Jutsu do Medalhão do Tempo escrita por EstherBSS


Capítulo 18
Um nome que muda tudo (Parte I)


Notas iniciais do capítulo

Acho que muita gente estava esperando esse capítulo...



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Capítulo 18 – Um nome que muda tudo (parte I)

Seria alucinação? Não se lembrava desse efeito no remédio. Esfregou os olhos já sentindo a dor de cabeça chegando. Olhou em volta procurando, mas não viu ninguém. Procurou entre as árvores atrás de si observando tudo com atenção redobrada. Não havia nada.

    - Devo estar imaginando coisas. – disse a si mesma – Não há ninguém aqui além de...mim.

O “mim” saiu tarde. Saiu engasgado. Saiu sufocado assim como o grito que veio depois. A coisa estranha estava sobre o córrego e olhava diretamente para ela. A empurrou contra o chão apertando a sua garganta. Sentiu o ar faltar e temeu que o pescoço quebrasse tamanha a força da criatura. Sentiu o rosto esquentar e sabia que estava ficando vermelha. Inspirava fundo, mas o ar não parecia ser suficiente.

    - Você! Está morto! – Disse entre arquejos. Ele não se alterou. Apenas a olhou e disse:

    - Não mais.


Sasuke nunca viu graça em lutar usando cães ou qualquer outro bicho como companheiro como os Inuzukas faziam. Também não gostava muito da idéia de animais ninjas desde que aquele peru maldito o tinha bicado naquela missão quando era de Konoha. Até mesmo a sua própria invocação era rara. Só quando precisava muito. Mas naquele momento, ele seria capaz de beijar o Akamaru. Eles já tinham perdido o rastro de Primera e o dia já estava acabando. Foi nesse instante que aquele cão iluminado do Kiba tinha encontrado o cheiro da menina.

E era até uma trilha. Ele perguntou ao ninja como ele tinha encontrado aquilo, mas Kiba o olhou de cima a baixo e o deixou falando sozinho. Sasuke não estranhou tanto a reação. Nenhum dos homens ali parecia vê-lo como alguém de confiança e ele até entendia. A maioria também era formada de amigos do Edo-Sasuke o que também contribuía para que o tratassem tão mal. E ele nem era mesmo de muita ajuda já que não podia usar chakra. Estranhamente, Minato era o mais simpático com ele depois de Sakura. Não o apoiava abertamente, mas conversavam às vezes. Além disso, o loiro pediu ajuda para aprender como um homem devia se portar.

Foi por isso que não ficou chateado quando Saskun ignorou o que ele disse, quando Lee não permitiu que ele ficasse de guarda, quando Neji o chamou de inútil e nem mesmo quando Lee o acusou de tentar tirar a mulher dos outros. Ele realmente não estava ligando. Ou era isso que dizia a si mesmo. Eles não sabem. Acham que você é um inimigo que são eles obrigados a aturar. Sakura tinha dito a ele e Sasuke tentou entender. Tentou muito. A barreira da indiferença que ele mesmo tinha erguido ainda se mantinha firme no lugar. Mas já apresentava rachaduras que ficavam maiores e maiores.

Sasuke agora se encaminhava para o local onde Sakura estava. O grupo tinha se reagrupado e descansavam um pouco antes de continuar com a missão. A maioria dos homens estava na clareira e a Haruno, digo, a Uchiha tinha se afastado e ido encher os cantis em um rio que corria por ali. Sasuke se esgueirou esperando que ninguém reparasse nele. No fundo, não tinha más intenções. Ele se lembrara de que perto dali ficava um antigo esconderijo de Orochimaru. Não custava nada dar uma olhada. Ele ia lá falar isso, mas a idéia pareceu sem importância quando ele a achou. Sakura estava com quase todos os cantis cheios e se refrescava. Ele entendia. Começara a achar a noite muito quente. Sentia algo diferente. Algo novo com o qual não tinha certeza de como lidar. Sakura entornava um pouco de água na cabeça e Sasuke acompanhava o líquido escorrer pela roupa da kunoichi.

Deve ter feito algum barulho porque ela se virou e o olhou. Ela sorriu e disse “oi”. Ele ordenou a si mesmo que tinha que responder. Mas ao invés de falar, ele se aproximou dela em silêncio. Ela perguntou se ele também queria se refrescar e o entregou um cantil. Sasuke não prestava muita atenção às palavras, mas tinha quase certeza de que era isso que ela tinha dito. Pegou o cantil sem uma palavra e o bebeu. Despejou tudo na garganta de uma única vez. Tinha sede. Muita sede e nem tinha certeza se era de água. Devolveu o cantil a ela e Sakura arqueou uma sobrancelha com um sorriso no rosto.

    - Queria dividir uma idéia. – ele disse forçando uma indiferença na voz.

Ela terminou de encher os cantis que restavam e se preparou para levantar com eles nos braços. Sasuke se inclinou para ajudar, mas acabou batendo na cabeça dela e Sakura caiu para trás e dentro da água. Ela deu um pequeno gritinho e Sasuke tentou segurá-la pela mão, mas acabou sobre ela dentro d’agua. Muito próximo. Muito perto. Perto demais. Sasuke pensou que Sakura era a única ninja que conhecia que continuava cheirosa mesmo depois de tantas horas em missão. Ela não fez que iria afastá-lo e ele não fez que iria levantar. Gostava dali. Gostava de estar assim com ela. Algo invisível o empurrou para frente e para os lábios dela. Uma mão pesada o puxou para trás.

Ouviu Sakura dizer não, mas o punho acertou o seu olho antes que entendesse o que se passava. Quando se deu conta da opressão em seu peito, descobriu quem era. Aquilo foi um Kami-nos-acuda. Ele tentava escapar dos golpes dele mesmo e do filho que se juntaram contra ele. Sakura tentava impedir os dois de atacarem Sasuke. Os outros ninjas observavam e tentavam impedir Sakura de agir. Minato pedia para os dois se acalmarem dizendo que achar Primera era mais importante do que matar Gen san. E ele apanhava mais do que conseguia fugir.

Sasuke viu seu outro eu se prepara e gemeu para que não fosse o que ele pensava. Saltou tentando evitar o golpe, mas suas pernas não saíram do lugar. Olhou para baixo e percebeu que estava preso por cobras invocadas pelo filho mais velho. O Edo-Sasuke correu para ele com o chidori preparado. Engoliu em seco. Ninguém em sã consciência tentaria parar o ataque. Seria suicídio. Xingou o fato de não poder usar chakra direito. Xingou também não saber como voltar para casa. Se preparou para o impacto quando viu um borrão rosa parar em sua frente. Não tinha tempo nem de gritar assim como o Edo-Sasuke não conseguiria parar a tempo apesar de já ter visto a esposa.

Foi rápido. Rápido demais. Entretanto, o Uchiha sempre fora rápido. Apesar de ter as pernas presas, ele ainda podia fazer algo. Sasuke passou os braços ao redor de Sakura e a puxou para trás até que ela batesse as costas no peito dele. Apoiou o queixo no ombro dela e inclinou os joelhos. Expulsou todo o chakra de uma única vez sem se importar com os riscos. Perdê-la era muito mais arriscado do que qualquer outra coisa. O chidori de Edo-Sasuke parou a uns bons trinta centímetros de distancia do peito de Sakura.

    - Susano’o.

Sasuke não parou para ver a cara de espanto de todos os presentes. Não parou para ver a boca aberta de alguns e nem ouviu o “não” de Sakura. Ele só olhava para si mesmo com olhos escarlates. Dois Sharingans se encarando e entre eles uma barreira de ossos, músculos e armadura. Ele abraçava a ninja em seus braços com força, como se ela fosse lhe escapar a qualquer instante. O Deus não ergueu a espada. Não precisava de tanto. Mas usou o escudo para lançar o Edo-Sasuke alguns metros longe. E uma única palavra que revelava tudo foi dita pelo filho mais velho do casal.

    - Uchiha.

Um segundo depois, o Deus conjurado desapareceu antes que terminasse o novo ataque. Os braços de Sasuke se afrouxaram em volta de Sakura e ele vomitou sangue. Sentiu que algo escorria pelo seu rosto e se sentiu ridículo por chorar. Sakura o pegou antes que ele chegasse ao chão. Só ela mesmo para tentar manter a dignidade dele. Os dois agora estavam de joelhos e Sasuke apoiava a cabeça no peito dela. Ele nem ligava mais para o Edo-Sasuke. Era bom estar daquele jeito com ela. Era agradável e confortável.

Ela sussurrou que tudo iria ficar bem, mas os dois sabiam que aquela era uma mentira grotesca. Todos ali tinham visto ele usar um dos golpes mais poderosos dos Uchihas e todo o seu corpo doía e parecia que ia entrar em choque. Ele também sussurrou a ela que devia estar ridículo chorando. Ela mordeu o lábio antes de lhe contar que não eram lágrimas e sim sangue. Sasuke sentiu a cabeça pesada e se preparou para tirar um cochilo rápido. Dormiria só um pouco. Só um pouco... Sakura lhe arrancou dos sonhos com um tapa sonoro e dolorido. Ela deitou a cabeça dele com cuidado sobre o colo e começou a realizar os ninjutsus médicos. Ela provavelmente também não reparou na aproximação do marido. Os olhos dela estavam nos dele e os dele estavam nos dela.

    - Por favor, Sasuke, não durma. Não durma. Olhe para mim. Não pare de olhar para os meus olhos. – ela disse e uma voz irritada, cansada e traída soou sobre os dois:

    - Por que você o chama com o meu nome?



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Notas finais do capítulo

*Eu sei que, no anime, o Sasuke só aprende o Susanoo depois de lutar com Itachi, mas aqui não é o anime e acredito que a historia ficou mais interessante assim. Mais uma coisa, não levei em consideração o fato de que nessa época Sasuke também não tinha o Mangekyo Sharingan. Aqui, na fic, Ele já conquistou esse nível e o usa livremente. Também não foi necessário ativar o Amaterasu e o Tsukuyomi. Espero que entendam o fato de eu ter passado por cima dessas coisas. Eu queria que Sasuke usasse um dos ataques supremos do próprio clã. Além disso, ele desenvolveu o Mangekyo nesse instante e isso será explicado mais tarde.