Coração de Vidro escrita por BruninhaBlack
Notas iniciais do capítulo
BOM VAMOS CONTINUAR A HISTÓRIA..
ME DESCULPEM A DEMORA... E AGRADEÇO OS COMENTARIOS,FICO SUPER FELIZ.
Laura apareceu hesitando na porta.
- E ai?
- Estou bem, acho que sou capaz de me levantar.
Jacob apareceu novamente com alguns papeis nas mãos.
- Sua receita, os remedios pra você tomar.... EI! O que está fazendo?
-Me levantando- desci da cama pousando levemente meus pés no
chão.
- Você não está pronta, ainda está fraca Isabella.
Dei um passo a frente.
- Estou bem.
- Não está não.
- Me deixa doutor- revirei os olhos.
No terceiro passo cambaleei para longe da cama, minhas pernas
vascilaram. Jacob correu e me pegou pela cintura antes que eu
caisse. Seus braços quentes me envolveram. Minhas mãos
pousaram levemente em seu peito.
- Confirmado. Teimosia é um dos sintomas da anemia- brincou ele.
Sorri eEstávamos muito próximos um do outro, seu rosto a
centímetros do meu. Seus braços me envolvendo, sustentando meu
corpo fraco. Endireitei minha coluna e tirei rapidamente minhas
mãos dos seus bíceps.
- Está tonta?- perguntou ele preocupado.
- Estou bem.
- Vou pegar a cadeira de rodas- comentou Laura.
Paralisei.
- Não, nem se atreva a fazer isso- resmunguei em voz alta.
- Não consigo te carregar sozinha.
- Nem que eu vá engatinhando, mas não vou de cadeiras-
retruquei.
- Se o problema é esse eu te ajudo Laura- comentou Laura.
- Não precisa- sibilei.
- Sei que está fraca, e não consegue sustentar seu corpo sozinha. Eu
ajudo- insistiu ele.
- Vou abrindo a porta do carro então- Laura saiu.
- Não. Volte aqui- sussurrei baixo para que o médico não ouvisse.
Mas ela se fora. Jacob me conduziu até a porta. Suas mãos
seguravam minha cintura. Eu parecia aquelas senhoras idosas que
precisavam de ajuda para andar. As enfermeiras passavam e
olhavam fixamente para ele,e depois para mim com indiferença.
Quis dar longas passadas para chegar rapidamente ao carro para
acabar com todos aqueles olhares. Jacob percebeu minha pressa.
- Ei,um passo de cada vez. O carro está lá te esperando- ele sorriu.
Fiz uma careta.
- Não precisava se preocupar comigo, podia ter chamado o
segurança para me ajudar, estou atrapalhando você.
- Nossa- ele se retraiu- Que mal agradecida...
- Não quis dizer que sua ajuda não foi de grande importância- pelo
jeito que ele me encarou, desejei cortar minha língua- Estou
atrapalhando você, o seu trabalho especificamente-
completei.- Meu turno acabou, estou indo para meu escritório agora.
- Ah!- não queria desviar de assunto, daquela história doida de eu
ter que receber ajuda de um psicólogo, ou seja, ele.
Chegamos em frente ao carro, ele estava com as portas abertas.
Jacob me ajudou a entrar no banco traseiro.
- Coloque o cinto- exigiu ele.
- Eu já ia colocar- peguei o cinto com ferocidade e coloquei em mim,
olhando de cara feia para ele.
Jake riu da minha atitude infantil.
- Cuide- se bem Bella. Quero receber a noticia que foi curada.
- Para eu ser curada que o Fernando ressuscite- falei inaudível.
Ele franziu o cenho.
- O que?
- Nada. Não precisa se preocupar.
- Me preocupo sim, me preocupo com todos meus pacientes. Mesmo
sendo teimosos me preocupo. Você devia estar agradecendo por
isso- seus olhos invadiram os meus, prendendo minha atenção
naquele olhar serio- E fique sabendo que não faço trabalho pela
metade.
- Não entendi.
- Se eu disse que vou te ajudar, é porque vou te ajudar. Bella,vejo
meus pacientes como meus filhos, às vezes se irritam porque sou
muito paternalista e as vezes chato.
- Isso eu concordo- resmunguei de cabeça baixa.
Ele sorriu.
- Vou até o final, quando vejo que dá para agir eu insisto. Mesmo
sendo difícil, eu luto. Mesmo que seja para outra pessoa, como
você...
Meus olhos marejaram, ele viu minha expressão.
- Deixe- me te ajudar, deixe-me pelo menos tentar. Posso ver o que
está ao meu alcance- ele sussurrou e pude ver a seriedade em sua
face.
Fechei meus olhos, resgatando imagens de Fernando. Minhas
lembranças. Uma lagrima correu.
- Ninguém pode me ajudar Jake,acho que estou nessa para vida
toda.
Ele segurou meu rosto e me forçou a olhá-lo.
- Não, não é assim. Você é que está impondo esta situação em sua
vida, é você. Dê a volta por cima. Você é tão nova e passando por
isso. Não deixe que esta tristeza domine você.
- Não tem como, ela é mais forte que eu...
- Não é. Você é forte posso sentir isso em você, atrás de uma
lagrima há um sorriso querendo oculto querendo transparecer. E
sinto que você está lutando por isso.
Tirei delicadamente suas mãos do meu rosto, queria ir pra casa.
Voltar de volta à tristeza, a minha bolha de completa solidão.
Aquelas palavras estavam me causando mais dor. Ele suspirou
fundo e voltou a me olhar.
- Me deixe em paz- choraminguei.
Ele se afastou e eu fechei a porta. Seus olhos me examinavam.
- Lute. Você é guerreira.
Lágrimas agora dominavam por completo.
- Tchau- coloquei as mãos no rosto, tentando cessar meu desespero.
- Tchau Doutor- murmurou Laura.
Vi pelas frestas dos meus dedos ele assentir lentamente. E caminhar
para dentro do hospital novamente. Por todo o trajeto de volta a
minha casa, Laura permaneceu quieta, me deixando chorar. Nada
ela podia fazer.
Minutos depois estávamos em frente ambos as casas. Desci do
carro, andando lentamente em direção a porta da minha casa. Laura
me seguiu.
- Não, Laura. Por favor, me deixe sozinha. Preciso de um tempo
sozinha- disse baixinho com a voz rouca.
- Ok. Qualquer coisa me liga que estarei aqui- ela me beijou na
fronte.
Abri a porta e a fechei rapidamente. Novamente, mais dor, mais
cortes provocados ao meu coração. Peguei a toalha e fui para o
banho. Joguei minhas roupas no chão e fui para o chuveiro.
Normalmente eu só não tomava banho por higiene, mas para
relaxar. Sempre depois que casamos, nossos banhos eram juntos.
Meu corpo junto ao seu, seus braços me envolvendo debaixo da
água quente, sua boca roçando o lóbulo da minha orelha, palavras
de amor..
Agora era só. Minhas lagrimas acompanhavam as águas que
escorriam por meu corpo. Fiquei ainda um bom tempo chorando
debaixo do chuveiro, resgatando minhas memórias...
Sai do banheiro enrolada na toalha e fui para meu quarto. Peguei a
roupa mais confortável que tinha e vesti, uma camiseta de malha e
uma calça de moletom. Me dirigi para a sala e deitei no sofá, ainda
com a dor me corroendo. Ouvi um leve toque na porta, fui atender.
Quando abri, tive vontade de chorar ainda mais. Era a mãe do meu falecido marido. Seus olhos estavam marejados, sua boca tremia. Eu a abracei, uma consolando a outra.
- Que bom te ver aqui.
- Eu também querida- ela murmurou baixinho.
- Entre- gesticulei para a sala.
Helena entrou com alguns papeis nas mãos e se sentou no sofá. Me
sentei ao seu lado segurando suas mãos.
- Aconteceu alguma coisa?- perguntei.
- Nada de grave. Eu acabei de chegar do tumulo dele... – ela limpou
uma lagrima.
- Está tudo normal?
- As flores que deixou ainda estão lá, lindas. Só vim mesmo para te
contar uma coisa- ela abaixou a cabeça.
- Conte.
- Não fique nervosa comigo Bella, mas tive medo de você não
aceitar. Só estou realizando o desejo do meu filho.
- Por que ficaria nervosa?
- O desejo dele era quando morresse, seus órgãos fossem doados.
Ele sempre teve vontade de salvar uma vida...
Chorei ainda mais.
- Os órgãos deles foram retirados minutos depois que ele morreu.
Estavam em perfeito estado.
- Quais foram?- solucei com o choro.
- Coração, fígado e rim. São três crianças que vão receber, e gostaria
que quando elas tivessem boas, você fosse visitá-las.
- Eu vou sim. Em saber que meu amor salvou vidas...
Mesmo assim não me trouxe felicidades, porque aquilo teve um
custo. Ele morrer..
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Por hoje é só florzinhas... em breve continuo. Espero os coments de vcs podem expressar o que acharam... Bjuss