The Shadow Under The Moon escrita por Megurine Jackie


Capítulo 9
2ª Noite de Lua Nova




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                                  Shinjiro Aragaki

Naquela manhã o céu estava nublado. Eu estava me sentindo mal, acho que resfriada. Estava dormindo pouco há dias.

- Droga, meu nariz tá entupido... - Resmunguei para o espelho.

Domingo, eu não planejava sair de casa naquele estado, resolvi ler um pouco. Talvez estudar mais tarde. Mas ouço bater na porta.

- Hey, Josei, está acordada? - Era a Yukari.

Abri a porta e assim que me viu ela fez uma careta.

- Urg, acho que você não está bem...

- Nossa, o que te deu essa impressão? - Com aquela cara.

- Estávamos pensando em ir investigar um pouco sobre a história do desaparecimento da Yamagishi, sobre essa coisa de fantasma, sabe?

Eu torci o nariz, apesar de querer saber mais sobre essa história.

- Ah, não sei...

- Vamos, vai ser divertido! Jumpei também vai... - Ela parecia animada.

Eu realmente preciso aprender a dizer não.

Fomos parar em um beco próximo ao porto. Um lugar bem barra pesada. Jumpei estava bastante apreensivo com a situação. Yukari parecia estar vibrando. E eu, estava com uma aparência bastante contagiosa.

- Yuka-tan, não devíamos estar aqui. Sabe que lugar é esse?

- Pára de ser medroso, Jumpei. Vamos conseguir a informação na fonte.

 Caminhávamos pelo beco quando fomos abordados por dois rapazes e uma moça. Não pareciam ser muito amistosos.

- O que esses "riquinhos" estão fazendo na nossa área? - Diz um dos rapazes.

- É melhor vocês se mandarem daqui! - O outro, já vindo para o nosso lado.

- A rua é pública! - Yukari, responde rispidamente.

- Você é louca, Yuka-tan? - Jumpei, cochicha para ela.

- Cara, tenho pena de você, essa mina é um saco! - Diz o rapaz que já estava bem próximo de nós. Ele dá um soco no estomago do Jumpei, que se curva de dor.

 - Já chega! - Ouvimos uma voz vinda da parte mais escura do beco.

Vem em nossa direção um rapaz, ele é alto, usa um longo casaco e touca. Não tem cara de bons amigos.

- Ah, Shinji, vai defender esses moleques? - Diz o outro rapaz, com a garota.

- Claro, ele é do Gekko Hight também! Quer vir? - Diz o rapaz que socou Jumpei, indo em direção dele.

O rapaz de touca facilmente se esquiva do soco e, em um giro, joga-o no chão.

Os outros dois que estavam com ele começam a rir. O rapaz se levanta furioso.

- Droga, Shinjiro! Torça pra não cruzar o meu caminho! - Afastando-se de nós.

Logo os outros dois também saem. O rapaz de touca olha para nós com um olhar furioso.

- O que os fedelhos do Gekko Hight fazem por aqui? Vão embora agora!

- Não sem conseguirmos o que viemos fazer aqui! - Yukari, nervosa. - Estamos aqui para saber mais sobre o tal fantasma do colégio. E eu soube que vocês aqui do beco tem informações sobre a aluna desaparecida.

- Já entendi. O Aki mandou vocês aqui, não foi? - Ele olhava para mim, fixamente. Eu só balancei a cabeça em negativa.

- Só nos diga o que sabe sobre a Yamagishi e vamos embora... - Yukari, novamente.

 - Tch! Só ouço rumores a esse respeito. Dizem que o fantasma dessa aluna está sequestrando as outras garotas, e deixando-as naquele estado.

- Você diz, catatônica? - Yukari, com cara de detetive.

- Tanto faz. O que sei é que essa garota, a tal Yamagishi está desaparecida há dias. Parece que ela desapareceu dentro do Gekko Hight.

Ficamos alguns instantes tentando assimilar aquela nova informação. Ela desapareceu de dentro do colégio?

 - Muito obrigada pelas informações e por nos ter tirado de uma encrenca. - Yukari, com um sorriso gentil.

O rapaz olhava para mim de um jeito estranho. Eu tinha a impressão de já tê-lo visto antes.

- Tch! Tanto faz! Mas não voltem mais aqui! - Disse isso, já indo embora.

 Saímos dali bem rápido. Assim que chegamos a um local mais seguro caímos na gargalhada. Nós duas. Jumpei estava mal humorado.

- Vocês riem por que não levaram um soco! - Disse ele, bravo. - Apanhei por sua causa, Yuka-tan!

- Mas foi por uma boa causa, Jumpei. Conseguimos mais algumas informações valiosas. Acredito que vamos conseguir descobrir o que aconteceu à Yamagishi.

 Eu fiquei o caminho todo pensando naquele rapaz. Os outros o chamaram de Shinji. Ele perguntou se o "Aki" havia mandado a gente lá. Muito estranho.

Mais estranho ainda foi sermos recebidos na porta pelos Akihiko e Mitsuru sempai, com cara de bravos.

- Não dá para acreditar! - Mitsuru, começando o sermão. - Vocês se arriscaram muito indo naquele lugar.

- Vocês não fazem idéia das pessoas que frequentam aquele beco... - Akihiko, com cara decepcionada.

- Mas eu sabia que conseguiríamos boas informações. E conseguimos! - Yukari, animada apesar da bronca.

E eu espirrava, assuava o nariz, e não dizia uma só palavra.

- Falei para vocês investigarem, mas não quis dizer que vocês deveriam se arriscar tanto assim... - Ainda Mitsuru. - Mas o que vocês conseguiram?

Yukari contou o que houve no beco, dando ênfase no soco que Jumpei levou. Depois contou o nosso encontro com o misterioso Shinji. Akihiko sorriu discretamente. Depois de toda a história contada, e muita reclamação do Jumpei, começamos a analisar a situação.

 - Então, primeiro a Yamagishi desaparece. - Mitsuru, pensando alto. - Depois as outras alunas desaparecem também, e reaparecem catatônicas. Surge a lenda do fantasma da Yamagishi que sequestra as alunas. Agora essa nova informação de que a Yamagishi desapareceu de dentro do colégio...

 Todos com aquela expressão de pensativos. E eu ainda espirrava e assuava o nariz. Aquele resfriado estava me matando. Eles olharam para minha cara de doente.

- Por que você não sobe e descansa um pouco, Josei? - Mitsuru, com cara de desagrado.

- Certo. Contem-me o que descobrirem depois...

 Já no meu quarto, me joguei na minha cama. Cansada e com raiva. Podia ter descansado, mas tive que ir nessa investigação. E quem era aquele Shinji? Por que ele não parava de me encarar?

Acabei adormecendo com esses pensamentos. De repente eu me vi dentro de uma sala já conhecida para mim. O Velvet Room.

- Entre, Josei. Eu estava esperando por você. - Disse Igor, mostrando-me a cadeira.

Sentei-me. Sempre que me encontrava naquela sala eu tinha uma estranha sensação. De que eu já estivera lá antes.

- Vou explicar-lhe um pouco sobre as fusões de Personas.

- Fusões?

Ele me mostrou duas cartas sobre a mesa à sua frente. Nessas cartas haviam figuras de criaturas, que mais se pareciam com monstros.

- Esses são Personas. Pequenos fragmentos da sua personalidade. Cada um desses fragmentos refletem parte de quem você é, Josei. Mas existe uma limitação para que você possa despertar esses fragmentos. Você precisa ser forte o bastante para poder controlar os seus Personas.

Ele empurrou as duas cartas para o meu lado, sinalizando que eu as pegasse.

 - Você pode, também, fazer a fusão desses Personas, transformando-os em versões melhores e mais poderosas de fragmentos. Mas não se esqueça, você só poderá controlá-los se estiver no mesmo nível de força física e psíquica que ele. Um Persona pode se tornar selvagem se você não estiver preparada para evocá-lo.

 - Por que temos que atirar contra as nossas cabeças para evocá-los? - Perguntei, pois isso sempre me incomodou.

- É necessário causar um estresse emocional extremo para fazer com que o Persona desperte e entre em combate. Não creio que exista algo mais estressante que isso. - Igor respondeu-me com um sorriso irônico nos lábios.

 - Mas eu ainda...

- Desculpe, não posso te prender aqui por mais tempo. As suas dúvidas irão desaparecer com o tempo. Se precisar de algo a partir de agora, fale com minha assistente, Elisabeth. E até logo.

 Acordei cansada. Olhando para o teto. Ouço bater na porta do meu quarto.

- Vamos, Josei. Já estamos atrasadas!

Já era segunda feira e eu ainda estava resfriada. E novamente, não fiz nada que planejei nesse fim de semana. Nossa...


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Notas finais do capítulo

Domo aregatou!



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