Jasper
A minha mãe estava a reagir muito bem à operação e o médico ia dizer-nos daqui bocado, os resultados da análise do tumor. Eu estava ansioso, queria saber o mais rápido possível. A minha mãe já estava acordada e nós estávamos com ela.
- Jasper, podes parar quieto um bocadinho? – Perguntou a Rose. Eu estava a andar de um lado para o outro no quarto. Estava um pouco nervoso.
- Será que o médico demora muito? – Perguntei.
- Deve estar aí a vir, querido. – Disse a minha mãe docemente. De seguida, ouvimos uma batida na porta. – Entre. – Pediu a minha mãe educadamente. Era o médico e vinha com os resultados na mão. Só espero que ele vá directo ao assunto.
- Bom dia! – Disse ele.
- Bom dia. – Dissemos nós.
- Trago aqui os resultados. – Informou-nos ele. – O tumor era benigno. Não há qualquer perigo, agora. O tumor foi removido na íntegra e não prejudicou parte nenhuma do seu cérebro.
- Isso quer dizer que posso ser transferida de hospital? – Perguntou a minha mãe com um pequeno sorriso. Ela estava desejosa de ficar perto de casa. Eu compreendia. Também queria ir para casa. Queria estar um pouco com a Alice, pois algo me dizia que as coisas não estavam assim tão bem como ela afirmava que estavam. Queria só confirmar se ela estava bem.
- Sim. Eu permitirei e a transferência será feita amanhã de manhã, cedo. Por volta das oito da manhã. Já tratei de tudo, é só aguardar.
- Obrigada, doutor. Por tudo. – Agradeceu a minha mãe.
- Não é preciso agradecer, é apenas o meu trabalho. – Disse ele, saindo de seguida do quarto.
O resto do dia passou-se muito melhor. Estávamos todos mais aliviados e mais leves por saber que a minha mãe já não corria sérios riscos e que iríamos voltar para casa. Eu e os meus irmãos íamos, hoje, depois de almoço e o meu pai e a minha mãe iam amanhã na ambulância. A minha mãe tinha que ir numa ambulância. Hoje, já íamos chegar lá tarde, por isso não poderia ir ver a Alice, mas no Sábado por volta da hora de almoço, ia vê-la. Estava cheio de saudades dela. Almoçámos no hospital e depois fomos até ao apartamento, buscar as poucas coisas que tínhamos aqui. Depois de arrumarmos tudo, fomo-nos despedir dos nossos pais.
- Tenham cuidado, queridos. – Advertiu a nossa mãe. – Amanhã, já estou perto de casa, depois é um instantinho até ir mesmo para casa.
- Sim, mãe, nós temos cuidado! – Disse a Rose, dando-lhe um beijo na bochecha.
- Espero bem que sim. – Disse ela sorrindo. Ela estava bastante melhor.
Fomos os três até ao carro e eu é que fui a dirigir. O Edward disse que não estava com cabeça para isso. A viagem demorou algumas horas, visto que apanhámos algum trânsito. Chegámos a casa, um pouco depois da hora de jantar. Estávamos todos cansados da viagem. Comemos algo rápido e fomos os três dormir. Amanhã, também teríamos que acordar cedo para ir ter com os nossos pais, ao hospital.
Acordei na manhã seguinte, com a Rose a chamar-me. Ainda estava cheio de sono.
- Rose, deixa-me dormir mais um bocado! – Pedi.
- A mãe e o pai já chegaram. Quero ir até ao hospital. – Disse ela, abrindo os cortinados do quarto.
- Está bem. – Disse vencido, também queria ver a minha mãe. Levantei-me lentamente e fui-me vestir. Tanto a Rose como o Edward já estavam vestido e já tinham tomado o pequeno-almoço. Estavam os dois à minha espera. Comi algo rápido e depois fomos os três para o hospital.
- Olá, queridos! – Disse a nossa mãe bem-disposta. Adorava vê-la sorrir e ver que ela estava a melhorar.
- Bom dia, mãe. – Disse dando-lhe um beijo na bochecha. – Como te sentes?
- Bem. – Respondeu ela simplesmente. – A ver se daqui nada vais buscar a Alice, quero vê-la. – Disse a minha mãe. Ela adorava a Alice.
- Sim, eu vou mas agora ela ainda deve estar a dormir. Podes estar descansada que ainda hoje a vês.
- Espero bem que sim. – Disse ela a rir-se. Ri-me com ela.
- Como passaram a noite? – Perguntou a nossa mãe preocupada como sempre.
- Bem! – Respondemos os três sorrindo.
Continuámos a falar durante mais uma hora. Adorava ver a minha mãe assim, recuperada e como sempre. Sentia saudades disso. Agora, só faltava, ela puder ir para casa. Estava ansioso para isso, não gostava de a ver numa cama de hospital. Passado uma hora e meia deu-me a fome. Tinha comido muito pouco para me despachar.
- Bem, vou comer qualquer coisa, visto que alguém não me deixou comer em condições para vir para aqui. – Disse olhando para a Rose.
- Está bem, querido.
- Bem, até já. – Disse saindo do quarto. Dirigi-me até à cafetaria do hospital, mas a meio do caminho encontrei alguém que não estava à espera de ver. Encontrei a Bella e o Emmet. Eles não sabiam que a minha mãe já estava cá, por isso, não podiam estar cá por ela.
- Emmet! Bella! – Chamei-os.
- Jasper! – Exclamaram surpreendidos.
- A Esme já está cá? – Perguntou a Bella.
- Já. – Respondi sorrindo.
- Podemos ir vê-la? – Perguntou o Emmet. Tinha a sensação que eles estavam a esconder algo.
- Claro, venham comigo. – Disse desconfiado. O Emmet estava com uma expressão cansada. Será que se tinha passado alguma coisa? Fomos até ao quarto onde a minha mãe estava instalada.
- Foste rápido, Jasper. – Disse a Rose.
- Não cheguei a ir comer, encontrei duas pessoas no caminho que queriam ver a mãe. – Disse olhando para a minha mãe.
- Quem? – Perguntou a minha mãe curiosa.
- O Emmet e a Bella. – Respondi, enquanto eles entravam no quarto.
- Olá, queridos! – Disse a minha mãe sorrindo para eles.
- Olá, Esme! Está melhor? – Perguntou o Emmet dirigindo-se a ela para lhe dar um beijo na bochecha.
- Sim, estou. – Respondeu a minha mãe sorrindo.
- Olá, Esme. – Cumprimentou a Bella.
- Como estás, Bella? – Perguntou a minha mãe carinhosamente.
- Bem. – Respondeu ela não muito convincente. Cada vez tinha mais a certeza que algo se passava.
- Como sabiam que a nossa mãe estava aqui? – Perguntou a Rose. – Nem eu nem o Edward vos dissemos.
- Pois foi. O que fazem aqui? – Perguntou também o Edward.
As expressões deles ficaram abatidas e o Emmet pareceu-me mais cansado que há bocado. Algo definitivamente se tinha passado. Mas o quê? Não estava a ver nada que pudesse ter acontecido. Ambos pareciam estar bem.
- Bem… - Começou o Emmet mas calou-se de imediato.
- O que se passa, queridos? – Perguntou a minha mãe, perspicaz como sempre. Comecei a ver lágrimas a escorrerem pelas bochechas da Bella. O Emmet olhou para ela com um olhar compreensivo e a expressão dele também ficou triste.
- Bella, está tudo bem agora, não é preciso chorares. – Disse o Emmet. Isto estava a tornar-se cada vez mais confuso. Já não estava a perceber nada do que se estava a passar.
- Eu sei, Emmet. Mas não consegui evitar. – Desculpou-se ela limpando as lágrimas do rosto.
- O que se está a passar, estão-nos a deixar preocupados. – Disse o meu pai realmente preocupado.
- A Alice está internada aqui, no hospital. – Disse o Emmet com uma expressão abatida no rosto.