E se Fosse Verdade escrita por EmyBS


Capítulo 2
Crise de riso




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Na manhã seguinte acordamos cedo para pegar o café da manhã do hotel e decidirmos nosso próximo destino. Dezoito pessoas decidindo alguma coisa era terrivelmente estressante. Cada um queria fazer alguma coisa diferente, mas queriam estar todos juntos. Ficamos algumas horas no hall do hotel sentados vendo preços de passeios e diversas outras opções. No final a maioria decidiu andar de bicicleta pela cidade. Eu suspirei, mas fiquei feliz com a decisão eu não iria andar de bicicleta. Eu não tinha nenhum equilíbrio, eu conseguia tropeçar até descalça e eu não pretendia conseguir tão cedo algum hematoma ou deslocar um braço. Era mais seguro me manter longe dessas coisas perigosas.

Felizmente minha amiga tinha total conhecimento das minhas tragédias de me manter em pé e não questionou o fato deu preferir fazer um programa mais seguro. O tempo estava bem nublado, mas eu achava esse tempo perfeito para se ir a praia, por isso subi para o quarto a fim de colocar o biquíni e ir o quanto antes. E como eu estava sozinha nem precisaria me preocupar muito de estar com tão pouca roupa.

A praia estava vazia e eu me acomodei na minha canga para continuar a ler meu livro. Nada era mais relaxante. Em alguns momentos eu levantava meu olhar para ver a paisagem, pois era maravilhosa e refletir sobre alguma passagem. Em um desses momentos em que eu parava para refletir sobre como seria correr nas costas de um vampiro pela floresta, eu reparei em um garoto sentado a uma curta distância de mim. Eu não tinha percebido ele aparecer, mas eu nunca percebia nada mesmo quando estava lendo. Normalmente as pessoas tinham que me bater para obter a minha atenção.

Dirigi meu olhar para o garoto que eu podia ver de perfil e fiz uma careta, pela pele extremamente branca devia ser um daqueles europeus metidos que obviamente deviam estar hospedados por aqui por perto. E eu não tinha me enganado ontem a noite, ele era lindo, daqueles que você nem sonha encontrar na rua, daqueles que você tem certeza que é puro photoshop. Se eu não fosse uma pessoa muito controlada nesse sentido eu juro que estaria de boca aberta e estávamos num lugar conhecido por ter muitos modelos, mas isso era normalmente na alta temporada, o que aquele deus grego estava fazendo ali tão perto de mim?

Voltei minha atenção para o livro, não era agradável ficar encarando as pessoas numa praia praticamente deserta, mas não conseguia não deixar de pensar no garoto perfeito ao meu lado e olhei para cima mais uma vez e dessa vez meu coração deu uma leve parada. Ele tinha a cabeça voltada para mim apoiada no ombro e manteve o seu olhar mesmo quando percebeu que eu o estava encarando. Na verdade eu não podia ter certeza absoluta se ele olhava para mim ou para a paisagem atrás de mim, seus olhos estavam ocultos por um poderoso óculos escuro e eu não conseguia enxergar nada.

- Where are you from? - sua voz era uma delicia, eu amava vozes.

- Brasil. - minha voz foi um sussurro que eu cheguei a pensar que ele não ouviria, normalmente as pessoas não ouviam.

- Um lugar ensolarado, onde no Brasil? - abri a boca pela primeira vez, ele falava português?

- Rio. Você fala português! - ele riu da minha cara e eu fechei a boca.

- Carioca então! - ele se virou me olhando de frente e meu olhar percorreu pelo corpo perfeito dele. Pronto! Já tinha valido a pena a viagem. Que corpo era aquele! E eu nem era muito fã de corpo perfeito, mas aquilo nem eu podia deixar de admirar.

- Você devia passar protetor solar! - a sua pele era tão branca que estava me deixando preocupada, esses europeus vem pra cá e ficam que nem uns pimentões.

- Por quê? - ele me encarava como se me analisasse, mas eu não podia ter certeza sem ver seus olhos escondidos atrás do óculos escuro.

- Você é quase transparente. Vai ficar um pimentão mesmo com esse mormaço. - ele sorriu da minha preocupação.

- Talvez, mas eu acho que vou arriscar. - seu sorisso começava a me irritar, ele era realmente metido.

Nesse momento o vento mudou de direção vindo dele para mim e eu me arrepiei mais uma vez o vento estava gelado. Esse lugar era muito gelado com esses ventos, não entendia como aquele garoto podia ficar tranquilamente sem camisa por aí. Então eu tive um estalo e comecei a rir sem parar, eu sempre tinha crises de riso do nada, era horrível e o pior era não conseguir parar me sentei tentando mudar de posição e respirar calmamente, mas não adiantou eu simplesmente não conseguia parar enquanto olhava aquele garoto branquelo na minha frente.

- Seu sorriso é lindo! - porque eles sempre me diziam isso? mas eu o encarei sem graça agora ainda rindo.

- Então o que é tão engraçado? - ele estaria curioso?

- Você! - eu apontei para ele voltando a ter um acesso de risos, a minha barriga começava a doer.

- E eu posso saber o que eu fiz de tão engraçado? - para minha sorte ele estava brincalhão.

- Você me lembra alguém. - será que eu iria conseguir parar de rir em algum momento?

- Como assim? Quem? - havia uma ponta de desespero na sua voz ou é impressão minha?

- Edward Cullen.

- Quem é Edward Cullen? - sua expressão era seria agora.

- Em que mundo você vive? - eu olhei incrédula para ele.

- No mesmo que o seu, agora você vai me responder ou vai continuar a rir da minha cara. - seu tom era seco e eu parei de rir.

- É o personagem de um livro. - eu tentava ao maximo segurar o riso.

- Eu pareço um personagem fictício?

- Sim. - eu reconheci ao longe minha amiga me chamando e me levantei.

- Aonde você vai? - ele também estava de pé.

- Almoçar. Quer vir também? - eu já tinha guardado tudo na bolsa e colocava o vestido.

- Não, não estou com fome. - cai na gargalhada mais uma vez.

- O que foi? - algo me dizia que ele estava começando a se irritar.

- Isso seria exatamente o que Edward diria. - ele fechou ainda mais a cara.

- Tchau, tenho que ir agora. Foi divertido! - e sai correndo em direção a minha amiga não me virando nenhuma fez para trás.

- Que isso hein! Conhecendo os nativos? - minha amiga me sorria irônica.

- Acho que ele não é daqui? - olhei para trás, mas ele não estava mais lá.

- Por quê? De onde ele é?

- Ele é muito branco! Eu não perguntei de onde ele era, mas ele falava português! - a encarei confusa.

- E qual o nome dele? - foi nesse momento que eu me toquei e ri mais uma vez.

- Não faço a mínima ideia! - eu tinha voltado ao meu ataque de riso.

- Como assim você não perguntou? - minha amiga estava em choque.

- Não. Vamos chamá-lo de Ed se você prefere! - eu a segurei pelos ombros sabendo que ela me encheria de perguntas.

- Então. Já é ou Já era? - eu odiava aquela pergunta, mas continuei rindo.

- Já era.

- Por quê? - ela me encarou com espanto.

- Perfeito demais!

Rimos juntas e continuamos caminhando em direção ao restaurante para nos encontrarmos com o resto do pessoal. Enquanto eu estava flertando com o Ed, segundo a minha amiga, eles tinham decidido ir ao cassino do Conrad a noite para conhecer. Eu amei a idéia apesar de não ser fã de cassinos, gastar dinheiro desse jeito não era o meu forte, mas eu queria conhecer o lugar. Passamos a tarde tirando mais mil fotos de outros lugares diferentes e participamos de um tour pela cidade aonde conhecemos um pouco melhor a história do lugar e durante esse tempo eu não pensei nem uma vez no branquelo metido.


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