Teorias do Curinga escrita por Artur


Capítulo 3
Mudanças


Notas iniciais do capítulo

capitulo grande é chato. Mas esse tinha que ser assim.
Mas é o melhor capitulo lol



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03/08/2008    09:36 pm

 

         Shinji não sabia se andava ou se rastejava, passou o dia inteiro trabalhando. Hoje enquanto uma loira burra ficava pedindo doritos, dois garotos discutiam sobre teorias marxista-leninistas.

         A Loira era acompanhante do mais alto, o tal de Raito. Tenho a impressão que ela perdeu o namorado para o outro garoto com nome de letra.

         Jiraya passou o dia o chamando de molenga, bicha, emo e fã de NX Zero. Ninguém o entendia. Porque ninguém sabia diferenciar NX Zero de Fresno. Fresno tem emoção não é só marketing (ta isso é gay).

         Passou em frente ao quarto 134 e ouviu alguma coisa – Toc! Toc! Toc! – parece que estavam ocupados. Naquele quarto ficava seu amigo Rock Lee. Um bom garoto, mas ouviu rumores que estava se prostituindo para uma velha conterrânea . Talvez seja verdade.

         Quando abriu a porta do seu quarto tomou um susto. As camas desarrumadas e cds espalhados pelo chão. No radio tocava Iron Maidem, estava perdendo a esperança que Asuka melhorasse. Aquela metaleira dos infernos, fazia muita bagunça e se Shinji não arrumasse ela ainda o chamava de porco. Se já tão tivesse visto ela pelada não teria certeza do seu sexo.

         Caçou algumas roupas limpas espalhadas e foi em direção ao banheiro. Teve vontade de pisar nos cds do Angra jogados por perto, mas se a demônio sentisse falta do cd... 

         Na porta do banheiro um simpático bilhete aguardava Shinji, escrito na capa do CD dos FrescoBoys:

 

            Querido companheiro molenga, espero que não tenha esquecido de me buscar as 10:00pm. Caso tenha esquecido eu venho ti lembrar.

 

            Não vou de jeito nenhum- pensou Shinji...

           

            Mas caso resolva não ir quero lembrar que seu CD do Fresno está comigo. Sabe como sou estabanada, ele pode cair no mar e se afogar.

E vista uma roupa descente seu moleque.

            Bjusmeliga, Asuka.

 

            - Vadia – sussurrou deixando as roupas cairem no chão.

         Não tinha muita opção, aquele era um CD muito raro pra ser descartado. Asuka era invejosa, chata, mandona mas era esperta. Cada vez mais sentia saudades de Rei. Asuka sempre disse que ela só aceitou namorar com Shinji porque ele parecia uma mocinha. Fato é que Rei o trocou por uma mulher, Matsumoto.

 

         Entrou no banho e ligou o chuveiro. A água quente massageou seu corpo cansado, o vapor ia subindo enquanto os músculos se descontraindo. A visão ia ficando embaçada e as lembranças mais nítidas.

         Sua mente foi pra longe, foi buscar Rei. A garota introspectiva de cabelo azul, a garota que pela primeira vez o beijou. Lembrou das longas horas que passavam escutando emocore, planejando corta o pulso um do outro. Coisas sensíveis como eram os dois. Não quis lembrar, mas lembrou de quando uma mulher foi dar aulas para eles. Ultimo ano do ensino médio, os hormônios a flor da pele. Não foi a toa que aquele par de melões seduziram Rei.

         Balançou a cabeça para deixar os pensamentos fugirem. Foi difícil mas mudou de pensamentos. Que roupa usaria?

 

03/08/2008 – 09:15

 

         Asuka passava o perfume caro que pegou/roubou da NERV. Estava com um vestido verde lindo, pulseiras grandes azul marinho. Usava um sapato de salto alto, branco. Os cabelos louros soltos batendo nas costas. Uma verdadeira ninfeta se preparando pra guerra.

         Quando começou a procurar o CD dos Frescoboys acabou pisando no CD do Metallica.

         - Maldito Shinji, a culpa é dele e vai ter de me pagar outro.

         Escreveu alguns recados malcriados e saiu da cabine para seu duplo encontro, queria chegar cedo para não “topar” com o bigodudo antes da hora.

         Andou devagar e sensualmente, por onde passava pescoços se viravam a desejando. Ela se sentia bem com os olhares de muitos homens e até algumas mulheres. Já era uma “expert” em andar de salto, mas não gostava daquela porra.

         O som da cabine de Jiraya estava alto, no começo não conseguiu distinguir o que era. Mas quando chegou na porta ficou embasbacada e revoltada. Tocava Let’s Get On . A musica mais clássica para se botar em um motel na hora da transa. Ele estava louco ou pensando que Asuka era uma puta.

         - Cretino, esse velho está pensando o que?

         Bateu na porta com medo, não podia voltar atrás ou Jiraya a perseguiria. Sentiu medo de Shinji não vir mas não queria admitir. Jiraya abriu a porta. Estava com uma camisa branca, aberta, que mostrava o seu peito peludo, calça social também branca, sapatos de couro e um copo na mão.

         - Olá minha pequena, seja bem vinda – a voz de Jiraya era uma mistura de alguém tentando ser sexy com um bêbado.

         Que brega pensou Asuka.

         - Com licença Zé... quer dizer Jiraya.

         - Me chame apenas de Jiji

         Que brega pensou Asuka uma segunda vez.

         - Tudo bem Jijizinho querido. Entrou no cafofo do brega.

         A cabine era grande, tinha duas vezes o tamanho da que ficava. No canto uma tv velha, mas grande, acompanhada de sofás de couro. Logo na entrada uma mesa redonda perto da geladeira. Uma pequena pia a direita e uma janela pro mar. A cama provavelmente ficava em outro ambiente. Não é natural cabine tão grande.

         -Entre e sente-se eu vou buscar uma bebidinha para tomarmos.

         A garota jogou-se no sofá sem a menor classe. Estava com medo da noite, aquele velho babão querendo coisas estranhas. E ainda um outro tarado estava pra chegar. Mas o pior deixou por ultimo, dependia do molenga pra se salvar.

 

03/08/2008 – 09:52

 

         Corria para a cabine do capitão ainda com o tênis desamarrado. Que aliás, fugia do figurino. Shinji estava muito garboso, calça social cinza, camisa social branca. Simples, direto e bonito. Mas sapato aí já era demais, colocou o All Star preto e foi embora.

         A cabine do garoto era do lado oposto do Navio, por isso tinha de dar uma enorme volta. Até tentou chegar rapido mas sempre tinha um passageiro para lhe interromper. Primeiro o vegetal.

         - Hei emo boy, venha cá – dessa vez o paranóico estava atrás de umas cadeiras de vigia – Pois não amigo?

         - Eu não sou viado para ser seu amigo – respondeu ríspido e continuou – Viu o Kakaroto por aí?

         - ahh ! vá a merda – se sentiu poderoso destratando um cliente, mas antes de qualquer resposta saiu correndo.

         Na metade do caminhou passou pela cozinha, como cheirava bem aquilo tudo. Deixou de olhar pra frente para namorar com um belo pedaço de pernil. Acabou tropeçando e caindo em cima de alguém.

         Cabeçuda, baixinha, reta igual uma tabua, cabelos pretos e olhos lindos. Foi amor à primeira vista. Eram quase gêmeos, mas Shinji nem por um segundo pensou nisso, até porque com o que ele pensou seria incesto.

         - Desculpe senhorita, por favor perdão – a pegou pelo braço e tentou erguê-la mas ela não se mexeu, apenas começou a chorar.

         Puts ferrou, machuquei a menina. Vão me jogar no mar.

         - Desculpe desculpe, eu não queria ter ti machucado. Vou ti levar a enfermaria.

         - Não – balbuciou a pequena e bela – nesse momento a cozinha toda já assistia a cena.

         - Mas precisamos ir você está machucada – tentou levantá-la em vão mais uma vez.

         - Não me machuquei seu bobão, apenas me leve pra fora – Rukia limpava o rosto com as costas das mãos enquanto levantava-se  apoiando no menino magrelo.

         Caminharam até um lugar mais afastado, não pode negar que estava feliz em abraçar uma garota depois de tanto tempo. Ela era cheirosa e mais baixa que ele.

         - Se eu não ti machuquei por que estava chorando?

         - Não quero ti importunar – disse ainda secando os olhos negros – Parecia que estava atrasado, pode ir.

         Negativo, perder uma perfeição daquela? Asuka e Fresno que espere.

         - Não se preocupe, pode confiar em mim, eu trabalho aqui.

Encostaram-se à grade de ferro e ficaram observando o mar.

         - É uma história boba.

         - Estou esperando para ouvi-la – suas palavras vinham alegres de seu coraçãozinho embasbacado.

         - Mas nem sei seu nome – Shinji respondeu de pressa – Shinji Ikari e o seu?

         - Pode me chamar de Rukia

         - Vamos Rukia me diga, o que ti aflige?

         - Acabo de terminar meu namoro – abaixou a cabeça e deixou as lagrima escorregarem em seu rosto.

         - Hum, entendo e você ainda o ama né.

         - Sim eu a amo - o rapaz engasgou com a resposta da garota, ela disse que “a” ama?

         - Ééé, Rukia, qual o nome dele? Talvez eu o conheça e possa falar com ele.

         Ela deu um breve sorriso antes de responder.

         - É ela, seu nome é Inoue.

 

 

03/08/2008  - 9:35 pm

 

         Só musica brega tocando e Jiraya tentando passar a mão em Asuka.

         - Ops, está sujo aqui – e lá vai aquela mãozinha chata no rosto da menina.

         Já estava prestes a mandar o velho se fuder quando alguém bateu na porta.

         - Melhor você atender Jiji.

         Fechou a cara de desanimo, quem seria o chato pra atrapalhar sua caçada? Deixou o copo em cima da mesinha redonda e foi atender a porta.

         A Surpresa foi grande e o desgosto também. O sujeitinho mais desprezível, porém rico daquele Cruzeiro. Mister Satã.

         - Pois não senhor Satã – disse com impaciência.

         Mister Satã o olhou dos pés a cabeça com um ar de desaprovação.

         - O que o Senhor está fazendo aqui – Perguntou o ricaço.

         - O que estou fazendo no meu quarto?

         - Seu Quarto? Eu estou procurando um garota, o nome dela é Asuka.

         Miserável – pensou Jyraia – como ele sabia que Asuka estava naquele quarto?

         - Desculpe senhor mas não tem nenhuma Asuka aqui.

         - Ei Jijizinho, quem está aí? É meu amigo bigodudo? – gritou Asuka.

         Mister Satã o olhou com olhos de águia. Estava furioso – Como ousa tentar me enganar?

         - A é ela? – falou Jyraia sem graça – É  que a conheço por outro nome.

         Asuka se divertia escutando a conversa. O bigodudo estava botando moral. Ah! O que o dinheiro não faz. Gritou mais um vez para desespero de Jyraia.

         - Pede pra ele entrar Jyraia Sama.

         Satã não esperou duas vezes, empurrou Jyraia para o lado e foi ver Asuka – Já estou indo minha “pitchulinha”.

         Na soleira na porta Jyraia se lamentava.

         - Só falta essa, o Satã na minha casa, preciso de um exorcista. . .

 

 

 

 

03/08/2008 – 10:21 pm

 

         Shinji ficou atônico. Tinha encontrado a mulher da sua vida, e perdido-a antes mesmo de tê-la. E de novo, para outra mulher. Tentou disfarçar sua vergonha, mas era perceptível que ele não estava a vontade.

 

         - Tudo bem Shinji kun? – perguntou a cabeçudinha.

         - Ah claro – gaguejou o rapaz sem graça.

         - Algum problema com minha opção sexual?

         - Não claro que não, eu só não esperava.

         - Que bom, eu gostei de você mas não suporto pessoas preconceituosas.

 

         Mal imaginava ela que Shinji só perdia mulheres para outras mulheres.

 

         - Por favor, Rukia, não pense isso de mim.

         Ela riu do garoto sem jeito e declarou:

         - Não pensarei, é que muita gente não entende que eu seja bi sexual.

 

         A lua ficou mais forte, o vento mais agradável e Ikari mais alegre. Ela não gostava apenas de meninas, ela também curtia garotos. Ainda há esperança. Ele poderia lutar por aquela tabua humana sem medo.

         Passaram mais alguns instantes conversando. Falaram sobre suas casas, a infância e até suas famílias. Mas o assunto sempre voltava para Inoue. Rukia declamava poesias para falar da garota.

         Segundo suas palavras Inoue tinha uma beleza única e também era bi sexual. Mas enquanto Rukia era meiga e tranqüila, Inoue era agitada e tarada. Não podia ver uma rabo de saia (as vezes shorts) que já dava em cima.

         Quando Rukia desconfiou que Inoue, estava tendo um caso com um funcionário elas brigaram. Rukia pediu o fim do namoro mas sem esperar que Inoue concorda-se. Mas ela concordou.

 

         - Eu não quero voltar para aquele quarto – sussurrou a garota –Mas não tenho opção, não posso ficar ao relento.

         - Pode ficar no meu quarto.

        

         Rukia o encarou com uma expressão dura e séria. O rapaz demorou a entender o que aquele olhar repreendedor significa. Como um estalo percebeu o que insinou.

         - Não é isso que você está pensando – começou a se desculpar nervoso – Eu não é , eu vou trabalhar essa noite - mentiu - eu não vou ficar no quarto. Não é o que parece, sério eu nunca pensei. . .

 

         Rukia não sabia se acreditava naquele rapaz, já o virá trabalhando no navio. Mas homens são sempre suspeitos. Aliás o que ele ganharia com isso? Não é possível que ele fosse tão bonzinho a ponto de não querer nada. Estava começando a gostar do magrela estabanado.

 

         - Tudo bem Shinji Kun, eu entendi, mas não posso aceitar.

         -Porque não?

         - O seu companheiro de quarto não ia gostar – pensou um pouco - ou iria gostar demais, o que é perigoso.

         - Não se preocupe, eu durmo com uma garoto.

 

         Ele sentiu que falou algo de errado, mas não entendeu mais uma vez. Sentiu-se desconfortável com o olhar incrédulo que Rukia lhe dava. O estalo veio mais um vez trazendo vergonha e compreensão.

 

         - Não é o que parece, ela é minha irmã – mentiu sobre Asuka.

         - Você é um rapaz muito estranho Shinji Kun – pensou por um instante – Mas tudo bem eu aceito.

 

         Foi como vencer um jogo quase perdido. Shinji sentiu-se leve. Pularia no mar para comemor, mas tinah de levar Rukia até sua cabine. Prometeu a si mesmo que depois disso ia buscar Asuka.

 

 

03/08/2008  - 10:00 pm

 

 

         No começo Satã e Jyraia ficaram disputando a atenção de Asuka. Ela até se divertiu no começo, mas a medida que iam brigando a coisa ia ficando feia. Jiraya queria mandar Satã embora, mas ele era um passageiro. Satã queria mandar Jyraia passear, mas ele era o dono da cabine.

 

         - . . . Desde pequeno eu sou assim fortão minha linda – se gabava satã – Na minha adolescência eu reservava todo domingo pra salvar o mundo. . .

 

         Tudo que ela ouvia era “blá blá blá”.

 

         Quando Jyraia voltou do quarto trouxe cartas.

 

         - Quem quer jogar Strip Poker?

         Fudeu, pensou Asuka.

 

         - Não sei jogar isso – respondeu Satã mal humorado, para o Alivio dela.

 

         Asuka levou-se e ligou a tv. - Vamos ver um filminho a três. Eu vou fazer pipocas e vocês ficam conversando - Esse foi seu erro.

         Enquanto Asuka olhava o relógio que marcava 10:15pm. Os dois começaram a se entender. Começaram falando que não se importavam de dividir comida. E também o quanto Asuka era bonita. Suas cabecinhas pervertidas formaram uma continha. Comida + Asuka + Dividir = Satisfação².

         A pobre Asuka lamentava-se na cozinha – Maldito molenga, não devia ter confiado nele.

 

 

03/08/2008 – 10:29 pm

 

         Chegaram na porta da cabine ainda zoneada. Rukia um pouco mais aliviada e Shiji radiante. Ele preferiu não entrar, apenas lhe entregou a chave e disse que de manhã voltaria. Explicou sobre as maluquices de Asuka.

         Rukia estava cada vez mais admirada com a bondade boboca de Shinji. Se fosse outro já a teria beijado. E muito provavelmente seria retribuído. Quando o rapaz Preparou-se pra sair ela o beijou na bochecha.

 

         - Boa noite Shinji Kun

 

 

 

03/08/2008 – 10:35 pm

 

         Asuka parecia um animalzinho acuado. Os olhos cobiçosos que recaiam sobre ela eram malignos. Regidos não mais pelo cérebro os homens cercavam Asuka. Um brincadeira macabra de pega pega. Ela temia que quando fosse pega seria o fim do jogo. Quando homens são levados pelo corpo parecem animais.

         Jyraia e Satã cercaram-na. Não pode correr, tentou mas nada adiantou. Satã a pegou pelo braço e jogou-a no sofá enquanto Asuka gritava.

 

         - Eu tenho namorado, eu tenho namorado, me solta.

         - Não minta queridinha. . .

         - Eu tenho namorado me solta por favor.

         - Se você chamou nós dois aqui é porque quer uma coisa diferente hoje – falou Jyraia com um tom dominador.

 

Asuka estava desesperada, sentia medo do que iria acontecer. Chorou em meio a seus gritos, mas os homens não ligaram para suas palavras. Estavam certos de que ela queria aquilo, que estava só se fazendo de difícil. Que deseja aquilo tanto quanto eles.

A campainha tocou.

 

- Não atenda – disse Satã.

- Se eu não atender ele vai chamar alguém – resmungou Jyraia – Essa vadia não para de gritar.

 

Foi atender a porta pela ultima vez aquela noite.

Um garoto magricela com a respiração ofegante o esperava. Já se conheciam do bar. Esteve correndo com certeza, mas o que queria ali?

 

- Bom noite senhor Jyraia – respondeu Shinji arfando o ar – Vim buscar minha namorada.

 

 

03/08/2008 – 11:12 pm

 

         Shinji e Asuka caminhavam de mãos dadas até os botes. Quando chegaram lá se esconderam atrás dos mais próximos. Ali já estavam fora de alcance da visão dos taradões.

 

          - Como pode se atrasar seu pateta – gritou furiosa Asuka – Você não se importa comigo.

         - Eu tive alguns problemas

         - Você teve problemas? Eu tive problemas – começou a esbofetear o menino com sua bolsinha – Seu molenga – as lagrimas começaram a escorrer dos olhos de Asuka – Você não se importa comigo, ninguém se importa comigo. . .

 

         O rapaz a abraçou, sentiu pena de dela. Sempre soube da insegurança, mas nunca imaginou que a esse nível. Não soube o que aconteceu, mas julgou ser algo muito grave. Há de ser uma “bomba atômica pra deixar Asuka naquele estado.

         Ela retribuiu o abraço, sua cabeça estava a mil. Sentia-se bem nos braços do molenga. Mas as coisas começavam a mudar na sua cabecinha confusa. Ainda achava Shinji um molenga, mas agora achava que ele era o seu molenga.

         Encostou a cabeça nos ombros do rapaz, quase como em um impulso, começou a beijar o pescoço fino do rapaz. Os pelos da nuca se arrepiaram em Shinji.

         Ele sentia os beijos doces de Asuka sem dizer nada. Estava gostando daquilo, mas não podia se deixar levar por ela. Sabia que quando estivesse bem não seria assim. E também não queria se aproveitar da garota. Mas seu corpo não se mexeu, ficaram colocados. Ele imóvel e ela o beijando com um carinho que não era normal.

         Passou de leve as mãos no cabelos loiros e ela nos seus pretos e curtos. Sentia os anjos cantando e sua consciência o abandonado. Eram como um só, um mesmo desejo. Será isso o que chamam de amor.

         Asuka não parava, estava cada vez mais envolvida no cheiro do rapaz. Beijava-o na nuca. Suas mão afagavam os cabelos. Mas os estalos da vida sempre vem.

         Com um estalo percebeu o que estava fazendo. Aquele era Shinji o molenga. Não era esse tipo de homem que ela queria pra vida. Não pensou. Apenas o largou e correu, correu até não agüentar mais. Até o deixar para trás confuso e desnorteado.

 

 

         Ficou ali sozinho vendo Asuka partir. Após longos minutos começou a andar na direção oposta. Por um minuto pode jurar que Asuka o amava. Mas foi um engano, só pode ter sido.

         Estava tão confuso que se esqueceu de Rukia. Foi até a cabine.

         Lá chegando percebeu que estava sem as chaves, mas a porta estava aberta. Jogou-se em sua cama e mergulhou em devaneios. Rukia saiu do banheiro assustada com o barulho.

         Foi então que Shinji percebeu a burrada de voltar a cabine.

 

         - Desculpe Rukia . . . – as palavras morreram na sua boca quando a viu de calcinha e sutiã – é. . . – ficou de pé as pressas e fechou os olhos - Desculpe, eu me esqueci de que estava aqui eu. . .

        

         Mas Rukia não ligou, apenas o abraçou. Estava encantada com o jovem rapaz. Ele a enganou direitinho, ela realmente pensou que ele não ia aparecer. Mas ele apareceu e agora ela ia devorá-lo.

 

         - Shinji Kun, você gostou de mim?

         - claro Rukia, você é linda – disse ainda de olhos fechados.

         - Então abra os olhos.

 

         Shinji abriu, mas não pode acreditar no que via. Rukia deitada em sua cama nua. E naquele dia exatamente as 10:52 pm, Shinji Ikari perdeu a virgindade.

 

04/08/2008 – 08:33 pm

 

         Asuka passou a noite pensando. Sentada olhando para o mar. Finalmente percebeu o quanto amava- Shinji, e queria dizer isso a ele.

         Chegou na porta da cabine que dividiam, respirou fundo e preparou-se pra abrir a porta.


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Notas finais do capítulo

_______________________________________________end__

estou pensando se faço um spin off do que aconteceu no quarto (Shinji e Rukia)

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