You Have Me escrita por Nyh_Cah


Capítulo 34
Please, Forgive-me!




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Rose
Estava cada vez mais preocupada com a Alice. Ela tinha cada vez mais olheiras e parecia-me cada vez mais magra. Ontem, não a tinha visto. Estava preocupada. Não sabia se tinha acontecido alguma coisa com ela.
- Rose, o que se passa? – Perguntou-me o Emmet ao ouvido. Ele tinha percebido que eu andava diferente. Andava meio triste. Eu não queria deixar de me dar com a Alice. Ela foi das primeiras verdadeiras amigas que eu tive nesta cidade. Ela para mim era melhor amiga e por causa daquela discussão, deixamo-nos de falar. Eu não sei se tinha reagido bem ou mal. Eu só me lembro de ficar furiosa por ela estar a dizer aquelas coisas.
- Nada, estou bem. – Respondi sorrindo fraco. Ele percebeu que eu estava a mentir mas não perguntou mais nada. Ele sabia que se eu estivesse pronta para contar, contava. Comecei a comer o que tinha trazido e entrei na conversa. Mas não deixei de estar atenta à porta do refeitório. Queria ver se a Alice vinha ou não. Passados uns minutos, vejo a porta do refeitório a voltar a abrir. Era a Alice. Pelo menos nada de grave tinha acontecido. Acho eu. Ela foi buscar a comida e depois foi lá para fora, almoçar sozinha. Não percebi porque é que ela não veio almoçar connosco, na segunda, ela veio para aqui. Mais ninguém notou isso. Estranhamente, o Jasper também não notou. Ele, hoje, também não estava muito bem, mas ele não dizia o que se tinha passado. Continuei a comer e depois quando todos acabámos, saímos do refeitório e cada um foi para seu lado. Eu estava com a Bella e a Helena e decidimos ir à casa de banho antes de irmos para as aulas. Quando íamos a entrar, a Alice estava a sair da casa de banho. Ela estava com os olhos inchados e vermelhos. Ela esteve a chorar, eu sabia disso. Eu queria estar com ela, queria saber o que se tinha passado para a ajudar, mas não sabia como e ainda estava um pouco magoada com a discussão. Entrámos as três na casa de banho e eu recostei-me a uma parede. Estava há tão pouco tempo chateada com ela mas ela fazia-me tanta falta. Eu queria voltar a ser amiga dela. A Bella percebeu que algo se passava. Ela sempre percebia.
- O que se passou, Rose? – Perguntou ela atenciosa.
- Discuti com a Alice no outro dia, mas eu não quero estar mais chateada com ela. – Expliquei-lhe. – Ela está mal, eu sei que algo se passou, e quero ajudá-la, mas não sei como me aproximar.
- Não sabes porque é que ela estava a chorar? – Perguntou a Bella um pouco surpreendida. Ela sabia que eu e a Alice éramos grandes amigas.
- Não. Mas eu consigo perceber que foi algo que a magoou muito.
- Provavelmente, a Alice está assim porque separou-se do Jasper. – Comentou a Helena.
- O quê? – Perguntei estupefacta. Eu não sabia que o Jasper e a Alice se tinham separado. Isto já estava a ir longe demais. – Porquê? Eles gostam tanto um do outro.
- Ela viu-me a mim e ao Jasper a beijarmo-nos. – Respondeu a Helena como se nada fosse. Nesse momento, fiquei sem chão.
- Porque é que estavas a beijar o meu irmão? – Perguntei ainda sem perceber muita coisa do que se tinha passado.
- Porque eu o amo. – Respondeu firmemente. – Amo-o desde a primeira vez que o vi e quero ficar com ele. Também se calhar é melhor assim, é mais fácil, o Jasper não tem que dizer a Alice porque é que a vai deixar. – Eu estava a sentir-me tão mal, naquele momento. A Alice tinha razão naquilo que disse durante a nossa discussão. Ela percebeu tudo, antes de toda a gente. E eu não acreditei nela. Eu defendi a Helena. Eu sou uma péssima amiga, como eu pude fazer isto com a Alice?
- Como é que pudeste fazer isso? – Perguntei já a chorar. Não queria ouvir a resposta dela, na verdade, não a queria ver mais à minha frente. Ela tinha-nos enganado bem. Percebi que a Bella vinha atrás de mim. – Bella vai para a aula, preciso de ficar sozinha.
- Ficas bem? – Perguntou.
- Fico. Quando me acalmar um pouco, vou para casa.
- Está bem. – Respondeu a Bella indo de seguida para a sua sala de aulas. Fui até ao meu carro e entrei nele. Eu ainda não acreditava que o Jasper tinha beijado a Helena. Como é que ele foi capaz disso? Como é que ele foi capaz de fazer isto com a Alice? Ele sabia que ela já tinha sofrido tanto, porque é que fez com que ela sofresse mais? A Helena enganou-nos bem. Ela queria aproximar-se do Jasper a todo o custo. A Alice tinha razão em tudo o que tinha dito. Porque é que eu não lhe dei ouvidos? Sou tão parva! Liguei o carro e dirigi para casa o mais rápido que pude. Estacionei o carro em frente da casa e depois entrei dentro de casa.
- Querida, o que fazes já em casa? – Perguntou a minha mãe preocupada do sofá. – Porque é que estás a chorar? – Perguntou ainda mais preocupada. Não tinha notado que estava a chorar até ela o ter mencionado. Limpei as lágrimas com as costas da mão e fui até à minha mãe.
- Mãe, eu fui tão injusta com ela. – Disse chorando com mais violência. – Eu não devia ter dito aquelas coisas.
- Anda cá, querida. – Disse ela abraçando-me.
- Mãe, eu não mereço que ninguém seja meu amigo. Eu fui tão má para ela.
- Shh, querida. Não digas isso. Toda a gente merece ter amigos e tu muito mais. És uma boa rapariga.
- Não sou, mãe. Devia ter acreditado, nela. – Disse entre soluços.
- Shh, querida. Vai se tudo resolver.
Fiquei nos braços da minha mãe o resto da tarde. Não dissemos mais nada uma à outra, eu só me queria sentir protegida nos braços dela. Só pensava que não deveria ter discutido com a Alice, devia tê-la ouvido. Se eu não tivesse sido tão casmurra, não estava nesta situação agora. Levantei-me calmamente do colo da minha mãe.
- Vou para o meu quarto, preciso de estar sozinha. – Expliquei-lhe. Ela assentiu com a cabeça e deixou-me ir. Andei até ao meu quarto calmamente e deitei-me na minha cama.
Sentia-me tão mal por ter feito o que fiz à Alice. Ela foi a melhor amiga que eu tive em toda a minha vida. Eu sempre tive dificuldade em fazer amigos, desde pequena. Não era porque eu não quisesse, eu simplesmente não conseguia. Ficava super envergonhada e não conseguia falar. Assim as pessoas tomavam-me como anti-social e afastavam-se. Só os amigos dos meus irmãos é que chegavam mesmo a conhecer-me e a ver que eu não era anti-social, mas eram os amigos dos meus irmãos. Não eram propriamente meus amigos. A Alice foi a única pessoa com quem eu me consegui relacionar. Foi a única pessoa que eu realmente considerei minha amiga.
Acabei por adormecer com esses pensamentos. Quando acordei, já era de madrugada. Reparei que a minha mãe me deixou um copo de sumo e uma sandes na mesa-de-cabeceira. Realmente, já estava com fome, por isso comi o que ela deixou. Quando acabei, voltei a pôr o prato e o copo na mesa-de-cabeceira e fui vestir o pijama para dormir o resto da noite mais confortável. Voltei a acordar para ir para as aulas. Não queria mas tinha que ser. A minha mãe não me iria deixar faltar. Tomei um banho rápido e vesti-me, seguindo depois para o piso debaixo para tomar o pequeno-almoço. O Jasper não estava lá. Queria falar com ele. Queria perceber porque é que ele tinha beijado a Helena. Mal acabei de comer, despedi-me da minha mãe e do meu pai e fui para a escola. Quando chegasse a casa da escola iria falar com o Jasper.
As aulas passaram-se normalmente. Vi a Alice algumas vezes durante os intervalos, mas de longe. Ela continuava com a mesma expressão de tristeza e abatimento. Cada vez tinha mais olheiras. Eu estava a ficar preocupada com ela. Quando acabaram as aulas, fui logo para casa. O Jasper também foi. Lanchei e depois subi e bati na porta do quarto do Jasper. Eu sabia que ele estava lá.
- Entre. – Ouvi ele a dizer. Abri a porta vagarosamente e entrei no quarto dele. Ele estava deitado na cama com os olhos fechados. Ele também estava a sofrer com isto tudo, eu conseguia perceber.
- Jasper, preciso de falar contigo. – Disse logo.
- O que foi? – Perguntou ele com uma voz cansada.
- Porque é que fizeste isso com a Alice? Ela não merecia. – Perguntei. Ela abriu os olhos automaticamente e olhou para mim um pouco surpreendido.
- Como sabes disso? – Perguntou espantando.
- A Helena contou-me. Porquê, Jasper? Já não amas a Alice?
- Pelo contrário. Amo a Alice mais do que tudo e já não consigo estar afastada dela. É tão torturante, mas ela não quer falar comigo, recusa-se.
- Porquê? – Perguntei.
- Acho que ela tem medo de sair ainda mais magoada no final da conversa. Quando eu tentei falar com ela, ela apenas respondeu que estava farta de conversas porque todas acabariam na mesma situação e que não valia a pena conversar se eu a ia deixar porque ela já tinha tido demasiadas conversas naqueles dias. Eu não percebi o que ela quis dizer com aquilo.
- Eu meio que percebi. Nós na sexta-feira tínhamos discutido sobre ti e a Helena. Eu reparei que ela andava meio distante e perguntei-lhe porquê e ela disse-me que a Helena estava apaixonada por ti e que tu já nem lhe ligavas. Eu naquela altura pensei que era apenas ciúmes e fiquei chateada, então disse para ela vir ter comigo, quando percebesse que estava errada. O problema era que eu é que estava errada e agora estou chateada com ela e não quero.
- Não sabia que a Alice já tinha desconfiado da Helena.
- Jasper, porque é que beijaste a Helena?
- Não fui eu que a beijei. – Desculpou-se ele. Olhei-o zangada e ele percebeu isso. – Pronto, eu posso ter correspondido. Não me perguntes porquê. Não sei. Ela beijou-me e eu apenas correspondi, mas não quer dizer que eu sinta alguma coisa por ela, porque eu não sinto. Eu apenas gosto dela como uma amiga, pelo menos gostava. Agora, que eu e a Alice nos chateamos, ela não me larga. Já me perguntou várias vezes se pudemos assumir algo mais sério. Eu não quero nada com ela, Rose. Eu amo a Alice, apenas a Alice.
- Não pensaste que isso iria fazer a Alice sofrer? Não achas que ela já sofreu demasiado?
- Eu nunca pensei que a Alice tivesse na praia. Foi coincidência. Eu não queria que a Alice sofresse deste jeito. Nunca o quis. Sabes como me custa vê-la sofrer.
- Eu sei, Jasper, mas tu é que és o culpado nisto. Tu nunca devias ter correspondido ao beijo. Se não gostas da Helena devias tê-la logo rejeitado.
- Eu sei, eu sei, Rose. Não me tortures mais. Eu sei que cometi um erro terrível e fiz com que a rapariga que eu amo sofresse, mesmo sabendo que ela já sofreu demais.
- O que é que estás a pensa fazer? – Perguntei triste pelo meu irmão. Via-se que ele estava mesmo arrependido e a sofrer.
- Não sei. Se calhar, quando a Alice já quiser falar comigo, eu tente explicar as coisas. – Respondeu ele. – E tu?
- Eu vou tentar falar com ela amanhã. Eu devia ter acreditado nela, em vez de ter defendido a Helena. Eu não quero perder a Alice como amiga. Ela é a melhor amiga que eu tive em toda a minha vida, não a quero perder por idiotice minha.
- Compreendo. Agora, deixa-me um pouco sozinho, está bem, Rose?
- Está bem. – Respondi sorrindo fraco. Saí do quarto dele e fui para o meu. Adiantei alguns trabalhos de casa e depois fui jantar. Mal acabei de jantar fui para a cama. Não sabia como iria abordar a Alice amanhã. Nem sei se ela me vai querer ouvir. Espero que sim. Adormeci, já um pouco tarde. Quando acordei, estava cheia de sono. Vesti-me calmamente e fui tomar o pequeno-almoço, indo de seguida para a escola. Passei o resto do dia a tentar falar com a Alice mas sempre que me aproximava dela perdia a coragem. Tinha medo que ela me rejeitasse e não quisesse ser mais minha amiga. Fui para casa depois da escola, sem falar com ela. Não tive coragem. Sentia-me triste.
- Então, conseguiste falar com a Alice? – Perguntou o Jasper baixinho só para eu ouvir. Neguei com a cabeça.
- Não tive coragem. Tenho tanto medo que ela não queira ser mais minha amiga.
- Vais ver que ela te vai desculpar. Ela é uma boa pessoa e não consegue ficar muito tempo chateada contigo também. Ela adora-te, Rose.
- Achas? – Perguntei meio esperançosa.
- Acho. Amanhã, vais falar com ela e não quero desculpas.
- Está bem. – Respondi. Passei o resto do serão com a minha família. A minha mãe ainda estava em recuperação, mas já estava bastante melhor. De acordo com ela, já estava totalmente boa, mas o médico ainda queria que ela repousasse mais uns dias.
No dia seguinte acordei tarde. Mal me levantei, fui almoçar. Não valia a pena tomar o pequeno-almoço, senão só almoçaria às três da tarde. Comi com a minha mãe e os meus irmãos. O meu pai estava de serviço no hospital. Depois de almoçar, vesti-me e fui até à instituição. Ia falar com a Alice.  Reparei que a instituição estava muito calma. Normalmente, havia crianças a brincar no jardim, mas o jardim estava vazio e não vinha barulho nenhum dentro da casa.
- Estranho. – Comentei. Avancei até à porta e bati. Estava quase para bater outra vez quando a Alice me abre a porta. Ela estava de pijama e com um ar ensonado. Já eram três da tarde.
- Rose. – Disse ela surpreendida. – O que fazes aqui? – Perguntou. Ela parecia-me um pouco assustada, como se houvesse algo que eu não pudesse saber.
- Vim falar contigo, Alice. – Respondi. – Vim pedir-te desculpas por não ter acreditado em ti. – Continuei.
- Já sabes? – Sussurrou ela, baixando a cabeça.
- Já, a Helena contou-me e depois fui falar com o Jasper. – Respondi. – Desculpas-me? Eu não te quero perder como amiga, Alice. És demasiado importante para te perder por idiotice minha.
- Eu não estou zangada contigo, Rose. Tu não sabias, eu também não. Apenas desconfiava e infelizmente o que eu desconfiava veio-se a confirmar. Tu apenas defendeste aquilo em que acreditavas.
- Mas eu devia ter-te defendido a ti e não à Helena, eu mal a conheço.
- Deixa isso para trás, Rose. Eu também não te quero perder como amiga, por causa disto. – Disse ela sorrindo fraco. Entrei dentro da instituição com ela e fomos para a sala. Ela estava um pouco apreensiva. De certeza que me estava a esconder algo. A instituição estava vazia. Não havia sinal nenhum das crianças.
- Como estás? – Perguntei-lhe preocupada, quando nos sentámos no sofá.
- Mais ou menos. – Respondeu ela olhando para as mãos.
- Alice, o que é que se passou mais, sem ser a nossa discussão e a separação com o Jasper? Porque é que só estás tu na instituição? Onde estão o resto das crianças? – Ela olhou para mim assustada e depois vi uma única lágrima a cair-lhe pelo rosto, sendo seguida por outras logo de seguida. – O que se passou? – Perguntei pegando nas mãos dela.


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Notas finais do capítulo

Aqui está a versão da Rose sobre os factos e pelo o que ela passou, pois ela também sofreu com a discussão que teve com a Alice. Espero sinceramente que tenham gostado e claro, espero os vossos comentários e quem sabes, talvem até uma recomendação! ahah :p
Beijinhos
S2