Eu acordei ofegante, passei a mão pelos meus cabelos e eles estavam molhados. Levantei da cama e fui até a cozinha, precisava de água.

-O que você esta fazendo aqui?-

A Annabeth estava sentada numa cadeira com um copo de água na sua mão.

-Senti sede e vim tomar água. Você esta todo molhado. O que aconteceu?-

Ela se levantou e colocou a mão na minha testa. Sua mão ficou molhada.

-Tive um pesadelo. E vim tomar água-

Ela voltou a se sentar. Eu bebi um pouco de água e sentei ao seu lado. Ela brincava com o copo a sua frente.

-Como foi seu pesadelo?-

Ela perguntou ainda sem tirar os olhos do copo.

-Foi estranho... Não quero contar. Que horas são?-

Ela olhou o relógio na parede da cozinha.

-5 da manhã. Daqui a pouco meus pais vão acordar. Eles gostam de acordar cedo-

-Você sentiu sede mesmo ou foi outra coisa?-

Ela parou de brincar com o copo e seus olhos azuis encontraram com os meus.

-Esta muito curioso Bieber. Mas é que eu não consegui dormir. Digamos que estou acostumada a dormir na minha cama!-

Ela deu um sorriso sem graça.

-Annabeth, você vai com a gente tomar banho no rio?-

-Não sei... Talvez meus pais não deixem eu ir. Eles são um pouco protetores demais!-

-Mas eles podem ir. Ou você acha que a gente ia sozinho? Acho que nem em sonho que a Sra. Pattie iria me deixar ir sozinho até a esquina-

-Ela se preocupa com você, devido a sua fama e seus fãs são capazes de fazer tudo para conseguir um autógrafo. Eu sei disso porque eu tenho meus ídolos-

-E quais são seus ídolos?-

Ela se sentou na bancada da pia e ficou balançando os pés.

-Usher, Michael Jackson, Selena Gomez, Taylor swift, Steven Wood e Alicia Keys-

-Nossa você tem muitos! Você gostaria de conhecer alguns deles?-

-Eu já fui ao show da Taylor e entrei no camarim foi um dia maravilhoso. Mas adoraria conhecer a Selena Gomez, eu a admiro. É uma cantora maravilhosa!-

Ela tinha um lindo sorriso em seu rosto enquanto falava da Selena. Sorri para ela.

-Eu conheço a Selena ela é uma pessoa muito amigável e carinhosa. Acho que foi por isso que nós tornamos tão próximos que algumas pessoas dizem que somos namorados-

-Tenho certeza que você adoraria namorar com a Selena. Estou mentindo?-

Dei uma risada. Ela estava mais do que certa. Apesar de ser amigos eu sim gostaria de namorar-la.

-Vem cá!-

Ela desceu da Bancada e me puxou. Chegamos à varanda da casa e o sol brilhava, ao longe ouvi o canto dos pássaros.

-Tem vida melhor que essa?-

Ela perguntou para mim, mas não lhe respondi.

Depois de todos nós tomarmos o café da manhã, arrumamos nossas coisas para ir até o rio. Meus pais queriam que fossem daqui a uma semana, mas com os pedidos insistentes dos meus primos acabaram concordando de ir hoje.

Ás 8 horas todos nós estávamos já entrando em uma trilha que meu tio Harold dizia conhecer como a palma de sua mão.  Uma enorme quantidade de pessoas ia à frente cantando musicas ou falando de como a natureza era bela.

Minhas avós e algumas primas ficaram no sitio para cuidar do jantar quando voltássemos de noite.  Enquanto eu ia animado lá na frente Annabeth ia calada e sozinha lá atrás. Parei e esperei até que ela estivesse perto o suficiente para eu puxar papo.

-Oi!-

-Oi! Aqui é muito bonito não?-

-Com certeza. Acho que minha próxima musica vai ser sobre a natureza-

Ela olhou para mim e me deu um leve empurrão.

-Você é sempre assim?-

-Não! Tem momentos que falo seria. Tipo agora-

-Você não vai criar uma musica sobre a natureza-

- é você tem razão... Mas quem sabe um dia?-

-Você que sabe-  

Foram longas horas em silêncio.  Até que o tio Harold avisou que estávamos perdidos.

-Como assim perdidos? Você disse que conhecia essa mata como a palma de sua mão!-

Minha mãe já estava ficando um pouco estressada, meu pai tentou acalmá-la enquanto Harold coçava a sua careca.

-Tio, mas como vamos sair daqui?-

-Eu consigo achar o caminho de volta! Vamos pessoal-

Ele fez sinal para todos seguirem ele, mas ninguém se mexeu. A gente sabia muito bem que ele não iria achar o caminho de volta e que iria só fazer a gente ficar mais perdido do que a gente estava. Se isso fosse possível. 

-Gente olha o que eu encontrei!-

Josh meu primo mais velho apontava animadamente para a entrada de uma caverna.

-Isso pode ser perigoso!-

 -Que isso Pattie! O mínimo que a gente vá encontrar ai são alguns morcegos ou cobras-

Annabeth deu um passo para trás e minha mão ficou mais branca do que as nuvens. Ela tinha certo pavor a cobras, morcegos, ratos e baratas.

-Acho que falei demais... Vamos entrar ou não?-

Todos entraram naquela caverna.  Os meninos animados porque estavam em uma “aventura” saíram correndo para ver o final da caverna o resto do pessoal ficou procurando um lugar para colocar as mochilas.

-Alo!!!!!!!!!!!!!-

A voz de alguém ecoou por toda a caverna. A Annabeth que estava logo atrás de mim fez questão de agarrar a minha mochila.

-Calma foi algum dos meninos fazendo leseiras-

-Mas é que eu já li sobre cavernas e há coisas que podem levar a desabamento e isso pode soterrar gente aqui por milhares de ano-

-Calma Anna, eles não vão fazer nada que vá acontecer isso-

Eu e a minha enorme boca. Mal terminei de falar e tudo começou a estremecer. Minha mão começou a se desesperar e meus tios foram atrás dos meninos.

A Annabeth segurou com força a minha mão, ela estava começando a doer.  Os meninos voltaram para aonde a gente estava gritando e chorando.

-O que vocês fizeram?-

- A gente achava que nessa caverna tinha ouro e fomos fazer uma pequena escavação só que alguma coisa deu errado. E o tio Matt foi ver o que estava acontecendo e uma pedra caiu na cabeça dele e agora ele morreu e é culpa da gente-

Os meninos voltaram a chorar.  Annabeth segurou mais a minha mão e eu puxei ela para sairmos dali. Mas a entrada havia sido fechada por uma enorme quantidade de areia e pedras.

-Droga a entrada se fechou! Não podemos sair daqui-

Todo mundo se desesperou e começaram a gritar. Uma enorme quantidade de areia se espalhou por todo o lugar, me forçando fechar os olhos. A Única coisa que eu sentia era a mão da Annabeth e os gritos dos outros.

Aos poucos Annabeth foi desapertando a sua mão até que ela se soltou de mim.

-ANNABETH!-

Gritei mais minha boca ficou cheia de areia. Fiquei de quatro no chão e comecei a engatinhar.

Enquanto eu sentia a terra e algumas pedras pequenas machucavam meu joelho, senti uma forte dor na minha cabeça e minhas pernas começaram a ficar moles. Senti meus olhos ficarem pesados e todo o barulho cessar ouvindo apenas o silêncio.