Cão e Gato escrita por HannahHell


Capítulo 6
Capítulo 5: Epifania.




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Pela primeira vez na vida, Tonks estava ouvindo um sermão que ela concordava que merecia. E, o mais impressionante era que, ela realmente estava OUVINDO o sermão. E isso era muito estranho, pois normalmente Tonks apenas filtrava tudo que Kingsley Shacklebolt dizia de modo que ela só ouvisse o que fosse importante para sua missão e não o que se referia à responsabilidade, pontualidade e obediência.

-A senhorita faz idéia da vergonha que você fez, não só este departamento, mas como todos os aurores passar? – o superior começou com a voz calma, mas um brilho desapontado nos olhos que fez Tonks encolher os ombros e olhar para seus sapatos.

-Se servir de consolo, a vergonha que eu causei, não deve ser nem a metade da vergonha que eu estou sentindo, senhor - ela murmurou achando que seus tênis da moda eram muito, mas muito interessantes.

-Ainda bem que a senhorita se sinta assim – o homem continuou andando de um lado para o outro. O tom sério e controlado que ele usava deixava a jovem auror aflita. Por que será que aquele homem simplesmente não grita? Seria tão melhor se ele estivesse gritando com ela.

-Senhor, eu devo afirmar que eu consegui o Modus Operandi do suspeito e seguindo essa informação posso prever o próximo lugar que ele vai atacar e...

-Chega – o homem a interrompeu e Tonks olhou para cima confusa  - a senhorita está afastada do caso até me provar que é capaz de cumprir esta missão sem humilhar o departamento de investigação dos aurores.

-Mas senhor! Se eu não começar a trabalhar nas informações que obtive, Christopher Borgin vai continuar livre e na ativa!

-Que isso lhe sirva de lição – o homem a encarou e deixou claro, apenas pelo seu olhar que ele estava sério e que não mudaria a opinião.

-Eu posso provar, só me dê mais uma chance – com um gesto com as mãos Kingsley calou a auror.

-Está dispensada – ele continuou – volte apenas se tiver uma idéia que valha a pena.

-Sim senhor – ela disse entre dentes e saiu da sala batendo os pés.

Ela olhava para o chão enquanto percorria os corredores do ministério chutando o ar e reclamando para o nada.

-Aquele metido a importante, quem ele pensa que é para me afastar do meu caso? Primeiro ele chega com um papo ‘você é minha única esperança’ e agora me tira do caso? Esse Kingsley pode enganar todo mundo com aquele jeitão sério e bonzão dele, mas eu sei que na verdade ele é um cara malvado que dá doces para criancinhas e quando elas estão se deliciando, ele tira o doce só para ver os pobrezinhos chorarem. Mas ele e aquela careca lustrada dele vão ver só. Eu vou prender aquele fedelho sozinha e vou esfregar isso na cara dele. E vou roubar o cargo dele e vou mandar ele parar de lustrar a careca e tirar aquele brinco tosco e – mas antes que pudesse terminar com o seu plano maléfico, a jovem auror trombou com alguém e caiu para trás – era só o que me faltava.

-Ninfadora? Você está bem?  -a voz de Arthur Weasley soou nos ouvidos dela e a jovem ergueu a cabeça, apenas para conferir os óculos de tartaruga olhando preocupados para ela.

-Na verdade não - ela respondeu e aceitou a mão que ele estendia e se levantou – acabei de ser afastada do meu caso.

-Por quê? – Arthur perguntou enquanto a assistia desamassar e tirar a sujeira da roupa com as mãos.

-Bem, aquele maldito do Kigsley decidiu que eu tinha de ficar de castigo só por que eu sem querer acabei deixando o meu suspeito fugir e me humilhar no Baile de Hogwarts. Mas o que aquele careca esqueceu foi que eu consegui informações valiosas para o caso. Informações essas que o orelha furada nem quer ouvir!  -ela bufou e cruzou os braços na frente do peito murmurando todo tipo de maldição e xingamento que ela conhecia contra Christopher Borgin e Kingsley Shacklebolt.

-Talvez ele queira que você tire um tempo para pensar no que você fez de errado para que isso não aconteça mais – Arthur ponderou enquanto os dois começaram a andar na direção das lareiras.

-Eu sei, mas ele pelo menos, poderia me deixar pensar nas minhas ações na minha sala. Agora eu vou ter que voltar para casa e aguentar a minha mãe fazendo sermão. E eu já ouvi sermão demais por hoje.

-Eu estou indo almoçar com um velho amigo agora, o que acha de me acompanhar e se distrair um pouco? – o senhor Weasley indagou sorrindo simpaticamente.

-Você vão ficar conversando sobre quadribol?

-Provavelmente.

-To dentro – os dois decidiram deixar o transporte pelas lareiras de lado e aparataram no Beco Diagonal.

Chegando na rua mágica, Tonks se sentiu um pouco melhor por não ter de contar sobre o seu afastamento para a sua mãe, e também, por que Arthur Weasley conseguia a divertir com as histórias bizarras do seu trabalho. Os objetos trouxas eram realmente estranhos. E o que mais a agradou, foi terem chegado ao restaurante preferido de todo funcionário do Ministério cujo salário era ridiculamente ruim: O Mickey’s.

-Boa escolha, senhor Weasley. Esse lugar é bbb – Tonks comentou entrando no estabelecimento com o homem.

-bbb?

-É, bom, bonito e barato – ela explicou rolando os olhos como se isso fosse algo óbvio.

O homem riu e percebeu como os jovens falavam uma língua completamente estranha – ali ele está – informou acenando ao avistar um homem que estava sentado numa mesa perto da janela.

Ele tinha cabelos curtos e castanhos salpicados de alguns fios brancos, mesmo assim não parecia ter nem quarenta anos. Sua face era cansada e magra, como alguém que não come uma refeição decente em anos. Seus olhos eram castanhos e simpáticos e, apesar de tudo em sua aparência atual querer gritar ao contrário, Tonks sabia que se o homem estivesse saudável ele seria muito bonito.

-Tonks, este é Remo Lupin. Lupin, está é Ninphadora Tonks – o ruivo riu quando a auror fez uma careta ao seu primeiro nome ser mencionado.

-Prazer em conhecer-te, Ninphadora – Lupin sorriu e estendeu a mão.

-O prazer é meu, mas me chame de Tonks, esqueça do Ninphadora, por favor – ela apertou a mão do homem sorrindo.

-Ela é uma estreante na arte de ser auror – Arthur explicou.

-É, e o careca do meu chefe decidiu me deixar de ‘castigo’ só por que cometi um erro de nada. Vê se pode!  -ela rolou os olhos – mas por que falar de mim. Você não era o tal professor super legal de DCAT que os gêmeos falaram?

-Era – ela pareceu um tanto triste com isso e Tonks teve uma vontade imensa de se bater por trazer à mesa justo um assunto que o magoava  -mas agora estou procurando emprego.

-Poxa, mas você também é tonto. Foi pegar justo o cargo amaldiçoado. Isso que dá – ela riu -  você teria tido mais sorte se fosse dar aulas de qualquer outra matéria. Como ,por exemplo, poções, no lugar daquele chato do Snape.

-Ah sim, tenho certeza que os alunos adorariam outro professor de poções - Lupin riu.

-Mas que tal falarmos de coisas mais legais do que como o Snape é uma mala sem alça? – Tonks começou  - algum de vocês tem alguma idéia de um assunto interessante?

Arthur começou a falar sobre a liga inglesa de Quadribol e os três começaram uma discussão calorosa em defesa de seus times. Sendo só interrompidos  para fazer os pedidos.

Era engraçado como os três acabaram por cada um torcer para um time rival e como se mostraram torcedores fieis em suas defesas de qual dos três times – que por acaso lideravam o campeonato praticamente empatados – iriam vencer.

A comida e as bebidas chegaram e os três ficaram um tempo quietos apreciando a comida, quando Lupin se lembrou de algo interessante.

-Arthur, eu consegui um convite para a exposição que terá no Museu Mágico – ele começou – parece que será interessante.

-É, o que está em exposição?  - o homem indagou interessado, pensando se a exposição seria um lugar interessante para levar a esposa num passeio romântico.

-Um Ovo de Fabergé feito inteiramente por duende – o ex-professor contou.

Tonks, que estava um tanto alheia a conversa, prestando atenção em como a almôndega da sua macarronada parecia fugir do seu garfo ficou extremamente interessada ao ouvir as palavras ‘exposição’ e ‘museu’ na mesma frase.

-Esse ovo é muito valioso? – ela perguntou entrando no meio da conversa.

-É, por quê? – Lupin parecia confuso com o súbito interessa da garota em algo que não fosse as almôndegas fujonas.

-É algo importante. Quão valioso ele é? – ela falava rapidamente enquanto uma avalanche de pensamentos passava por sua cabeça.

-Estima-se que ele valha 10 mil galeões. É o objeto mais valioso do mundo em exposição no momento.

-Dez mil! – ela arregalou os olhos, com um valor desses até mesmo ela ficaria tentada em roubar o ovo – a mais valiosa? Quer dizer que ela tem a maior proteção possível.

-É, mas por que o interesse? Está pensando em roubá-la? – Lupin brincou e ela lhe encarou intrigada.

-Não, mas estou pensando em impedir que essa peça seja roubada – ela respondeu se levantando e deixando duas moedas, uma dourada e uma prateada na mesa – desculpem-me, mas eu tenho que ir.

-Por que? – o Senhor Weasley finalmente se pronunciou.

-Acabei de achar uma maneira de burlar o meu castigo. O careca vai ver só! – ela anunciou e saiu com passos rápidos do restaurante.


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Notas finais do capítulo

me perdoem pela demora, mas eu tava com um tremendo bloqueio para essa fic Ç_Ç