Innocence escrita por Anna, Thalia_Chase, bibi_di_angelo


Capítulo 33
Capítulo 33 - Nada demais




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POV Annabeth

- Crianças – Percy bufou quando sua mãe disse essa palavra. -, temos que ir. O pai de Annabeth disse até 22hs, e já são 18hs.

Fiquei boquiaberta. Droga, droga, droga, perdi a noção do tempo.

- Ah, claro. – Percy entrelaçou nossas mãos, fazendo-me corar, e desceu as escadas rapidamente; quase correndo. Tive vontade de gritar.

- Percy! – reclamei.

- Ah, minha filha, você não tem a mínima ideia do que eu faço quando estou sozinho. – ele parou no penúltimo degrau. – Desço pelo corrimão.

- O que você disse, Perseu Jackson?! – Ouvi a mãe de Percy gritar. Ri baixinho quando ele fez uma careta, colocando a língua para fora.

Revirei os olhos, mas mesmo assim eu tinha um sorriso estampado em meus lábios. Desci os últimos degraus e olhei a hora em meu Champion, dessa vez preto. 18hs49min. Engoli a seco.

Vi somente um vulto preto descendo as escadas com alguma coisa azul. Balancei a cabeça e vi que era Jéssica carregando Sam no colo. Ela nos olhou, apressada e disse:

- Percy, por que não leva Annabeth para o carro? Seu pai já está lá... – a vi olhar para os lados e resmungar algo sobre controle de garagem perdido.

Percy revirou os olhos.

- Ei, mãe. – chamou ele. – O controle da garagem está no porta-treco do carro.

Jéssica apertou os olhos.

- Você usou o carro. – acusou ela. Meu namorado apenas deu de ombros.

Sam escorou sua cabeça no ombro de sua mãe. Suas diferenças eram tão grandes que não pude controlar o pensamento de que a “gnoma” era adotada; mas achei melhor ficar com o meu grande bico calado.

Percy entrelaçou seu braço em minha cintura e me conduziu até a garagem, sem dizer uma palavra. Quando chegamos lá, fiquei estática. Havia uma enorme Ranger Rover preta estacionada.

Ajoelhei no chão, e puxei a camisa de Percy.

- Vamos, você não pode me fazer entrar aí! Isso... Isso... Isso é pecado! – ele riu um pouco para minha escolha de palavras. – PECADO! OUVIU?!

Ele puxou meu braço, e murmurou palavras de encorajamento. Quando eu ia abrir a porta, paralisei.

- Annabeth, meus pais já entraram! Seu pai não vai te comer viva. – disse ele.

Arregalei os olhos e virei-me para ele.

- Como pode ter certeza disso? – indaguei, coberta de curiosidade. – Você não conhece o meu pai. É capaz de ele me enterrar viva para não ver mais você.

Percy resmungou algo e me deu um selinho. Mordi o lábio inferior e desviei o olhar, impossibilitada de abrir aquela maldita porta.

- Vamos, Annabeth. Seu pai vai achar que estamos fazendo alguma coisa, por isso atrasamos. – ele comentou.

- Você é um namorado muito sexy e muito mal. - ele mandou-me uma piscadela. Sorri envergonhada. – Mas é sério, Percy! – pronunciei lentamente, para que entendesse minha situação. – Você não tem ideia do que meu pai é capaz de fazer se ele ver você aqui.

Ele apenas revirou os olhos. Respirei fundo, virei-me para a porta, hesitei e, finalmente, abri.

POV Thalia

Ouvi um barulhinho... Uma música... Ah, é... O toque do meu celular: DJ Got Us Falling Again do Usher. Arregalei os olhos e comecei a correr que nem uma idiota pela casa.

- Ei. – Sophia chamou minha atenção, apontando para um retângulo em cima da poltrona. Soltei um “Ah” e corri para ver quem estava ligando. Mordi o lábio inferior, um pouco desapontada, quando percebi que não era o número de Luke. Era Silena. Apertei na tela e coloquei o celular perto do ouvido. Então, mandei um “Dane-se” para mim mesma e coloquei no viva-voz.

Sophia revirou os olhos e saiu andando, então parou no antepenúltimo degrau, e me encarou interrogativamente.

Franzi o cenho, ouvindo Silena tagarelar algo.

- Thalia? Thalia, você está aí? – interrogou ela.

Sophia subiu as escadas apressadamente, então balancei a cabeça.

- Sim, Si, estou aqui. – respondi.

- Não estou te atrapalhando?

- Não. – repliquei.

- Você tinha que ver como as coisas estavam indo na casa da Annie! – ela exclamou. – Cara, eu ia ficar por lá mesmo, depois da casa do Nico, mas acabei indo embora, primeiro troquei de roupa, é claro. Estou na casa do Nico, de novo. – pude ouvir ela bufando. Depender dos outros não faz o tipo de Silena, e, ela fica muito irritada quando isso acontece. Acredite em mim, ela pode parecer o tipo de garota “filhinha de papai”, mas não é. Quando ela fica zangada... Bem, não queira, jamais, ver Silena Beauregard aborrecida. – Você acha que eu devo voltar para a casa de Annabeth hoje?

- Não. Bem, acho melhor você voltar amanhã. Annabeth pode estar precisando de companhia.

- Tá, mas... Não é sobre isso que quero falar.

- É sobre o que, então? Quer fazer a escala dos Favelados de novo? Hã... VOCÊ SE ENCONTROU COM O PEDÓFILO NA RUA HOJE?

Ela soltou uma gargalhada contagiosa. Quando tínhamos doze anos, fizemos um tipo de “escala”. Havia o Favelado um, o Favelado dois, e o Favelado três. Eles eram os garotos que gostávamos. Com o tempo, deixamos de gostar dos meninos, e essa escala sumiu. E, Silena é tão louca, que inventou uma música: “ÚH, FAVELA!”, e nunca mais esquecemos isso. E, houve uma época em que um garoto dois anos mais velho que nós todas começou a gostar de Silena, e ela dele; mas depois ela desencanou, e começamos a chamá-lo de Pedófilo. É meio bizarro, mas nós somos bizarras, certo?

- Não... Eu queria saber se você e o Luke já... – entendi rapidamente, e corei fortemente.

- Não! Claro que não! Nunca passamos da fase do beijo. Por quê?

- Bem, eu achei que fosse apenas eu e Nico...

Fiquei boquiaberta.

- Annabeth e Percy também não. – lembrei a ela.

- Olha, você tem razão; mas eu não consigo parar de pensar nisso. Sabe, eu tenho quinze anos, quase dezesseis, e, não gosto que me zoem porque ainda sou virgem.

Bufei.

- É melhor ser virgem aos dezesseis anos do que tirar a virgindade aos treze anos. E, ninguém vai te zoar porque você ainda é virgem. Nico é um garoto que sabe esperar, está na cara.

Ela pareceu pensar a respeito. Quando falou, parecia muito envergonhada.

- Você acha mesmo que Nico vai... Esperar, até eu me sentir preparada?

Revirei os olhos, desejando estrangular aquela loira.

- Nãaaaaao. – alonguei a palavra. – Estou mentindo, Silena. Que ideia. Está na cara, bem, se ele não é desse jeito, é um ótimo mentiroso. E ator.

- Eu... Preciso ir. Ele vai sair do banho daqui a pouco e, imagina a cena: Seu namorado acaba de sair do banheiro, e ouve a namorada conversando sobre sexo no telefone. – tentei imaginar, mas não consegui.

- Séquiso. – corrigi.

Ela riu.

- Tá legal, sua maluca. SÉQUISO – deu ênfase. – Mas, eu te vejo amanhã?

- Claro, aonde? – indaguei.

- Na casa da Annie. Mas, à noite, O.K.?

- O.K., falo com você amanhã. – então me lembrei de uma coisa. – Ei.

- Sim?

- A mãe de Annabeth enfartou por causa da Cookie?

- Não. Ela adorou. Foi muito hilário.

- Tá, te vejo amanhã.

- Tchau.

Deixei o celular em cima da mesa, fui até meu quarto, peguei uma muda de roupa e fui tomar banho; deixando Sophia brincando com sua Barbie em seu quarto.

POV Silena

Coloquei meus fones no ouvido e comecei a ouvir. Na verdade, eu não estava ouvindo. Estava completamente submersa em pensamentos. Começou a tocar Pray, do Justin Bieber. Passei as músicas até chegar a Grenade, do Bruno Mars. Bufei e continuei passando. A melodia de Heart, Heart, Heartbreak me chamou a atenção. Quer dizer, chamou mesmo. O troço estava tão alto que eu achei que meus ouvidos fossem começar a sangrar. Rapidamente, tirei daquela música e continuei zapeando até encontrar Fight For This Love, da Cheryl Cole.

Deixei os fones em meus ouvidos e caminhei até a direção do notebook preto de Nico ligado em sua escrivaninha. A curiosidade venceu, e eu precisava mexer naquele bendito computador. Mordi o lábio inferior e comecei a “fuxicar” tudo em seu notebook.  Fiquei navegando na internet o tempo todo, até me entediar e sair do computador. Fui na direção de minha bolsa e peguei meu esmalte roxo.

ÔH, menino demorado. Pensei, pintando a última unha, o anelar. O.K., isso é meio bizarro; mas eu ADORO deixar o dedo anelar por último.

- Meu Deus, finalmente! – exclamei quando ele por fim saiu do bendito banheiro.

Ele deu um sorriso bobo.

- Desculpe. – replicou.

Revirei os olhos, peguei minha roupa e fui tomar banho. Depois que o fiz, coloquei um roupão branco, que a mãe de Nico deixara ali para mim, escovei os dentes e penteei os cabelos molhados. Vesti a muda de roupa e verifiquei os dentes novamente, só para ter certeza de que estavam limpos. Passei uma maquiagem básica, já que ia sair mais tarde, e saí do banheiro com as roupas sujas na mão. As deixei no lugar que Nico havia indicado. Procurei meu MP10 por todos os lugares. Abri minha bolsa e busquei meu celular, sabendo que era impossível achar meu MP10, já que era provável que ele estivesse na casa de Annabeth; em cima de sua escrivaninha.

Eu estava cansada. Muito mesmo.

Me joguei na cama, e senti alguma coisa roçar em meus cabelos, virei o rosto e vi a face de Nico apenas à alguns centímetros da minha. Suspirei e fechei os olhos. Ele cobriu meu rosto com uma porção de beijos, até, finalmente, chegar aos lábios. Um choque de milhões de volts percorreu o meu corpo. Seu aroma me invadiu. Minha respiração falhou. Então, Nico ficou sério, sentou-se na ponta da cama e me puxou.

- Eu... – corou. Ai. Eu to ferrada. Nico corando? Áliens venham me comer. – Bem, ouvi sua conversa com Thalia.

Epa. Dos grandes.

- E, sei esperar, Silena. Não... – cara, minha situação é mais grave do que eu pensava. Meu namorado tendo a conversa sobre... Sexo, comigo? – Não... Vou obrigar você a fazer nada. Esperei dezesseis anos para encontrar você, vou esperar mais.

Engoli a seco.

POV Percy

Ai. Droga. Droga. Droga. Merda. Merda. Merda. Annabeth tinha razão. Eu não deveria ter entrado aqui. Ah, como sou retardado. Deveria ter ficado lá fora. Cara, acho que o pai de Annie vai me matar somente pelo olhar. Eu vou me suicidar. AAAAAH, DEUS ME LIVRE! EU VOU MORRER! Ou me suicidar. É. Suicídio é melhor. Homicídio deve doer mais. Mas comigo no Inferno... Coitado do diabo. Ele vai se matar.

Annabeth apertou fortemente minha mão, e doeu pra diabo. Ela me encarou e desviou o olhar rapidamente para a escada. Entendi rapidamente sua intenção. Ela queria subir. Aham, eu também quero.

- Pai... – começou ela, com a voz rouca. Ele parou sua conversa com meus pais e a encarou interrogativamente. – Eu e Percy vamos subir. Estou cansada e vou tomar um banho.

O pai de minha namorada me fitou como se fosse me matar. Engoli a seco. Mesmo assim, ele disse, com os dentes trincados:

- Claro.

Empalideci e paralisei. Quer dizer, paralisei mesmo. Annabeth teve que me puxar. Subi as escadas um pouco atrás dela e a segui para seu quarto. Era muito bonito.

- Onde Silena dorme? – investiguei.

- Por que está interessado em saber onde Silena dorme? – retrucou.

- Sei lá. – revidei.

Ela bufou para nossas respostas infantis. Abriu seu armário branco, pegou uma muda de roupa, uma nécessaire – pelo que Silena havia me contado. – e uma toalha branca e felpuda. Então, entrou no banheiro e ficou lá. Presumi que ela fosse tomar banho.

Revirei os olhos e peguei suas malas que estavam espalhadas pela cama de casal branca. Humpf, esse povo só usa coisa branca. Abri o zíper de sua mala e vi o que estava ali dentro: Livros, roupas, revistas, esmaltes, entre outros. Corri os olhos pelo quarto e vi vários pôsteres colados pelas quatro paredes: Taylor Swift, Hayley Williams, Taylor Momsen, Demi Lovato, Kristen Stewart, Taylor Lautner, Jodelle Ferland, Robert Pattinson. Franzi a testa e rolei os olhos mais uma vez.

Meu olhar parou em um criado-mudo, sobre ela havia várias revistas... De moda, eu acho. Levantei-me da cama, fui na direção da cômoda e fui folheando as páginas. Bufei quando vi o tema principal: Moda. Algumas revistas eram da Capricho, umas da Vogue, umas da Atrevida, e assim por diante. Ah, uma boa notícia que não é sobre moda: Demi Lovato acabou de sair da reabilitação. Mas, fala sério, quem é essa garota?

Bufei para meus pensamentos ingênuos e fui até a cama novamente. Sentei na ponta e pude ouvir os diálogos que os meus pais e os de Annie estavam conversando:

- Eles são apenas crianças. – justificou o pai de Annabeth. Franzi o cenho.

- Não. Eles são adolescentes. Annabeth e Percy já são grandes o suficiente para responderem legalmente por si mesmos. – rebateu a minha mãe.

- Mesmo que queiramos eles separados, não podemos fazer nada. Eles se amam, ou pelo menos acham isso... – replicou a mãe de Annie.

- Não tenho nada contra eles. – disse meu pai.

Revirei os olhos para sua pequena frase.

- Escutem. – Jéssica, minha mãe, chamou a atenção de todos. – Não podemos fazer nada que o façam mudar de ideia, só o tempo pode fazer isso. Eu também não quero me intrometer entre os dois; e aposto que se fossem vocês, vocês não iriam gostar. Bem, no meu ponto de vista, eu não acho isso legal. Nem bom. Eles vão escolher o que quiserem, não somos nós que vamos impedir a felicidade deles. E, mesmo que vocês não estejam felizes com a situação de ambos, não podem escolher por eles.

Se fez um silêncio constrangedor na sala. Nada saiu de meus lábios.

POV Thalia

- Tem certeza? – perguntei novamente.

- Absoluta. Achei que minha mãe fosse ter um ataque.

Suspirei, constrangida.

-Dois meses... Eu soube que Percy vai ficar três meses de castigo. Pelo menos eu fico um mês a menos. E assim dá pra aproveitar os últimos dias de férias.

- Tá legal... Preciso desligar agora.

- O.k., eu te amo.

- Eu também. – desliguei o celular e joguei-o na cama. Caminhei duramente na direção da cadeira. Sentei na mesma e liguei meu computador idiota. Esperei um pouco, coloquei a senha e abri meu MSN. Annabeth estava online...

- T. Grace. diz:

Hey, Annabeth õ/

Annabeth Chase diz:

Oi, Thalia

- T. Grace. diz:

Morreu alguém?

Annabeth Chase diz:

Não... Prqe?

- T. Grace. diz:

NÃO É A ANNABETH DIGITANDO! Uhu, sou a deusa da adivinhação ‘-‘

Annabeth Chase diz:

Claro qe não é a Annabeth, é o Percy, sua punk

- T. Grace. diz:

*O* INVADIU A CASA DA ANNIE?

Annabeth Chase diz:

¬¬’, de onde você tirou isso?

- T. Grace. diz:

Da minha cabeça, licença...

Annabeth Chase diz:

Você precisa de um terapeuta... E eu de um psicólogo por ser seu amigo.

- T. Grace. diz:

Nhoin... AOSKAOKSOAKSOAKS’ Máar fala aê, cadê a minha loirinha?

Annabeth Chase diz:

Tomando banho...

- T. Grace. diz:

Naum creio, seus pais ainda estão aí?

Annabeth Chase diz:

Hã... Sim. ISSO É O CAPETA, MAAAAAANO Õ/

- T. Grace. diz:

Annie sabe que namora um retard’s, né?

Annabeth Chase diz:

Acho que sim... Õ_Ó, ela saiu do banheiro e vai me matar se me ver conversando com você... oi, THALIA!

- T. Grace. diz:

GÊMULAAAAAA Õ/

Annabeth Chase diz:

Oks, Oks, Oks, vamos parar antes que minha mãe suba, veja meu Registro e me mande para um psicólogo.

- T. Grace. diz:

Liga sua câmera, aê õ/

Annabeth Chase diz:

Amy quebrou a maldita >_

- T. Grace diz:

Nhoque...

Annabeth Chase diz:

Pera aê, meu celular tá tocando e duvido que Percy vá atender... Ops, preciso sair.

- T. Grace. diz:

Oks, falo com vsê mais tarde.

Annabeth Chase está offline.

POV Annabeth

- Amy? – perguntei surpresa. Percy me encarou curiosamente.

- Annie! – ela exclamou. – Mamãe perguntou se ela pode me levar na sua casa?

Hesitei um pouco.

- Claro. – respondi por fim. – Mas fala pra ela que é pra me encontrar pela porta dos fundos.


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