POV Annabeth

— RÁPIDO !!! — gritei pela última vez para Silena que estava se arrumando (lê-se: passando maquiagem na cara INTEIRA) e Thalia que calçava seu All-Star.

— Calma, Annie... — Thalia começou, irônica, já em pé.

— Calma nada, a gente vai se atrasar. E se atrasar, sabe... a gente não pode aproveitar os minutinhos que tem antes da aula começar ... – falei, mas fui interrompida por Thalia.

— Hmm... Sei o que você quer fazer e... SILENA!

— Desculpa... Eu não vi você aí... Bom, pelo menos o blush deixou você menos...

— Nem se atreva a terminar essa frase. — Thalia ameaçou. Ri alto. Essas eram minhas amigas... Nossa, desculpa, nem me apresentei. É que sabe... com duas adolescentes de 15 anos gritando uma com a outra no meu ouvido, bem... não me deixa bem da bola.

Tenho 15 anos e me chamo Annabeth Chase. Minha vida é praticamente perfeita, digamos. Sou a “popular” do colégio. Se imagine como líder de torcida, uma vida social perfeita, amigas perfeitas, um carro só pra mim perfeito, minha família perfeita e uma condição de vida perfeita. Imaginou? Agora, multiplique por seis vezes. Bom... Legal, né? Vou te contar a minha vida perfeita:

Tenho uma mãe — Italiana — e um pai — americano — que não são separados —, Natalie e Danniel — quer dizer, a minha mãe não é bem minha “mãe”, sabe, ela não bate bem da bola. Parece mais uma adolescente mimada, também... com um pai desses... —, uma irmã mais velha, Taylor, de 23 anos, que pra sua informação, está namorando.

Nasci na Itália, morei lá até os 10 anos. De lá, fui obrigada a me mudar junto com meus pais para Nova York — onde moro até hoje. Durante uma época de minha vida — que dura até hoje — minha mãe, Natalie, formou uma empresa com meu pai, que trabalhava na empresa da minha mãe, como sócio. É por isso que rendeu tanto dinheiro para nossa família.

Sou loira, olhos cinzentos, magra, meus cabelos são cacheados por natureza, minha altura é de 1,74, e... só isso.

— Vocês já estão prontas? — perguntei entediada, já notando que as duas estão prontas e Thalia fuzilando Silena com o olhar. — Bom... já que vocês estão prontas... — peguei minha chave nova e balancei — Quem quer ir na frente?

— EU! — as duas gritaram em uníssono.

— Certo... Se vocês não chegarem à um acordo, irão na mala do meu — dei ênfase — belo carrinho novo.

(...)

— Cara, quando eu disse pra vocês chegarem à um acordo, não quis dizer a esse ponto. — disse. Só para você ter noção do que está acontecendo, eu vou resumir: quando eu disse pras duas chegarem a um acordo, Thalia foi no meu notebook, que sempre fica ligado, abriu o Microsoft Word e fez um acordo de verdade. Aí, ela pegou, imprimiu, e estão as duas assinando o papel nesse exato momento.

— Poxa, tá vendo o que você fez, Annie? Eu acabei de quebrar a minha linda unha cor-de-rosa. — Silena choramingou para mim.

— Bem... — Thalia começou, maliciosa.

— Thalia, é sério. Não provoca. Si... — apelido da Silena — Olha, pelo menos não... — engoli a seco. — Não te machucou, certo? — fuzilei Thalia - Só por causa disso, Thalia vai atrás e Silena do meu lado.

— Porque você tem que ir dirigindo? – perguntou Silena. Thalia bufou e respondeu:

— Cara, primeiro — ela fez o número um com o indicador —, o carro é dela e segundo — dois no dedo —, é a estréia. Pelo menos a gente tá dentro do carro.

— Calem a boca — bufei já entrando no carro.

(...)

— UAUL — nós três exclamamos juntas quando entramos pelo portão do internato em que iríamos ficar.

— Bom... legal, né? Tomara que tenha uns gatinhos... — Thalia comentou.

— Cala a boca. — falei, rindo. Estacionei do lado de um carro muito lindo prata. Silena olhou pelo retrovisor para ver como estava sua maquiagem, arregalou os olhos e disse:

— OMG, OMG, OMG, OMG... — Acredite, ela repetiu isso nove vezes.

— Que foi? — perguntei, alarmada.

— Gatinhos muito gatos logo ali atrás. — ela respondeu. Olhei pelo retrovisor e vi três garotos muito lindos. O primeiro, devia ter mais ou menos 1,65, cabelos... mel e loiros, mais ou menos, olhos mel. Usava preto em toda a parte do corpo. Calça jeans preta, cinto em forma de corrente de lado, blusa preta lisa, jaqueta preta e all star preto e branco. O segundo devia estar pra 1,74, tinha cabelos cor de areia, olhos... mel, digamos, usava uma blusa branca dobrada ao cotovelo, jeans azul escuro, all star preto e branco — também —, e o último, devia ser do mesmo tamanho que o segundo. Mas, esse tinha cabelos pretos bagunçados, olhos verdes muito lindos. Usava uma calça jeans preta, um all star preto e branco cano longo, blusa branca e uma jaqueta preta.

— Nossa — foi o único som inteligente que consegui produzir, ainda admirando os três garotos, eles estavam conversando e rindo.

— Bota nossa nisso — Thalia completou minha frase.

— Eu não falei? Eu falei — Silena tagarelou. Ela saiu do carro, seguida por Thalia. Suspirei e tirei a chave da ignição. Esse ia ser um looongo dia. Olhei para trás e os três garotos pareciam estar nos encarando.

— Meu Deus — Silena falou de novo. — Annie, por favor, não cora, se não eles vão perceber. — foi aí que eu corei mesmo. — DROGA! — nós três rimos.

— É... vai ser um loongo dia, porque se você não parar de corar, estamos ferradas. — Thalia disse.

— Por quê? — perguntei.

— Bom... é simples. Vire essa sua linda cabecinha e você vai ver três deuses gregos vindo na nossa direção. — virei a cabeça e me dei de cara com os três garotos andando na nossa direção.

— Ajam naturalmente, vocês sabem... como se eles não fossem... — Silena aconselhou, mas foi interrompida.

— Oi — disse uma voz.

— Oi — eu comecei.

— São alunas novas? — O de olhos verdes me perguntou. Eu, Silena e Thalia negamos.

— Como a gente nunca se... esquece — o de completamente de preto perguntou. Silena assentiu como se perguntasse a mesma coisa, parecia nem um pouco interessada. Mas seu olhos tinham um brilho intenso. O de preto parecia hipnotizado por ela.

— Bom... então temos que nos apresentar, certo? — o de cabelo cor de areia perguntou para os outros dois. Eles assentiram. — Sou Luke Castellan.

— Nico Di Ângelo — o de preto falou.

— Percy Jackson — O dos olhos esverdeados se apresentou.

— Thalia Grace — começou.

— Silena Beauregard

— Annabeth Chase — me apresentei.

— Espera – Nico falou —, Annabeth Chase, filha de Natalie Chase e Danniel Chase? — assenti, tímida. — Que legal.

— Obrigada. — respondi isso e se instalou um silêncio desagradável entre nós. 

— É... — comecei, quebrando o silêncio — O sinal já tocou, estou certa? — Os meninos assentiram. — Vejo vocês mais tarde. — falei, passando a mão no cabelo e botando os fios para trás da orelha. Merda, como eu odeio essa mania. Sempre que estou nervosa faço isso. — Venham, meninas. — saímos de lá. Olhei para trás e os garotos ainda pareciam hipnotizados.

POV Silena

Estávamos na aula de Biologia. A Sra. Dellson — que era nossa professora preferida —, mandou fazermos trios. Assim que ela disse isso, os meninos começaram a pular, literalmente, em cima da Annie e as meninas também. O.K., como se ela fosse ficar com um deles. Thalia olhou entediada para mim e eu assenti. Toda semana era isso. Se a professora mandava fazer duplas, acontecia isso, se mandava fazer trios, era isso; daí em diante. Annie era uma das garotas mais populares do colégio.

— Ei! Ei! Ei! A Srta. Chase precisa de ar — A Sra. Dellson alertou os alunos.

— Gente... gente... — uma Annabeth sufocada falava — SAIAM DE CIMA DE MIM — ela elevou a voz. Aos poucos o “mucuvuco” era desfeito. Ela olhou para Thalia que assentiu e para mim, assenti também.

— Nossa, será que eles nunca se cansam? — Thalia perguntou quando nós três estávamos juntas. Eu ri. Respondi:

— Fala sério. Isso é patético, por que eles fazem isso? São um bando de interesseiros mesmo...

— Opa... — Annie falou com os olhos arregalados, ela olhava a professora que explicava alguma coisa.

— O que... AH, NÃO — Thalia resmungou assim que prestou atenção.

— Eu me recuso a fazer isso — fiz uma pausa cheia de significado. – Não quero dissecar um sapo.

— Mas é preciso, Srta. Beauregard — A Sra. Dellson replicou —, qual a dificuldade?

— A dificuldade é que, bom... olha isso, eu não quero tocar nisso. — falei enojada.

— Eu também. Pela primeira vez na vida, concordo com a Silena — Thalia reclamou.

— E eu. — Annabeth disse.

— Certo, estão dispensadas. É a última vez, O.K.? – assentimos. Ela era nossa professora preferida e nós éramos suas alunas prediletas, eu achava. Saímos da sala de Biologia. O cheiro de sapo pairava no ar.

— Bom... isso foi bastante estranho – Annabeth começou. — Os meninos do estacionamento... — ela mudou de assunto.

— E fofo — completei. — Nossa, quem diria? Thalia Grace arrasando corações? — Thalia parecia estar em transe. —Thalia! — ela “acordou” e perguntou que nem uma débil:

— É o que?

— Arrasando corações, hein...?

— Eu? — ela perguntou inocentemente.

— Não, minha avó. — Annabeth ironizou. Dessa eu tive que rir.

— Como assim? — Thalia perguntou.

— Luke, aquele garoto lá do estacionamento. Ele estava te secando, se você não percebeu, Srta. Débil — respondi, como se fosse óbvio. E, de fato, era.

— Mesmo? – ela estava corada. — Eu nem percebi.

— PERA AÍ, THALIA GRACE CORADA? — perguntei um pouco alto, Graças a Deus, não tinha praticamente ninguém. E as pessoas que estavam lá... bem, elas estavam bastante “ocupadas” falando babaquices e rindo.

— Cala a boca — avisou.

— Fala sério, Thalia. Você? Corada? Acho que o Luke é um anjinho mesmo.

— Aaah... deixa eu sonhar.

Annabeth que, por sinal, ainda estava calada, se pronunciou:

— Não fala nada, Si, eu vi como o Nico te encarava, parecia que ele ia te comer pelo olhar. — como ela estava rindo, fuzilei-a. — Não me olha assim, é verdade. Também, não é culpa sua, nem minha, nem da Thalia, nem do Nico que você seja linda desse jeito. Nossa, sério? Você colocou o olho nele nem uma vez? Ele estava com os olhinhos brilhando, que fofo.

— Em 1º lugar: obrigada por me chamar de linda e, 2º: o Nico não tava nada me encarando.

— Fala sério, Beauregard — Thalia rebateu —, até parece que você não viu. E além do mais, Annabeth... — ela me encarou e piscou pra mim, já sabia essa jogada.

— É, Annabeth... — comecei.

— Você também... arrasando, hein... O Percy... toda hora encarando, tá boa de vida... — Thalia debochou, rindo.

— Percy? — Ela perguntou debilmente.

— Não, minha tia Madalena — respondi e ri. Como se eu tivesse uma tia chamada Madalena, pensei. — Mas... vamos combinar uma coisa aqui, OK? — elas assentiram, desconfiadas — Todo mundo sabe que o Luke tava olhando pra você, Lia — meu apelido para Thalia — E Annie... não vou deixar você de fora só porque somos melhores amigas... ele tava te olhando sim. Agora... o Nico... — elas olharam pra mim com as sobrancelhas arqueadas. As duas estavam coradas. — Tá bom... ele estava olhando pra mim, sim — admiti, meu coração disparou e eu fiquei vermelha que nem um pimentão.