Quando Minha Vida Foi Outra escrita por Cla7897


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos que comentaram!!!
E sim, sim, eu tinha desistido desta fic, porém a chama da escrita foi reacesa e aqui está a continuação!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/113374/chapter/10

Capítulo nove

            - O quê?!

            - Seqüestraram o meu filho, Lil! Levaram o meu Gustavo!

            Emily se juntou a nós, aflita.

            - Quer que eu chame a polícia?

            - Não... Não... Pode ser mais perigoso... Arriscado... – Chris lembrou, soluçando – O Lobo é muito esperto... Se ele perceber que chamamos a polícia...

            - Lobo? – balbuciei, mais aflita do que a Chris.

            - Lil... É o “nome” de você-sabe-quem... Oh Meu Deus... EU QUERO O MEU FILHO!

            - Calma, Chris, nós vamos dar um jeito – eu segurei a mão dela, e depois a abracei – Nós vamos encontrar o Gustavo, não se preocupe...

            - Por que colocaram o Lobo no meu caminho? Vida maldita!

            Acho que Emily percebeu a seriedade da situação, e se afastou discretamente, até sair da sala.

            - Chris, a Emily está certa... Temos que ir até a polícia... Se o Lobo é tão perigoso assim, não podemos agir por conta própria... Pelo bem do Gustavo...

            Ela pareceu relutar, até ver que eu estava certa.

            - Certo.

 -------------------------------------------------------

Departamento de Homicídios da Filadélfia

            - Venha, Chris, fique calma.

            Eu tentava consolá-la, mas ela ficava pior a cada minuto. A idéia do Gustavo preso em algum cativeiro com um criminoso também não me agradava, mas a calma é a chave básica nesse tipo de situação.

O que eu faço agora? Com quem eu falo? Meu Deus, eu preciso fazer alguma coisa, ou me sobrinho... Não, não vou pensar nisso.

- Vocês precisam de ajuda? – um grupo de detetives se aproximou de nós.

Era Scotty, Nick, Kat, Will e o chefe.

- Lilly, não é? – Scotty me olhou, eu senti o coração disparar naquela hora.

Os outros detetives me encararam em dúvida. Acho que eles me reconheceram, depois do “ataque” que eu dei no outro dia.

- Scotty, precisamos de ajuda... Meu sobrinho desapareceu e...

- Mas aqui cuidamos de Homicídios, não de Desaparecidos – Kat explicou calmamente.

- Eu sei, mas...

- Meu filho foi seqüestrado! – Chris disparou, sem me dar uma chance de explicar a situação – Foi seqüestrado na porta da escola! Minutos antes de eu chegar! LEVARAM O MEU BEBÊ! Ele só tem oito anos! Não sabe se defender! O Lobo vai matá-lo!

- Lobo? – o chefe repetiu, pasmo – Você disse que o seu filho foi raptado pelo Lobo?

As feições de Scotty, Nick, Kat e Will também se converteram a preocupação. Por que só eu não sei quem é esse “Lobo”?

- Isso é sério! – Disse Nick – O Lobo é um assassino inescrupuloso, que mata a sangue-frio. É um traficante perigosíssimo também... Temos vários casos arquivados em que ele certamente é o culpado, mas nos falta provas... Temos que achar o seu filho, pois se o Lobo o seqüestrou certamente...

- Foi para se vingar de mim! E da minha irmã... – Chris soluçou, cobrindo o rosto com as mãos – Eu só quero o meu bebê de volta!

- Nós vamos precisar de todas as informações possíveis sobre o Lobo. Venha conosco.

Chris assentiu, e foi para uma das salas de interrogatório com Nick e Kat. O chefe e o Will se afastaram; certamente iriam até os Arquivos, buscar tudo que pudesse dar pistas sobre Lobo.

Restou somente Scotty e eu.

- Sinto muito pelo seu sobrinho.

- Eu não sei o que vou fazer!... Como cuidar da Chris... Como não perder a cabeça...

- Não se preocupe, nós vamos encontrar o seu sobrinho, e vamos prender esse bandido.

- Eu sei. A gente sempre consegue, né?

Scotty me fitou mais uma vez, daquele mesmo jeito, como se soubesse quem eu sou, mas ao mesmo tempo não conseguia se lembrar.

Como eu sinto a falta dele! Tê-lo todos os dias do meu lado com aqueles olhos, aquele sorriso, com aquele jeito “não estou nem aí”, mas sempre com um olhar preocupado...

Só agora que não o tenho, percebi o quanto sinto sua falta. Não posso viver longe dele. Não posso viver sem ele.

- Scotty, eu posso ajudar vocês com o caso.

Ele me olhou de forma duvidosa.

- Não me leve a mal, Lilly, mas preferimos que só a polícia interfira no caso. Pode ser muito perigoso para quem é de fora.

- Mas eu não sou de fora! – eu bradei, antes de perceber o que havia dito.

- Lilly, eu não quero discutir com você... – Scotty começou, mantendo a pose séria e fria, mas ao mesmo tempo preocupado – Mas você só vai atrapalhar se tentar interferir no caso, e vai arriscar a vida do seu sobrinho...

Droga.

Ele está certo.

Mas isso não vai ficar assim. Eu não vou ficar de braços cruzados. Eu tenho que fazer alguma coisa! Nem que para isso eu tenha que buscar as evidências sozinhas, e fazer todo o trabalho esse sozinha. Afinal de contas, eu sou uma detetive. Não importa onde eu esteja, ainda sou uma detetive!

- Lilly, sua irmã mencionou que o Lobo seqüestrou seu sobrinho para se vingar de vocês... Por quê?

Emudeci, assustada com a pergunta. Eu não sei, mas pelas circunstâncias, eu devia saber! Tenho que improvisar... Juntar todas as informações que eu possuo e transformá-las em algum tipo de evidência que possa ajudar no caso.

- Olha, Scotty, eu realmente não sei muito bem o motivo... Mas pelo que eu entendi, minha irmã devia estar tendo algum tipo de caso com o Lobo, tanto que o Gustavo ficava na minha casa quando ele ia visitá-la. Mas eu não sei direto o que estava acontecendo.

Ele assentiu.

- Certo.

- Scotty... Obrigada por tudo.

- Tudo...?

Por ter entrado no meu caminho há seis anos atrás, por ser meu melhor amigo, meu parceiro... Por cuidar de mim, por me proteger, me defender, por se importar comigo, por me salvar, por estar ao meu lado todos os dias... Por me fazer amar cada segundo ao seu lado, por ficar triste quando você não está aqui... Por me fazer sorrir, por me fazer sentir especial... Por tudo.

Era simplesmente o que eu queria dizer para ele, mas eu não podia.

- Pela preocupação com o caso – eu forcei um sorriso, sentindo vontade de chorar por dentro.

- Não se preocupe, acharemos o seu sobrinho.

- Confio em vocês – eu repeti. Mas mesmo assim, não vou ficar parada. Vou ajudar nessa investigação, nem que eu tenha que trabalhar sozinha e escondida.

Scotty retribuiu o sorriso. Ah, como eu queria...

Nisso, uma mulher se aproximou de nós. Eu a reconheci imediatamente, e por esse motivo mesmo, meu estômago enciumado se revirou.

- Oi, Scotty! – ela o cumprimentou, beijando-o em seguida.

- Alex... – ele reclamou, a afastando.

- O que tem de mais em cumprimentar o meu noivo, hein? – ela questionou, lançando um olhar para mim.

- Alex, nós não estamos mais...

- Pare com isso, você sabe que eu te amo!

Scotty não respondeu, e olhou para mim.

- Essa é a Lilly, uma amiga.

- Oi, Lilly. Sou Alex, noiva do Scotty.

"Noiva"

"Noiva"

"Noiva"

Por alguma razão, não gostei daquele momento. Tampouco da palavra "noiva". Realmente... Essa promotora não presta. Por que ela não some de uma vez por todas?

- Alex, precisamos conversar – disse Scotty, puxando-a pela mão.

- Tá bom. Foi um prazer conhecê-la, Lilly – ela me disse sem muito entuasiasmo, e os dois se afastaram.

Suspirei, esfregando o rosto.

O que está acontecendo comigo?

Não posso... Simplesmente não posso... Não agora... Não posso... Estar gostando do Scotty... Não agora... Não posso...

Eu simplesmente...

Não posso...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!