E se Fosse Verdade escrita por EmyBS


Capítulo 17
Confusa


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo... Por favor, comentem!!! Isso me deixa muito feliz!!! Beijinhos...



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O sol me despertou me fazendo rolar na cama manhosa. Me espreguicei sorrindo, fazia tanto tempo que não me sentia tão leve e feliz. Senti uma mão circulando minha barriga descoberta e abri os olhos rápido lembrando da noite anterior. A mão que me tocava era quente. Os olhos que me encaravam carinhosamente eram verdes. Olhei ao redor corando com a intensidade daquele olhar e me dei conta que não sabia onde estava.

- Estamos no meu apartamento... – Rodrigo respondeu minha pergunta muda rouco, me fazendo franzir o nariz.

- Eu consigo ler seu olhar perfeitamente Bells... – ele sorriu, um sorriso enorme e radiante, quente e reconfortante.

- Bom dia para você também leitor... – resmunguei fazendo careta e ele gargalhou me fazendo rir também.

- Bom dia minha princesa! – ele murmurou mordiscando meu ouvido.

O calor do corpo dele perto do meu, o cheiro amadeirado, a intensidade do olhar, a falta de receio em me tocar, sentir o peso do corpo dele sobre o meu, a certeza que ele ainda estaria ali, as marcas despreocupadas pelo meu corpo, a pele morena dele avermelhada aonde eu o marquei, os suores misturados, falta de fôlego, descontrole, despreocupação.

Rodrigo era intenso.

Não havia receio nos seus atos, apenas desejo.

Cada toque, cada beijo tinha o objetivo de me enlouquecer, de me realizar, como se ele soubesse que eu precisava daquilo. E como eu precisava. Meu corpo ardia de necessidade, não era amor, espiritual era físico, era carne, era desejo, eram corpos, gemidos, suspiros. Alguns diriam que era luxuria, mas para mim isso é apenas uma necessidade humana.

Humanos precisam amar plenamente.

Talvez fosse esse o problema. Carlos não era humano e não entendia a minha necessidade de querer algo mais próximo, mais intimo, mais completo. Mas no inicio Carlos parecia tão impulsivo, tão envolvente, mas algo no fundo me diz que naquela época ele não estava interessado em saber se eu sobreviveria ou não. Talvez isso fosse bom, pois significava sentimentos dele por mim.

Certo, pensar em Carlos abraçada a Rodrigo na cama dele não era nada legal.

- O que quer comer? – Rodrigo sussurrou no meu ouvido.

- Nada, acho melhor voltar para casa – as possíveis consequências dos meus atos começavam a me despertar. Carlos estaria furioso e poderia descontar em Rodrigo, eu nunca me perdoaria se algo acontecesse a Rodrigo por minha culpa.

- Arrependida? – o tom de voz dele deixava claro que estava magoado.

Rodrigo se levantou rápido colocando a calça que havia ficado no chão sem olhar na minha direção, mas seus olhos deixavam claro que estava desapontado, seus movimentos eram tensos.

Carlos me deixava frustrada e eu deixava Rodrigo frustrado.

Era um ciclo vicioso e eu esperava realmente que alguém deixasse Carlos frustrado para pelo menos termos um equilíbrio de frustrações nesse doido relacionamento que estávamos tendo.

Sem Rodrigo na cama os lençóis começavam a ficar frios e eu não queria sentir frio, não ali e não agora. Eu precisava do calor dele como uma droga, uma necessidade. Eu iria enlouquecer com aquilo tinha certeza disso.

Ele me olhou com os olhos tristes e eu me dei conta que não havia respondido a sua pergunta. Suspirei fechando os olhos. Eu estava arrependida?

- Não é arrependimento. – respondi mordendo o lábio inferior e também começando a me vestir.

- Mas ta louca pra voltar pra ele! – agora havia raiva mesclada a decepção e meus movimentos eram mais rápidos para sair dali.

Eu não queria aquele tipo de conversar. Ele não tinha o direito de me questionar. Ele sempre soube que de alguma insana maneira eu amava Carlos.

- Você não tem nada haver com isso! – rebati terminando de vestir minha blusa, meu rosto começando a ficar vermelho de raiva.

- Eu não tenho nada haver? – ele me segurou firme pelo braço me fazendo girar para encará-lo – Foi nos meus braços que você dormiu, na minha cama...

Havia ameaça e desespero nos olhos dele.

Olhos verdes intensos.

Tudo em Rodrigo era intenso, os olhos, a voz, o cheiro, o toque, o calor, o ritmo, o beijo...

Meus lábios buscaram os dele com uma urgência desconhecida, eu queria sentir aquela intensidade que vinha dele, aquele calor, aquela loucura sem freio, queria sentir o coração dele se descontrolar, a respiração falhar, o corpo tremer, queria as mãos dele suadas pelo nervosismo, as marcas dos dedos dele na minha pele, queria puxar os cabelos dele e ouvi-lo gemer de dor e prazer, queria ferir a pele dele e vê-lo reagir, eu realmente queria toda aquela intensidade que vinha dele.

De uma maneira insana eu queria Rodrigo.

Me separei dele antes que perdêssemos o controle e eu acabasse na cama mais uma vez. Ele me abraçou forte não querendo me deixar partir, mas era preciso. Sorri me soltando dele e pegando minha bolsa andando em direção a porta.

Rodrigo passava a mão pelo cabelo nervoso.

- Tchau Rodrigo! – olhei para trás e os olhos dele pareciam angustiados.

- Fica Bells! – ele parecia implorar, mas eu sorri.

- Eu preciso ir pra casa. – tentei sorrir, mas algo na expressão dele me fez recuar abrindo a porta me fazendo querer sair dali.

- Volta pro seu vampiro sugador de sangue então! – ainda ouvi a voz áspera de Rodrigo antes de fechar a porta.

Ele disse vampiro?

Sugador de sangue?

Rodrigo não tinha como saber, ou tinha? Senti meu coração falhar. Ele sabia o risco que corria ao me ter em seus braços e mesmo assim arriscava? Ele sabia que o homem ou ser que eu amava era um vampiro? Como ele poderia saber? Eu tinha dito em algum momento sem me dar conta?

As duvidas me atingiram como um tapa violento.

Praticamente corri de volta para casa, meu carro estacionado na frente do prédio. Eu queria respostas, mas não sei quem era a melhor pessoa para me dá-las. Tinha certeza absoluta que Carlos sabia plenamente aonde eu tinha passado a noite e pedia aos céus que pelo menos ele não fosse masoquista ao ponto de ficar escutando. O que só pioraria o seu humor.

Pensando bem eu não tinha certeza se queria encontrar Carlos tão cedo depois dessa noite.

Talvez fosse melhor colocar os pensamentos em ordem primeiro.

Mas eu sentia no intimo duas verdades contraditórias:

Eu queria Rodrigo e amava Carlos.

Eu estava enlouquecendo.


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