Innocence escrita por Anna, Thalia_Chase, bibi_di_angelo


Capítulo 38
Capítulo 38 - Versos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/114453/chapter/38

POV Nico

                Depois que cheguei em casa, subi as escadas, tomei um banho e fui para meu quarto. Deitei na cama e fiquei pensando. Ignorei todos os telefonemas de Silena, e quando enfim ela desistiu, levantei-me hesitante e peguei o BlackBerry preto no criado-mudo ao lado de minha cama. Trinta e nove ligações perdidas. Engoli em seco e rapidamente coloquei o celular novamente em seu lugar. Me joguei na cama de novo e permaneci encarando o teto até pegar no sono.

                Acordei um pouco tonto, tentando assimilar o que acontecera na noite anterior. Silena. Agência de modelos. Eu saindo da casa de Annabeth. Minha namorada estranha no dia prévio todo. Apertei os olhos e me sentei, com a visão ficando clara, agora. Tateei o criado-mudo, procurando meu celular, o peguei e olhei a hora. 7hs34min. Uma mensagem. Ótimo. Agora Silena vai encher meu BlackBerry de SMS? Me senti culpado ao completar esse pensamento e fui checar a mensagem. Não. Não vou ler essa mensagem. Agora não. Joguei o celular do outro lado do quarto e olhei só para ter certeza de que não tinha quebrado.

                Respirei fundo e levantei-me, espreguiçando-me logo em seguida. Encarei o celular no chão por um bom tempo, até decidir deixá-lo ali e ir ao banheiro fazer minha higiene matinal. Fiquei pensando em Silena a maior parte da manhã. Meu pai e minha mãe haviam saído para ir trabalho. Bufei. Óbvio. Silena. Silena. Silena. Si... Lena. Fitei o vazio e quando me dei conta, já eram 13hs00min. Fechei os olhos com força, tentando não me concentrar no sorriso lindo de minha namo... Seus lábios... E seus... Nico Di Ângelo, o que você está fazendo pensando nela?! Vá atrás dela!

                Subi as escadas correndo, e procurei meu celular idiota. Quando ia passar pela porta, vi um bilhete com a caligrafia da minha mãe. Franzi o cenho e li o bilhete. Filho, por favor, será que você, pelo menos hoje, pode arrumar seu quarto? Ótimo. Era só o que eu precisava para me atrasar ainda mais. Peguei meu BlackBerry e o coloquei sobre o criado-mudo. Levei um tempo para arrumar o maldito quarto, e quando o fiz, peguei logo meu celular e desci as escadas correndo.  Ao passar na mesa, peguei também a chave de meu carro e entrei no mesmo. Respirei fundo antes de enfiar a chave na ignição.

                Casa da Annabeth. Casa da Annabeth. Casa da... Foi meu único pensamento enquanto dirigia para casa de Annie. Estacionei meu carro na calçada e andei até a porta da casa da namorada de Percy. Respirei fundo novamente e toquei a campainha. A própria Annabeth atendeu a porta, depois de uns segundos, sorrindo, mas logo que me viu sua fisionomia mudou totalmente.

                - Silena está? – perguntei ansioso.

                - Não. – respondeu ela. – Ela foi ao Café Livina. Pensei que tivesse te enviado uma mensagem.

                Franzi a testa, lembrando da mensagem em meu celular e me amaldiçoando por não ter a lido.

                - Mas se você correr, acho que ainda consegue pegá-la lá. – Annabeth comentou, mas seu tom de voz era triste.

                - Annabeth. – trinquei os dentes. – O que Silena foi fazer lá?

                Ela se encolheu e me encarou como alguém que se desculpa.

                - Hoje de manhã... – respirou fundo. – Tentei impedi-la, mas não consegui. Desculpe, Nico. Mas ela não queria que ninguém se machucasse novamente.

                Arregalei os olhos enquanto compreendia a verdade; ou parte dela. Ainda não entendia porque ela teria que ir ao Café Livina... Meudeus, droga!

                - Obrigado, Annabeth! – exclamei enquanto corria para meu carro novamente. Antes de ligá-lo, peguei meu celular na poltrona do carona, e li – e reli – a mensagem mil vezes. Era de Silena.

                Você, pelo menos eu acho, vai me odiar depois de ler essa mensagem, mas, nunca mais me procure. Não quero magoá-lo novamente. Não mais. Sei que é difícil, mas, por favor, entenda. Eu provavelmente vou estar assinando um contrato, ou não, no momento em que você ler essa mensagem que só vai piorar as coisas. Só quero que saiba, que o que senti foi verdadeiro, e É. Nunca vai passar. Da menina que o magoou repetidas vezes,

                Silena Beauregard.

                Não. Ela só poderia estar brincando... Certo?

                POV Silena

                Enquanto esperava Jane chegar, coloquei meus fones no ouvido, fazendo força para não chorar. Hoje de manhã, mandara uma mensagem para Nico; e olhava de cinco em cinco minutos para a porta somente para confirmar que ele não viria. Eu o magoei. Não posso fazer isso novamente. Nunca mais. Meu IPhone tocava Breakaway, da Kelly Clarkson. Pisquei várias vezes reprimindo as lágrimas imbecis.

                Uma mulher de cabelos ondulados da cor mais preta do mundo entrou pela porta da frente. Respirei fundo e a observei andar até mim com um sorriso estampado nos lábios. Seus olhos negros eram intimidadores, mas ainda sim tinham um brilho travesso. Lembrei de Nico ao encarar seus olhos.

                - Silena Beauregard? – ela deduziu, ao meu lado. Abri a boca duas ou três vezes; então, confirmei lentamente com a cabeça. Ela se sentou na cadeira do outro lado da mesa, pondo uma bolsa de couro, da Gucci – pelo que pude identificar. – em cima da mesa. Desliguei meu IPhone e tirei os fones.

                Tratamos dos assuntos, e, Jane deixou escapar, que andara me observando. E, ela viera de Moscou apenas para me contratar. De vez em quando, eu dava uma olhada rápida lá fora; várias vezes, fiquei decepcionada ao notar que não havia nenhum carro preto estacionando. Ao terminarmos, Jane pediu-me uma assinatura. Peguei a caneta que ela oferecia, hesitei um pouco e finalmente escrevi meu nome.

       Silena Beauregard.

                Uma simples assinatura mudou tudo. Meu nome em uma folha de papel. Tudo. Vogal por vogal. Sílaba por sílaba. Letra por letra. Frase por frase. Texto por texto. Meu futuro. E eu ainda pensei que poderia pular fora em qualquer hora que quisesse. Mas estava errada, como sempre estive.

Fora da escuridão em direção ao sol.

Mas eu não esquecerei todos os que eu amo.

Tenho que correr o risco, ter uma chance,

Fazer uma mudança e me libertar.

Eu abrirei minhas asas e eu aprenderei como voar.

Embora não seja fácil te dizer adeus

Faça um desejo, aproveite a chance,

Faça uma mudança e jogue tudo pro alto.

                POV Annabeth

                Silena iria embora. Eu e Thalia iríamos para Londres. Isso era um sonho realizado... Então por que não me sinto extremamente orgulhosa pelas minhas amigas, e feliz pela minha bolsa na escola de música? Me sinto péssima? Claro que o motivo principal... Percy. Minha garganta doeu apenas por murmurar esse nome. Eu passara praticamente a minha vida inteira com Silena e Thalia. Nossas bobeiras. Nossas palhaçadas. Nossas sacanagens. Nossos assuntos sérios. Nossas lágrimas. Nossos sorrisos. Em apenas um e-mail, e uma carta, tudo estava acabado.

Depois que Percy foi embora – logo depois de Nico surgir na porta de minha casa –, subi as escadas novamente, sentei em minha cama e explodi em uma crise histérica de choro. A vida é um piano. Teclas brancas representam a felicidade, e as pretas, a angústia. Com o passar do tempo você percebe que as teclas pretas também fazem música, citara Thalia ontem, antes de ir embora junto de seu namorado.

Silena iria à Moscou. Eu e Thalia para Londres. Percy, Nico e Luke ficaram aqui, em Nova Iorque. Ouvi um barulho histérico; e demorei um pouco para perceber que era eu chorando. Também custei a parar de chorar, e soluçar; não foi fácil, porque... Silena era super importante. Nico também. Luke. E... Percy. Ele era o motivo principal dessa crise histérica. Pelo menos eu tinha Thalia. E ela tinha a mim. Talvez conhecesse novas amigas. Talvez a saudade que Silena deixaria fosse posta de lado, e não doesse tanto assim. Talvez a dor de ficar longe de Percy fosse ao menos suportável.

Talvez.

POV Thalia

Depois que Luke me deixou em casa, mamãe me deixou de castigo por ter deixado Sophia sozinha. Suspirei, e subi as escadas lentamente. Entrei em meu quarto e fui direto para o computador, checar meu e-mail. Não perdi tempo e abri logo o e-mail da escola de Londres.

Srta. Grace,

Gostaríamos de informá-la que... Blá, blá, blá. Eu é que não vou ler isso. De jeito nenhum. Fui passando a lista dos alunos selecionados... Clarisse De La Rue, Connor Stoll, Travis Stoll, Katie Gardner, Melanie Strike, Marina Sartori, Penny McGaw, Anna Parker, Raíssa... Só um minuto. Eu conheço esses nomes... AI. MEU. DEUS. SÃO AS MENINAS DA EUROPA!

Fiquei mexendo no computador até o mesmo dar “aloka” e a internet decidir não funcionar mais. Revirei os olhos dramaticamente e fechei o laptop da Apple. Mordi o lábio inferior e peguei minha malinha de esmaltes. Como sempre, catei um esmalte neutro entre os outros e pintei minhas unhas da mão, ao terminar, guardei tudo e joguei a mala debaixo de minha cama.

Suspirei pesadamente ao lembrar de que teria que deixar Luke para ir à escola de Londres. Eu queria aprender tudo sobre a música. Mas não queria deixá-lo.  Nunca. Quando começamos a namorar, eu prometi a mim mesma que nunca mais magoaria ninguém. Não depois de tudo que fizeram comigo.

Pensei em Silena. Em Nico. Em Percy. E, principalmente, em Luke. Annabeth, nem tanto, já que ela estudaria comigo. Mas... Todos os amigos que eu deixaria para trás... Nenhum deles, nunca, me perdoaria.

Respirei fundo. Tinha duas semanas. E estaria em Londres.  Conhecendo pessoas com sonhos semelhantes, todas querendo virarem “superstars”, e coisas do gênero. Não que eu me oponha a isso, nem nada do tipo, é que... Sei lá.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Innocence" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.