Soldados da Dor escrita por Natii_C


Capítulo 9
Capítulo 9 - Enganada


Notas iniciais do capítulo

Maiis um capituloo, galera!
Booa leituura!
:D



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Você não vai fazer o que eles mandaram, vai?

Eu tenho que fazer, Bella. Sei que isso é difícil para você entender. Não posso negar as ordens superiores. Caso contrário, minha vida estará por um fio.

Sua vida? Sua vida?! Será que você pensa só em si mesma? E eu, como fico nisso? Eles são a minha família, os únicos sobreviventes. E tu fica aí, pensando na sua vida, Renesmee?

Bella, se acalme. Não é assim que as coisas se resolvem...

Claro que não! Pra você é fácil ir lá e enganar todos.

Deixei Bella com seus pensamentos. Não queria deixá-la pior do que já estava. Tomar qualquer decisão precipitada só pioraria as coisas.

Fiquei ali, olhando o deserto vazio. Toda a beleza colorida do Planeta das Almas Torturadas só estava lá dentro, porque, do lado de fora, tudo era sombrio. Nada de cores, nem felicidade. Tudo triste demais. Na vasta imensidão, havia apenas areia e mais areia. O vento da noite, vez ou outra, trazia os grãos na direção do meu rosto. Respirava fundo, tentando puxar o máximo de ar possível. Me sentia aliviada ao fazer isso. Podia sentir que a vida ainda corria o espaço dentro do corpo hospedeiro.

Eu tinha apenas mais algumas horas até cumprir a missão. Abandonaria o planeta, talvez para jamais voltar.

********************************************************************

-Renesmee, chegou a sua hora. - a voz rouca de Jasper me acordou do devaneio. Dei um sorriso forçado para ele - Saiba que se falar, a vida das almas estará no fim. Isso depende apenas de você. O nosso destino está nas suas mãos.

-Falando desse jeito, até eu fiquei com medo dessa mariquinha. - disse Emmet. Nós todos começamos a rir. Emmet parecia ter se acalmado desde o dia anterior a minha viagem. Posso até dizer que ele parecia até charmoso. Ri da minha própria piada.

-Tudo bem, gente. Acho que já está na hora de eu ir.

Me despedi de cada um dos quatro. Alice me abraçou forte, algumas lágrimas começando a aparecer nos seus olhos - era incrível como me envolvi rápido com Alice. Mesmo com aquele seu jeito alegre demais para o meu gosto de ser, não havia como não se apaixonar pela pequena. Rosalie também me abraçou, mas não do mesmo jeito que Alice. Seu abraço foi um pouco mais seco.

Ela sente ciúmes de você e Emmet. Bella uma vez me disse. Puf! Humanos lunáticos!

Sai da sala apressada. Não podia aguentar mais nenhum segundo ali, ou então também começaria a chorar. Os sentimentos humanos estavam começando a ficar mais intensos.

Do lado de fora, havia uma nave me esperando.

Uma nave? , Bella me perguntou estupefata. Sim, uma nave. Ela deve ter se esquecido que nós, almas, estamos anos luzes a frente da sua tecnologia barata.

Entrei na nave. Pelo vidro que a dividia, pude ver um outro corpro prateado dirigir. Assim, me sentia segura, pelo menos por enquanto. Suspirei tão violentamente que senti meu peito doer. Por que é que eu estava me torturando? Não estava adiantando nada. O melhor que eu tinha a fazer era relaxar (se é que isso era possível numa situação dessa).

A areia branca passava por baixo dos meus olhos. Mal podia acreditar que estava abandonando tudo: meu planeta, minha vida...

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A potência da nave era tão grande que, pelo que percebi, a viagem durou apenas alguns segundos.

A alma que dirigia o veículo lançou a cabeça para o lado. Entendi o sinal. Sai da nave.

Abaixo dos meus pés e por todo canto que eu olhasse, havia apenas uma camada fina, branca e gelada.

Gelo. Alasca. A voz na minha cabeça identificou a camada.

Então quer dizer que ali é que era o Alasca?! Estava assustada e com motivos. Já tivera em regiões de outros planetas muito geladas. Mas o Alasca era mais do que eu esperava. Só conseguia ver gelo e mais gelo. Sem direção, estava completamente perdida. Já sentia a minha cabeça doer, a mesma imagem sempre se transpondo uma sobre a outra. Ao meu redor, tudo girava.

Bella, pra onde nós vamos?

Ora! Mas não era você mesma quem dizia que não precisava de mim?

Sim, sim. Mas isso era antes. Por favor, não vamos brigar. Se você não me ajudar, sabe muito bem que nós duas vamos morrer. - Sabia qual era o jogo de Bella. Poucos dias de convivência e sabia o seu maior medo: a morte.

Tudo bem, tudo bem. Siga em frente, para o norte.

Assim permaneci durante horas e horas. Parecia que nunca ia chegar ao fim daquele imensidão gelada. A noite já estava chegando - apesar de ser quase impossível saber se era dia ou noite no lugar.

O lugar era frio demais e eu estava apenas com um casaco que de nada servia. O vento soprava mais forte do que nunca, meus pés se prenderam por várias vezes na neve. No mar, icebergs. Em terra firme, o gelo. Meus lábios estavam roxos, quase não sentia mais as pernas e braços. Dentro de mim, uma pequena chama de calor ainda me fazia seguir em frente.

Senti um arrepio. Mas não um arrepio qualquer. Era cortante. Intimidador.

Vem vindo alguém ai. Bella me avisou.

Mas não dá pra ver ninguém.

Os humanos não são tão burros quanto você imagina. Sentimos o perigo de longe. E você, com certeza, é uma amaeça para nós, Renesmee.

A verdade escancarada na voz de Bella piorara a minha situação. Pela primeira vez, estava com medo, medo de verdade.

Sem conseguir me conter, gritei.

Senti uma mão se prender na minha garganta feito garras. A pressão ao redor do meu pescoço se tornou mais e mais forte. Havia uma semelhança naquela forma de me apertar, era um aperto duro e pesado.

Minha respiração falhou. Estava difícil acompanhar o ritmo frenético do coração. O sangue não passava da forma correta pelas veias.

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 -Ah! Isso não é possível? Mais um deles entre nós. Quando é que isso vai acabar?

-A guerra ainda nem começou, Paul.

-Vocês falam com uma calma tão grande que isso até parece normal. Por mim, essa vagabunda nem estaria viva.

Senti meu rosto arder e o som de um estalo se propagar pelo espaço escuro. Ele tinha me batido! E ainda por cima na cara! Brutamontes safado!

Edward? Edward? É você?!

Do que Bella estava falando? Ela conhecia aquele ordinário?

Sim, Renesmee. Eu o conheço. Fomos criados juntos na infância. Óh, Edward! Meu amor!

Meu amor? Ela só podia ter um sério distúrbio em chamá-lo assim depois do que ele acabara de fazer conosco.

Coloquei uma das mãos no lado esquerdo do rosto, onde havia ganho o tapa. Ardia como fogo.

-Edward, pare já com isso! Você a está deixando assustada! - outra voz apareceu. Minha cabeça latejava de dor. Mal conseguia me concentrar nas vozes.

-Assustada?! Isso é o mínimo que essa desgraçada merece! - a voz do tal Edward aumentava a cada palavra. Pela pequena abertura no lugar , que parecia ser uma caverna, pude ver seu rosto: tão belo; cada detalhe parecia ter sido moldado com todo o cuidado. Emmet poderia muito bem ter feito aquele trabalho, se Edward não fosse humano. Os cabelos desgrenhados cor-de-mel misturados a sujeira no seu rosto davam-lhe um aspecto másculo. Apesar disso, não era seu cabelo, seu rosto, sua boca ou o seu corpo definido que me chamavam a atenção, e sim aqueles olhos verde-oliva. Com eles, Edward parecia a pessoa mais doce do mundo, com a inocência de uma criança. Pena que as aparências enganam e ele não era nada disso.

-Já chega, Edward! Estou cansado dessa sua atitude infantil. Aqui quem manda sou eu. Ou será que você é burro demais que não possa entender o que falo?!

A caverna nadou no puro silêncio. Eu mesma tinha ficado assustada com a reação do velho - mais tarde saberia que seu nome era Aro. A caverna era escura feito bréu, com apenas alguns fraquíssimos feixes de luzes passavam por pequenas aberturas, o que dificultava a visão. Porém, não precisa ter que olhar direto no rosto de cada um para imaginar suas caras assustadas.

-Bella? É você? - a voz de Billy era calma agora. Depois da tempestade, a calmaria, como dizem os humanos.

Não conhecia aquele rosto. Mas Bella, dentro de mim, o reconheceu imediatamente e o envolveu num abraço apertado. Tá aí mais uma coisa de que tenho que me lembrar de fazer assim que voltar ao Planeta das Almas Torturadas: diminuir a ação dos sentimentos de Bella sobre mim.

-Billy! - sussurrei.

-Billy, pare! Ela pode te matar! Não sabe como são essas coisas escrotas! E essa não é a Bella. É apenas o corpo dela!

-Edward, quantas vezes eu vou ter que repetir que aqui quem manda sou eu?

-Ok, ok. Se é assim que você quer... Só que quem avisa, amigo é.

-Não preciso dos seus conselhos, Edward. - o nome do rapaz foi pronunciado com nojo por Billy.

Se fosse eu, também teria a mesma reação: repulsa.

Ele não é ruim como pensa, Renesmee.

Não?! Então por que ele me bateu? Ou melhor, bateu em você?

Hã... Ele só deve estar nervoso. Mas logo, logo ele estará ali, entregando o seu coração pra mim, como sempre fez. Edward, eu te amo.

Ela o amava mesmo? Podia ser. Mas e ele?


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Beijos



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