Quando Minha Vida Foi Outra escrita por Cla7897


Capítulo 3
Capítulo 2




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John se aproximou, seguido por Sam e Dean.

            _ Detetives Winchester, sejam bem-vindos à equipe. Será um prazer trabalhar com vocês.

            Sorri discretamente para eles, mas eu pouco me importava com suas presenças. Céus, o que o Scotty quer comigo? Ele tá olhando pra mim de novo com aquela cara de “quero te dizer algo”.

            _ Muito obrigado – agradeceu o detetive mais alto, Sam, eu acho – O que temos para falar é muito importante.

            _ Vocês têm nossas evidências do caso? – eu disse, para tentar distrair minha cabeça e parar de pensar no Scotty e no que ele quer me dizer.

            _ Acreditam que o assassino está ligado com pessoas perigosas? – a Kat complementou.

            Sam assentiu.

            _ Sim, e...

            _ Não sabia que a Homicídios tinha duas detetives tão lindas!

            Eu e Kat nos olhamos sem graça, mas tivemos que sorrir, né? Fazer o quê... Sam tentou dar uma cotovelada discreta no irmão, mas todos perceberam. Eu, pelo menos. Mas também vi que o Scotty e o Nick fizeram uma cara feia quando o Dean nos elogiou.

            _ Como vocês estavam dizendo, quais são as novas evidências do caso? – o chefe mudou o assunto, tentando dar uma aliviada na tensão que cresceu.

            _ Sim – respondeu o Sam, bem sério. O Dean não gostou. – Se tudo estiver acontecendo como pensamos, acho que poderemos descobrir o próximo lugar aonde o assassino atacará.

            Hum, bom. Gostei deles.

            _ Como assim? – perguntou o Nick, sério.

            _ Ele ataca à espreita, e...

            _ Ele? E se for ela? – perguntou Scotty.

            _ Temos certeza que é “ele”. – Sam continuou – Ele ataca à noite, em lugares totalmente isolados do resto da cidade e...

            _ Como chegaram a essa conclusão? – Scotty de novo.

            É impressão minha ou o Nick e o Scotty estão tentando colocar os dois contra a parede?

            _ Temos nossas fontes – Dean assegurou.

            Ele e Scotty se encararam. O celular de Nick tocou, quebrando a tensão no ambiente.

            _ Vou atender. Já venho.

            Pude notar a encarada final que ele deu para o Dean. A Kat pareceu ficar satisfeita.

            Hummm... Tem coisa aí.

            Já era noite, eu nem tinha visto o tempo passar!

            O dia correu diante dos meus olhos. Ficamos tão absortos na investigação – deixo claro que o “ficamos” refere-se a mim, à Kat e ao Will, pois o Scotty e o Nick ficaram de marcação com o Dean e o Sam – que nem vimos o tempo passar.

            Entrei no elevador e respirei aliviada.

            Mais um dia de trabalho que se foi.

            Antes que as portas se fechassem completamente, vi que alguém as segurou e entrou, deixando que elas se fechassem em seguida.

            _ Oi, Lil.

            O Scotty me cumprimentou de um jeito receoso, como se analisasse a minha reação.

            _ Oi, Scotty – curvei os lábios num sorriso simples para ele, e ele sorriu de volta, um pouco mais intenso.

            Por que de repente todo o ar que há nesse elevador simplesmente desapareceu? Fiz o possível para parecer calma, mas percebi que ele também estava se sentindo desconfortável dividindo tão pouco espaço comigo.

            Ficamos em silêncio até as portas se abrirem.

            Saímos sem trocar nenhuma palavra.

            Foi então que eu me lembrei. “O Scotty quer me dizer alguma coisa!”.

            _ Scotty! – eu o chamei sem pensar duas vezes.

            Ele já estava indo para a saída, mas então parou e se virou pra mim, me fitando profundamente. Me olhando daquele jeito que eu não sei explicar.

            _ Você queria me dizer alguma coisa hoje?

            Ele pareceu surpreso com a minha pergunta. Como ele não veio até mim, eu fui até ele.

            _ Hoje pareceu que você queria me dizer alguma coisa antes do chefe aparecer... – eu justifiquei, forçando um sorriso para quebrar a tensão. Na verdade, eu estava nervosa e não sabia explicar por que.

            _ Ah... – o comentário dele não me pareceu muito animado. Pelo jeito ele não queria falar comigo.

            Cruzei os braços, sentindo o ar da noite. O vento estava um pouco gelado.

            _ Esquece, então. Eu devo ter imaginado coisas – eu disse para mim mesma, tentando sorrir – Boa noite.

            Avancei para a saída, mas Scotty segurou meu braço, me impedindo de ir e fazendo com que eu olhasse para ele.

            _ Lil... – ele disse num sussurro, e eu senti meu coração bater mais rápido do que o normal – Eu quero mesmo te dizer alguma coisa, mas ainda não é o momento.

            _ O que você quer me dizer?

            Ele afastou uma mecha que caiu sobre o meu rosto; esse gesto dele me pegou de surpresa e fez com que eu recuasse mecanicamente.

            Olhei para ele.

            Scotty parecia sorrir conformado, como se estivesse certo de algo que eu ainda não sabia.

            _ Ainda não é o momento. Até amanhã. Boa noite.

            “Até amanhã. Boa noite pra você também”.

            Vamos, Lilly, diga alguma coisa! Diga! Mas eu não consegui. Apenas o observei partir. Fiquei sozinha ali, parada por sabe se lá quanto tempo.

            Aquele gesto dele... Aquele toque... Ao mesmo tempo em que me pegou de surpresa, também me transportou para outro lugar, e eu percebi que não queria que o Scotty tivesse ido embora. Queria que ele tivesse ficado ali comigo mais um tempo, que me dissesse o que tanto quer! Meu Deus... Eu acho que queria que ele tivesse me segurado por mais tempo e sabe se lá o que mais...

            Lilly Rush, o que está acontecendo com você?

            Decidi ir a pé para casa, pois estava sem ânimo para dirigir. Estava atravessando uma rua totalmente vazia quando os meus pensamentos se voltaram para o Scotty.

            Scotty... Ah, como eu queria ter ficado com ele por mais tempo! Depois de tudo o que aconteceu com o Will, tenho estado mais abalada ultimamente.

            A noite em que eu soube que ele tinha sido baleado... A minha primeira reação foi parar e pensar “o quê? Como assim?” Depois a ficha caiu lentamente... E eu me sentia perdida no meio de toda aquela confusão... O Scotty ficou ao meu lado o tempo todo... E eu me lembro de ter olhado para ele e desejado que me abraçasse e não me soltasse nunca mais. Queria poder ter sentido os braços dele em torno de mim, me protegendo, enquanto eu chorava desconsolada. Mas eu simplesmente não pude fazer isso.

            Só agora que percebi... Estou chorando.

            Sequei uma lágrima que escorreu pelo meu rosto, sentindo uma angústia inexplicável invadir o meu peito. Foi como se nunca mais eu fosse voltar a ver o Scotty.

            Avancei mais um pouco, quando senti alguém me prender de encontro ao corpo.

            _ Me solte! – eu gritei, mas seja lá quem estivesse me segurando, era muito forte.

            _ Shhh... – eu ouvi uma voz rouca sussurrar no meu ouvido – Eu posso realizar todos os seus sonhos, mas se você não se comportar, realizarei todos os seus pesadelos...

            Senti uma mão gelada na minha cabeça, depois senti um choque percorrer lentamente o meu corpo... E tudo foi ficando escuro e distante...


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Notas finais do capítulo

Bom, a partir daqui, as coisas começam a ficar confusas para nossa Lilly.



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