- Minha família... A família Rosenstock é... - Todos olhavam ansiosos em minha direção. Pude sentir uma gota de suor escorrer pelo meu rosto.

Aquilo era mesmo certo? O que poderia acontecer se eu revelasse tudo a essas pessoas? 

Eu não tinha nada a perder. Eu era sozinha, a única que sobreviveu. A única que saiu daquele lugar viva.

- É a Quinta Grande Casa de Duques - Eu disse rapidamente.

Por que eu estava falando algo tão importante tão facilmente? Eles apenas pediram e eu facilitei tudo a eles. O que estava acontecendo comigo?

- C-como assim? Quinta? - Gaguejou Oz. Todos estavam assustados.

- Somos mantidos em segredo desde a Tragédia de Sablier... - Eu não estava me controlando -  Eu que isso parece ser uma invenção minha e é bem estranho mesmo, mas eu nunca pude contar isso a ninguém. É realmente algo novo pra mim e...

- Senhorita! - Falou Break. - Se acalme e nos fale desde o começo. - Olhou seriamente a mim.

- Certo. - Respirei fundo - Nós também possuimos uma porta para o Abismo. Por algum motivo, não sabemos qual o certo, nós possuimos a porta a mais forte das seis, contando com a dos Barskervilles...

- Barskervilles? Você também sabe sobre eles? - Oz falou alto - Oh, desculpe, continue...

- Nossa corrente de chama Victorius. Possui um poder que pode se igualar ou ser superior ao de B-Rabbit. Mas devido a toda a família Rosenstock ter sido mandada ao Abismo durante a Tragédia de Sablier, a porta foi deixava no controle de um amigo confiável da família. Isso causou revoltas por parte das outras Casas de Duques. Fazendo com que a porta tenha sido considerada destruída e ninguém nunca mais soube de sua existência. Mas a 8 anos atrás, eu... consegui sair do Abismo.

Eles me olharam com expressões variadas neste momento, ninguém ousou interromper.

- Eu vivia nos arredores de Sablier. Tinha nove anos de idade da época da tragédia. E por ser nova demais, nunca tive conhecimento nada disso. Mas quando voltei ainda me lembrava de quem eu era e soube que a família Rosenstock havia sido "extinta". Havia uma carta de meu pai, na biblioteca na velha mansão abandonada e destruída pelo tempo. Nela havia apenas poucas palavras: "A porta está no nosso esconderijo secreto. Cuide dela como se ela fosse a pessoa que mais ama. Minha pequena menina.". Eu levei um certo tempo para me dar conta do que estava acontecendo, e foi realmente difícil já que todos os registros da família Rosenstock.

- Mas a família Rosenstock é bastante conhecida... - Observou Sharon.

- Sim, como uma simples família rica. Poucas pessoas sabem de nossa verdadeira existência. Apenas os quatro líderes da Casas de Duques, eu espero.

- Oh, claro, foi graças a pequena informação da minha adorável mãe que pude ter acesso a Senhorita. - disse tomando um gole de chá. - Por favor, continue.

-Desculpe... - Eu disse tonta - Apenas contarei na próxima visita. Não estou me sentindo suficientemente bem para isso. Peço permissão para voltar a minha casa. 

- Oh, claro, espero que esteja bem. Aliás, foi um prazer recebê-la aqui e desculpe pelas perguntas, mas isso nos ajudará bastante.

Oz, Alice e Gilbert olhavam perplexos para mim. Eu queria perguntar o que queria dizer. Eu queria abraçá-los...

- Ficarei bem e o prazer foi meu. - Eu precisava sair logo daquele lugar. Não aguentava mais relembrar tais acontecimentos. A imagem sangrenta daquele dia...

- Eu acompanho a Senhorita Amelle até a carruagem - Falou Break seguindo na frente. Quando chegamos a carruagem ele me ajudou a subir na mesma. Eric me esperava lá dentro.

- Eu sei que você tem muito a contar que não seja relacionado a sua família. Terei o maior prazer de ouvir tudo - Sussurou em meu ouvido. Olhei em sua direção e ele já estava a metros de distância.

- Você está bem, Senhorita? - Perguntou Eric ao fechar a porta da carruagem.

- Ah, acho que não. Estou louca como um chapeleiro. - Sorri.