Coração de Vidro escrita por BruninhaBlack


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

demorei mas vim akki. Espero que estejam gostando!



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- Só vim te avisar, preciso ver como está Fabiano- pai do meu

marido.

- Como ele está?

- Péssimo. Ainda chora às vezes, mas está tentando seguir a vida-

ela examinou as minhas feições- Diferente de você.

- Por que está dizendo isso?

- Suas feições estão horríveis, você está magra, sua cor meio

amarelada. Parece que está doente.

- Não, estou bem- menti.

Ela segurou meu braço e apontou para o curativo.

- O que é isso?

- Tive que ir para o hospital.

- Tomar soro? Tirar sangue? Por que só se faz isso quando tem algo

assim.

- Fui fazer os dois.

- Você está doente Bella?

- Não- menti outra vez tentando desviar dos olhos de Helena.

Ela me encarou.

- Você está doente Bella? – ela repetiu com mais firmeza.

- Não estou.

Ela apontou para o curativo e me olhou fixamente.

- Você está doente Isabella- pude ver que agora era uma afirmação.

Coloquei as mãos no rosto.

- Estou com anemia- falei por fim.

- Anemia? Meu Deus. Isso pode matar Bella- ela quase gritava.

Era isso que eu queria, para que viver mais? Deixar que a doença

me definhasse era o que eu ia fazer. Acabar comigo era o certo.

- Você não está comendo?

- Estou, mas pouco.

- Pouco, ou seja, nada né?

- Não Helena, vou ficar bem- ia tranqüilizar todos a minha volta,

para depois fazer o que eu ansiava.

- Espero que sim- ela levantou me jogando um olhar de

advertência- Se cuide.

- Ok.

Acompanhei Helena até a porta.

- Dê volta a solidão- cochichei.

Agora a fome estava apertando, fui obrigada a comer alguma coisa.

Fui fazer um lanchinho natural, nada de frituras. Fiz um suco

natural também para poder acompanhar. Me sentei e encarei o

lanche como se fosse a coisa mais horrível que eu ia comer.

Mordisquei um pedacinho sem animo e bebi um pouco de suco.

Mastigava sem sentir o gosto, eu tinha perdido o gosto por tudo. Pela

vida e até pela comida, mas tinha que comer algo.

Poucos minutos tinha me alimentado.

- Chega, não como mais nada por hoje- disse determinada.

Fui de volta ao meu quarto, mas antes de ir algo prendeu minha

atenção. Um retrato do meu amor e eu juntos no Canadá, nosso

passeio de lua de mel. Meus joelhos cederam ao ver aquilo, cai por

´´ terra`` , e meu corpo se prostou diante daquela foto como se

fosse um Deus. Minhas mãos foram para o peito enquanto eu

chorava. Não conseguia ficar um minuto sem sofrer, a dor

amenizava quando eu dormia.

A lembrança de algo me sobressaltou.

- Dormir- repeti a palavra, me levantando em um salto.

Corri para o armário e peguei minha saída nas mãos. O Percocet era

minha única solução. A inconsciência não me trazia alivio total para

o meu sofrimento, ela a tornava mais suportável. Mas sempre

quando eu me dopava eu sabia que a dor estava ali, eu estava

ciente dela, mesmo dormindo. Peguei três comprimidos- sendo que

o ideal era somente um- E engoli, não precisei nem de água. Deixei

o remédio na mesa e comecei a andar de um lado para o outro.

- Age logo, age- exigia entredentes que o remédio agisse.

Olhei novamente a foto e entrei em desespero, destaquei mais dois

e engoli. Fui para meu quarto correndo, parecendo que eu estava

sendo perseguida. Fiquei em pé em frente à cama e esperava surgir

o efeito. Uma leve brisa soprou em meus cabelos, fui em direção e

janela para fechá-la, mas algo me fez paralisar.


´´ Bella`` - ouvi um sussurro acompanhado do vento novamente.

- Quem é? Quem?- olhava para todos os lados, mas não via

ninguém.

´´ Amor `` - novamente a voz.

- Só pode ser o efeito do remédio. É o efeito do remédio- repetia para

mim mesma, mas mesmo assim estava assustada.

´´ O que você está fazendo com você? ``

Tapei meus ouvidos e prensei meu corpo na parede, me encolhendo

da voz.

- Não, não. É o remédio- gritava.

´´ Amor, não faça isso ``

- Saia daqui. Saia.

´´ Bella ``

- Para, pare- chorava.

´´ Não se martirize por minha causa ``

Só podia estar delirando, ficando louca talvez. Não podia estar

escutando aquela voz, aquilo não existia, era sobrenatural. Isso só

podia ser fruto da minha imaginação. Meu anseio era tanto

Fernando, agora o escutava.

´´ Aceite ajuda ``

Procurei ficar quieta, não chorar. Escutar o que a voz me falava,

mesmo que isso fosse besteira minha, eu queria escutar. Era

mesma voz de Fernando, mesmo que fosse ilusão eu queria ter a

percepção que era ele.

´´ Aceita a ajuda `` - a voz repetiu fazendo um grande eco ecoar

em meus ouvidos. Quando mais a voz se afastava, mais era um

sussurro e logo um nada.

Dei três passos á frente e senti algo estranho em meu coração, um

grande solavanco e ele se acelerar. Os batimentos se tornaram

rápidos, parecia que ele ia saltar pela boca. Comecei a sentir falta de

ar, e eu precisar puxar o ar para sentir meus pulmões inflarem.

Comecei a entrar em desespero, abri mais as janelas para entrar

ventilação.

´´ Aceite... ajuda `` - a voz apareceu inesperadamente.

Voltei a ficar de frente a cama e a chorar em desespero por minha

falta de ar.

- Ajuda?- perguntei sufocada.

´´ Sim... ajuda`` - novamente o eco de um sussurro.

Foi a ultima coisa que eu escutei antes de cair na cama

inconsciente.


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Notas finais do capítulo

Bom, por hoje é só. Cap tristes, mas os proximos serão mais.
Comentem okk...

Até Breve!



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