ela. – Disse a Esme.
- Mas, mãe.
- Jasper, não por favor. Se fores falar com ela, o que irá acontecer a seguir? Não quero ouvir mais o nome dele relacionado com os vossos, está bem?
- Eu não posso deixar isto assim, mãe. Ela não pode magoar as pessoas que eu amo.
- Eu sei, querido. Mas eu prefiro que não falem mais com ela. Já se percebeu do que ela é capaz. Só não quero que vos aconteça mais alguma coisa. – Explicou ela. – Prometam-me que nunca mais vão falar com ela. – Pediu a Esme olhando para mim, para o Jasper e para o Edward. Eu e o Edward confirmámos com a cabeça.
- Está bem, mãe. – Disse o Jasper vencido. – A Rose vai ter que passar aqui a noite?
- Sim. Pelo menos esta noite. – Respondeu o Carlisle.
- Queridos, agora vão para casa. Daqui nada, ou eu ou o pai vamos ter convosco. A Rose precisa de descansar e com este barulho todo, daqui nada ela vai acordar.
- Vamos. – Disse o Edward. Saímos todos do quarto e o Jasper conduziu até casa. Em casa, o Edward e a Bella acabaram por sair. Foram jantar fora e o Emmet e o Jasper fecharam-se no quarto do Jasper durante um bocado e também saíram. Acabei por ficar sozinha. Fiz os meus trabalhos da escola e depois fui fazer algo para jantar, visto que estava com fome e era hora de jantar. Depois de comer sozinha, fui para a sala ver televisão, onde acabei por adormecer.
- Alice. – Acordei com alguém a chamar-me. – Alice, tens de ir dormir para a cama se não amanhã dói-te as costas. – Abri os olhos lentamente e deparei-me com dois olhos esmeraldas. O meu coração passou a bater mais depressa e a minha respiração ficou descompassada. Há muito tempo que não estava tão próxima dele, fisicamente. Sentei-me no sofá de repente, acabando por ficar um pouco tonta.
- Obrigada por me acordares. – Sussurrei. – A Esme ou o Carlisle já chegaram? – Perguntei.
- Não, mas a minha mãe acabou de ligar a dizer que estava a vir para casa. Ela atrasou-se por a Rose foi fazer um exame. Só para ver se continuava tudo bem.
- Está bem. Até manhã, Jasper. – Disse com certa dificuldade. A presença dele ainda me afectava. Ainda causava este efeito em mim. Eu queria tanto aconchegar-me nele e adormecer, mas tanto. Sinto tanto falta do conforto dele, do sentimento de segurança que tinha, quando estava com ele. Levantei-me do sofá e dirigi-me para as escadas. Entrei no meu quarto ainda perdida em pensamentos, vesti o meu pijama mecanicamente e deitei-me na cama.
A Esme tem razão, eu preciso de conversar com ele. Esclarecer as coisas. Não posso deixar isto assim. Quero perceber tudo o que se passou. Acabei por adormecer, com a promessa que amanhã iria ter essa conversa com o Jasper e não podia passar de amanhã.