Its Him escrita por Marota_Aluada


Capítulo 11
Segredos


Notas iniciais do capítulo

Oi !
Como vai ? Sabe... agora é a hora, vocês são saber os segredos do Will.
Espero que gostem !
Enjoy !



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Segredos

Foi a noite mais bem dormida que eu já tive desde que nós estávamos na estrada.

Uma sensação maravilhosa de paz e amor percorria meu corpo cada vez que eu apertava o corpo de Will mais junto a mim. Sabia que ele provavelmente estaria desmaiado ainda, até porque ele perdeu muito sangue, mas procurava não pensar nisso para não me preocupar. Eu tinha acordado já a algum tempo, mas continuei de olhos fechados aproveitando o momento.

Minha cabeça encostada no peito de Will me fazia ouvir o barulho silencioso da pulsação de seu coração, que estava calmo. Ele se mexia de vez enquanto, mas era como se ele não quisesse alterar minha posição. Como se soubesse que eu estava aqui e quisesse me deixar confortável do meu jeito.   

Sua grande mão estava depositada em minha cintura por baixo dos cobertores. Algumas vezes ela descia até minha coxa, ou outras ela subia até minha barriga... acho que era uma tentativa de carinho.

Ele se mexeu novamente, suspirando fortemente.

E depois de alguns segundos eu senti dedos passeando por meus cabelos.

Ele acordou.

Seus dedos eram suaves e deslizavam de meu cabelo para meu rosto, contornando minhas linhas.

Comprimi um sorriso. Para ele, eu estava dormindo.

- Sinto muito... – sua voz grave como a do pai falava baixinho, somente para mim. – Você não merecia ver aquilo... não mesmo...

- Você acha mesmo? – disse eu, não me contendo.

Abri meus olhos e encarei o rosto pálido.

- Você esta acordada a quanto tempo? – perguntou ele, surpreso.

- Te faço a mesma pergunta.

- Acordei a pouco. – sorriu ele.

- Ficou surpreso por me encontrar aqui e... assim? – perguntei eu, apoiando meu queixo em seu peito.

- Um pouco. – disse ele, que ainda sorria. -     Mas... eu gostei.

Passei minha mão por sua bochecha.

Por um momento nós só ficamos nos olhando, matando a saudade de dos sentir até que ele quebrou o silencio.

- Eu não lembro de nada. – disse ele.

- Que bom por que, desculpe mas, foi horrível.

- Imagino... Não esperava – começou ele, como se justificasse a reação do pai. – essa atitude dele...

- Shhh. – eu o cortei. – Não precisa falar nada, eu compreendo.

- É... talvez compreenda. – disse ele. – Mas, eu desmaiei, certo?

- Sim... mas, antes – justifiquei. – antes seu pai quebrou uma garrafa em sua cabeça e um caco ficou cavado em você... fez um buraco gigantesco na sua cabeça que – fiz uma pausa. – que jorrava sangue.

Ele suspirou, passando a mão na cabeça, procurando a cicatriz, e achando.

- Era para eu ter morrido... – disse ele, por fim. – Eu sinto que será assim.

- Não fale bobagem. – disse eu. – Eu não... não posso, não consigo imaginar viver sem você.

- Eu também, sem você.

Abaixei a cabeça, encaixando-a na curva de seu pescoço.

- Sabe... – disse ele. – Eu estou curioso. Porque você dormiu comigo?

Eu ri.

- Por que eu fiquei com saudade de ter você pertinho de mim, assim, igual – disse eu, me aconchegando mais e mais. – aquele dia... lembra? Que eu e você estávamos na cama e... nossa, acabei de me lembrar de uma coisa que aconteceu naquela noite. – eu levantei a cabeça, meu rosto bem perto do dele, ele sorria.

- O quê? – perguntou ele, ainda sorrindo.

- Lembrei que você me disse que ia recompensar, lembra? – comecei eu. – E você lembrar o que eu disse?

- Lembro. – disse ele, alargando o sorriso. – Que você ia cobrar.

- Isso mesmo, garoto esperto. – finalizei eu, selando nossas bocas.

O beijo se intensificou.

- Ai Meu Deus! – disse ele, se separando de mim, sem ar.

- Aaah Will, você me conhece. – disse eu, dando selinhos nele.

- Hermione... agora... estão... todos... acordados. – dizia ele, entre meus beijos.

Parei e o encarei.

- Ok então! – disse eu, vencida. – Mas você esta na devendo duas. E, sim, eu vou cobrar.

Ele riu, puxando minha cabeça para ele e me beijando.

Separamos-nos e eu voltei a apoiar minha cabeça em seu ombro.

- Eu acho que... – começou ele, sua voz ficando mais séria. – que... que esta na hora de você, e seus amigos, saberem a verdade sobre mim. Não agüento mais esconder isso, principalmente de você.

- Seja o que você for – disse eu. –, não vai mudar nada para mim.

- Talvez mude.

- Não, não vai mudar. – ergui minha cabeça novamente. – É algo tão sério assim?

- Sim. É muito sério. – ele tinha o rosto neutro, sério, mas seu olhar era terno e amoroso.

- Não vai mudar nada.

Ele não respondeu, ficou somente olhando para mim.

- Tudo isso tem a ver com seu anel, não tem?

- Sim, mas como você sabe? – disse ele, surpreso e preocupado.

- Eu não sei, só não sou idiota Will. – disse eu, passando a mão em seu cabelo. – Quando seu pai jogou seu anel pela janela, você ficou desesperado.

Ele assentiu fechando os olhos, aproveitando o carinho.

- Acho melhor nós levantarmos. – disse eu. – Não queremos que o Harry ou o Rony entre aqui para nós acordar, e se deparem com nós assim.

- Tem razão, vamos.

Levantei-me e ele comigo.

Saímos do quarto e, caminhando, cruzamos a sala e saímos da tenta.

Harry e Rony estavam sentados sobre a neve fina conversando em sussurros.

- ‘Dia! – disse Will para eles, que o responderam.

- Como passou a noite? – perguntou Rony.

- Otimamente bem. – disse ele, olhando de esguelha para mim.

Will caminhou até os garotos sentados e se sentou também. Sendo seguido por mim.

- E a cabeça, esta melhor? – perguntou Harry.

- Esta tudo bem. – disse Will, passando a mão na cicatriz por entre os fios de cabelos. – Mas... é de outra coisa que eu quero falar.

As nossas atenções foram presas em Will.

- Esta na hora de você saberem um pouco na minha história. – começou ele. – Ok, por onde começo? Certo, por Dumbledore.

- Dumbledore? – disse Harry, assustado. – Você conhecia Dumbledore? Quer dizer, já falou com ele?

- Sim, ele visitava minha mãe com freqüência. – disse Will. – Um dia, quando eu tinha uns... vejamos, dezesseis anos, e só para constatar eu tenho dezenove, Dumbledore apareceu na minha casa, por que eu parei de estudar muito cedo por conta do meu pai, mas essa é outra história, ele conversou com minha mãe e perguntou se não podia falar comigo, e minha mãe deixou. Ele ficou sozinho comigo e me disse, exatamente nessas palavras: “Você vai ser incumbido de ajudar Harry Potter, O-Menino-Que-Sobreviveu. E para isso, você vai abrir mão de tudo, tudo o que foi preciso.”, e como já estava tudo conversado com minha mãe, eu aceitei, me achando muito importante inclusive. Para isso eu tive que entrar para os Comensais da Morte, para me aproximar de sua busca pelas Horcrux, sendo que eu desprezava, e desprezo, Você-Sabe-Quem.

- Vold... – começou Harry, mas vou cortado por Will.

- Não fale esse nome. Ele é tabu. – repreendeu Will. – Faz os Comensais te acharem em qualquer lugar. Mas, voltando. Eu treinei por dois anos e entrei para os Comensais aos dezoito anos, mas daí veio uma coisa que eu não esperava, Você-Sabe-Quem duvidou de mim. Pesou que eu era um espião, o que eu realmente era, um espião da Ordem. Mas, como Dumbledore mesmo me disse: “... você vai abrir mão de tudo, tudo o que for preciso.” e, para me provar, Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado me mandou matar toda minha família. O que eu fiz. Matei todos... menos duas pessoas, que eu consegui esconder: meu pai e meu irmão mais velho. Os dois me odeiam, meu irmão mais que meu pai. Matei todos a sangue frio... minha mãe... me arrependo tanto, mas eu jurei, e sou um homem de palavra, então fiz.

“Me juntei aos Comensais, me informei de tudo que precisava: vocês eram três, estavam fugindo, e nosso ataque iria ser em um dia de manhã. Então, antes de nós atacarmos eu mandei um recado para vocês, que chegou a Hermione, certo?”

Eu assenti.

- Um Patrono. – disse eu. – Uma fênix falando para nós corrermos que “eles estão vindo”.

- Exato. – disse ele. – Só que vocês não foram. Encontramos vocês e nós acabamos fugindo. Greyback apareceu e viu meu anel... – ele dirigiu o olhar para o anel. – Agora a história do anel... é complicado para mim falar isso, eu vivo negando faz quase minha vida toda. Meu pai é um lobisomem e minha mãe é uma metamorfoga...

- Isso me lembra um casal conhecido. – disse Rony.

- Lupin e Tonks? – perguntou Will, sorrindo. – Pois é, é igualzinho a eles. Todos os meus três irmãos puxaram minha mãe, até que eu e o Ryan nascemos... sim, eu sou gêmeo, o gêmeo mais novo, o mais novo da família. Ryan e eu... nós... nós puxamos meu pai, nós somos lobisomens.

O queixo de Rony caiu.

Certo, eu esperava uma história trágica, mas... isso...

- É... – ele coçou a cabeça. – Desculpem por omitir isso por tanto tempo. Eu e Ryan fomos criados com todo o cuidado de minha mãe, pois, toda noite de lua cheia nós nos transformávamos e saiamos pela floresta. Até que, um dia, minha mãe não aguentou nos ver com a aparência arrasada, o braço ou a perna quebrada, ou seja lá o que fosse daquela vez e, com uma maldição, fez dois anéis...

“O anel faz o nosso lado lobo ficar calado. Faz nós, eu e Ryan, pessoas normais. Nós não éramos mais lobisomens. Mas meu pai não aceitava. E depois que eu matei minha família ficou pior ainda carregar esse anel no dedo... eu quero me livrar dele para fazer, pelo menos uma vez, a vontade de meu pai, mas eu prometi a Dumbledore abrir mão de tudo... até do amor de meu pai.”

Ele parou. As lagrimas escorrendo de seus olhos.

As expressões chocadas em nossa face.

- Lobisomem... você? – disse Rony.

Will assentiu.

- Uma criatura viril, asquerosa, agressiva... nojenta. – disse ele, limpado as lagrimas nas costas da mão.

- Will... – disse Harry inseguro, mas foi cortado por ele.

- Harry, eu vou entender se você não quiser mais eu junto de vocês, porque... você sabe, ter um lobisomem por perto nunca é bom.

- Não! – disse Harry imediatamente. – Will, não há problema nenhum em ser lobisomem...

- Como não há!? – disse Will. – Isso parece uma doença. As vezes em lua cheia meu instinto é tão forte, que eu mato animais com minha próprias mãos... eu sinto vontade de morder as pessoas... Harry, eu sou um monstro.

- Não é! – disse eu. – Não é, não. Você é um ótimo rapaz.

Ele riu pelo nariz, irônico.

- Mione tem razão. – disse Harry. – Você nós salvou de Greyback, arriscou a vida com seu pai, e sabe lá quantos perigos você já enfrentou, só para estar aqui. O juramento que você fez a Dumbledore não é para qualquer um.

- Incrível como vocês acham o lado bom da coisa, não é!? – disse Will, com um sorriso forçado.

- É verdade. – disse Rony, pela primeira vez. – Will, você é um rapaz bom. Eu me sinto envergonhado por duvidar de você... desculpe...

- Não se desculpe. – cortou Will. – Não precisa.

- Cara... você é uma homem muito corajoso. – disse Harry. – Isso supera qualquer defeito, até o de ser lobisomem. E ainda por cima é gêmeo, ter um irmão gêmeo teve ser bom, não é?

- Era... até ele começar me odiar por mim não tirar o anel, e me odiar mais ainda depois que eu matei todos. – disse ele, os dentes cerrados de raiva. – Ele foi o irmão que eu salvei, mesmo ele me odiando. Mas, ele aproveitou tão mal sua liberdade da morte... virou um capanga de Greyback, estava lá quando eles nos pegaram, vocês não viram?

- Não. – disse eu.

- Pois é, estava.

- Obrigada. – disse Harry, batendo das costas de Will. – Muito obrigada.

- Não agradeça. – respondeu ele. – É o meu trabalho. Eu sou da Ordem e meu lema é: “Harry Potter acima da vida!” – nos rimos. – Ou pelo menos é isso que parece, pelas atitudes dos outros membros.

- Concordo. – disse Harry.

Nós ficamos em silencio por alguns minutos até ele ser quebrado por Will.

- Sabe... eu vou dar uma volta. – disse ele, se levantando. – Vocês sabem... para clarear a mente.

- Claro. – disse Rony. – Mas, Will! Você é O Cara.

Ele riu e entrou na mata iluminada pela luz do dia.

- Ele é muito corajoso. – disse Harry.

- É. É sim. – disse eu, me levantando também.

Eu sabia, em algum lugar, que Will queria ficar com alguém. Falar com alguém.

- Eu vou atrás dele. – falei. – Nunca se sabe aonde ele pode se meter.

- Vá. Vai sim. – disse Rony.

Eu segui a sombra negra de Will até ele reparar que estava sendo seguido, e me esperar.

- Então? – perguntou, quando me aproximei.

- Você ser um lobisomem não muda nada entre nós. – respondi.

- Mas é sempre um risco ficar perto de mim. – disse ele. – Eu não quero que você corra esse risco.

- Mas eu faço questão. – disse eu, passando minha mão nos cabelo dele.

Ele riu.

- Sabia que você ia falar isso.

- Isso era previsível.

Nós desatamos a caminhar por entre as arvores, sendo atingidos pela luz do sol que transpassava os troncos sem folhagem.

- Mas conta ai – comecei. -, seu irmão gêmeo é bonitão como você?

Ele gargalhou, sua risada ecoando na floresta.

Ele me parou e me pegou pela cintura.

- O que você acha? – perguntou-me e me beijou.

Um beijo quente, ardente... como um lobo.

- Com um beijo desse eu vou ter de cobrar só uma recompensa. – disse eu.

Ele riu de novo.

- Sério? – perguntou.

- Hummm... não. – falei e o puxei novamente para um beijo.

Um beijo digno de um lobisomem.


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Notas finais do capítulo

Review ?