Mit Dir escrita por Chiisana Hana


Capítulo 11
Capítulo 10 A Lágrima




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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

–M -I -T -D -I -R -

MIT DIR

Chiisana Hana

Beta-reader: Nina Neviani

Consultoria para assuntos asgardianos, dramáticos e geográficos: Fiat Noctum

Consultoria para assuntos hospitalares: JuliEG

–M -I -T -D -I -R -

Capítulo 10 A lágrima

– Bado Aekersen impaciente, Ann diz à recepcionista do hotel onde as princesas e Bado estão hospedados. Mascando um chiclete, a médica tamborila sobre o balcão enquanto a moça telefona para o quarto do guerreiro-deus.

– Seu nome, por favor.

– Ann Dagsland. Ela bate os dedos no balcão com mais força enquanto a moça fala com Bado.

– Pode subir, senhora. Quinto andar, quarto 502.

– Valeu ela apressa-se até o elevador e aperta o botão impacientemente. Quando as portas se abrem, salta para dentro, e enquanto o elevador sobe, bate o pé direito no piso freneticamente. No quinto andar, Bado espera a médica em frente à porta.

– Bom dia, doutora. Não devia estar trabalhando? ele pergunta, sorrindo. Usa um pijama azul claro com o brasão dos Engedahl bordado no peito, vestimenta obviamente pertencente a Shido.

– Devia, mas vim terminar o que começamos na minha sala ela segura a gola do pijama dele e o puxa mais para perto. Não consigo deixar nada para depois.

– Sabe, eu gosto disso.

– E eu gosto desse seu ar de camponês-quase-nobre, mas não posso conversar muito, só tenho uma hora, então, vamos logo para o quarto.

– Vamos. Eu ia descansar um pouco, mas vai ser bom passar essa hora com você.

Ann e Bado entram no quarto apressadamente. Ela empurra o rapaz para a cama e abre os botões da camisa.

– Vou virar você de ponta-cabeça ela diz ao puxar a calça do pijama.

– Acho que vou gostar ele retruca inclinando-se para trás ao sentir os lábios da médica tocarem seu sexo. Os dois se entregam ao ato sexual sem pretensão de ter qualquer vestígio de afeto, apenas pelo prazer e pelo desejo de novidade. Até então Bado conhecia apenas as camponesas mais desinibidas e as poucas prostitutas de Asgard, e para ele a médica era uma oportunidade irresistível de conhecer algo novo. Ela, por sua vez, nunca tinha visto um asgardiano antes do grupo aparecer no hospital, sequer sabia que Asgard realmente existia, e Bado era como um ser mitológico transfigurado em homem. E o charme da lenda era igualmente irresistível.

Exatamente cinqüenta minutos depois...

– Branquinho, gostei muito do que fizemos, mas preciso voltar para o hospital ela diz, acariciando o peito dele. Sai da cama já recolhendo as roupas espalhadas pelo chão e vestindo-as.

– Nos veremos de novo? Bado pergunta, cobrindo-se com o lençol, pudor ao qual Ann não se deu ao trabalho de ter. Não no hospital, sabe? Falo de um outro encontro como esse.

– É, nos veremos ela morde o lábio inferior. Eu acho.

– Espero que sim.

– Vamos ver. Agora descanse. Apesar da boa performance, não se esqueça de que você acabou de ter alta.

– Claro. Descansarei. Até logo, doutora.

A médica termina de se vestir e ajeita os cabelos rapidamente. Bado acompanha seus movimentos com o olhar. Então, ela se aproxima do guerreiro-deus e, olhando-o nos olhos, deposita-lhe um beijo nos lábios. Antes de se afastar, ela diz:

– Sabe, você tem olhos de tigre. Esses olhos amarelos. Eye of the tiger(1).Conhece?

– Não. O que é?

– É uma música. O olho do tigre. Me faz lembrar de você.

– Sabe, Ann, em Asgard eu sou o guerreiro do Tigre das Sombras.

– Tigre das Sombras? Isso é um apelido?

– É o nome da minha armadura.

– Hum... aquela coisa que você usava quando chegou.

– É. Aliás, onde ela está?

– Não sei. Devem ter dado à princesa. Bom, depois falamos mais sobre os tigres. Tenho que ir.

– Certo. Até breve.

– Até, doutora.

Ela sai do quarto e anda calmamente pelo corredor, ora sorrindo, ora assobiando. Chama o elevador sem pressa, depois passa o dedo indicador sobre os lábios, morde-o e sorri. Um funcionário do hotel entra no elevador com ela e a reconhece.

– Bom dia, doutora Ann!

– Bom dia ela sorri. É, é definitivamente um bom dia.

– Lembra-se de mim?

– Hum... não... – Ann sorri e balança a cabeça negativamente.

– A senhora me operou quando eu sofri um acidente de moto.

– Ah, foi? São tantos que caem de moto. É um perigo ela ri. Anos antes caíra da moto quando saía de uma festa e ganhara uma cicatriz no joelho esquerdo.

– Pois é, doutora. Um perigo mesmo.

– É.

O elevador chega ao térreo.

– Tchau ela diz e sai andando displicentemente, os cabelos falsamente negros balançando no ritmo de seu caminhar. Na porta do hotel, ela cruza com Judith.

– Dra. Ann! a criada exclama surpresa, mas Ann finge não ouvi-la e continua andando. Um largo sorriso estampado na face. "Você não pega, eu pego", pensa e alarga o sorriso ainda mais. "Quem manda ser boba?"

– O que ela fazia aqui? Judith pergunta-se, intrigada. Eu, hein. Médica maluca.

Ann chega ao hospital e vai direto para o banho. Terá uma cirurgia dentro de alguns minutos. Enquanto se banha ela pensa em Bado. "Gostosinho o tigrinho, mas ainda não é o que eu quero. Falta feeling, ainda falta 'pegada'... falta... falta algo que eu não sei explicar. Mas serve para diversão. Bom, Ann, chega de diversão! Vamos ao trabalho! Agora muito mais relaxada."

De banho tomado, Ann segue para o centro cirúrgico. Duas horas de cirurgia e ela sai de lá ainda parecendo incansável.

– Doutora, o paciente Kümmel! uma enfermeira a intercepta na saída do centro cirúrgico.

– Que tem o rosinha? Ann pergunta descalçando as luvas ensangüentadas.

– Saiu do coma, doutora! Já faz algum tempo, mas esperei para avisá-la depois da cirurgia.

– Hummm. Vou lá vê-lo daqui a pouco. É só o tempo de tirar essa roupa.

– E tem mais! A senhora nem vai acreditar nisso!

– Fala logo, infeliz! Tenho uma raiva de enrolação!

– O dos dedos amputados também acordou!

– Olha! Já? Achei que ia demorar mais.

– É! Incrível, não? Mas eu tive de sedá-lo outra vez porque ele estava bastante agitado, dizendo coisas como "cadê o pato" ou "cadê o cisne". E acho que ele nem percebeu que não tem mais dois dedos.

– "Cadê o pato?" Ann dá uma sonora gargalhada. Cadê o pato! Que coisa! Quando eu digo que só vem maluco para esse hospital, ninguém acredita. Daqui a pouco passo lá para ver os dois e procurar o pato do loiro bronzeado. Aí aproveito e vejo o menino-lobo ela sai rindo e desvencilhando-se dos paramentos que usara para a cirurgia.

Já na UTI, Ann examina Alberich em silêncio. Ele também se mantém calado, apenas olha intrigado para a médica cujos cabelos nitidamente não eram naturalmente negros.

– É, já deu de UTI. Toca pro quarto Ann diz à enfermeira que a acompanha no exame.

– "Toca pro quarto"? Alberich manifesta-se indignado, mas ainda com a voz um tanto fraca. Isso são modos de uma médica falar com um paciente?

– Vai questionar meu vocabulário, rosinha?

– "Rosinha"? Em que raios de hospital eu estou? Que lixo é esse? Os médicos daqui são todos desbocados ou só você?

– Você está falando demais para quem acabou de sair do coma. E esse "lixo" é o lixo que salvou sua vida, seu rosinha linguarudo e metido.

– Dra. Dagsland ele leu no jaleco. Bom saber. Denunciarei a senhora ao conselho de medicina por falta de trato com os pacientes assim que eu sair daqui.

– Isso se você sair, rosinha. Agora fica calado e quietinho porque se eu ficar de mau humor aplico um sossega-leão em você.

– Isso é uma ameaça?

– Talvez. Dá um tempo, rosinha. Acabei de fazer uma cirurgia. Estou sem saco para pacientes chatos.

– Era só o que me faltava. Ser tratado por uma médica doida. Pelo menos posso saber onde estou?

– Depois a princesa lhe dirá.

– A princesa Hilda está aqui? ele se surpreende com a informação.

– Está, rosinha, está. Agora chega de perguntas. Não sou paga para respondê-las.

Ann deixa Alberich e vai até a outra UTI para examinar Hagen. A mão de onde dois dedos foram amputados está bem cicatrizada e ele tem uma aparência melhor.

"Quer dizer que está atrás de um pato?, Ann questiona-se em pensamento."Cada maluco que aparece... Quando é que você vai tirar a virgindade da princesinha, hein, loiro bronzeado? Virgindade faz mal, sabia? E você é virgem também, loiro? Será? Um homem desse tamanho virgem? Acho que não!"

Assim que ela desvia o olhar do loiro bronzeado e volta-se para Fenrir, o menino-lobo pergunta:

– Estou melhor?

– É, está. Ela aproxima-se dele. A infecção está regredindo. Acho que amanhã colocarei você no quarto. Você vai dar um trabalho gigantesco para o coitado que ficar lá cuidado de você. Não pode fazer nada sozinho.

– Eu imaginei... entristece-se o rapaz. Precisarei confiar nessa pessoa, não é?

– Totalmente. Você vai depender dela para tudo.

– Mas a senhora acha que voltarei a andar?

– Se tudo correr bem, sim. Talvez fique mancando um pouco, mas nada de grave, pode até ser um charme.

– Sei.

– Acho que é o Bado que vai tomar conta de você.

– Bado? surpreende-se Fenrir.

– É, Bado. O que é gêmeo do Shido.

– Ora, não sabia que Shido tinha um gêmeo.

– Ah, não? Pois ele tem e está aqui. Ei, por que é que estou conversando com você? Tenho mais o que fazer, menino-lobo! Até outra hora!

– Até Fenrir diz e perde-se em pensamentos. O gêmeo de Shido, que ele nem sabia que existia, cuidaria dele. Durante tanto tempo viveu entre os lobos, dependendo apenas de si mesmo, e agora estaria completamente dependente de alguém que sequer conhecia.

Depois de examiná-los, Ann vai até a enfermaria dar as boas notícias à princesa.

– Vai gostar do que tenho a dizer ela diz ao aproximar-se de Hilda

– Ah, sim? Que maravilha exulta a princesa.

– Sim. O rosinha, ehr... Albe... Albe...

– Alberich – Hilda completa.

– É, ele acordou. E falando pelos cotovelos, é bom ressaltar.

– Graças a Odin a princesa murmura.

– O 07...

– Hagen Hilda interrompe.

– É. Também acordou, mas foi sedado outra vez. Estava agitado, gritando algo como "Cadê o pato".

– Cadê o pato? intriga-se a princesa. Não sei de pato nenhum. Não consigo imaginar do que se trata, mas sei que Freya ficará feliz por ele ter acordado!

– Agora só faltam dois. O gêmeo e o loiro que caiu do céu.

– Shido e Siegfried. Sobre o Siegfried, o que me diz?

– Olha, para ser bem sincera, não sei por que não está reagindo. Continua quase do jeito que estava quando chegou. Isso acontece mesmo às vezes, mas ele devia reagir. Não entendo por que não o faz. O tratamento é adequado, as lesões regrediram, mas ele não parece dar sinais de sair do coma.

Hilda mantém-se em silêncio e abaixa o olhar tristemente.

– Bom, já que estou aqui – Ann diz – deixa eu dar uma olhada nesses dois.

– Claro, claro Hilda franze a testa e senta-se na poltrona. Os sentimentos confundem-se dentro dela mais uma vez, como tem sido comum nos últimos tempos. Está feliz por Freya, que terá Hagen de volta, e também se alegra pela recuperação de Alberich, apesar de já saber que ele tinha planos de tomar o trono de Asgard. Ao mesmo tempo, seu coração chora por Siegfried. Um medo terrível instala-se em seu peito cada vez que vai olhá-lo através do vidro da UTI. Culpa-se porque acha que não tem orado o suficiente, porque acha que podia ter resistido à dominação do anel Nibelungo, porque devia ter protegido Siegfried, devia ter morrido por ele. Lágrimas escorrem pela face alva da princesa. Ann percebe que ela chora e aproxima-se novamente.

– Tudo bem? pergunta a médica.

– Tudo ela responde, enxugando as lágrimas inutilmente, pois uma profusão de novas lágrimas desce pelo rastro das outras.

– O loiro que caiu do céu vai ficar bem, ok? Não precisa chorar. É só uma questão de tempo Ann diz e sai antes de ouvir qualquer resposta de Hilda. "Estou ficando maluca", ela pensa. "Consolar princesinhas choronas é fim de carreira!"

Ao sair da enfermaria, Ann cruza com Grethe, que traz uma enorme cesta nas mãos.

– Bom dia, doutora Ann! Grethe exclama alegremente. Como vai?

– Estou bem Ann responde ressabiada. O que faz aqui? Veio ver algum parente? Não me lembro de ter visto nenhum parente seu.

– Não, não, vim visitar as princesas e os guerreiros.

– Ah, sim. A enfermaria é à esquerda. A princesa está lá. Bom, tenho que ir.

– Claro. Tenha um bom dia, doutora.

Ann agradece e vai embora o mais rápido que pode, enquanto Grethe entra na enfermaria sorrindo.

– Bom dia, princesa! – ela cumprimenta alegremente.

– Ah, bom dia, senhora Jensen Hilda ergue a cabeça e tenta se recompor. A face ainda está vermelha, mas ela procura aparentar algum controle.

– Está tudo bem? Grethe pergunta, sem tirar o sorriso dos lábios.

– Está melhorando.

– Ah, fico feliz. Sempre pergunto a Linus como estão, mas ele diz que não sabe. Então vim vê-la pessoalmente. Trouxe um pequeno presente ela diz entregando a cesta a Hilda.

– Obrigada a princesa agradece e examina o conteúdo: geléias artesanais e biscoitos caseiros. Parecem saborosos.

– São sim! Eu mesma preparei! A senhorita vai apreciar. E acredito que os convalescentes também poderão provar. É tudo feito em casa.

– Vou perguntar à médica se podem. Obrigada, mais uma vez. E a senhora, como vai?

– Estou bem!

A porta da enfermaria abre-se ruidosamente quando a maca que traz Alberich é empurrada contra ela.

– Bom dia, bom dia diz o enfermeiro que empurra a maca. É alto, forte e parece ter um tronco um pouco desproporcional. Ele encosta a maca ao lado da cama onde Alberich ficará e o pega no colo. Princesa, pode segurar o soro?

– Ah, claro! Hilda se aproxima e segura a garrafinha de soro. O enfermeiro coloca o paciente sobre a cama e a princesa ajeita o soro no suporte.

O enfermeiro agradece a ajuda e cobre o paciente com o lençol.

– Não há de quê a princesa retruca e o rapaz deixa a enfermaria. Ela, então, volta-se para Alberich e diz:

– Seja bem vindo à enfermaria do Hospital Municipal. Como se sente?

– Costurado. Já viu o corte imenso que fizeram na minha barriga?

– É que você teve hemorragia interna e foi operado. Depois você teve uma recaída e precisaram operá-lo outra vez Hilda explica pacientemente.

– Hum... aquela maluca me operou? A tal Dagsland?

– Sim ela esboça um sorriso.

– Como podem deixar uma mulher como aquela operar alguém?

– Ela me parece competente.

– Sabe o que ela disse quando foi me examinar? Disse "toca por quarto" e me chamou de "rosinha".

– Digamos que ela seja exageradamente incomum, mas competente. Está conseguindo salvar vocês. É o que importa.

– Todos os guerreiros-deuses sobreviveram?

– Sim, com a graça de Odin. E espero que em breve possamos voltar à nossa terra.

– Claro, claro ele diz E onde estamos afinal?

– Narvik.

– No continente? Uau! ele diz entusiasmado, e pensa: "Acho que eu vou gostar daqui. Espero sair logo do hospital para ter tempo de desfrutar das belezas do continente. Aposto que tudo aqui é melhor do que naquele fim de mundo."

– Bom, vou deixá-lo descansar. Com licença...

– Obrigado.

Hilda volta para perto de Grethe, que observa tudo com atenção e curiosidade. Olhara rapidamente para o enorme paciente cujos pés passavam da cama. O outro rapaz é ruivo e dorme tranquilamente, o peito subindo e descendo num ritmo lento. Julgou tratar-se de alguém muito misterioso. Mas sem sombra de dúvidas o paciente que acabaram de trazer era o que mais lhe chamava a atenção. Tinha olhos atentos, como se examinasse cada centímetro quadrado do ambiente e estudasse cada coisa a dizer, além de um estranho tom cor-de-rosa nos cabelos. Parecia um homem inteligente, do tipo que não deixava pontas soltas e, de certa forma, lembra Linus.

– Graças a Odin mais um dos meus guerreiros saiu do coma Hilda diz, mas Grethe não ouve. Ainda está perdida em seus pensamentos. Hilda a chama. Sra. Grethe?

– Ah, me desculpe ela balança a cabeça para afastar os pensamentos. Estava distraída.

– Tudo bem.

– Bom, agora tenho que ir. Virei visitá-los mais vezes ela diz com seu indefectível sorriso.

– Está bem. Obrigada.

Hilda agradece e Grethe deixa a enfermaria. A princesa aproveita o momento em que os três guerreiros-deuses estão descansando e vai dar uma olhada nos demais que ainda estão na UTI. Através do vidro, ela observa Hagen, já sem os tubos de respiração, mas ainda sedado. Ao lado dele, Siegfried, entubado, com parte da cabeça enfaixada e um semblante cada vez mais triste.

"Mas o que é que acontece com você?", Hilda pergunta-se. "Não sente que estou aqui? Não sente que a coisa que eu mais quero nesse mundo é que você fique bom?"

– Ah, princesa! Veio dar uma olhadinha neles? uma enfermeira aproxima-se e pergunta.

– Sim.

– Não quer entrar? ela pergunta num sussurro.

– Eu poderia? Hilda enche-se de esperança.

– Bom, não. Mas eu vou deixar só uns minutinhos. Acho que vai fazer bem para ele.

– Eu gostaria, sim!

– Venha comigo.

A moça leva Hilda até um cubículo onde ela desinfeta as mãos e veste a roupa apropriada.

– Doutora Ann não gosta que entrem lá. Tem parente que se descontrola, chora, debruça-se sobre o doente. Mas a senhorita vai se comportar, não vai?

– Sim, claro, me comportarei ela responde, ansiosa por tocá-lo.

– Ótimo. Ponha a máscara, sim? Leve a sapatilha e as luvas. Você as colocará na porta da UTI.

Hilda termina de vestir a roupa e segue a enfermeira até a porta, onde calça luvas e sapatilhas. Ela entra na UTI pisando levíssimo, como se o chão pudesse se quebrar a qualquer momento. Primeiro aproxima-se de Hagen e faz uma prece em agradecimento pela melhora dele. Em seguida, ela passa para o leito de Siegfried. De perto, ele parece ainda mais debilitado. Os olhos de Hilda enchem-se de lágrimas e inevitavelmente uma cai sobre o rosto do guerreiro-deus. Hilda segura uma das mãos dele.

– Eu estou aqui, meu amor ela sussurra, a máscara abafando sua voz. Eu sempre vou estar com você. Sempre. Sempre. Porque eu o amo desde a primeira vez em que você pisou no castelo.

A enfemeira bate de leve no vidro, avisando a Hilda que já é hora de sair.

– Fica bom logo, meu amor ela diz e, antes de sair, acaricia levemente a face do rapaz. Hilda abraça a enfermeira assim que sai da UTI.

– Obrigada! Estou tão feliz por ter me aproximado dele!

– Estou vendo. Não diga nada a Dra. Ann. Ela me mata se souber.

– Não vou dizer! Obrigada! Muito obrigada!

– É uma honra, princesa.

–M -I -T -D -I -R -

– Lars, apareça na prefeitura. Já sei o que você pode fazer para me pagar pelo dinheiro que lhe dei Linus fala friamente ao telefone. Está sentado em sua poltrona na prefeitura de Narvik, com os pés sobre a mesa, as botas engraxadas com esmero, como Grethe costuma fazer desde que se casaram. O prefeito olha as botas e pensa na mulher. "Pelo menos para isso ela serve. E para manter as aparências. Aquela idiota. E ainda vem com história de ter filho. Para que raio eu quero um filho daquela tonta? Eu quero um filho de princesa. Da princesa de Asgard."

Continua...


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Notas finais do capítulo

(1) Eye of the tiger, música da banda Survivor, lançada em 1982, como tema do filme Rocky III



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